I Wouldn't Mind escrita por Leloty


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu escrevi ouvindo "I Wouldn't Mind". Não é minha música preferida da banda, mas serviu de inspiração pra fanfiction, então... se quiserem ler ouvindo, tá aqui o link: http://www.youtube.com/watch?v=55QoKSd78Xs. Acho que fica bem legal, mas é só uma sugestão. Enfim.



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-Atena, você precisa contar pra ele! - saltitava Afrodite, fazendo Atena suspirar.

-Afrodite, ele me odeia. Ele é um tarado com fama de pegador, eu sou uma deusa casta, o que ele iria querer comigo? Até porque... eu não teria coragem de dizer isso a ele. Só estou aqui falando sobre isso com você porque seu “radar do amor” te avisou de mim. Isso é invasão de privacidade, sabia? - falou a deusa da sabedoria.

-Detalhes, meu amor. São apenas detalhes.

Atena sentou-se na cama, pensativa, com os olhos cinza-azulados presos no vazio.

-Não tem como eu e ele... não tem como a gente dar certo, Afrodite. - ela suspirou, fazendo a outra derramar uma lágrima. A deusa do amor odiava ver sua irmã naquele estado, no entanto preferiu deixar Atena só com seus pensamentos, então logo aparatou dali.

Sim, sim, Atena se descobrira apaixonada por Poseidon. O deus mais tarado e pegador do Olimpo, mais galinha, mais orgulhoso, mais bonito, mais sexy, mais...

Opa. Foco, Atena.

Então. Agora ela não sabia o que fazer. A deusa da sabedoria não sabia o que fazer... o caso estava sério.

Ela não diria nada para ele... ele com certeza daria um fora nela e a humilharia eternamente. Já que, para piorar tudo, ele era seu maior inimigo.

\o/

Como sempre tem que acontecer em horas tristes, começou a chover. Chuva no Olimpo não era comum, mas Atena nem se importou. Saiu caminhando na chuva pelo jardim que Perséfone planejara, sem saber como sair daquela situação. A deusa mais racional do Olimpo... Uma das donzelas... Uma deusa que havia jurado nunca se apaixonar... amando Poseidon.

E ali estava ela nessa linha de pensamento quando o dito cujo resolveu aparecer. Ele corria pelo jardim na chuva, ofegando e chamando por ela.

-Atena! - ele gritou, ao que ela logo se virou. Poseidon chacoalhava na chuva um envelope cor-de-rosa, chamando a atenção da deusa.

-O que houve?

-Afrodite deixou esta carta na porta do seu quarto – falou ele, alcançando-a – flagrei Apolo bisbilhotando e achei melhor trazê-la antes que ele lesse.

-Pelos deuses, me dá – ela tomou a carta da mão dele. Era na verdade um bilhete, que dizia:

Querida irmãzinha,

Decidi deixá-la pensando sobre o que fazer a respeito desse seu amor incurável por Poseidon. Só tenha em mente que nunca poderá saber se dá certo se nunca tentar, Atena. Como deusa da sabedoria e das coisas chatas você deve estar torturando sua mente por estar apaixonada, mas às vezes, quando há amor de verdade, não há sabedoria maior do que ceder a esse amor.

Argh, estou falando quase igual a você. É isso então.

Beijinhos, Afrodite.

Atena corou.

-Você leu isso?

-Não... não é educado ler as conversas dos outros, Atena – ele sorriu.

-Ufa, pensei que Reia não tivesse lhe dado educação...

-Não me julgue pela má educação do seu querido pai, ele não aprendeu porque não quis.

-Nossa, que engraçado, Poseidon. - ela falou irônica, e mal notou o olhar curioso do deus sobre o bilhete. Só percebeu tarde demais, quando ele já tinha arrancado das mãos dela. Atena se desesperou, mas tentou não demonstrar:

-Não tinha dito há pouco que não era educado ler a conversa dos outros? - perguntou.

-É... mas fiquei curioso – falou ele abrindo o papel. Atena tentou tirar o papel dele, agarrando apenas o vento.

-Por favor... não leia isso – implorou Atena, em mais uma tentativa frustrada de pegar o bilhete, ao que ele riu, sarcástico.

-Ora, Palas, o que pode ter de tão... - ele se interrompeu após começar a ler. Atena corou. Poseidon fez uma cara confusa, depois levantou os olhos para observar a deusa, que deu as costas a ele e saiu andando, envergonhada.

Ela estava encharcada pela chuva. Com frio. E agora ele sabia.

-Atena!

Ele a estava chamando. Provavelmente ia rir. Se ela se virasse, não suportaria o sorriso dele.

-Atena...

Ela se afastava, cada vez mais distante dele. Até ele correr novamente e parar na frente dela, impedindo-a de andar.

Atena apenas levantou o olhar. Não havia nenhum sorriso sarcástico, pelo contrário, ela podia ver um misto de confusão e descrença estampados no rosto dele.

-É verdade? Isso... isso que Afrodite falou... é verdade? - ele levantou gentilmente o queixo dela para que pudesse olhar para o rosto da deusa. Mas deixou as mãos no cabelo loiro dela. Ele estava muito perto, aquilo confundia os pensamentos de Atena.

-Afrodite não mentiria sobre isso, Poseidon. - ela falou de um modo taciturno.

Ele ia começar a falar algo, mas ela o interrompeu:

-Não, por favor, não diga nada. Eu não quero ouvir. Sim, eu te amo, – a voz dela falhou – mas você me odeia. Nós somos inimigos. É uma paixão irracional.

Ele pôs as mãos na cintura dela, com um sorriso torto no rosto.

-Eu não te odeio.

-Você é o deus mais pegador do Olimpo, Poseidon. Eu nunca quis me apaixonar, mas sempre quis que se isso acontecesse, fosse para sempre. E você não quer isso.

-Para sempre é muito tempo, Atena – ele falou, destruindo qualquer esperança que tivesse crescido nela. Ela já sabia disso. Já sabia como ele era.

-Eu sei – ela respondeu, tentando sair de perto dele para voltar à sua tristeza. Mas não conseguia, ele estava muito perto, ela estava incapacitada de se mover. Ela não pôde deixar de notar que as mãos dele se encaixavam muito bem em sua cintura. E os braços dele não deviam ser tão acolhedores... não mesmo.

-Você não me deixou terminar a frase – ele sorriu – eu ia dizer que pra sempre é realmente muito tempo... mas eu não me importaria de passar ao seu lado.

Ela ficou confusa, mas sorriu. Ele... o que ele queria dizer?

Então ele chegou mais perto. O cabelo preto, desalinhado e agora molhado dele caía sobre a testa, deixando o deus ainda mais bonito. Os olhos dele brilhavam de um verde que Atena nunca tinham visto, até os olhos sorriam por ele. Ela podia sentir o hálito quente dele beijando-lhe o rosto, a respiração descompassada que vinha dele e dela. Então ele a abraçou com firmeza, eliminando qualquer espaço entre seus corpos. Atena arfou com o contato. Sabia o que iria acontecer, mas não acreditava. Tudo se tornou compreensível quando ele finalmente a beijou.

Então ela entendeu.

Entendeu por aquele beijo o que ele quis dizer.

Entendeu pelo carinho com que ele a beijava que ele também a amava, e que os dois nunca tinham amado tanto alguém.

Entendeu pelo encaixe perfeito de seus lábios que aquilo era real...

E principalmente... acreditou. Acreditou nas palavras dele, que aquilo seria para sempre.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :)