Os demais correram para ver o que havia acontecido. Adriana os chamou para ver o corpo do homem. Os policiais chamaram reforço quando viram o defunto no corredor.

Raimundo estava completamente desidratado, igual uma múmia. Parte do seu corpo fora coberto por teia; apenas a sua cabeça havia ficado para fora. A aranha que saiu da boca dele foi morta, mas não era a mesma que ele havia injetado o metabolizante. A putrefação era avançada, por isso ninguém teve a coragem de se aproximar do corpo.

Um dos biólogos achou o recipiente do metabolizante sobre a mesa que ficava no quarto da vítima. Adriana e Otávio chegaram à conclusão de que Raimundo havia roubado um produto experimental e que se usado de modo errado poderia trazer consequências graves. Talvez ele tenha usado em alguma cobaia; se o seu corpo apareceu ressecado, com teia em volta e uma aranha saindo de sua boca; isso quer dizer que a cobaia era uma aranha.

Os policiais se encarregaram de achar a garrafa de cachaça na qual a vítima bebeu antes de ser morta.

– Não acredito que ele morreu dessa forma - lamentou Adriana.

– Eu também não. Preciso descobrir o que ele mais possa ter furtado do centro. Vamos - disse Otávio.

...

Minutos depois...

A polícia forense inspecionou toda a casa. Um dos peritos chegou a Edson, que continuava no local do suposto crime.

– E então, qual é a prévia?

– Não sei te dizer "o que" atacou a vítima, mas sei "por onde" fugiu.

– Onde?

– Venha ver com seus próprios olhos.

Edson acompanhou o perito até os fundos da casa. Havia uma porta velha, deteriorada e cheia de buracos. Era um porão. Desceram até se depararem com um buraco no chão. O teto estava cheio de teia e no buraco uma passagem que ia até o esgoto da cidade.

– O que matou a nossa vítima, seguiu por aqui. Já deve estar na cidade.

Edson ficou ciente que aquele caminho dava para o centro de Juazeiro do Norte.