O Diário De Uma Semideusa escrita por Freya Tallhart


Capítulo 12
Missão Parte - 5


Notas iniciais do capítulo

Odiava aquela sensação bastante conhecida. É claro que eu estava bem familiarizado com ela, e ela fazia eu me sentir bem... Mas não desta vez. Tem pessoas que eu gosto envolvidas com ela, só esperando sua vez. Sei que não sou eu, porque eu sentiria se fosse comigo. A morte estava chegando, para pegar a próxima vítima, um dos meus amigos, ou até a garota que eu estava apaixonado.
A morte não é fria, nem cruel... É apenas justa.



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Narrado por Dylan

Duzentos e cinquenta reais... Onde eu tinha enfiado aquela droga de dinheiro mesmo? Acho já que tinha torrado uns vinte e cinco, pelo menos! Isso não importava agora, eu havia conseguido a carona e esperava ao lado do nosso transporte ao lado dos meus companheiros, esperando pelo término do almoço do motorista.

 O sol já brilhava forte agora, transmitindo uma onda de calor indesejável. Vi a careca do cara passando pela porta do bar e seu rosto se arreganhar em uma careta ao ver os "pestinhas" encostados em sua lata velha. Ele se arrastou até nós e rosnou como um jeito de dizer "Vão para trás!". 

Entrei na caçamba e ajudei Kim a fazer o mesmo, assim como todos os outros. Estava escuro lá dentro, obviamente, e cheirava a ferrugem e estofado com mofo. Só consegui ver o rosto de cada um quando o garoto pálido acendeu um lampião à gás.

-Estou com fome, Pietro.- A garota loira bonita sussurrou para o namorado grandalhão.

-Eu também.- Ele respondeu e depois se virou para o grupo.- Não acham uma boa hora para comer alguma coisa?

-Também estou morrendo de fome... - Kim disse.

-Abra a bolsa preta. -A garota pálida e bonita disse.- Gabe arrumou para mim, e com certeza tem comida.

Percebi que ela falava comigo, então vasculhei minha lateral e encontrei a bolsa preta. Abri-a e tirei de lá um pote conservado com frutas secas e um saco com copos. Tinha bastante fruta, mas o garoto grandalhão fez questão de "convocar" umas uvinhas maneiras, além de fazer surgir suco de morango nos copos.

Narrado por Pietro

Começou a esfriar. É claro que já haviam se passado horas desde que partimos. Lucy dormia com a cabeça recostada em meu colo e só eu encontrava-me acordado na caçamba.

-Não vai dormir? -Helen disse, de repente, e tive um sobressalto.

-Não estou com sono.- Eu disse.- E você?

-Só estou com a mente muito congestionada. Mas preciso tentar. -Ela se virou e tombou a cabeça de lado.- Boa noite.

-Idem. -Eu respondi.

Tentei ocupar meu cérebro com lembranças agradáveis, como no dia em que cheguei ao acampamento. Eu morava na Toscana com minha mãe, Ciara Martíni; dona de uma indústria e distribuidora de vinhos refinados. Nós sempre nos demos bem, mas meu pai achou mais seguro para mim se eu fosse para o acampamento nas férias de verão. Fui procurado por um sátiro que me levou a salvo até o acampamento. 

Era uma tarde nublada, mas mesmo assim em atividade no lugar. Descobri que meu pai era diretor do acampamento e fui levado para meu chalé. Uma semana depois da instalação, conheci uma garota perfeita, meiga e linda. Minha Lucy. Nós nos vimos na quadra onde os filhos de Apolo costumavam ficar. Claro que eu flertei com ela, mas a garota só correspondeu depois de mais ou menos um mês, quando nos beijamos pela primeira vez. Estamos juntos desde então e sem arrependimentos. Conheço Lucy como ninguém, e a amo mais do que a mim próprio. Conversei com ela, e vamos juntos para a Toscana quando as férias acabarem. Quero que ela conheça minha mãe... Quero ver as duas mulheres da minha vida se entenderem como amigas.

Na minha perna ela se revirou e eu acariciei uma mecha loira dela. Poderia passar a vida toda fazendo isso, só observando e admirando-a. Encostei a cabeça na lataria da caçamba e dormi quase que instantaneamente.

Narrado por Gabe - No Acampamento

-Você esqueceu de calçar um sapato, Ally. -Eu ri para ela.

Ela me olhou com aqueles olhos verdes e tristes e abriu um sorriso fraco. Era bom fazer piadas nessa hora, na situação em que ela se encontrava. A irmã havia saído para uma missão e elas nunca tinham se separado.

-Gabe, você acha que estou ficando maluca? -Ela arregalou os olhos. - Mas só tenho sete anos!

-O que há em ser um pouquinho biruta? Eu também sou, e me orgulho disso! -Eu sorri.

Ela abriu outro sorriso retribuidor e calçou o sapato que faltava. Depois beijou minha bochecha e correu para se encontrar com seus meio-irmãos.

Peguei a trilha para dar um passeio pela floresta, já que não tinha nada pra fazer. Fiquei vagando por uma área segura até avistar algo que me surpreendeu. Negativamente.

Sara Valley estava inconsciente e sangrando ao lado de uma rocha a uns quatro metros de mim. Fiquei estupefato, mas corri até ela e verifiquei seus batimentos cardíacos. Estava viva, graças aos deuses. Depois, notei que o sangue escorrido vinha de um ponto de sua cabeça. O que parecia é que ela havia batido a cabeça naquela rocha com muita força.

Levei-a para perto do lago, estava muito longe da enfermaria. Limpei seus ferimentos e amarrei minha camisa em sua cabeça como uma faixa. Apoiei-a em uma árvore, sentada, e dei-lhe um pouco de ambrósia que eu guardo no bolso para emergências. Pouco tempo depois, ela acordou meio grogue.

-O que está fazendo? -Ela perguntou com a voz embargada.

-Cuidando de você... O que aconteceu?

-Ahn... Eu estava... Não me julgue, ele me trocou!

Comecei a ficar assustado.

-O quê? -Eu perguntei. -Você tentou se matar?!

Ela cruzou os braços e me olhou com cara feia.

-Acha que vou ficar quieta enquanto Nico está com aquela imbecil?

Nesse momento entendi tudo, e fiquei com raiva. Nunca ficava com raiva, poderiam falar até de mim... Mas não dos meus irmãos.

-Olha aqui, Nico a escolheu, você não pode fazer nada. Ele gosta dela por um bom motivo, você nem a conhece! Ela é uma pessoa maravilhosa, e você é uma idiota por tentar se matar por ele... Não vale a pena!

-Quem é você?

-Gabe Evans... Por quê?

-Tem namorada, Gabe?

-Hm?- Garota estranha.

Sara nem esperou por uma resposta, nem fez outra pergunta. Ela me puxou para perto e me deu um beijo. Eu não soube o que fazer, nem reagi ao beijo. Só tirei a minha boca da dela com os olhos arregalados.

-Não faça isso de novo.

-Não sou boa o bastante? -Ela replicou.

-N-não... Não me beije, eu sou gay.- Assumi, antes de pensar.

Narrado por Nico

Odiava aquela sensação bastante conhecida. É claro que eu estava bem familiarizado com ela, e ela fazia eu me sentir bem... Mas não desta vez. Tem pessoas que eu gosto envolvidas com ela, só esperando sua vez. Sei que não sou eu, porque eu sentiria se fosse comigo. A morte estava chegando, para pegar a próxima vítima, um dos meus amigos, ou até a garota que eu estava apaixonado.

A morte não é fria, nem cruel... É apenas justa. 


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Notas finais do capítulo

Geente, esse cap. foi mais virado para os meninos... Mas o próximo vai ser mais variado! Espero que tenham gostado (deixem reviews kkkk)
Beeijos!



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