Diz não, Hermione. Diz não.

– Claro – e sorri. Idiota, você é uma completa idiota, Hermione.

– Então vamos? – fiz que sim e o segui até bem longe das propriedades do castelo. – Está quieta hoje

– Estou pensando nos preparativos para o baile.

– O que tem de tão importante nesse baile? – o encarei como se ele tivesse feito a maior ofensa do mundo.

– É uma noite mágica para nós, mulheres, você nunca compreenderia.

– Olá, feminista – e riu, eu o encarei, mas não resisti e acabei rindo. – Lembro até hoje do último baile que nós tivemos.

– Eu também – e sorri ao me lembrar de como ele estava lindo naquele dia, naquela época eu nem me importava com a existência dele. Estava mais preocupada com o Vitor, ou melhor, com o Rony. Mesmo usando aquelas vestes ridículas ele parecia lindo ao meu olhar, não sei como tudo isso acabou tão rápido. –

– Lembro que você estava linda naquele dia, nem mesmo eu consegui arrumar uma maneira de te ofender – e sorriu, eu sorri e continuei calada, fingindo que aquilo não importava. Mas meu coração acelerou quando imaginei que por um segundo eu tinha passado pela mente dele. – Corre, está começando a chover. Entramos da Dedosdemel e compramos muitos e muitos doces. Estava muito frio lá fora, a chuva tinha se transformado em neve, era inverno na Grã-Bretanha e o inverno aqui era bem rigoroso. – Vem, vamos tentar voltar – Saímos da Dedosdemel e eu comecei a congelar, meus dentes batiam um no outro e eu tremia. Ele passou seu braço por cima do meu ombro e me puxou para perto, senti seu coração tão acelerado quanto o meu. Levantei o rosto e o encarei, seus olhos azuis me hipnotizavam de uma forma anormal. Continuei o encarando até que ele começou a se aproximar de mim, já sabia o que viria em seguida e estava com medo, mas meu amor por ele era bem maior do que qualquer medo que eu sentia. Nossos lábios se tocaram pela segunda vez, mas dessa vez ele tinha consciência que eu também queria aquilo, esse era um beijo de verdade, um beijo longo, calmo. Paramos o beijo em selinhos e compartilhamos sorrisos sem-graça – Desculpa – eu não respondi, apenas lhe dei um longo selinho.

– Sabe que é impossível voltarmos para a escola com esse tempo, né?

– Vamos para o Caldeirão Furado, podemos passar a noite lá e voltamos amanhã – passar a noite, com ele, já estou até imaginando os horrores que eu com certeza vou ouvir do Rony.

– Pode ser – ele me puxou para perto, ainda com os braços em volta de mim, fomos andando assim até o caldeirão furado. Essa hora a neve já batia em nossas canelas e ficava cada vez mais frio. Entramos e fomos para o único quarto vago naquela noite.

– Se importa de dormir no mesmo quarto que eu? – e deu um risinho

– Claro que não – eu corei – Vou tomar um banho

[...]

Draco me obrigou a deixa-lo dormir no chão, ele era louco, estava frio, muito frio e ele queria continuar com esse cavalheirismo desnecessário em um clima como esse. Ele ainda estava no banho, a porta entre aberta me dava uma visão privilegiada do chuveiro, eu não me contive e olhei uma vez ou duas. Eu me levantei, tirei a capa do colégio, ficando apenas de calça jeans e uma camisa de manga comprida. Draco saiu do banho apenas de calça, deixando seu abdômen a amostra. Um feitiço lançado no quarto o impedia de sentir frio, mas eu sabia que o calor que eu estava sentindo não vinha de um feitiço qualquer. Ele foi se arrumando no chão

– Você não precisa dormir ai. Eu não ligo se você dormir aqui, comigo

– Acho melhor não, não quero nem imaginar as coisas que seu amigo irá me falar se souber que eu dormi na mesma cama que você.

– Eu não vou contar pra ele e além do mais, está frio e eu estou sem sono

– Você é muito chata, sabia?

– Sabia – e ri, ele pegou seu travesseiro e se deitou ao meu lado na cama, ficamos uns segundos calados, olhando o teto. – Queria te contar uma coisa

– Fala

– Aquele dia na biblioteca, a poção. Não fez efeito em mim, porque eu não preciso de uma poção de amor para ter vontade de beijar e de ficar perto de você. – ele ficou calado durante alguns segundos e me beijou

– Eu te amo – ele disse e me deu um beijo no nariz.

– Eu também – e o beijei de novo. – O que vai acontecer amanhã? Quando acordarmos e voltarmos para Hogwarts? Iremos esquecer isso tudo?

– Eu não vou esquecer, nunca. Eu não me importo se seus amigos falarem algo, não me importo se todos ficarem sabendo. Eu estou pronto se você estiver

– Eu estou – e voltei a beijá-lo. Ele foi me deitando na cama e continuamos nos beijando, suas mãos desceram até as minhas coxas e as apertou. Ele tirou minha camisa cuidadosamente e eu sabia aonde tudo isso iria dar

– Tem certeza? – ele sussurrou em meu ouvido

– Tenho – eu disse, agarrei os lençóis da cama e agora mais do que nunca eu tive certeza de que ele era o amor da minha vida. Agora, éramos um