Era sexta-feira, o que significava que o dia do baile havia chegado. Não iria ter aula de manhã para que todos pudessem dormir bem e descansar para a noite.

Eram nove horas da manhã quando Anna acordou. Queria dormir mais, mas havia perdido o sono pensando nas coisas que haviam acontecido noite passada. "Eu estou apaixonada?", pensou. "Não, não pode ser. É tudo coisa da minha imaginação. Aquilo foi só um beijo, e não vai acontecer de novo."

Algo dentro dela sabia que tudo iria mudar, mas ela não queria acreditar nisso. Levantou da cama, abriu a sacada e sentiu o vento bater em seus cabelos. O céu estava nublado de novo, e tudo indicava que iria chover. Colocou calça jeans e uma blusa de frio da Aerosmith. Sentou-se em sua poltrona para ler um pouco do O Milagre. Sem sucesso. Não conseguia prestar atenção em nada do que lia. Precisava fazer algo para ocupar seu tempo, então resolveu ligar para Jenny.

– Jenny! Te acordei?

– Não, Anna. Ia te ligar agora mesmo. Vamos sair para comprar os vestidos para o baile?

– Sim, vamos. Preciso sair de casa um pouco.

– Então passe aqui daqui meia hora. Beijos.

– Beijos.

*

As duas amigas estavam no shopping e mesmo depois de uma hora, não haviam conseguido achar um vestido que gostassem.

– Oh meu Deus, Anna. - Jenny estava apontando para um vitrine. - Olhe aquele vestido azul escuro de renda, meio comprido atrás e curto na frente! É a sua cara. É perfeito. Precisa comprar!

– Jenny! É lindo. Vai ser esse mesmo, não quero nem saber. - as duas entraram na loja e compraram o vestido. Jenny acabou se encantando por um vestido verde bem escuro, também de renda.

*

Já era noite. Anna e Jenny haviam arrumado juntas na casa de Anna. Estavam completamente bonitas e atraentes. Jenny se despediu de Anna e foi para sua casa espera John ir buscá-la.

De repente Adriene veio chamar Anna. Jared havia chegado.

Anna desceu as escadas e parou em frente a porta. Jared não tirava o olho da garota. Ele também estava lindo, usava terno e ficava completamente sexy dentro dele.

– Você está linda, Anna.

– Obrigada... você também.

Era a primeira vez que se viam depois do beijo da noite passada.

– Anna, eu e seu pai vamos à cidade vizinha hoje, e só voltaremos amanhã. Andrew foi dormir na casa de um colega, porque não quis ir ao baile e Bryan vai dormir na casa da namorada. Tem problema em dormir sozinha aqui hoje? - o jeito que sua mãe olhou para Jared parecia que o convidava para dormir com Anna. Ela era realmente muito louca.

– Não, mãe. Tudo bem. - Anna havia ficado sem graça. - Tchau, nos vemos amanhã.

Seguiram para o baile.

*

A decoração do baile estava realmente bonita. Havia rosas por todos os lados, luzes e tocava uma música suave. Anna reconheceu logo a música. Era Linger, da The Cranberries.

– Quer dançar comigo, senhorita? - Jared disse em um tom que fez Anna rir.

– Claro. - colocou sua mão sobre a dele.

Logo estavam junto a outros casais.

– Como sua acompanhante, acho que devo saber um pouco sobre você.

– O que quer saber?

– O que quiser contar.

– Bem... meu nome é Jared Torresol, tenho 17 anos, sou de Capricórnio, sei tocar violão e guitarra. - deu um sorriso para Anna, que foi interrompido por um olhar triste - Eu morava em Raleigh com meus pais e minha irmã mais nova. Tinha uma vida normal, mas um dia meu pai sofreu um acidente de carro e acabou morrendo, minha mãe não aguentou viver naquela casa, naquela cidade sem o meu pai e acabamos nos mudando para cá.

– Eu sinto muito. - Anna disse encostando seu rosto no ombro dele.

– Está tudo bem.

Permaneceram dançando por um tempo, até que resolveram sentar um pouco. Jared foi ao banheiro e Anna continuou sentada.

De repente, Leslie, a melhor amiga de Laila, que não gostava muito de Anna , aproximou-se dela.

– Ei, você se importaria de ir lá dentro pegar alguns copos comigo? Está faltando.

Anna acabou caindo na conversa dela e foi. Quando chegou lá, Leslie a trancou na sala onde pegariam os copos.

– Agora você vai passar a festa toda aí, sua idiota.

Anna começou a gritar até ficar rouca. Estava sem celular, e teria que esperar até alguém achá-la. Não aguentava quando essas garotas resolviam fazer isso com ela. Sem forças, sentou-se no chão e foi aí que as lágrimas começaram a descer. Sua maquiagem começou a borrar.

– SOCORRO! - ninguém parecia escutá-la.

A chuva começou a cair e junto dela, relâmpagos. Talvez isso a acalmou um pouco, mas percebeu que agora ninguém iria escutá-la gritar.