Capitulo 3: Mas ninguém podia ouvir, pois ninguém se importava.

Uma floresta bem densa, onde a luz mal passava o que dava um tom de luz esverdeado em seu interior, havia troncos de árvores caídos no chão, todos cobertos por musgos e o estranho silêncio que corria ferozmente, tudo que se ouvia era o som dos pássaros, que quebravam alguns segundos desse silêncio cortante. Bem no meio de tudo isso estava uma jovem, deitada em meio ao chão úmido e escuro, ela possuía cabelos longos e negros, cacheados, algumas mexas caiam sobre sua face e o seu cabelo estava jogado ao redor de sua cabeça, ela possuía uma pele pálida com um leve brilho. Estava usando um vestido vermelho longo e rodado com duas camadas de saia, uma fina e transparente, a outra era acetinada e brilhante, o vestido corpo do vestido modelava-se em um corpete de tons vermelhos e detalhes pretos, em seu pescoço havia um pequeno e delicado colar com um crucifixo prateado.

 Lentamente a mesma despertava-se, olhando atordoada para os lados, seus cílios espessos e escuros deixavam seus olhos ainda mais claros e chamativos, devido ao tom azul cristalino de ambos. Ela levantou-se, girou o corpo procurando algum vestígio de vida, ela começou a correr e gritar por algum sinal, mas não obteve nada, estava sem esperanças para encontrar alguém ali, era totalmente vazio... Ou era... Em meio à floresta surgiu um belo cavalo branco como a lua cheia, com crinas lisas, aloiradas e longas, que cintilavam a luz esverdeada da floresta.

Ele aproximou-se dela, a jovem levantou seu braço direito e ele tocou sua cabeça à mão dela, um sorriso deslumbrante apareceu nos lábios dela... Mas não demorou muito a algo lhe tira-lo. Um ruído alto foi ouvido de onde ambos estavam, ela girou seu corpo e observou duas sombras gigantescas sobrevoá-la, a mesma abaixou-se temendo descobrir o que era... Foi quando ela notou uma silhueta a sua frente, algo muito brilhante, ela jurava poder ver asas, seja que for estava lhe protegendo, pois uns metros deles estava uma enorme fera, um tigre que já aprontava um bote sobre eles, mas quando ele saltou um enorme lobo o abocanhou no ar, o lançando longe dela, logo outro lobo surgiu e começou uma feroz luta entre os lobos e o tigre. O jovem que estava à frente dela abaixou-se, no momento que ela ia vê-lo, ela desmaia...

P.O.V.s Rosemarie

Acordei com meu celular despertando, nesse momento ele tocava a música: Bring me to life, Evanescence, sentei-me a cama tocando minha testa, estava molhada de suor, então me levantei indo para o banho, após isso voltei para o quarto. Peguei uma blusa no estilo de Baseball da cor preta, uma jeans velha e meus all star botas de cano longo, preto com cadarços vermelhos. Peguei minha mochila e escovei mais ou menos meu cabelo depois desci na cozinha, e lá estava meu irmão fazendo café para mim, sentei-me na cadeira e ele me entregou uma caneca com leite morno e torradas com geléia de morango. Hum!

- Bom dia, vampirinha. – Blake sorriu sentando-se a meu lado para tomar café também.

- Bom dia, Lycan. Não precisava ter levantado tão cedo por mim. – Mordi um pedaço da torrada, olhando-o.

- E perder a oportunidade de fazer o lanche de minha vampirinha? Nunca, como um Lycan irmão mais velho, eu devo cuidar de você. – Ele levantou-se, colocando um lanche bem embrulhado em minha mochila, depois colocou uma garrafa térmica.

- O que tem na garrafa? – Perguntei curiosa.

- Fiz chocolate quente, sei que como o embrulhei, ele ficará quente até seu lanche.

- Oh, nossa! Vou ficar mal acostumada. – Sorri.

Logo já pude ouvir o ônibus chegar, peguei a mochila e a coloquei nas costas, depois segurei a caneca e virei o resto do leite de uma vez, já estava correndo para a porta quando ouvi meu irmão me chamar, virei-me a ele.

- Leve isso para dar-lhe sorte. – Ele tirou seu crucifixo de seu pescoço e colocou-o em mim. Surpreendi-me, meu irmão jamais tirava esse crucifixo de prata de seu pescoço.

-Mas irmão... – Ele me empurrou, levando-me até o ônibus, lá vi o zelador Cross, ele sorriu dando bom dia ao meu irmão entrei no ônibus acenando para ele, logo o ônibus saiu.

No ônibus já estavam todos, meu professor me convidou a sentar-me ao Aldo dele, eu aceitei, claro. O professor de Biologia, o senhor Alec era o único professor que ia com a minha cara.

A viagem foi tranqüila, ninguém me atormentou por causa do professor. Ao chegarmos podíamos ver o casarão toda de madeira a beira do lago, fiquei feliz de sair daquele ônibus, quando entramos já perto ao casarão vimos um rapaz, aparentava 20 anos, ele nos conduziu pela casa, explicando detalhes de tudo, seu nome era Ryuu, ele era descendente japonês, tinha até os olhos puxados e cabelos lisos negros. Porte alto e forte usava uma jaqueta azul, calça jeans e botas.

Logo chegamos à exposição ao ar livre, ele mostrou águias, ursos, raposas e assim vai... Mas logo chegou o que eu queria... Lobos. Ele explicou sobre a visão dos lobos, seu olfato, tudo, até mesmo depois de todos lá terem saído eu fiquei admirando os lobos. Mal sabia eu que um tigre maldito me espreitava, sim, Diego já chegou empurrando-me, procurei equilibrar-me de volta, ele olhou no meu pescoço e levou a mão no crucifixo, mas eu segurei seu pulso antes... Não ai! Ele não vai tocar no crucifixo!

(Atenção: Quando for ler daqui para baixo, sugiro que leia ouvindo A place for my head, Linkin Park. Será a música de fundo da descução, após o termino do capitulo procure a tradução e entenderá a escolha. Obrigada e boa leitura. By: Aqua.)

Diego se soltou e me olhou com mais dois de seus amigos a seus flancos, ele me encarou com ódio, eu retribui de mesma forma, então ele disse em voz pesada:

- Belo colarzinho. Dei-me ele ou vai nadar com os peixes! – Ele pronunciou esperando ver medo em meus olhos, mas apenas viu coragem e ódio.

- Pode fazer o que quiser... Mas não tocará em meu colar... Nunca! – Eu esbravejei de volta, não deixaria-o tocar nele.

- Pois irá me dar ou lhe tomarei! – Ele se aproximou de mim e voltou a levar a mão no crucifixo, mas dessa vez eu segurei seu pulso e o girei forçando-o a pender seu corpo para baixo. Os outros dois vieram e me seguraram, Diego levantou-se e me deu um soco forte no estomago, não demonstrei dor alguma, só o olhei e afirmei.

- Não ia me jogar para os peixes? Pois então! – Ele pegou no colar, mas dei um impulso e chutei seu estomago, quase sem ar ele ordenou que eles me jogassem na água, me debati enquanto eles me carregavam pelo píer, eles pararam enquanto Diego aproximou seu rosto do meu.

- Ultima chance! Dei-me o colar e implore por sua vida, assim eu lhe soltarei. – Ele sorriu sarcasticamente.

Nesse momento, mesmo não sendo o ideal, me veio uma música a cabeça: A place for my head, Linkin Park.

“Estou tão farto da tensão,

Farto da fome,

Farto de você agindo como se eu te devesse isso,

Encontre outro lugar para alimentar sua ganância,

Enquanto eu encontro um lugar para descansar.”

Nesse momento me veio à coragem que nunca usei, então lhe dei uma cabeçada no nariz, não foi o suficiente para quebrá-lo mais lhe tirou sangue.

- Joguem essa cretina! – Ele ordenou com a mão no nariz tentando estancar o sangramento.

E eles fizeram me lançaram na parte mais funda do lago, me debati, gritei por socorro, ninguém veio me ajudar. Estava desesperada, seria essa a reviravolta que a moça se referia?

- Socorro! Alguém... Eu não... Sei nadar! – Me debatia até não ter mais forças para lutar, eu simplesmente afundei.

O lago tinha três metros normalmente, mas devido a ter chovido muito ele estava com cinco metros de profundidade. Eu ia tentar gritar... Mas ninguém podia ouvir, pois ninguém se importava... Enquanto eu afundava uma figura apareceu a minha frente, ele era louro, tinha pele clara e brilhante, seus olhos eram azul céu, eu jurava ver asas nas costas dele. Ele tocou meu rosto e falou em voz suave:

- Não tenha medo! Apenas confie em mim e tenha fé. – Logo após isso ele sumiu como poeira ao vento e meu corpo tocou o fundo do lago e eu adormeci...

P.O.V.s Blake

Após minha irmã sair, eu fui para o quarto dela arrumá-lo. Algumas horas depois minhas tias foram passar o dia fora e só fiquei eu em casa, ainda estava arrumando o quarto de Rose, estava bem empoeirado. Abaixei-me para varrer debaixo da cama, foi quando vi uma caixa, puxei-a e abri... Estava cheia de CDs, legal vou ouvir música, coloquei-a no rádio com um volume baixo para não incomodar os vizinhos. Quando começou a tocar, o que eu ouvi não foi música.

- Demos duro para controlar aquela escola, mas ainda sim aquele zelador não cai! Como vamos torturar Rosemarie se ele a ajuda? – Disse minha tia Blanca, o que me fez assustar e me perguntar... “Tortura?”

Revisei cada CD e todos eram conversas de minhas tias, em todos eles falavam dos acidentes que minha irmã teve todos os machucados, quase atropelamentos e as vezes que os exames alegavam que minha irmã estava desnutrida... Era culpa delas! Nesse momento meu celular tocou:

- Alô!? – Perguntei ainda abalado, levando as mãos a meus cabelos e sentei-me.

- É o irmão de Rosemarie Dragmir? – Era uma voz estranha.

- Sim, sou eu... Quem fala?

-Sou Ryuu, cuido do museu natural que sua irmã e a turma dela viram para a excursão.

- Ah sim, prazer! Mas, aconteceu algo? – Preocupei-me.

- Bem... Sim, ela foi encontrada no fundo do lago, mas por muita sorte sobreviveu e está bem. Poderia vir e levá-la no hospital? A ambulância não vem até aqui.

- Claro, já vou ai! Ela está bem? Está consciente?

- Sim, ela está. Ela é bem durona!

- Já chego ai.

Peguei as chaves do carro e sai correndo ligando o carro e indo atrás de Rose... Ela precisa de mim!

P.O.V.s Rosemarie

Enquanto eu estava afundando, lembrei-me de uma música que me fazia chorar: Leave out all the rest, Linkin Park.

“Quando minha hora chegar,

Esqueça os erros que eu fiz,

Me ajude deixar pra trás algumas

Razões para ser esquecido.

E, não fique ressentida comigo.

E quando você se sentir vazia

Me mantenha em sua memória

Deixe fora todo o resto.

Esqueça todo o resto...”

Queria que meu irmão pensa-se nisso... Quando apaguei, me vi em uma sala branca e a moça misteriosa de dois anos atrás em minha frente. Ela sorriu, e me cumprimentou:

- Bom rever-te... Não se preocupe, Ryuu irá salva-la. Agora, devo lhe esclarecer algumas coisas, não tenho muito tempo.

- Está bem. Sentei-me no chão.

- Seus pais podem estar vivos, mas ninguém sabe onde.

- Meus... Pais...?

- Eles foram traídos. Deve ter cuidado com suas tias, elas não são suas reais tias, pois nenhum de seus pais teve irmãs mulheres. Elas são perigosas, estão por trás de tudo que sofreu.

- Eu sabia! Elas querem meu irmão! – Afirmei.

- Exato. O que sonhou hoje irá realizar hoje mesmo, então cuidado. Escute seu irmão e faça suas malas. Quando receber o livro, mantenha-o longe da visão de todos... – Quando ela ia continuar a falar, ouvi alguém chamar meu nome, e comecei a desaparecer.

- Use os pingentes para abrir o livro e leia a primeira e a ultima folha. Boa sorte!

Eu acordei vendo Ryuu, ele sorriu aliviado a me ver acordar, abraçou-me colocando um cobertor ao meu redor.

- Se sente mal? Claro NE Ryuu... Vou ligar para seu irmão, tente beber algo quente.

- Quero minha mochila... – Tossi um pouco e ele me deu-a. Peguei a garrafa térmica e Ryuu me serviu o chocolate quente.

- Quem fez?

- Meu irmão... – Engoli um pouco do chocolate.

- Ele te ama muito...

Após ele sair um lobo, não... O lobo! O mesmo que me ajudará duas vezes, ele estava com um livro na boca, e me entregou-o, logo que o toquei já guardei o livro rapidamente na mochila. Então acariciei sua cabeça.

- Se continuar me ajudando, vou achar que quer morar comigo... – O lobo lambeu minha mão. Ryuu logo chegou me fitando.

- Incrível! Faz tempo que tento ser amigo desse lobo e ele nem me deixa chegar perto.

- Ele ajudou-me muito...

O lobo logo saiu correndo para a floresta e meu irmão chegou de carro.  Blake correu até mim e abraçando forte, muito preocupado.

- Soube de tudo... Ah irmã, eu fui tão... Idiota!

- Calma, não morri...

- Mas devia... – Diego retrucou de longe.

- Foi ele, não foi?

- Ele... Tentou tocar seu colar...

- Blake mal esperou eu terminar e já cerrou os punhos e virou-se indo à direção de Diego, de uma só vez ele deu um soco no rosto do mesmo que o fez cair, mas Diego se levantou e foi para cima de Blake, mas Ryuu entrou na frente e afastou Blake, e os amigos de Diego o seguraram.

- Não tem direito de machucar minha irmã!

- Você não tem direito de me acusar! Cadê suas provas?

- Eu tenho direito sim! Seu projeto de estuprador! Não conseguiu na primeira e agora quer matá-la? Não merece os pais que tem!

- E você não pode me julgar nesse caso! Seus pais morreram de desgosto!

- Nunca mais fale deles! – Blake se soltou de Ryuu e seu um soco no queixo de Diego. Mas Diego revidou dando um no rosto de Blake precisou de três para segurar Blake e apenas um para segurar Diego, para ele não cair desmaiado.

Parecia que meu sonho tinha se tornado real... Espera! Foi o que a moça disse...

Após uma meia hora Blake me levou até o carro, Ryuu salvou o telefone dele para obter noticia, acho que eles serão bons amigos.

Já na estrada Blake me olhou e disse:

- Desculpe pela confusão...

- Adorei o soco, podia me ensinar.

- Pensa que não vi o machucado que fez nele?

- Opa...

-Preciso que faça algo hoje...

- O que? E... Por quê?

- Nos vamos fugir!

- Fugir?- Assustei-me.