Todas as nossas memórias escrita por MMs


Capítulo 2
Capítulo 2 - Auror Weasley


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra você.
Espero que gostem de todas as mudanças!



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Ele a olhava com um misto de emoções tão complexas, que Rose não pode entender o que se passava naqueles olhos azuis. Ambos se encararam por um momento, mas ao sentir o toque do homem em sua face, Rose se retraiu, recuando alguns passos.

— Rose. - Ele a chamou novamente, em um tom de confirmação.

O que dizer da situação em que a jovem se encontrava? 

Estava basicamente desarmada, com a exceção da arma trouxa que pegará antes de fugir, e se descobriu sozinha em uma sala com quatro homens desconhecidos - possivelmente, aurores muito bem treinados. Além disso, pensou ao Sofie acordando em seus braços, levava consigo uma garotinha que dependia de sua proteção.

— Acho que meu crachá me deixou em desvantagem, senhor. - A ruiva tentou forçar um sorriso, enquanto se afastava sutilmente do homem, deixando-o visivelmente abalado.

— Creio que sim, senhorita Weasley. - Dizia um senhor com cabelos desgrenhados, que se misturavam entre preto e grisalho. Seus olhos, verdes, se mostrando cautelosos por trás das lentes redondas do óculos que usava. - Pode me chamar de Harry, sou o chefe da seção de aurores. Presumo que você entrou na minha sala por algum motivo. Por favor, não se detenha com os demais presentes, são todos aurores de confiança.

— Eu não sei, exatamente, como começar. - Rose se enrolou com as palavras, seu coração parecia tentar correr do peito. Enquanto ajustava os pensamentos caóticos, colocou a pequena Sofie no chão, ao passo que a garotinha agarrou-se em sua perna, olhando todos com desconfiança. - Meu nome é Rosalie Weasley, fui a oficial responsável pelo esquadrão de aurores que coordenou o resga à filha do ministro da magia. - Ela indicou a pequena criança de cabelos cacheados que se escondia entre suas pernas. - Sofie Shacklebolt. Meu esquadrão recebeu a missão de invadir um covil e resgata-la, mas encontrei uma situação para a qual não estávamos preparados. 

A expressão dos homens era de total assombro, deixando a moça com um crescente sentimento de inquietação.

— Eu não sei o que aconteceu com eles, não lembro dos seus rostos ou de como nos perdemos em meios aos destroços do casarão abandonado, que era sede do covil. - Quando os quatro aurores a viram engolir com dificuldade, instintivamente, aumentaram a atenção sobre a ruiva. - Nesse ultimo ano, eu sofri constantes torturas e não sei se posso confiar nas minhas memórias, mas estou pronta para passar pela Penseira. Algo nelas talvez seja útil para...

— E como poderíamos confiar em você ou em lembranças que são, confessadamente, duvidosas? - O terceiro auror era muito bonito. Tinha um porte atlético e seus cabelos eram num tom de mel, cortados no estilo pompadour. Ainda assim, a ruiva só podia pensar que "que vê cara, não vê coração", pois tudo nele lhe instigava uma inconfundível sensação de repulsa.

— Cale a maldita boca, McLaggen. - O barítono na foz do ruivo na frente de Rose quase a assuntou. Entretanto, ela experimentou um sentimento de satisfação que não soube explicar, mas não pode se abster de responder ao loiro.

— Não sei se que podem confiar. Nem eu mesma tenho certeza ao diferenciar minhas memórias das sombras que vinharem daquele lugar. - A Weasley manteve um braço sobre a garotinha agarrada à sua perna, como se verificasse sua presença ali. - Mas tenho lembranças recorrentes de reuniões, armações, conspirações e ate mesmo das fofocas nos corredores das masmorras. Alguma coisa deve ser real. Todo esse tempo e informações circulando na minha cabeça, isso deve significar algo.

— Vamos recolher suas memórias em um procedimento de interrogatório. O agente Ron... - Harry se interrompeu ao ver o estado do amigo. O ruivo ainda estava paralisado, sem tirar os olhos da filha. Então, se decidiu pelo auror mais jovem. - O agente Raven McLaggen vai preparar uma sala. - Informou e, virando para o jovem, decidiu acrescentar num sussurro. - Assim que levar a Penseira, chame o Doutor Malfoy. Elas vão precisar de atendimento medico. - Com um aceno, o loiro se foi, mas não antes de lançar um demorado olhar à mulher em sua frente.

Em contra partida, Rose sentiu um calafrio a percorrer e não pode conter o impulso de tocar a arma que mantinha escondida no cós da calça, em suas costas. Naquele momento, estava tão focada na saída do McLaggen, que quase perdeu a conversa entre os aurores mais velhos.

— Recomponha-se. - Dizia Harry ao ruivo. - Quero que vá falar com os Shacklebolt.

— Não! - Essa foi a primeira vez que ela pode distinguir algum sentimento vindo do ruivo. A raiva. - Vou estar aqui, você não pode me impedir...

— Você não vai nos ajudar em nada por aqui, pelo contrario. - Ele segurou os ombros do amigo ao perceber que o mesmo pretendia interrompe-lo e começou a sussurrar. - Precisa confiar em mim agora. Vá falar com a Mione e vão contar aos Shacklebolt. Vocês são os únicos que sabem o que é passar por isso e eu suponho que você fosse preferir receber essa noticia pessoalmente, não por um patrono.

— Não sei o que dizer a eles, a qualquer um deles. - Os ombros caídos do Weasley demonstravam sua frustração. 

— Você nunca foi muito bom com as palavras, meu amigo, mas isso nunca o impediu de qualquer forma. - Assim, o ruivo se deu por vencido e saiu, acompanhando a filha com o olhar enquanto pode. Então, Harry começou a escoltar as jovens. - Vou leva-las até a sala de interrogatório. Podemos arrumar comida e roupas também. - Mas ao se aproximarem da porta, ele olhou para trás mais uma vez. - Você vem, meu filho?

Então, Rose lembrou-se do quarto auror e percebeu que eles, inegavelmente, eram pai e filho. Mesmo mais alto e atlético, o rapaz tinha os mesmos olhos verdes e cabelo rebelde do mais velho. 

Ele ainda se mantinha próximo a mesa do pai, de onde não saíra desde a entrada da moça, mas não parecia menos impressionado que os demais com a sua entrada. 

— Eu vou... - Ele precisou de um instante ao sentir sua voz falhar e olhou de forma significativa para o pai. - Preciso fazer uma coisa antes.

— Eu entendo, mas não esqueça do protocolo que devemos seguir em um interrogatório, Sev. - Rose sentiu como se perdesse algum detalhe naquela conversa, mas Albus sabia muito bem a que o pai se referia e concordou silenciosamente.

E assim que ficou sozinho na sala, se permitiu sentir o impacto daquela situação. 

Sentando na cadeira do pai, deixou cair todas as lagrimas que esteve segurando. Não apenas naqueles instantes, em frente a prima, mas durante todos os anos em que ela esteve desaparecida. Colocou toda a tristeza e desespero pra fora, até sentir apenas a alegria do reencontro.

Quando seu peito parou de queimar, ele enxugou as lagrimas e pegou a varinha. Pensou em sua primeira aula de voo, ao lado dos amigos e da prima em Hogwarts. Logo, um labrador prateado surgiu da sua varinha, como um espectro brincalhão. 

Então, antes de correr até a sala de interrogatório, ele sussurrou algumas poucas palavras ao o cachorro, o mas rápido que pode, e o mandou para Scorpius Malfoy. Foi impossível, para todos aqueles que quase foram atropelados pelo filho do meio dos Potter, não perceber o imenso sorriso em seu rosto.

 


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Notas finais do capítulo

Conta o que você achou das mudanças de capítulo!



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