As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 88
O que fazemos agora?


Notas iniciais do capítulo

Luke: páginas 178 a 180



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LUKE

Nunca tinha presenciado um ambiente tão estranho e assustador quanto aquele; isso era um feito muito difícil, sendo que eu passava meus sonhos no Tártaro. Parado do lado de fora do Empire State, observava a cidade de Nova York inteiramente silenciosa, escura, deserta. Não havia carros, ou motos, ou ônibus, ou caminhões, ou qualquer pedestre. Não havia nada além de poeira no chão.

Passei a andar por aquela paisagem, cortando esquinas e atravessando praças vazias. Haviam brinquedos enferrujados e lixo no chão. Era como se todos fugissem e a cidade ficasse ali, apenas com o lixo, lamentando a partida de todos.

Voltei a caminhar.

Os postes não tinham luz e eu não sabia dizer se era dia ou noite com o céu cinzento e opaco como a cidade. O ar era pesado e quente, mas não havia uma circulação, nem que o vento fosse abafado. Cada movimento meu parecia questionar a gravidade.

–Olá? – falei tão baixo que nem mesmo eu consegui escutar – Olá? – gritei, mas o som saiu ainda abafado. O ar parecia não permitir meu conforto.

Então corri.

Passei por paredes de cores opacas, muitas já tinham perdido as cores e os tijolos caiam pelo caminho; tropecei em alguns deles, mas não consegui parar... Até um movimento me chamar à atenção. Era apenas um vulto, uma sombra. Ela se movia a metros a minha frente, virando esquinas, cortando vielas. Eu via um lado de NY que nunca havia presenciado... A sombra entrou em um teatro (ou o que sobrou dele). Um corredor amplo empoeirado, com o interior pior do que eu conseguia supor ou descrever.

–Hei! Você! – gritei sem parar já que o vulto não parava – Espere! Diga-me o que aconteceu?

–Você venceu. – a voz refletia a realidade: opaca, despedaçada, desaparecendo... Mas eu conhecia o tom... Parei de correr, parei de andar, parei de entender. Ela virou para mim; o rosto manchado de suor e sujeira, os lábios rachados. Ela vestia uma camiseta do gato risonho da Alice no País das Maravilhas tão desbotada que faltava pouco para ser translúcida; os jeans e os tênis estavam no mesmo estado – Vocês venceram, Luke.

–O que...?

–O que eu faço agora? – seus olhos lacrimejavam e seu rosto se contorcia em uma expressão chorosa que eu nunca cheguei a ver – Me diz! O que eu faço agora?

–Eu... O que aconteceu...?

–Os Titãs venceram. Você venceu... Mas eles não se importam com a terra ou com qualquer forma de vida. – sua voz embargou – Não sobrou nada nem em vida nem em morte. – assim que a última frase foi dita tudo pareceu “tomar forma”: das paredes surgiam espíritos e mais espíritos, todos com a expressão de desespero na face translúcida. Vislumbrei Annabeth flutuar em agonia fugir de mim; Percy, Quíron e Grover atrás de pilastras. Mas ela estava estranha e maravilhosamente sólida.

–Mas...

–Você criou isso, então... Por favor! O que vai ser do “para sempre” agora?

–Eu... – não respondi. Fiquei em um silencio perturbador olhando para ela. Refiz meu caminho até ali mentalmente e revi o que não percebi em meu desespero: o cheiro de morte, a destruição parcial de grandes e pequenos edifícios.

Ela correu. E eu corri atrás dela. Precisava explicar que eu não... Não o que? O que eu tinha que explicar? Porque eu sentia culpa no peito... Sua voz ecoava por todo o lado, a pergunta repedida mil e uma vezes, cada qual mais intensa, mais envolvente... “O que eu faço agora?” As ruas tinham seus empecilhos, mas nós corríamos como se não houvesse mais nada que importasse.

–Thalia!

–Tudo o que nós tivemos não teve qualquer valor?

–Claro que teve!

–Então por que destruiu tudo? – ela gritou; os joelhos cedendo por meio segundo antes de ela recuperar o controle – Eu vivi minha vida pensando em nós dois, no nosso para sempre. – seu rosto agora ganhava novas manchas de choro – O que eu faço agora?

–Vamos ficar juntos – afirmei – vamos arrumar tudo.

Ela moldou um sorriso no canto do rosto, tão lindo que foi como se meu mundo desse meia volta e girasse para o outro lado. Corremos uma para o outro... Mas o céu ganhou uma tintura vermelha. Não um vermelho bonito e caloroso, ou mesmo um tom sangrento de Ares. Aquele era diferente, antigo e quase mortal. Naquele fundo, logo atrás a minha garota estavam nossos pais divinos. Não em tamanho humano ou no tamanho que usam no Olimpo (5 metros); apenas seus rostos gigantes pareciam ser visíveis. Atrás de mim senti uma presença forte e, a julgar pelo súbito medo nos olhos dela, havia titãs ali.

–NÃO! – gritamos quase ao mesmo tempo, com segundos de diferença: Zeus e Hermes puxavam Thalia para longe de mim (os pulsos divinos enrolados em camadas de correntes que os prendiam a suas prováveis torturas) e dedos gordos e grandes demais me puxavam para longe dela – LUKE! – consegui ouvir seu soluço mesmo quilômetros depois – O que eu faço agora? – o sussurrar penetrou tão fundo em meu peito que...

–Senhor, o dia nasce... – a voz de uma meio-sangue qualquer me tirou do sonho – Está bem?


Vestido como que para um combate eu andava pelo Monte Tam. A construção em mármore negro era terrivelmente bela. Abainha da espada fazia. Quando os semideuses me virão chegar se enfileiraram em posição de sentido, fazendo as espadas soarem nos escudos.

–Essstá na hora, meu senhor? – uma dracaenae sibilou.

–Logo. Continuem ao trabalho.

–Meu senhor – me voltei para a voz atrás de mim. Kelli sorria. O corpo envolto em um vestido azul tão provocativo quanto o vermelho. Ela estava bonita, mas para mim azul é uma cor destinada a ser de uma única garota – Você tem uma visita. – Ela deu um passo para o lado e a visão foi surpreendente a ponto de me deixar atônito.

Campe erguia-se acima de mim, serpentes silvando e diversas cabeças de animais. Sua própria presença já era incomoda o suficiente sem as espadas refletindo o veneno. O meu problema foi a primeira vez que a vi:

Ela não notou o perigo que corríamos quando passou pela porta. Eu não teria notado, ainda estava entorpecido pela série de beijos quentes. Puxei-a para dentro do amplo guarda-roupa prendendo-a a mim, não por desejo, mas por precaução. O monstro destruiu nosso esconderijo enquanto caíamos no chão soterrados de pedaços de madeira. As asas de morcego recolhidas por não haver espaço para uso... Nunca antes correr por um cômodo foi tão difícil...

–Você. – disse com a voz trêmula; talvez pensassem que fosse medo, embora não fosse – Eu ordenei que ficasse em Alcatraz.

–Dê-me a chance de me vingar!

–Você é uma carcereira. Sua função...

Eu vou matá-los. Ninguém escapa de mim.

Hesitei. Ainda conseguia ouvir meus gritos e os de Thalia enquanto escapávamos por milímetros da morte. Mas não podia demonstrar lembranças como essas na frente daquele exército.

–Muito bem – concedi – Você irá conosco. Pode carregar o fio de Ariadne. Essa é uma posição de grande honra.

O monstro sibilou para o céu, guardou as espadas e saiu pesadamente da minha visão.

–Devíamos ter deixado essa no Tártaro. – resmunguei revendo nitidamente na memória o momento em que me joguei sobre Thalia para protegê-la – É poderosa demais.

Kelli riu suavemente, o som envolvendo o ambiente e afastando as lembranças.

–Você não deveria temer o poder. Use-o! – a energia em sua voz era em parte contagiante em parte depressiva.

–Quanto mais cedo partirmos, melhor. Quero acabar logo com isso.

Com um biquinho debochado a empousa respondeu:

–Ahh! – ela passou um dedo pelo meu braço como que medindo minha força, testando-me, vendo se ainda havia algum traço de desejo meu por ela – Acha desagradável destruir seu velho acampamento?

–Eu não disse isso – senti a estranha necessidade de me impor.

–Você não está com dúvidas em relação a sua, hã, participação especial, está?

Senti tudo endurecer em mim; minha resposta firme e áspera.

–Conheço meu dever.

O demônio não se abalou; sorriu como se isso fosse tudo o que queria ouvir.

–Isso é bom. Acha que nossa força de ataque é suficiente? Ou será que preciso pedir ajuda de Mãe Hécate?

–Temos mais que o suficiente. O acordo está quase completo – embora soasse sombrio, eu me senti orgulhoso por ter realizado essas façanhas – Tudo o que preciso fazer agora é negociar a passagem segura pela arena.

–Hum... Isso vai ser interessante... – me desliguei de sua frase e de nossa conversa: ali estava ela reluzente e superior, iluminada por uma lua somente dela. O brilho de seus olhos estava quase ausente, opaco. A expressão congelada em mistério, não me permitindo compreender suas emoções. -... Caso você fracasse.

–Eu não vou fracassar – não com essa missão; sairei campeão desta guerra, era uma promessa que eu fazia a mim mesmo – E você, demônio, não tem mais do que cuidar?

Não prestei atenção à resposta. Saí caminhando para longe daquele tumulto indo em direção ao começo do labirinto onde não havia ninguém para me observar. Minha consciência vinha logo atrás de mim, a superioridade imposta em cada passo leve e inaudível. Parei encostado na rocha com ela a minha frente. Ela não disse nada, não manifestou qualquer emoção, só me olhava sem dar pistas do que pensava.

Não sei bem como explicar, mas fiquei preso ha seus olhos não como antes. Seu corpo simplesmente se misturou em névoa girando envolta do olho esquerdo, o azul diluindo de forma a me mostrar uma imagem, uma visão talvez.

Annabeth dormia em um sofá, Grover e Percy dormiam próximos dela, mas a visão focava a menina. Foi como se uma câmera desse zoom, e a imagem voltou a se diluir. Ela rabiscava esboços em uma folha colorida, sentada na escrivaninha, remexendo papéis ela não percebeu o movimento na janela aberta. – compreendi que estava vendo um sonho dela – Ela se virou quando ouviu o som da porta ser trancada por dentro.

–Luke? – o sussurro soou abalado; sua pele ficou pálida e a vi tatear em busca da faca – O que faz aqui há essa hora?

O sol nascia no horizonte, mas isso não importava. As cortinas brancas se remexeram com a brisa suave. Não fazia assim tanto tempo que Thalia recusara meu pedido...

–Sabia que estaria acordada.

Eu era apenas um observador, parado entre os dois. Mal percebi o momento em que Thalia apareceu ao meu lado observando e absorvendo cada detalhe sem pronunciar nada, sem soltar nenhum som por mais suave e baixo que fosse.

–Isso não responde minha pergunta – sua voz soou tão autoritária como se ela tivesse aprendido a soar como Thalia, aprendido a se impor como ela. Pude sentir sua raiva começar a se manifestar.

–Vim ver você. Fazer-te um pedido...

–Eu não vou me juntar a Cronos...

–Você costumava saber ouvir antes de tagarelar – meu eu do passado resmungou – Queria voltar aos velhos tempos.

–Como?

–Quando nós fugíamos pelo país sem comprometimento com nada, apenas sendo nós...

Sua expressão mudou. Vi esperança nos olhos cinzentos, mas também enxerguei o sentimento repulsivo conhecido como pena.

–Você mudou, Luke. Nós mudamos... – ela ajeitou os cabelos e olhou para a janela como procurando uma explicação no horizonte, além de mim – Não é certo fugir, tomar uma atitude tão infantil depois de tudo a que fomos testados...

–Você está dizendo não, não está? – meu eu reclamou com aspereza para disfarçar a vontade de chorar.

–Eu sinto muito... – ela murmurou enquanto eu abaixava a cabeça e seguia para a janela. “Annabeth, Annabeth! O café está pronto...” algum dos irmãos da menina gritava enquanto socava a porta trancada – Sinto mesmo...

–Eu sei. – e pulei.

Lembre-se!

THALIA

Não fazia nem meia hora desde que eu apunhalara minha última caça, e eu já me sentia pronta para outra. Estava me sentindo muito elétrica por nada aparente. Comuniquei a deusa e as meninas que me afastaria um pouco para me acalmar. Caminhava por caminhar sem nem me importar em absorver a paisagem ao meu redor. Em meio a um passo, apoiei a mão no tronco de uma árvore aparentemente comum, mas senti um formigar nos dedos... E o chão simplesmente se abriu sobre meus pés se fechando assim que caí em um corredor escuro e aparentemente infinito.

De certa forma eu sabia que estava em apuros. Eu não devia estar ali. Não devia estar lá embaixo. Aquele só podia ser o labirinto de Dédalo. Não fazia diferença ficar parada ou andar... E sendo franca, minha curiosidade gritava dentro de mim.

Levantei devagar e limpei o pó das minhas roupas. Olhando bem para mim mesma pude notar que era a primeira vez em que eu estava vestida inteira e completamente como uma caçadora: roupas brancas e prateadas. Eu me sentia confortável, mas parte de mim dizia que não era toda a verdade.

Caminha devagar observando as paredes comuns ao longo de todo o caminho. Virei para a esquerda e depois para direita sem nem me importar em olhar para outro caminho que não o que eu havia escolhido. Passado mais alguns corredores sem que eu sentisse a menor dúvida sobre por onde seguir, notei que eu seguia o ar, a corrente fria que me levou até um rio subterrâneo. Por algum motivo inexplicável, continuei a andar até ter a cintura imersa na correnteza forte e que tentava me desviar do meu caminho. Saí da água já andando sem qualquer dúvida. Avistei alguns pilares de cristal e senti, junto com o ar frio, um poder que emanava de um salão ao lado fazendo minha pele formigar com uma energia viva que fazia meu coração se acalmar de certa forma, aquietava meu corpo, minha consciência, me tranquilizava. Ficava mais forte à medida que eu avançava... E cheguei à caverna. O cheiro de florestas, flores e um por de sol suave de verão.

Suspirei extasiada.

As paredes eram vermelhas, verdes, azuis – cintilando em cristais. Na luz diferente cresciam espécies de plantas que eu nunca tinha visto mesmo com a minha experiência como caçadora. Trepadeiras cresciam envolvendo pilares de pedra e musgo macio e verdinho recobriam o chão. Havia uma cama em estilo romano que me chamou a atenção. Nela, um sátiro idoso estava deitado. Ele me observava com lindos olhos azuis, o tom próximo ao meu, mas sem a eletricidade. Os cabelos brancos encaracolados me lembravam nuvens fofinhas assim como a barba; os chifres eram grandes e de um marrom intenso e lustroso, curvos e belos. Não consegui deixar de pensar em Grover.

Parei onde estava incapaz de me aproximar daquele deus a muito perdido. Não era eu quem tinha que estar ali. Por deus! Como Grover ficaria se nunca o encontrasse...?

–Aproxime-se, minha criança – ele tinha um sorriso bondoso no rosto.

–Não mereço estar aqui. – murmurei incapaz de me impor; aquele lugar era um santuário no qual eu não me sentia aceita por mais que me dissessem que era frescura minha.

Pã apenas riu; um som tão gostoso e maravilhoso... Impossível descrever.

–Minha querida caçadora. – sua voz era doce e me embalava a acreditar; ele fez um pequeno gesto com a mão e a mesma brisa que eu seguira, me empurrava suavemente para próximo dele. Alguns animais inacreditáveis vinham me puxando suavemente até que eu me encontrasse sentada no chão ao lado da cama de Pã – Sua bondade e sua pureza são tão frágeis... Temi que vivendo naquele mundo tão cruel você mudasse sua natureza.

–Como? Eu... Eu não o compreendo.

–Sou tremendamente grato a você, minha jovem – ele sorria, mas como que com esforço, como se estivesse cansado demais até para isso – Você não perdeu a fé em Grover, aquele sátiro maravilhoso a quem eu espero...

Não consegui conter minha felicidade por ele. Meu sorriso já em minha face:

–Grover? Ele o encontrará? – levei as mãos ao peito enquanto idoso ria e afirmava com gesto; eu mesma soltei um risinho – Ele ficará tão contente, tão maravilhado...

–Devo-lhe muito. Grover teria perdido a fé e a autoconfiança se fosse por seus constantes elogios sinceros. Ao senhor Jackson também. – ele me olhou profundamente, o sorriso desaparecendo – Mas eu não a trouxe aqui somente para isso. Sua decisão a respeito do senhor Castellan...

Sobrei uma mecha de cabelo ficando revoltada de repente.

–Deuses! Existe algum ser imortal que não saiba do meu relacionamento complicado com Luke?

Pã gargalhava.

–Ora, meu bem – o sorriso havia voltado – É algo tão raro e especial que chama a atenção. – ele pronunciou com ternura. – Pode ser invasivo, mas deve ser apreciado.

Ficamos em silencio por um tempo; eu temia perguntar algo, temia saber sua opinião a respeito da minha decisão. Porque eu sabia que talvez a única opinião a quem eu realmente deveria considerar seria de Pã. Afinal, ele não estava envolvido diretamente comigo para ter um partido, por assim dizer.

–O senhor... – parei suspirando e continuei em tom baixo, quase lamentoso – O senhor acha que eu devo desistir dele?

Pã ergueu a mão e tocou uma flor linda e púrpura que lhe chegava à palma como que buscando um agrado.

–Como cortar pela raiz se já deu flor, Thalia Grace? – foi à primeira vez em que meu sobrenome não me afetou – Talvez este mundo não seja um lugar para vocês como não é mais para mim. Não desista, Thalia. Nada é impossível, meu bem. – ele levou a mão ao meu rosto; o toque era leve e morno, sua pele velha enrugada de uma forma tão reconfortante me fez relaxar – Como um presente por ser como é, por tratar com igualdade e até superioridade o meu adorado sátiro, eu vou guiar-lhe pelo labirinto. Vou guiá-la até onde seu destino quer que você esteja. Vá, vá agora.

Ele sorria e eu sorria de volta enquanto me erguia. Corri pela saída sentindo a brisa fria me guiando mais uma vez; o sorriso inabalável no rosto, mesmo quando voltei a entrar naquele rio agitado. Virei diversas vezes, passei por lindos e antigos mosaicos, encontrei restos mortais de algum ser, mas não me dei o trabalho de identificá-lo. Ouvi uma algazarra sem limites antes de encontrar a entrada para o que me parecia ser a arena. De algum modo senti o camafeu aquecer em meu peito e a brisa se intensificar me envolvendo como uma proteção. Parei de frente a enormes portões guardados por um gigante entre outros monstros. Eles sacaram suas armas e outros rosnaram para mim; continuei meu caminho até estar próxima o suficiente deles.

–O que faz aqui, Caçadora?

Uma risada de escárnio ecoou pelo túnel.

–Ela é a Tenente. Vê a tiara brilhante? – sibilou uma serpente.

–O que há lá? – apontei para o outro lado dos portões maciços; dois deles riram.

–Nós fazemos as perguntas aqui, querida... – um semideus tentou encostar-se a mim, mas o ar vibrou em eletricidade.

–Quem está lá? – voltei a perguntar sendo guiada pela brisa de Pã, sendo influenciada por aquele aroma ainda maravilhoso.

–Por que está aqui? Não há piedade para ninguém na arena...

–Quero falar com Luke.

O silêncio foi tenso. Eu sabia que alguns monstros tinham uma ligeira noção de um histórico violento entre mim e o líder deles. Eu só esperava que eles não me matassem ainda...

–O que disse? – o sussurro veio de alguém mais ao fundo.

–Quero falar com Luke Castellan. Levem-me até ele.

–Ou...?

Foi como se o individuo irritasse a Pã: a brisa transformou se em um vento forte e cortante. Coloquei minha marca nela, carregando-a em eletricidade. Fiz questão que o meio-sangue caísse eletrocutado no chão, o ar assumindo o cheiro de carne frita e o terror nos olhos a minha frente.


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Notas finais do capítulo

Então galera, eu deveria ter postado na terça ou na quarta, mas ocorreu de eu ter aula em período integral (por isso também a demora em responder alguns coments). O próximo cap já iria demorar por que, rsrsrs, eu o planeja faz tempo e quero que ela saia como imaginei. Além disso, na próxima semana vou ter aula de manhã e provas a tarde, no sábado e no domingo terei ainda simulado de Enem e segunda tudo normalmente...
Então por mais que eu queira postar, não vou conseguir e nem poder.
Essa semana será bem desgastante, espero conseguir voltar logo.
Bjss =)