As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 42
Ultimos momentos como familia


Notas iniciais do capítulo

Oieeee! Demorei, mas ja explico: esses dias eu assisti PJ e o Mar de Monstro e francamente... Eu ja sabia que o filme não seria lá essas coisas, mas tinha grandes esperanças. Fiquei muitissimo incomodada com as cenas do passados de Luke, Grover, Annie e Thalia (diva), e estava determinada a fazer um cap maior e com as verdadeiras emoções que os personagens viveram. Fui fiel ao LIVRO e as palavras que o livro continha.
Pensando nisso, fiz o meu melhor para me expressar em palavras e cheguei até este cap.
Eu espero que gostem e que comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/320849/chapter/42

ANNABETH



Um jogo... Um labirinto... Quatro indivíduos separados... As palavras martelavam a minha cabeça dolorida. Eu sentia o medo crescendo a cada passo inseguro que dava. Lágrimas insistiam em se formarem, mas não as deixava cair; não podia deixar. Minha vida parecia voltar aos momentos mais marcantes, bons ou ruins, as falas que me marcaram de forma dolorosas e carinhosas:

...Meu quarto... Meus livros, brinquedos... Estava tudo lá! Ele gritava comigo; aquele que deveria ser o meu herói...

–Por favor, acredite em mim... Pelo menos dessa vez! – eu gritava já estava à beira do desespero, mas ele não queria ouvir.

Ele nunca ouvia... Não me queria... Não se importava. A primeira lágrima escapou e os corredores ficaram ainda mais embaçados.

...A escada estava nas minhas costas e alguns brinquedos na minha frente. Virei os olhos e pude vê-los brincando e me senti sozinha... Até ela chegar.

– Fique longe dos meus filhos, aberração! – ela rosnou para mim e seguiu na direção dos próprios filhos.

Senti meu corpo tremer de raiva. Ela era o monstro disfarçado de gente; me torturava por algo que eu não sabia, algo que eu ainda não compreendia. A segunda lágrima caiu seguindo o mesmo caminho que a primeira.

...Meus livros, cadernos, brinquedos, moveis. Tudo estava no chão, quebrado ou amassado, riscado ou mordido. Fiz questão de destruir tudo o que me foi dado de maneira seca e desprovido de qualquer carinho ou afeto. Abri a janela e pude ver a arvore a muito morta e com galhos secos na minha janela; agarrei-me nos galhos e desci até o chão. Eram 22h00min e não havia ninguém em casa; saíram para jantar em “família”... Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

– Nem vão sentir minha falta! – peguei uma pedra no chão e a lancei de encontro ao vidro da janela que se estilhaçou em vários pedaços...

Minha raiva aumentou, mas não era comparada a tristeza e solidão que eu sentia. Um vazio grande tomava meu peito e respirar era difícil, pensar era algo quase fora de alcance! Outras duas lágrimas escaparam em direções diferentes.

...Uma rua escura; alguém agarrou meus pulsos...

– Chega de monstros! Vão embora!

–Nós não vamos machucar você. – Thalia falou com uma voz doce. Sua voz ecoava dentro do local sombrio e parecia aquecê-lo apenas com sua ternura.

A voz dela preencheu uma pequena parte de todo o vazio. Um soluço me escapou e mais uma lágrima veio junto.

– Minha família me odeia. Eles não me querem... Eu fugi!

Sozinha. Eu estava sozinha. Como sempre estive... Mas por que agora era tão desconfortante? A sensação do vazio e do abandono era conhecida, mas eu nunca cheguei a sentir todo esse desespero de uma única vez.

–Você é bastante corajosa. É preciso um guerreiro muito inteligente para usar uma faca. – a voz de Luke era um eco feliz que me abraçava o corpo.

– Eu tenho a impressão de que você é muito inteligente. – Thalia disse sorrindo

Ser elogiada... Eu quase não conhecia essa sensação. O vazio preenchido pela voz de Luke e Thalia era consideravelmente pequeno... Eu ainda me sentia só. Outro soluço e mais lágrimas.

– Eu prometo que não vou deixar nada machucar vocês. Eu não vou desapontá-las como nossas famílias fizeram. Combinado? – Família...

Mas eu estava sozinha! Será que eles também não me que... Não! Novas lágrimas brotaram em meus olhos e essas também não foram impedidas.

... Acordei em um pequeno chalé. Ao meu lado uma delicada rosa branca descansava no travesseiro. Peguei-a com carinho e com cuidado, mas não havia nenhum espinho. Toquei suas pétalas analisando a maciez em meus dedos. Tudo parecia com um lindo sonho!

O choro silencioso era interrompido por soluços agora já freqüentes... Tudo parecia tão distante e tão perto! O que eu mais queria e precisava estava fora de alcance... A dor, o medo e a raiva se faziam próximas e muito presentes.

–Eu não devia chorar. Devia ser forte como você! – não afastei meu corpo do de Thalia, mantendo o abraço.

– Não, Annie. Você é forte. Mas até os fortes choram de vez em quando.

– Mas é feio chorar! –disse com a voz falha.

–Não é feio chorar! – respondeu agora olhando nos meus olhos.

– Por que não é? –perguntei confusa.

Ela sorriu.

– Porque só os mais fortes são capazes de chorar, Annie. – eu deixei escapar uma ultima lagrima e também sorri – Ninguém é feito de ferro!

Tropecei nos meus pés e cai sobre meus joelhos chorando ainda mais. Senti vontade de gritar; gritar com Thalia e dizer que chorar não deixava ninguém forte. Gritar com Luke; gritar e dizer que eu estava sozinha, que estava com medo e ele não estava ali. Gritar com Grover; onde estava a proteção e segurança que vinha com os sátiros? Queria gritar com tudo e com todos, mas minha voz estava presa na garganta junto com um enorme nó.

–Nem parece minha filha. Thalia estava certa, criança. Ter medo e chorar é normal e só os mais fortes podem admitir tais coisas. Ser forte é admitir suas fraquezas em vez de ignorá-las e enfrentá-las de forma valente – a voz era tão doce e melodiosa aos meus ouvidos que me acalmei; fechei os olhos, mas já havia parado de chorar... – Melhor agora. Já que esta mais calma pense como uma verdadeira filha de Atena. Como você pode chegar a algum lugar em um labirinto? - respirei fundo e pensei nas palavras da deusa... Eu já conhecia a resposta para achar a saída! – Muito bem! Ache seus amigos agora... Eles precisam de você do mesmo modo que você precisa deles.

A voz da deusa sumiu e me perguntei o que poderia significar sua ultima frase. Enxuguei o rosto e respirei fundo mais alguma centenas de vezes até me acalmar. Senti-me mais forte e completa com a voz da mulher que deveria ser a minha mãe... Mas a sensação de abandono ainda estava ali. Me sentia sensível; era inegável dizer que eu estava sensibilizada com as lembranças do meu “pai” e madrasta.

Coloquei-me de pé e coloquei uma mão na parede a minha direita e comecei a andar mantendo a mão na parede fria. A primeira divisão entre corredores... Segui mantendo a mão na parede à direita. Meus passos agora eram lentos, cuidadosos e muito mais confiantes. Outra bifurcação no caminho e segui indo para a direita, um corredor sem saída e muito frio, dei a volta ainda mantendo a mão na parede e ignorando portas trancadas e fechadas. Segui pelo caminho antes ignorado e embora ele fosse apenas em frente parecia que seguia debaixo da terra e a escuridão se fez presente.

O medo martelava minha garganta em forma de nó e minha respiração se tornou mais pesada. Eu sou forte! Vou atravessar essa escuridão. Não por não ter medo, mas por ser forte a ponto de enfrentá-lo. Fechei meus olhos e fui virando por corredores, atravessei portas e passei da escuridão. Suspirei aliviada e me senti grata a Atena por me lembrar de manter a calma e a cabeça no lugar.

... Foi o cheiro. Não tenho duvida de que foi o cheiro de madeira queimando e o calor das chamas que me atraiu até lá. Tirei a mão da parede fria e segui o calor das chamas, o cheiro da fumaça e o crepitar da madeira queimando. Senti-me encantada por poder sentir a sensação da temperatura alta ao meu redor.

... Mas eu os vi; mal havia passado pela porta arrombada e os vi. Pendurados de cabeça para baixo meus amigo se encontravam com as bocas tampadas e cordas prendendo diferentes partes dos corpos. A fogueira estava entre mim e eles... E na frente dela estava a figura alta e rechonchuda. O estranho me causou calafrios enquanto o observei alimentar o fogo... Levantei os olhos e vi meus amigos: a raiva presente nos olhos de Luke era quase infinita, Grover mantinha o brilho do medo nos olhos e Thalia me mostrava apenas preocupação comigo, me olhava como se pedisse que eu saísse e vivesse uma vida boa e tranquila... Deixando-os ali.

Puxei a faca... O estranho se virou para mim e vi que tipo de monstro me esperava. Seu olho transmitia a felicidade de obter mais uma presa fácil. O Ciclope me olhava de uma forma que me fez tremer as pernas e me esgueirar no que havia sobrado da porta. A maldade era quase palpável e me senti empalidecer quando ele falou comigo:

–Agora, Annabeth, não se preocupe. Eu amo você. Você pode ficar aqui comigo. Você pode ficar para sempre – a voz... A voz era a do meu pai! Senti-me mole e encostei o corpo na parede. Ele sorriu ainda mais e se aproximou...

–Use seus sentimentos como uma defesa. Não deixe a lembrança torturá-la! - a voz soou calma e me tranqüilizou de certo modo. Atena estava cuidando de mim e ele estava distante. O som da voz mexeu comigo, mas eu não admitiria que meus sentimentos fossem postos a frente da segurança da minha verdadeira família... Era uma mentira! Aquelas palavras eram tão falsas quanto à pessoa dona da voz. Mamãe estava certa. Eu usaria o sentimento em minha defesa... Mas não era a tristeza. Era a raiva.

O Ciclope deu outro passo em minha direção... Abaixei-me e cravei a espada no seu pé. O monstro se curvou e a adrenalina me preencheu por completo. Afastei-me e tomei impulso para só então pular nas costas do monstro e logo em seguida pular até o teto e cortar, ainda no salto, as cordas que prendiam Thalia. Cai no chão e senti meus pés reclamarem com o impacto. Não nego meu medo e confesso que fiquei ali encolhida no chão enquanto Thalia assumia o comando de tudo.

Assim que ela caiu no chão, quase flutuando, suas mãos e olhos faiscavam com eletricidade. O ciclope sentiu medo por um simples e insignificante segundo, mas se apressou a pegar uma estaca de madeira em chamas e avançou contra Thalia. A menina pulou para trás e despistou o primeiro golpe. Ela estava sem armas, mas sua coragem era visível. “Ela esta usando a raiva como arma, o medo como escudo e a sua coragem como armadura” pensei maravilhada com aquilo. Todo o mundo precisa de uma inspiração e Thalia é a minha!

Ela ativou aquele escudo horrível e começou a se defender com mais força. Protegida, ela tentava avançar até o canto na parede em que se localizavam as armas de Luke, Grover e dela própria. Ela conseguiu um bom progresso, mas sozinha talvez não conseguisse.

Levantei tremendo e com medo, peguei a faca do chão e a joguei no ar na direção dos meus outros amigos. As cordas cederam e o barulho dos corpos caindo foi misturado ao som da faca contra o chão. Nesse instante Thalia chegou até as armas e agarrou sua lança. Raios foram disparados contra o ciclope que recuava assustado e surpreso. A menina ganhou tempo e pegou a espada de Luke e um pequeno punhal que pertencia a Grover e os lançou no ar. Os meninos pegaram as armas ainda no ar e os três voltaram suas atenções para o monstro.

–Annie... – a voz de Thalia se fez ouvir através da tensão e dos sons de luta que carregavam o ar – Nós não vamos conseguir sem você!

Eu ainda estava em pé, mas não sentia meu corpo; sentia apenas o medo e a tristeza por não ter meu pai ao meu lado e dizer que aquilo era apenas um sonho ruim, ou por não ter minha mãe para me embalar em seus braços e me acalmar com suas palavras sábias e confiantes...

Grover evitou um golpe e Luke recebeu um empurrão no lugar de Thalia. Os três se entreolharam e chegaram a um acordo silencioso. Grover foi pela esquerda, Luke pela direita e Thalia se aproximou cara a cara com o monstro. Ao mesmo tempo Luke fez um corte profundo na coxa do ciclope, Grover cravou o punhal no ombro esquerdo e Thalia carregou sua lança com toda a eletricidade que conseguiu e transpassou o peito da criatura com a lança faiscando de raios... A faca voou pelo cômodo e se alojou no crânio do ciclope. A minha faca.

O urro de dor e raiva do ciclope foi ensurdecedor e agonizante. Enquanto se desfazia em pó ele dava passos angustiados para trás e suas ultimas cinzas se destinaram a cair na fogueira ainda viva.

Meu corpo tremia tanto que achei que estava com alguma doença ou algo do tipo. Meu corpo fraquejou, mas não encontrou o chão. Thalia estava lá me erguendo nos seus braços feridos e cansados. Ela me envolveu com seus braços em um abraço forte e tranqüilizador. Minhas lagrimas escaparam em seus ombros e se perderam nos seus cabelos. Logo senti outro corpo prensado contra as minhas costas e uma mão me alisando os cabelos. Atena e Frederik sumiram da minha mente. Eu tinha uma realidade até melhor. Thalia e Luke eram tudo o que eu mais queria e precisava. Em outro instante senti Grover ao meu lado envolvendo a nós três com seus braços e assim ficamos.

Aqueles foram os últimos melhores momentos como uma família. Eu não sabia o que aconteceria a seguir, mas se soubesse preferiria ter enfrentado outro ciclope de novo. Queria passar pela dor de ouvir meu “pai” de novo e sentir a raiva de nunca ter tido um pai de verdade. Nunca consegui aceitar o que veio horas depois desse abraço.

Atena me ensinou a usar meus sentimentos a meu favor e não ser sempre tão indefesa. Sempre que eu precisasse usar a raiva, Thalia viria a minha mente. E uma nova certeza me atingiria com força.

As parcas são cruéis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente eu não sei se é o caso de vocês, mas mesmo assim: algumas pessoas chegam a pensar que foi a Annie que matou sozinho o ciclope, mas NÃO é verdade. NO livro o tio rick deixou claro que Annie surpreendeu o monstro, mas foi a Thalia que assumiu a luta.
Bom, esclarecido, coments? recomendações? tenho, masi de
20 leitores e só dois comentarios em cada cap é desanimados sabiam... D: