The Gypsy Princess escrita por Kagome Juh


Capítulo 1
Capítulo 1 - O encontro


Notas iniciais do capítulo

Essa ideia de escrever um humor com romance e aventura veio na minha cabeça e enquanto não escrevi a esse cap, não consegui pensar em outra coisa. Então, escrevi esse primeiro capítulo e estou postando, porque se alguém se interessar (mandar review e tudo) eu pretendo continuar a escrevê-la.
Lhes apresento o primeiro capítulo de The Gypsy Princess :D



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Lista dos TOP 5 problemas da Princesa Heartfilia, ou seja, eu:

5 – Plue, meu cachorro do deserto (que, ao contrário do senso comum, é um bichinho muito amável e tranquilo), sumiu já tem um mês! Ok, eu sei que isso parece pouco, mas para mim que só tive uma amiga humana em meus curtos dezessete anos de vida (ela sendo uma criada do castelo, só pra você ter alguma perspectiva), ter meu adorado cachorrinho sumido é um verdadeiro desastre!

De verdade, foi um acontecimento tão ruim quanto a vez em que o nosso Reino e o Reino Dragneel quase entraram em guerra.

Sem exageros, nuh-uh.

4 – Como Princesa do Reino Heartfilia, eu tenho inúmeras responsabilidades e nenhuma vida social. Pois é, NE-CAS. Os vários bailes que meu pai, o Rei Jude II, já organizou? Nada mais do que entretenimento para a Corte, não para mim. Ah, e deixe eu te dizer uma coisa: a Corte é uma droga, um monte de nobres sanguessugas que adoram inventar boatos e fofocá-los como se fossem a última novidade da antiga Revista Sorcerer.

Sério, as vezes eu me sinto em um programa de TV daqueles que perseguem as celebridades somente para falarem delas depois.

Se pelo menos eu não fosse um dos principais alvos, eu até gostaria de participar dessa rede de informações.

É terrível.

3 – Sou filha única. Com a aparência extremamente similar a da Rainha Layla, minha mãe, morta há doze anos por um ataque geral dos Dragões ainda não domados pelo Reino Dragneel.

Eu sou tipo uma cópia carbonizada da mamãe, a única mulher que meu pai amou mais do que a própria vida e que perdeu de maneira brutal e repentina.

Então, obviamente, eu sou ignorada e psicologicamente negligenciada por meu querido e meigo pai, que não agüenta olhar para mim e que odeia a idéia de deixar a coroa em minhas mãos. Aparentemente, ele não acredita que sou forte o suficiente para suportar as responsabilidades de rainha depois de saber que eu quase me joguei da torre norte quando Plue desapareceu.

Eu realmente não vejo a conexão entre as duas coisas, mas quem entende meu pai?

Ninguém, pois é.

2 – Esse problema está diretamente relacionado com o anterior, já que, sendo filha única e total material de venda para matrimônio, meu pai resolveu que eu me casaria com o segundo herdeiro do Reino Sabertooth para laços diplomáticos e para lucros financeiros também. De acordo com ele, ‘Ter um Sabertooth para cuidar de nosso Reino servirá para salvá-lo de suas mãos incompetentes’.

Sim, meu pai é tããããão amoroso! Eu quase choro de alegria todas as vezes que ele recita seu amor paternal por mim aos Domingos!

Not.

1 – O maior problema de todos, que supera até mesmo o suposto casamento forçado (com um espécime de homem que nem mesmo parece com o que eu sonhei! Não que eu conheça muitos tipos masculinos, já que eu praticamente nunca tinha saído do castelo, mas até mesmo eu desejava um carinha completamente diferente do arrogante e orgulhoso Sting Eucliffe!), é justamente o fato de que eu fugi da Cidade Central para não me casar.

O problema nisso?

Nosso Reino é rodeado pelo Deserto dos Desesperados.

Sim, o nome é sugestivo e olha só, É CONSISTENTE!

EU TAMBÉM ESTOU DESESPERADA!

Assim, é nessa situação que eu me encontro: no meio das dunas de areia, vestindo uma manta grossa que cobre da minha cabeça aos meus pés (e minha roupa típica do nosso reino, algo muito semelhante com uma roupa daquelas ciganas que eu já vi em dias de Perdão no castelo – dias em que os súditos, o povo Heartfilia, se ajoelhava para meu pai e implorava pelo perdão de suas dívidas. Não preciso nem dizer que não concordo exatamente com esse tipo de situação, mas enfim), com uma bolsa na cintura com os poucos alimentos que a Sra. Stupetto separou para mim quando chegou a minha hora de fugir, algumas chaves – que eu não tenho a mínima noção de para quais portas são - e um cantil de água quase vazio.

E, é claro, meu camelo. Fêmea. Que me adora.

Notam a ironia nisso? Porque sinceramente, esse bicho sente tudo por mim menos carinho!

“... e me casar? Eu só tenho dezessete anos, por Alá!” Eu devo dizer que, devido a minha criação solitária e negligenciada após a morte da minha mãe, eu fiquei ligeiramente carente e normalmente preciso conversar constantemente para me sentir o foco das atenções.

Mesmo que seja o foco de um camelo.

“Você entende, não é Herga? Você também não gostaria de ser forçada a casar com um camelo arrogante e que não dividiria a água de um oásis com você nem se fosse para salvar sua vida, certo?” Eu perguntei, não realmente esperando uma resposta. “Você ia preferir se casar com um camelo legal, divertido, leal e protetor, que ia te proteger das tempestades de areia e dos escorpiões gigantes do deserto, certo? Ah e claro, um camelo que você amasse!” Eu continuei, nem vendo como ela me ignorava com louvor enquanto provavelmente pensava em toda a comida que ela comeria assim que me levasse pra onde eu estava indo. “Pois é, Herga, eu também quero isso para mim. Não a parte do camelo, porque isso seria meio nojento, mas...” Eu finalmente parei para pensar no que eu estava dizendo e para quem eu estava dizendo.

Suspirei profundamente e olhei ao meu redor, balançando para frente e para trás com os passos quase que dançantes de Herga.

Nesses momentos eu noto como minha vida é simplória. Nas costas de um camelo, no meio do nada, orando com todas as minhas forças que os bichos selvagens do deserto não nos percebam aqui, vulneráveis e rechonchudos o suficiente para servirmos como uma adorável refeição, e sozinha.

Sozinha.

No meio da areia desconhecida.

Sem nem ter realmente certeza de que estou indo para o sul, onde está a cidade para onde a Sra. Stupetto me mandou ir primeiro...

AI MEU ALÁ!

“Não entre em pânico, não entre em pânico, não entre em pânico, entre em pânico, entre em pânico, entre em pânico, entre em pâ- o que? NÃO, NÃO ENTRE EM PÂNICO! KYYAAA!” Eu comecei a gritar comigo mesma, batendo uma das minhas mãos contra a minha testa cheia de suor. Eu não posso me desesperar! As histórias que circulam por todo o Reino sobre aqueles que se renderam ao desespero nessas areias totalmente afirmam que essas pessoas nunca mais apareceram novamente.

Nunca. Mais.

“UAAAH!” É, eu comecei a chorar. “Eu sou muito nova para morrer! E muito bonita! E solitária! Eu nem sei o que é o amor! I wanna know what loooove iiiiiis!” É, eu fui privada romanticamente por toda a minha curta vidinha, mas esses sonhos ainda correm em minhas veias.

Como se já não bastasse minha normal falta de sanidade, agora estou completamente maluca.

Em uma situação que demanda calma. E tranqüilidade. E pensamento frio.

Adorável.

“Hey, cuidado!” Dizer que eu pulei de susto e quase caí do camelo é um comentário óbvio.

Dizer que eu gritei desesperadamente quando, por conta do aviso aleatório, eu percebi um enorme Escorpião Rei do Deserto quase colocando seu aguilhão no meu estômago, também é outro comentário óbvio.

Pois é, olha só no que eu fui me meter gritando e chorando que nem uma condenada no meio do Deserto dos Desesperados.

Uh, é, condenada.

Dá uma vontade de chorar de novo só de pensar nisso!

“Sai da frente, idiota!” A pessoa que tinha me chamado antes falou novamente, pulando em cima de mim vindo sabe se lá de onde e me tirando do meio do caminho do aguilhão assassino.

Pobre Herga, de tão assustada ela saiu correndo de forma desembestada!

Espera.

NÃÃÃÃO!

“HERGA, VOLTA AQUI!” Eu gritei desesperada - o que já não é uma novidade - deitada na areia com um carinha em cima de mim pronto para lutar contra o escorpião gigante.

Espera.

O QUÊÊÊÊÊ?

“Sai de cima de mim, seu tarado!” Gritei em extremo estado de rubor, chutando-o para longe de mim na mesma hora que o tal escorpião tentava agarrá-lo com suas garrinhas estratégicas. Percebe-se que, pegando o quadro geral, eu me preocupei só com o fato de que ele estava em cima de mim, não com o fato de chamas surgirem em suas mãos como se sempre tivessem estado ali e muito menos com o fato de que ele estava lutando contra um escorpião de três metros de altura.

Nope, nada disso parecia realmente relevante.

“Rá, estou animado de novo!” O garoto que tinha me ajudado até aquele momento gritou para o bicho com um enorme sorriso no rosto.

De repente a minha conversa com um camelo não me pareceu tão estranha.

“Alá não me abandone, Alá me ajude, Alá ME TIRA DAQUI!” Eu gritei quando percebi alguns outros escorpiões um pouco menores surgindo ao nosso redor. Como eu não sou uma guerreira - nope, to mais para dançarina de ula-ula desértica - eu não sabia para onde correr. Por um lado estava o garoto pulando para cima do escorpião gigante, assustando-o com suas chamas sem realmente machucá-lo – o que me causou certa confusão, na realidade tudo aqui está muito confuso, porque mesmo no meu estado de distração fatal eu não tinha nem visto de onde aquele bicho e o garoto tinham surgido! – e do outro lado vários escorpiões um pouco menores – tipo, com um metro de altura – estavam surgindo com aparente curiosidade com todo o fuzuê. Então, sim, eu fiz a coisa mais provável de alguém que teve a criação pacífica que eu tive: eu sentei e chorei.

Sim, inútil, eu sei.

Como eu disse: eu não sei lutar, mas acho que dançar a dança do ventre não faria esses escorpiõezinhos se acalmarem, certo?

E quando eu pensei que seria o meu fim - porque convenhamos, eu era uma presa mais fácil no meio de um deserto do que Plue, que é um cachorro, quando eu nunca nem tinha saído da minha casa até alguns dias atrás – uma explosão de fogo rodeou a mim e ao garoto que parecia já ter tomado o controle do Escorpião Rei, afastando os outros escorpiões através do medo.

Pelo menos no meio dessa bagunça eu aprendi que esses bichos têm medo de fogo. Eu até precisava anotar isso, porque no ritmo que as coisas estão indo tenho a impressão que precisarei anotar muita coisa na minha lista de ‘Meios de sobrevivência de Lucy Heartfilia’. Mas, onde está meu diário quando se precisa dele?

Então, depois de toda aquela emoção que deve ter durado uns cinco minutos – acho que tive mais adrenalina nesse período de tempo do que em dezessete anos! – tudo ficou tranqüilo novamente.

Por isso eu finalmente pude olhar direito para o ser humano não identificado que tinha começado tudo aquilo. Por incrível que pareça, ele parecia estar montado no Escorpião Rei, com uma corda amarrada nas garrinhas estratégicas – acho que são chamadas de pedipalpos, mas eu prefiro meu apelidinho não científico – e voltando pras mãos dele que não estavam mais em chamas. Posso dizer que meus olhos estavam do tamanho de dois pratos?

“Q-quem é v-você?” Não me orgulho disso, mas sim, eu gaguejei. Ainda sentada na areia e tentando não fechar os olhos ao olhar para o garoto quando ele estava praticamente na direção do sol no ângulo em que eu estava.

Ele deu uma risadinha excitada, passando a mão sobre o Escorpião como se estivesse fazendo carinho nele.

Agora eu tenho certeza, minha conversa com a Herga não passava de rotina!

“Natsu, e você?” Ele respondeu normalmente, como se nada tivesse acontecido. Eu olhei para ele meio incrédula e para a cara do bicho – que estava logo na minha frente! – com um pouco de medo. Eu sempre tinha lido muitos livros sobre os Escorpiões do Deserto e sobre muitas outras coisas do mundo também, mas eu não estava preparada para estar cara a cara com um deles!

“L-Lucy.” Eu respondi meio baixinho mas com o tom de voz meio instável. O jeito que minha resposta soou no vento me fez parecer um animal agonizando em seus últimos instantes, mas eu tentei ignorar esse pedaço de informação.

Eu preferia pensar que eu não soava como um animal morrendo.

É mais Lady-like, sabe?

“Que nome estranho, Luigi.” O garoto de cabelos rosas – como não notei isso antes? – me disse, como se ELE FOSSE NORMAL! “E o que você estava fazendo com um camelo no meio do deserto? E gritando? E chorando?” A cada pergunta ele arqueava cada vez mais uma de suas sobrancelhas, me olhando como se eu fosse a pessoa mais louca que ele já tinha conhecido na vida.

Não sei o que é pior, esse estranho me achando estranha ou a Corte do castelo me achando uma autista quando na verdade eles que são pra frente demais.

Não, na verdade eu sei, ele.

Sem dúvidas!

“Não é Luigi, é Lucy!” Eu me recuperei do meu estado de donzela indefesa e me levantei em um pulo com indignação, fazendo-o rir de mim como se além de estranha eu fosse uma pessoa hilária. “Eu tava indo pra Alcalypha, isso até você simplesmente espantar meu meio de transporte!” Eu continuei, voltando a me lembrar de Herga e me sentindo praticamente desamparada. Aquele camelo traidor! Espero que ela seja sim forçada a se casar com o camelo dos próprios pesadelos!

“Ok, ok Luigi, mas a culpa não foi minha. Você estava gritando e chorando como se fosse o fim do mundo bem na direção em que meu amiguinho aqui-“ Inserir batidinha carinhosa no escorpião de três metros. “- corria para Alcalypha também, assustando ele e ainda causando toda aquela bagunça.”

De repente a vida parecia muito mais alegre e, dando um dos meus melhores sorrisinhos oportunistas – não que eu tenha tido tempo para aperfeiçoá-los, porque eu ainda não tive oportunidades para isso! – e o encarando diretamente nos olhos ônix, eu resolvi pular na garupa do escorpião também. “Só tem tu, vai tu mesmo!” Eu comentei alegremente, segurando forte a bolsa na minha cintura e a parte da manta que protegia minha cabeça enquanto eu subia nas costas do bicho, ficando logo atrás de Natsu.

Ele me olhou meio de esguelha, na dúvida se deixava ou não eu fazer o que estava fazendo, mas logo depois deu de ombros.

“Se segure, porque o Angry aqui não gosta de ir devagar.”

...

Foi tudo o que pude ouvir antes de sentir minha alma ficar para trás tamanho o solavanco e a velocidade do escorpião (‘KYYYYYAAAAA~!’) que, aparentemente, foi apelidado de Angry.

Ah e talvez eu deva acrescentar mais um problema para minha lista e fazer ela TOP 6. Sim, sim, é melhor, porque...

Como diabos sobreviverei na companhia de Natsu?

Oh - Meu - Alá.


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Notas finais do capítulo

Se quem passar por aqui realmente se interessar por uma continuação, me avisem! Mandem reviews! :D