Cap. 4: Brigas. Desculpas

-Eu não sei se te odeio ou te agradeço... – sussurrei para Vanessa que riu.

-Vem temos que acha-lo. – Examinei o local, mas não consegui vê-lo.

Quando subimos o primeiro lance de escadas pude ver uma mão levantada. Ele tinha pegado um lugar alto, mas que estava entre as fileiras perto do meio e o lugar se encontrava perfeitamente no meio. Sorri. O garoto sabia escolher perfeitamente o local para se sentar.

-Ali. – apontei para ele e fomos na direção dele.

Vanessa foi na frente e me deixou sentar no meio. Ok, se eu soubesse que ela ia fazer tudo isso nem falava sobre ele. Não queria viver uma vida de arrependimentos, mas ela já avia me jogado para cima dele o que? Talvez dez vezes?

Era ate difícil prestar atenção no filme com ele tão perto de mim. E acho que nossas mãos se encontraram pelo menos duas vezes. Eu juro que vou me surpreender se eu sair viva daqui. Pois aquelas sensações de calor e o sentimento de meu coração quer pular da minha boca as vezes apareciam.

Estar apaixonada era uma aventura, mas ter esse sentimento retribuído e ser realmente vivenciado por ambas as partes fazia ser a aventura ser maior e melhor. Eu não podia reclamar sobre estar apaixonada por ele afinal eu já desejara esquecer ele, mas quando comecei a esquecer dele me senti vazia e meio sombria e eu francamente não suportava se sentir assim.

Parei de pensar e voltei minha atenção ao filme.

(...)

O filme fora ótimo cheio de ação, raras cenas de comedia e algumas românticas. Ficamos os três discutindo sobre o filme e quando chegamos no carro Vanessa me encheu para sentar na frente e quando saímos do shopping olhei para trás e a vi dormindo.

O carro se tornou um lugar cheio de silencio. Abri a minha janela para sentir o vento em meu rosto e comecei a ouvir uma baixa musica, me virei e vi que o radio estava ligado.

Comecei a cantar bem baixinho e pude sentir seus olhos sobre mim, mas continuei cantando.

-Você canta bem. – senti meu rosto ficar quente. Pigarreei.

-Obrigada.

-Sabe eu te elogiei não pedi para que parasse de cantar. – eu ri.

-Foi quase isso. Seu idiota. – me arrependi do idiota. Era só uma arma de defesa horrível que eu levantei.

-Magricela. – quase bati nele, mas lembrei que quem estava dirigindo era ele.

-Continua me atacando.

-Digo o mesmo. – revirei os olhos e senti meus lábios fazendo uma linha reta.

Cruzei os braços e suspirei.

-Desculpe... – saiu quase como um sussurro.

-O que? – disse ele um pouco em tom zombativo.

-Desculpe. – disse só um pouco mais alto.

-Ainda não ouvi.

-Ouviu sim. – disse aumentando o som do radio.

Eu queria xinga-lo, mas eu não era mais aquela garota que falava palavrões eu já era adulta e tinha que parar de agir como uma louca agressiva. Ele baixou o som depois de um tempo.

-Olha desculpa ter te provocando é que eu nunca havia ouvido essas palavras de você.

-E provavelmente não vai ouvir mais. E eu não estou muito magra.

-Está sim. Você tem algum problema Elena uma hora está muito magra e outra está muito gorda.

-Não vamos falar do meu peso, ok? Eu tinha baixa autoestima por isso eu era assim.

-Isso explica seus problemas de ser gordinha com baixa autoestima.

-Mas é verdade, por que acha que eu saia falando palavrão as vezes?

-Por que você tinha uma boca suja? – eu ri.

-Isso e mais outras coisinhas.

-O que, por exemplo?

-Sabe sentar com o pessoal do fundo realmente te modifica.

-Serio? – disse ele rindo.

-Pô o pessoal é tudo relaxado, fica conversando e sentar perto de meninos ao seu redor te dá o horrível dom da malicia e do palavrão. Sabe precisei entrar no colegial e sentar na frente para voltar ao normal. Posso te perguntar uma coisa?

-Sim.

-No dia da minha volta eu te vi o que você estava fazendo lá?

-A Rose me convidou.

Rose estudou comigo no ensino fundamental e no colegial, mas só a conheci a partir de um projeto que incentivava a cultura e que dava aulas de teatro de graça, Rose era a minha amiga louca do teatro. Infelizmente ela saiu do curso no meio do ano, pois quebrara um membro do corpo dela.

-É tinha muita gente que eu não conhecia lá.

Olhei para a rua e vi que estávamos próximos da minha casa. Peguei meu celular e examinei as mensagens.

Havia mensagens muitas do pessoal dos Estado Unidos. Guardei o celular assim que comecei a sentir dor de cabeça.

Não estávamos falando mais então só voltamos a nós falar para eu explicar melhor para ele aonde ficava a minha casa.

(...)

-Pronto é aqui. – eu disse.

Cutuquei Vanessa que gemeu.

-Vamos lá sua chata acorda.

-Mais cinco minutos mãe. – ela disse meio sonolenta e eu e Damon caímos na risada.

-Não tem mãe de ninguém aqui.

-Então me deixa dormir Jonas. – me virei e vi ela tentando dormir.

-Quem é Jonas, Vanessa?

Do nada ela se sentou.

-Caramba chegamos. – disse ela meio envergonhada e saindo do carro.

Eu e Damon rimos.

-Bem obrigada pela carona Damon, tchau. – abri a porta do carro e me levantei.

Ele pegou em meu pulso e paralisei na hora, meu coração começou a bater rápido e uma sensação estranha passou por mim.

-Elena que tal sairmos um dia desses? – fiquei em silencio não consegui me lembrar de como falar. – Sabe para colocarmos os assuntos em dia? – pareceu uma desculpa.

Percebi que precisava respirar e só então percebi eu tinha prendido a respiração. Soltei a e respirei fundo.

-Ok, pode ser. – disse me segurando para não gaguejar.

-Me empresta seu celular para eu anotar meu numero? – ele me soltou e juro que fiquei meio decepcionada.

Peguei meu telefone e deixei na parte de anotar um numero novo. Entreguei meu celular e peguei o dele e coloquei meu numero. Devolvi o celular para ele e peguei o meu coloquei seu nome e salvei.

-Ok, então ate mais. E mais uma vez obrigada pela carona. – fechei a porta do carro e sai em direção a Vanessa.

Abri a porta e antes de fechar vi seu carro sair.

-Boa noite Damon... – sussurrei.