Fomos ao banheiro e olhamos o teste. Deu negativo. Fiquei aliviada. Como poderia cuidar de uma criança que talvez sairia doente agora? Afinal eu nem tinha como ganhar dinheiro, por enquanto e eu aposto que perderia meu papel e não gostaria de ser sustentada só por ele.

Olhei-o e vi que estava desapontado. Segurei suas mãos.

-Damon. Sei que o pensamento de ter uma criança é bom, mas olhe não somos casados e iria odiar me casar com você por causa da gravidez e não porque ambos quisemos. E também como poderíamos sustentá-la? Pois no mínimo eu iria ser despedida e também minha família tem um terrível azar de ter membros que são doentes. Eu sou prova disso, minhas cachorras são provas, meus primos e ate o meu primo adotado é prova disso. – ele me encarou preocupado.

-Como assim você é prova disso?

-Nasci com um problema na suprarrenal se não estou errada. Não havia chances de eu viver e ate os médicos diziam isso. Minha mãe diz que é milagre e foi graças a minha avó que fez uma promessa para uma santa. Tanto que antes de eu ir para a faculdade fomos cumprir o que achamos que foi a promessa.

-Peraí vocês não sabiam o que ela prometeu?

-Não, ela não contou para ninguém.

-Por que você só me contou isso agora? – ele obviamente estava curioso.

-Só porque não pretendia contar para ninguém sobre essa antiga doença e porque dava para ver que ficou desapontado.

-Tava assim tão na cara?

-Não estava em seus olhos. Desculpe é que eu preferia ter um bebe seu do que da Milena. – ele me deu um lindo meio sorriso.

-Isso só vai parecer uma boa ideia enquanto você me quiser.

-Vai parecer sempre uma boa ideia. Afinal adoraria ter um filho ou uma filha um pouco igual a você. Afinal aposto que a criança teria mais qualidades e uma mãe melhor que a pobre criança que sair do ventre da Milena.

-Verdade coitado do bebe dela.

-Fique calma, Elena. Se essa criança for mesmo minha vou fazer com que ela só a veja nós feriados.

-Ai Damon! – caramba isso era exagero. Não se tira uma criança assim de sua mãe.

-Ai Damon o que? – ele disse nervoso.

-Você não pode simplesmente tirar uma criança da mãe e achar que esta tudo bem. Vai que isso causa algum trauma na criança.

-Vai que ela causa um trauma na criança.

-Olhe deixe ela visitar quando quiser a criança ou ela só pode ficar com a criança nós fins de semanas, mas entenda. Uma criança costuma a se apegar mais a mãe do que ao pai. E também imagina como ela ou ele ficaria triste de não poder ver a mãe. Olha se a criança for mesmo sua faça com que ela possa ver a mãe com uma certa frequência por mim? Ok?

-Vou fazer isso por você, porque se não eu nem fazia tal gentileza para ela.

-Obrigada. Sei que ela merece o pior, mas essa criança merece o contrario. E sei que ela pode ser má influencia para essa criança, mas ninguém merece ficar longe do filho ou da filha ou ficar longe da mãe.

-Apresar de às vezes você ser má com as pessoas às vezes você é tão...

-Eu sei. – dei um sorriso e ao mesmo tempo dei de ombros – Às vezes eu sou um pouco bipolar. Mas é o meu jeito.

-Eu sei que esse é o seu jeito. Por isso que gosto tanto de você. – ele deu um beijo na minha testa.

Ouvi o meu celular tocar e fui correndo atender ele.

-Alô?

-Oi, Elena. Entra na internet agora.

-Ok espera um pouco.

Putz lá vem outra bomba!

-O que foi? – disse Damon preocupado.

-Olhe a internet e vai saber Damon. – disse Vanessa pelo viva voz.

Depois de um tempo o computador finalmente ligou e fui para o site que ela me mandou. Vi uma foto minha e de Damon comprando um teste de gravidez.

-Como eles tiraram essa foto? – perguntei meio irritada.

-E ai tá grávida amiga? – disse Vanessa meio preocupada.

-Meu amigão vai virar pai por acaso, Elena?

-Cuida da sua vida Russeu. Caramba como eu queria matar esses paparazzi.

-Calma. – disseram os três.

-Vai, Elena me responde.

Respirei fundo. Tentando ignorar minha raiva que eu sentia por aqueles homens. Como eu queria fazer igual a Elem Sproles que durante uma entrevista foi lá e mandou eles se ferrarem. Tinha um monte de vídeos desse momento e nossa como eu queria fazer isso agora com eles.

-Não, Vanessa. Foi só um alarme falso. Eu acho que foi a comida.

-Que pena queria te ver grávida. – ela disse meio tristonha.

-Fica tranquila, Vanessa só vou ficar grávida quando eu casar.

-Vamos ver se é realmente isso amiga.

-Ah! Ele não se ferrou. – disse Russeu.

-CALA A BOCA RUSSEU! – gritamos e ao mesmo tempo rimos.

-Bem é melhor eu avisar meus pais, pois vai que a minha mãe lê aquilo e pensa que é verdade.

-Boa ideia Elena. Tchau para vocês dois beijos.

-Tchau casal. – disse Russeu.

-Tchau amiga e babaca.

-Tchau para vocês dois.

Desliguei e enquanto eu digitava o numero de casa vi e numero de celular da minha mãe.

-FILHA VOCÊ ESTÁ GRAVIDA?! – ela gritou e juro que fiquei meio surda.

-Não mãe foi alarme falso. Talvez tenha sido a comida. O que geralmente acontece.

-Ou pode ser a água de novo.

-É

-Mas você está bem agora não é? – ela disse preocupada.

-Estou ótima mãe.

-Que bom que está melhor querida. E tome cuidado com o que faz com o Damon se não teremos que conversar com ele.

-Mãe...

-Que foi querida? – ela disse se fingindo de desentendida.

-Pare de se fingir de desentendida mamãe.

-Querida só vai ser uma conversinha. Não precisa se preocupar.

Eu lembrava que quando era criança minha mãe falava de brincadeira – ou não – que ia matar o garoto que namoraria comigo.

-Só não mata ele se um dia você quiser matar ele.

-Não garanto nada. – suspirei.

–A tia já foi te ver?

-Não ela está esperando você voltar para nós visitar.

-Ok saquei a indireta.

Passei um tempo conversando com a minha mãe ate que fomos interrompidas por Damon.

(...)

-Por que sua festa tinha que ser de gala? – ele deu de ombros.

-Você diz como se odiasse festas de gala.

Pior é que eu adorava. Nas minhas formaturas eu usava grandes e longos vestidos prova disso foi minha primeira formatura no prézinho, como eu gostava de dizer.

-E não odeio.

-Imagino. Apesar de você às vezes parecer meio masculina ainda age muito como uma mulher.

-É, se eu não agisse como uma seria estranho não é?

-Seria mesmo.

-E gostou desse vestido?

-Não troca.

Voltei para a cabine e me troquei. Era incrível que ele não se mostrava nem um pouco entediado. Eu ouvira falar tanto que os homens ficavam entediados ou ele estava e só fingia que não estava.

-Que tal esse? – dei uma volta.

Pude ver seus olhos brilhando. E ele sorria. Ate se inclinou um pouco para frente.

-Está linda.

-Então vai ser esse. – eu disse para a vendedora que também me olhava com um ar de admiração. – E obrigada por nós ajudar.

-De nada.