30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 42
Epilogue


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, Queen, não vamos chorar. Não quero ficar toda melosa nem nada, mas preciso que entendam que isso tudo é meio novo. 30 Dias Com Alec Volturi não é minha primeira fanfiction, nem a última, mas de fato me marcou. Foi a maior até hoje. Não apenas em questão de quantidade de capítulos e palavras, mas também em números. Nunca tive uma história tão comentada, e duvido muito que algum dia vá ser capaz de repetir tal façanha. 1140 comentários. 211 leitores. 130 favoritos. 32 recomendações. Números incríveis, e devo admitir que quando comecei, não era capaz de sonha tão alto quanto alcancei com essa história. Sei que muitos dizem que o mérito é meu, que escrevo muito bem e que por tais detalhes me destaco. Mas também preciso de vocês. Todo vocês. Todos que me apoiaram desde o começo, e que mais do que leitores, se tornaram amigos.
Talvez alguns de vocês escrevam, e possam entender o que digo quando afirmo que não há nada mais gratificante que ser reconhecido por aquilo que faz. E vocês me reconheceram como escritora. Levaram-me a sério quando ninguém mais o fez.
Esse capítulo é destinado não apenas às garotas que me deixaram recomendações no último capítulo last vampire, Ingrid Ozera e Black Dream, vocês foram incríveis, obrigada , mas a todos que me acompanharam até o fim, não importando as situações.
Como disse, o epílogo sairia no dia 17. E então, comemoramos dez meses de fanfiction.
Obrigada por tudo!



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Meus olhos se abriram com o cheiro de comida invadindo meu quarto e minhas narinas. Panquecas. Eu adorava panquecas, ainda que elas me trouxessem lembranças terríveis. Não, corrigi a mim mesma, as lembranças não são terríveis. A falta de repetir os momentos é que terrível. Balancei a cabeça e me sentei melhor na cama, abrindo o livro que estava sobre meu criado-mudo e fingindo lê-lo. Momentos depois, a porta se abriu. Mamãe trazia uma bandeja de café-da-manhã que cheirava deliciosamente bem. Senti meu estômago roncar, e ela também pareceu perceber a mesma coisa.

— Renesmee — ela me chamou, mas eu ignorei, continuando a encarar as folhas do livro cujo nome eu nem fizera questão de saber — Filha... Olhe pra mim, por favor.

Eu a encarei. Torcia para que ela visse a dor em meus olhos. Torcia para que ela se sentisse culpada, porque de certo a culpa era dela. E de meu pai. Carlisle não teria se importado, Esme — com toda sua bondade —, tampouco. Os outros: Alice, Rosalie, Emmett, e até o próprio Jasper, todos queriam apenas minha felicidade. Mas Bella e Edward eram impassíveis quanto ao meu relacionamento com Alec.

Durante semanas eu me martirizei por tê-lo deixado ir. Chorava todas as noites até pegar no sono por exaustão. Fiz greve de fome e de sono por algum tempo. Mas o silêncio era constante. Desde minha volta, exatamente dois meses atrás, eu não trocara uma palavra com ninguém na casa. Não aceitava sequer a comida que me ofereciam. Ia caçar por conta própria. E durante todos esses sessenta dias, Isabella tentava uma coisa nova a cada manhã. Mal via ela que apenas me feria mais.

Fui em direção ao banheiro da suíte, deixando minha mãe plantada na porta. Não iria me render tão facilmente. Eu cuidaria de mim mesma por décadas, se fosse preciso. Mas nunca mais lhes daria o gostinho da vitória. Porque aquela guerra já era minha. Se eu não tinha nada a perder, por que desistir de lutar? Meu reflexo no espelho estava horrível. As olheiras eram constantes, mesmo nas noites nas quais eu dormia por dez, doze horas seguidas. A dor me fazia ter sono. Mas quando dormia, acordava gritando. Era o único som emitido por mim na mansão dos Cullen. Gritos estridentes, daqueles que perfuram a alma de quem os ouve.

E seria assim por muito tempo.

Afundei na banheira, tentando ignorar o estômago que clamava por comida. Assim que ficasse pronta, eu iria beber algum animal na floresta, apenas para deixar de lado essa sensação de barriga vazia. Mas o sangue não preenchia o vazio de meu peito. Nada preenchia. Nada que estivesse ao meu alcance, corrigi-me mais uma vez, já me secando e vestindo qualquer coisa. Não tinha porque me arrumar, porque não havia ninguém com quem me importasse o suficiente para o tal. Ninguém ao meu alcance.

Saí pela porta dos fundos, e ninguém me seguiu. Eles nem precisavam seguir. Tiraram de mim meu cartão de crédito, com medo de que eu comprasse passagens para a Itália e sumisse de vista. E, querendo ou não, todos sabiam o quão fragilizada eu estava. Não conseguiria atravessar o Atlântico a nado. Comecei a rir sozinha da possibilidade, quando meu corpo voltou a implorar por comida. Inalei profundamente o ar, captando o cheiro de alguns cervos a menos de um quilômetro de onde estava. Numa corrida reta, abati-o.

O sangue jorrava em minha boca e queimava ao descer pela garganta. Não tinha o melhor gosto do mundo, é claro. Sangue humano era infinitamente melhor, ainda que eu não tivera a oportunidade de provar, após a volta para casa. Se é que se poderia chamar aquilo de casa. Concentrei minhas forças em sugar o animal completo, sacando-me em parte. Conseguiria ficar mais alguns dias, talvez uma semana, sem ter que caçar novamente. Não gostava da ideia de sair de meu quarto.

Demorei-me no trajeto de volta. Não queria que vissem as lágrimas que eu derramava. Preferia que apenas me visse com os olhos inchados, e deduzissem o motivo. Tomara que aquilo os corroesse por dentro. Gostaria que eles se sentissem como eu me sentia com aquela situação. Talvez um pouco do próprio veneno lhes fosse benéfico.

Quanto cheguei em casa, porém, mais uma surpresa desagradável. Jacob estava sentado nas escadas, esperando meu retorno. Por incrível que pareça, ele era o único com quem eu ainda trocava uma palavra ou outra. Mas aquele não era um de meus melhores dias, sem dúvidas.

— Vá embora — grunhi, a voz rouca pelo pouco uso — Não estou me sentindo amigável hoje, e não quero sua presença aqui.

— Será que podemos apenas dar uma volta? — ele sorriu. Estava tentando. — Já falei com seus pais, eles acham que seria uma boa dar um pulo em La Push. Você está incrivelmente pálida, credo.

Jacob Black sabia seus limites. Ao contrário daquilo que se considera minha família, ele nunca comentava sobre o quão magra eu estava, nunca tentava me dar ordens. Apenas me fazia companhia em meu sofrimento. E foi essa companhia que me levou a colocar o capacete e sentar na garupa de sua moto.

Corremos vários e vários quilômetros. Eu gostava de sentir o ar gélido de Forks, porque lembrava-me do toque ainda mais frio de Alec. Ah, como eu sentia falta daquele toque, daquelas carícias, dos beijos, dos abraços. Estar sem ele era estar sem vida, sem ar, sem água, sem chão. Desolada. Abandonada. Deprimida. Insegura. Triste. Assustei-me ao ver que Jacob se desviava de seu caminho tradicional, e o cutuquei no ombro para que parasse. No entanto, ele se transformou.

Não se transformou em lobo, não, mas aquilo foi de fato uma transformação. Seu corpo musculoso e moreno encolheu até adquirir uma moldura completamente feminina: braços finos, busto avantajado, quadris largos. A pela clareou até atingir uma tonalidade mais clara que a minha própria, e os cabelos curtos e negros se tornaram longos, num de de chocolate. Julieta sorriu para mim e acelerou a moto.

— Não acho que seu noivo vá ficar muito feliz em saber que vocês costuma subir na garupa de outros caras. Quero dizer, Alexander parece ser bem possessivo.

Se não tivéssemos parado, eu teria caído. Não era capaz de acreditar. Alec... Alec estava ali em algum lugar. Desci do veículo em um pulo, quase caindo com meu próprio peso. Mas não me importei. Olhei ao longe, encontrando um carro escuro entre a estrada de terra pela qual vínhamos e a rodovia. Fitei a vampira a meu lado, e ela apenas confirmou com a cabeça em um gesto rápido. Então, saí correndo.

Alec estava no banco de trás de um sedã preto, e não pensei duas vezes antes de me jogar lá dentro. Seu cheiro inebriava-me, seu toque embriagava-me. Pressionei meus lábios contra os seus mais e mais vezes, aumentando a força a cada beijo desajeitado. Ele não se importava, apenas me puxava para si com mais e mais vontade, secando minhas lágrimas. Só então percebi que eu chorava.

— Eu voltei, não voltei? Eu disse que voltaria. — ele sorriu, puxando-me para seu colo. Mal podia acreditar que eles estava mesmo ali.

— Eu não consegui te falar quando você foi embora... — gaguejei, tentando me manter calma — Eu amo você. Muito. Muito mesmo.

— Ah, pombinhos, chega de melodrama, né. Ninguém merece. — Céline riu, no banco do motorista. Julieta abriu a porta do passageiro e também entrou no carro. A ruiva acelerou e partiu pelas rodovias de Forks. — Deixem todo esse amor para o hotel, ou eu juro que acabo vomitando aqui.

— Céline! — exclamei — Obrigada, obrigada, obrigada mesmo. Sério. De verdade. A você também, Julieta. Vocês... Ah, vocês me salvaram. Obrigada, obrigada.

— Alec, se ela não calar a boca, vou entrar na encenação, amarrá-la com fita adesiva e jogá-la no porta-malas. — ela riu, pisando ainda mais no acelerador.

— Encenação? — Perguntei, confusa.

— É. Digamos que estamos sequestrando você, ou algo do tipo.

Foi Julieta quem respondeu. Alec ainda me encarava, todo bobo. Era como se ele não acreditasse que eu estava ali, e eu o entendia. Era bom demais pra ser verdade. Mas era a verdade. Eu estava novamente nos braços de Alec Volturi. E não havia qualquer coisa no Universo que me faria sair dali.


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Notas finais do capítulo

Fim.