30 Dias Com Alec Volturi escrita por Drama Queen


Capítulo 20
sixteen


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Eu sei que demorei, mas algumas complicações tem surgido [dentre elas a falta de tempo e o início de outra fanfiction]. Tenho andado meio sem ideias também, então creio que postarei apenas uma vez por semana, provavelmente na sexta. Semana que vem tem feriado e vou viajar, o que pode ocasionar em atraso também. Capítulo dedicado pra Belle Kostner, que me deixou uma recomendação na One Shot [http://fanfiction.com.br/historia/342859/A_Thousand_Years_Reneslecalesmee_Oneshot , pra quem não viu].
Enfim, espero que gostem.



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Meu corpo doía como nunca antes. Era como se fosse ceder a qualquer momento. Abri os olhos, vendo os raios solares iluminarem metade do quarto. Nove e meia. Levantei a cabeça, procurando pelo antigo aposento, que deveria estar escondido no meio de toda aquela bagunça. A risada de Alec ecoou até meus ouvidos, e tive vontade de rir também. Virei o rosto, encontrando-o abraçado às minhas costas.

– Eu sei, deveria ter arrumado tudo – sua voz soou rouca, e seus cabelos estavam bagunçados, como se ele realmente tivesse dormido – Mas não queria sair do seu lado. Tem noção de como é bom ficar sentindo seu cheiro durante toda uma noite?

– Se for tão bom como sentir o seu, acho que tenho uma ideia – mordi o lábio, virando todo meu corpo, ficando de frente para ele – E com relação à sua falha na arrumação, vou te dar uma segunda chance. Preciso de um banho.

Lentamente levantei-me da cama, tentando não demonstrar nenhum indício de dor. O sorriso nos olhos rubis do vampiro era lindo demais para ser destruído por uma fraqueza minha. Caminhei em direção ao banheiro e fechei a porta atrás de mim. Abri o registro, permitindo com que a banheira se enchesse e olhei-me no espelho. Felizmente, nenhum hematoma visível. Por dentro, porém, eu sentia como se cada osso meu tivesse sido esmagado e trocado de posição. Ainda assim eu nunca me sentira tão bem.

Entrei no banho, mantendo-me submersa até o pescoço, limpando quaisquer resquícios físicos da noite anterior. A água morna relaxava meus músculos, tranquilizando-me e fazendo-me esquecer a dor por completa. Infelizmente – ou felizmente, não sei – eu não poderia ficar lá por muito tempo. Levantei-me e sequei-me, agradecendo mentalmente por encontrar uma roupa comum no armário. Olhei ao redor, com um mal pressentimento. Alec não havia arrumado o quarto. Desci até o primeiro andar, procurando-o na cozinha. Nada.

Quase enfartei de susto. Quando virei-me de volta, uma figura pálida e avermelhada me encarava fixamente. Céline. Com a respiração acelerada, tentei recompor minha pessoa, mas não é todo dia que uma vampira – que talvez te odeie – invade sua casa.

– O que está fazendo aqui? - minha voz saiu mais firme do que eu esperava. Isso era bom.

– Não vou te machucar, híbrida. - ela revirou os olhos, parecendo distraída com as próprias mãos – Pelo menos, não por hora.

– O-Onde está Alec? - droga. Não é hora pra gaguejar.

– Surgiram uns problemas, sabe como é, né? - ela se deitou no sofá, como se estivesse na própria casa – E você, o que faz aqui?

Ignorei a pergunta idiota. O que eu estava fazendo aqui? Por favor, poupe-me. Revirei os olhos e fui até a geladeira, procurando algo para comer. Eu estava realmente com fome. Encontrei alguns ovos e leite. Constatei também que havia farinha no armário. Peguei o liquidificador e bati a massa de panquecas. Céline me observava aparentemente intrigada. Provavelmente há muito tempo não comia algo decente. Provavelmente há muito tempo era uma vampira.

O pensamento me fez suspirar. Ela era muito mais experiente que eu, disso não havia dúvidas. Ela conhecia Alec a muito mais tempo, e namorara ele durante boa parte desse tempo. E eu odiava isso. Odiava o fato dela ser melhor do que eu em tudo. Ou quase tudo. Afinal, apesar disso, o vampiro ainda estava comigo. Sorri vitoriosamente por uma fração de segundo, enquanto colocava a massa na frigideira.

– Ele é ótimo na cama, né? - sua voz soou muito próxima, e só então notei que a ruiva se apoiara na bancada – Acho que nunca encontrarei ninguém igual. - Céline deu de ombros – Só com a língua e dedos ele já faz mais que metade da guarda com o corpo todo.

– Nossa, você é bem informada – respondi, ríspida – Gostaria de saber o que essa metade da guarda pensa sobre você.

– Tsc, tsc, tsc. Tão ingênua. - um suspiro dramático escapou por seus lábios – Eu não preciso dormir com todos pra saber como eles são. Tenho minhas fontes, Cullen.

– Ah – respondi, sem saber exatamente o que falar – Sim, ele é realmente ótimo em tudo o que faz.

– Ele não é ótimo. Ele é o melhor – ela sorriu, maliciosamente, tentando me provocar – Pelo menos, é o que todas dizem.

Nessa hora o rubor percorreu minha face. Não, não era vergonha. Era raiva. Eu estava prestes a pular no pescoço daquela vadia, mas o cheiro de queimado que exalava do fogão fez com que eu me controlasse. Virei o lado da panqueca, agradecendo por não ter sido carbonizada. Eu sabia que estava prestes a chorar, no momento que minha vista ficou embaçada. Cadela, pensei comigo mesma. Respirei fundo algumas vezes, e, ainda sem encará-la, voltei a falar.

– Você não me disse o que está fazendo aqui.

– Nem você. - ela riu, e eu sabia que ria de mim. Eu sabia que ela poderia ver tudo aquilo que eu temia. E realmente, o que mais me amedrontava, naquele momento, era perder Alec.

– Eu vim passar uma noite a sós com o meu namorado – virei-me, fitando-a, e torcendo pra que meus olhos não estivessem inchados – E também seria uma manhã, se você não tivesse decidido interromper.

– Oh, sinto muito – ela revirou os olhos – Eu não precisaria vir até aqui pra arruinar seus planos, de qualquer forma. Aliás, nem foi por você que eu vim.

Mais raiva. Ela estava realmente me tirando do sério. Retirei a panqueca e coloquei mais massa, preparando uma segunda.

– Aposto que veio porque precisa de ajuda. - bufei.

– Você não é tão burra, afinal. - novamente ela riu. Eu odiava aquela risada. Odiava o fato dela se sentir superior a mim.

– Não tanto quanto você – dei de ombros, rindo internamente.

– Se eu fosse tão burra quanto pensa, não teria amarrado seu namorado por mais de um século.

– Se fosse mais esperta do que eu penso, não teria o deixado ir.

– Eu sinceramente não acho que você realmente acredite que ele é seu. Eu o tenho quando quiser, híbrida. Ele te deixou pra fazer um favor para mim, o que acha disso?

– Que você é uma biscate interesseira, mas eu sei que você já sabe. - terminei as panquecas e me sentei no balcão, encarando-a enquanto comia o café da manhã.

– Tem razão, eu sou realmente muito interessada no que Alec pode me oferecer.

Alguns minutos se passaram em silêncio. Eu não tinha resposta para aquilo. Era horrível o modo como Céline era capaz de mudar meu humor em uma questão de minutos. E, dessa vez, eu tinha a certeza que ela não usava seus poderes. Ela gostava de me manipular do jeito comum, e isso me irritava ainda mais. Coloquei o prato vazio na pia, e os olhos da ruiva acompanhavam cada um de meus movimentos. No que ela pensava? Por fim, falou:

– Alguma vez ele já ficou tão excitado com você que implorou permissão pra te foder? - ela cruzou os braços com um sorriso patético no rosto. Mantive-me em silêncio – É, imaginei que não. Você é bem menos sedutora que eu, já era de se esperar. Ele não te quer tanto quanto a mim.

Aquilo foi o cúmulo. Eu não ia permitir que ela atrapalhasse meus planos com o meu namorado pra debochar de mim, oh, não. Mal pude perceber que havia me movido, e quando dei por mim já estava em cima dela. Minhas mãos voaram em seu pescoço, apertando-o. Infelizmente, vampiros não morrem sufocados. Céline defendia-se dos golpes com agilidade, mas não me atacava, porém. E isso me irritou mais. Quem ela pensa que era pra falar comigo desse jeito e ainda se mostrar covarde em relação a uma briga?

Estapeei seu rosto diversas vezes, mas ela mantinha o sorriso irônico na face. Eu odiava aquilo. Era como se nada a afetasse. Ela não gritava, nem se movia, afinal. Sua única reação era segurar meus pulsos, afastando-me. De repente, um par de braços puxou-me pela cintura e tirou-me de cima dela. Nem precisava olhar para saber quem era, mas mesmo assim o fiz. Alec me encarava furioso.

– Qual o problema de vocês duas? Eu não posso sair por alguns minutos e vocês tentam se matar? - ele bufou, ainda segurando um de meus braços com força excessiva. Estava machucando.

– Ela é uma vadia – cuspi no chão. A ruiva soltou uma risada. O moreno olhou-a, repreendendo-a.

– O que foi? Você sabe muito bem que eu a teria matado, se quisesse, Alexander. Mas não o fiz. Apenas me defendi.

– Tem razão – ele pigarreou – Mas mesmo assim, ambas vêm comigo.

Eu não sabia do que tinha mais raiva: de Céline por bancar a vítima, de mim mesma por não ter conseguido me controlar, ou de Alec por ter concordado com ela. Soltei-me do vampiro, observando as marcas roxas que ficaram onde ele havia me agarrado. Eu iria pensar nisso mais tarde.

– Eu sei andar – cruzei os braços, e segui os dois até o castelo Volturi.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?