PRESO Á SE7E CHAVES escrita por The Stranger


Capítulo 10
Quinta Chave




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Era o namorado de Natalie – o cara que eu encontrei na escola. Assim que ele viu quem eu carregava no colo acelerou os passos e chegou perto de mim.
- Meu Deus! – ele disse – O que aconteceu?
- Um daqueles malditos fez isso com ela. – eu respondi.
- Droga! – ele disse – Eu acho que a conheço.
- Dan! –ela sussurrou – Achei você!
- Meu bem! – ele disse, então a cabeça dele começou a doer fazendo-o cair no chão, segurando a cabeça como se ela fosse explodir.
- Você está bem? – perguntei, ainda segurando-a no colo.
- Estou! – ele disse, levantando-se – Eu me lembrei. Me dê minha namorada. Eu quero carregá-la.
- Ok! – eu disse, levando-a para o colo dele.
- Vou levá-la ao hospital... – ele disse – Quer vir conosco?
- Sim! – eu disse, dessa vez ele queria minha companhia, eu tinha que aceitar, nenhum louco gostaria de ficar sozinho aqui.
Então eu o segui. Em menos de cinco minutos estávamos no hospital, e estava tudo normal, nada sujo de sangue, nenhum maldito ser. Passávamos alguns remédios em Natalie, mas ela parecia fraca demais e não duraria muito.
- Não morra Natalie! – ele disse – Ainda vou te levar para conhecer minha mãe e comer torta de maçã.
- È tarde Dan... – ela disse, chorando – Vai para o prédio Greenfield.
- O quê? – perguntei.
- Alguém te espera lá. – ela disse para mim – Eu só sei disso.
Então ela gritou de dor e calou-se, fechando os olhos. Ela acabara de morrer. Então Dan gritou, chorando e abraçando a namorada morta.
Eu me segurei ao máximo, mas não consegui me conter. Chorei também, sentado no chão, feito criança.
- Eu vou me vingar. – ele disse – Vamos a esse lugar...
- Ok! – eu disse, respirando fundo.

- Alex... – era Dan me chamando – Você está bem?
- Sim! – respondi – Se entrarmos nessa porta não vamos poder sair até acharmos aquela chave estranha. Lembra?
- Ok! – ele disse, respirando fundo – O que sugere?
- Se você quiser pode ficar do lado de fora da porta! – eu sugeri – Não precisa correr este risco.
- Preciso sim... – ele disse – Estou aqui para me vingar e vou me vingar de cada ser dessa cidade.
- Você é quem sabe... – falei, tentando desencorajá-lo, mas não adiantou.
Então ele abriu a porta, não tinha nada, ninguém. Ele entrou, atrás dele eu entrei. No quarto tinha poucas coisas, correntes na parede – as mesmas que estavam amarrando minha mãe na visão –, uma cadeira de madeira – a que a garota tirou o machado – e uma mesa cheia de materiais de tortura.
- Cara! – ele disse em um tom de voz alto demais – Que merda é essa?
- Prepare-se que um daqueles monstros vai aparecer logo... – eu disse. E assim foi feito.
Assim que terminei de falar a porta que entramos se fechou e desceu do teto uma mulher – minha mãe, ou o lado sombrio e mal dela.
Nas costas dela asas de ferro, já enferrujados. O rosto partido ao meio, usava um vestido florido manchado de sangue. A pele acinzentada, como se estivesse queimada. Ouvi uma gargalhada sair dela, antes de ela jogar uma espécie de liquido em nossa direção, que saiu do que restou de sua boca.
Era um liquido marrom, parecia quente – pois saia fumaça dele e ele fez com que o chão de madeira derretesse um pouco. Então ela jogou as asas em minha direção.
Desviei num rápido reflexo, pulando para a direita e aproveitei atirando nela. Mas os tiros de nada adiantaram, suas asas fizeram um movimento rápido, cobrindo todo o corpo e impedindo que os tiros a acertassem.
- Porra! – gritei.
- Tenho um plano bem fudido! – Dan falou – Mas é um plano.
- Qual? – perguntei.

Então pulei em direção a ela, ela então, dando-me um golpe com a asa me arremessou para o outro lado do quarto. Ele então correu na direção contraria de onde eu estava. 
Ela se virou para mim, ignorando-o. Era muito simples agora, um plano “fudido”, mas fácil de executar. Atirei nela, e as asas novamente a protegeram, mas suas costas ficaram desprotegidas. 
Dan então mirou em suas costas com o rifle e atirou, fazendo-a cair no chão e emitir um som irritante. Cobri meus ouvidos com a mão, largando a arma, a vi morrer. Suas asas de ferro se soltaram do corpo e se desfez, junto com a ferrugem e o sangue que cobria a parede do quarto – e logicamente toda Silent Hill.
- E agora? – Dan disse.
- Estamos presos aqui! – eu respondi.
- A é verdade. – ele disse, coçando a cabeça – Tem alguma charada para desvendar?
- Que eu me lembre não tem nenhuma! – falei.
- Ferrou! – ele disse sorrindo.
- Então vamos procurar. – falei, pegando as armas no chão e me levantando ao mesmo tempo.
- Ok! – ele disse, suspirando.

Procurávamos a chave. O silencio nos incomodava, o tédio invadia nossa mente e nosso corpo. Então comecei a assoviar.
- Quanto tempo você está aqui? – ele me perguntou.
- Não sei, - respondi, enquanto pensava onde a chave poderia estar – Acordei em um hospital.
- Há! – ele disse, calando-se.
- E você? – perguntei.
- Eu o que? – ele devolveu a pergunta.
- Quantos dias?
- Uns quatro... – ele falou, rindo.
- Nossa! – eu disse – Muito estranho. Você viu a moto?
- A moto na estrada? – ele perguntou.
- Sim. – respondi.
- Velho, vi sim! – ele disse – Pelo estado dela deveria estar lá por meses, talvez anos.
- Impossível! – eu disse.
- Por quê?
- Porque eu vim parar aqui sofrendo um acidente de moto. – falei.
- Nossa! – ele disse – Estranho.
- Já sei... – eu disse.
- O quê? – ele me perguntou, parando de mexer nas ferramentas de torturas e miniaturas.
- Minha mãe uma vez mostrou um vídeo pra minha irmã... – eu dizia enquanto me lembrava – Era de uma bruxa sendo queimada. Ela disse: “é assim que as mulheres ruins pagam seus pecados!”.
Então peguei uma miniatura de uma fogueira e quebrei-a ao meio. Acertei. Dentro dela tinha a chave com a pedra verde. Sorri para Dan e joguei a chave no chão, quebrando-a e abrindo a porta.
- Cara! – ele disse – Você é um gênio.
- É... – falei, me preocupando com mais um problema – Para onde vamos agora?
- Não sei. – ele respondeu – Mas vamos sair da casa.
- Boa idéia... – eu disse.
Então saímos, descendo as escadas vagarosamente.


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