A Última Esperança escrita por Ales02


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero q gostem



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- Annabeth, está me ouvindo? - o médico perguntou de novo.

Já fazia uns cinco minutos que o doutor chamava seu nome, mas seu olhar continuava fixo no nada. Como podia ser? Ela ainda não acreditava, recusava-se a acreditar que aquilo fosse verdade. Não podia!

- Quer...quer dizer que...- sua voz falhou.

- Sim - o médico assentiu tristemente - Sua filha precisa de um doador, sra Chase! Não há nada mais que possamos fazer!

Seus olhos se encheram de lágrimas. Ela sabia, já tinha pesquisado sobre o assunto, sabia que seria difícil, que a chance de se encontrar alguém compatível era pequena - 1 em 100.000 para ser mais exato. Ela perderia sua menina...

- Escute, sra Chase! Tem certeza que não há ninguém em sua família que possa ser compatível? De repente algum parente distante? - o médico perguntou esperançoso.

Já era a quarta ou quinta vez que ele perguntava isso, não se cansava de escutar a mesma resposta.

- Não, doutor! Somos só eu e ela! - A loira falou entre soluços.

A filha era a coisa que ela mais amava em toda sua vida, a possibilidade de perdê-la lhe doía no fundo da alma.

- Mas ainda há esperança! - o doutor tentou animá-la - Quem sabe o que a vida nos traz, ein?

Ela não sabia se ficava mais triste com a tentativa de conforto do médico, ou se ficava com raiva por ele ser tão estúpido e não perceber que ela estava perdendo sua pequena.

Annabeth apenas assentiu tristemente e se levantou, saindo do pequeno consultório.

O corredor do hospital já lhe era familiar: ela vinha aqui todos os dias nos últimos 5 meses acompanhar sua menininha, que já não saía mais daquele lugar.

Ashley tinha só 6 anos,mas já tinha passado por tantas coisas, tantos sofrimentos...

Pra começar ela não tem pai, sua única família é sua mãe e a tia Thalia, há cinco meses atrás descobriu que tinha leucemia -apesar de nem saber direito o que isso significa- e por causa disso vive no hospital. A leucemia enfraquece seu organismo, a pequena fica vulnerável a qualquer doença, por isso vive isolada, num quarto de hospital.

Annabeth se sentou em uma daquelas cadeiras que ficam nos corredores, tudo o que conseguia pensar era que sua vida estava indo por água baixo, ela estava prestes a perder a coisa mais importante de toda sua vida.

***

Os primeiros raios de sol entraram pela janela, revelando um quarto completamente bagunçado. Duas mulheres seminuas estavam esparramadas na cama em sono profundo, enquanto um moreno de olhos intensamente verdes colocava as calças.

Ele cuidava pra não fazer o menor ruído que fosse, só precisava achar os sapatos e então poderia sair.

Nunca foi sua intenção passar a noite com duas estranhas...quer dizer: ele tinha sim a intenção de se deitar com elas, mas passar a noite? Nunca!!! Seria arriscar demais seu casamento! Falando nisso, a aliança no dedo de Percy continuava ali, no mesmo lugar de sempre, apesar de fidelidade não significar absolutamente nada para ele.

O moreno encostou a porta do apartamento devagar e assim que estava longe o suficiente para nenhuma das duas escutá-lo começou a correr. Corria por que estava atrasado, mais que isso: estava encrencado, teria que explicar para sua esposa o porquê de ter dormido fora de casa, pior...teria que explicar para seu chefe - que além de tudo era seu sogro- o porquê de ter faltado ao trabalho, o porquê de ter passado a noite fora de casa e com quem estava esse tempo todo.

Ah se o sogrão soubesse de toda a verdade...Percy estaria mais que frito! Nem quero imaginar o que o Sr. Ares faria se descobrisse que Percy não tem apenas uma nem duas amantes, mas várias! Talvez nem os dedos das mãos sejam suficientes pra contar com quantas mulheres Perseu Jackson esteve desde que se casou - há 8 anos atrás -, foi a empregada, a cunhada mais nova, a amiga da cunhada, a secretária, a mulher da cafeteria, as duas mulheres com quem dormiu ontem e...tantas outras, inclusive aquelas que ele nem lembra mais o nome.

***

- Annie, isso é loucura! Você tem que dizer a ele! - Thalia exclamou indignada.

A morena não entendia por que a amiga relutava tanto em pedir ajuda ao pai de Ashley.

- De repente ele tem algum parente que seja compatível com a Ashley! - Thalia insistiu - Você tem que contar!

- Não adiantaria nada, Thalia! - a loira levantou um pouco a voz - Já te disse que ele não presta! Além de tudo, eu sei que ele não tem nenhum parente vivo!

- Mesmo assim, Annie! É o pai da sua filha! Ele merece saber, por mais idiota e canalha que seja!

Os olhos de Annabeth se encheram de lágrimas mais uma vez. Há exatos 7 anos atrás ela conheceu Perseu Jackson, um homem de 24 e ela, uma garota, de apenas 18 anos. Acabou se apaixonando por ele, mas, no final das contas, descobriu que era casado. Sentiu-se traída, o homem pelo qual se encantara era, na verdade, um aproveitador. Foi quando decidiu sair de Nova York, fugir daquele sentimento, que não passou de uma doce ilusão.

Veio para Los Angeles buscando uma nova vida, um novo começo sem ele. Mais uma ilusão: descobriu que estava grávida, entrou em um conflito interno: contar ou não contar, eis a questão! Decidiu pelo não, cuidaria do seu bebê sozinha, por mais difícil que parecesse, ela preferia criar sua filha sem ajuda a ter que ver aquele rosto novamente, sem contar o fato de que ele certamente não seria um bom pai.

Se Percy pode fazer alguma coisa pra ajudá-la nessa situação, com certeza é ficando bem longe de sua filha! Ou talvez...

- Thalia! Lembra daquele filme que nós vimos outro dia? - a loira se animou com a ideia que teve, como não tinha pensado nisso antes? - Aquele da mãe que resolve ter outro filho para conseguir salvar o primeiro?

- Tá! Lembro, mas o que isso...- a morena então captou a real intenção da amiga - Não, Annie! Isso é loucura!

- É a única coisa que posso fazer pra tentar salvar minha filha! Você sabe que irmãos tem maiores chances de serem compatíveis!

- Mesmo assim! É loucura! - Thalia reprovou - Você sabe que muitas coisas podem dar errado com essa sua ideia!

- Tipo? - a loira provocou.

- Tipo não dar tempo, não sabemos se a Ashley aguentaria 9 meses esperando. Também não podemos ter certeza que essa criança vai ser compatível, e além de tudo, como você pretende fazer isso?

- Tem razão...talvez a Ash não tenha tanto tempo, mas mesmo assim eu tenho que tentar! Não posso ficar sentada sem fazer nada! Se a minha filha tem uma chance, por mínima que seja, com essa minha "loucura" eu devo tentar! - Annabeth respirou fundo - Quanto ao como irei fazer isso...bem, essa será a parte mais fácil, teoricamente. Percy é um mulherengo conquistador de quinta categoria, só preciso jogar um pouquinho de charme pra cima dele e pronto! Mais fácil que tirar doce de criança!

A loira sabia que seu plano tinha inúmeras falhas, existem fatores que ela jamais conseguirá controlar, mas a esperança é a última que morre!

***

- Meu amor, vem cá! - Percy falou se aproximando de sua esposa, que a todo custo tentava se livrar de seus braços - Eu já te disse o que aconteceu: um amigo meu estava com problemas e eu tive que ajudar! Esqueci de te ligar avisando, me perdoa! - pediu com voz melosa.

- Essa é a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi, Perseu Jackson! - Clarisse falava com a voz firme, mas seus olhos a denunciavam...estava prestes a chorar.

Quando Clarisse conheceu Percy ela teve a certeza de que ele era o seu príncipe encantado, só não contava com a ideia de que sua vida seria bem diferente de um conto de fadas: amava aquele homem com toda sua alma, desejava-o todos os dias tão arduamente como se fosse a primeira vez, no entanto ele vivia cometendo "pequenos" deslizes, sempre com alguma desculpa inconsistente. O pior de tudo é que Clarisse sempre acabava perdoando, fechava os olhos para os erros cometidos pelo marido e voltava a pensar nele como seu príncipe encantado.

- Promete que não vai fazer de novo? - ela deixou-se ser abraçada pelo marido.

- Prometo, meu amor! - ele colocou as mãos em sua cintura puxando-a mais para si - Sabe que faço qualquer coisa por você, não sabe? - falou com a voz rouca no ouvido dela.

Ele começou a beijar seu pescoço enquanto suas mãos passeavam por todo o corpo da mulher.

- Faz qualquer coisa mesmo? - Clarisse desabotoou a camisa do marido.

O sorriso do moreno se alargou: ele conseguiu mais uma vez o perdão da esposa. Não que estivesse realmente arrependido - Percy não sabia o que era remorso-, mas estar de bem com ela significava estar de bem com o sogro e estar de bem com o sogro era fundamental para conseguir uma promoção.


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Notas finais do capítulo

e ai? o q acharam? continuo?
bj