- Olá Dona Cristina. A Helena está?

René chegou na casa de Helena todo arrumado, de gel no cabelo, terno, e um ramalhete de flores na mão:

- Está sim. Um momento - Disse dona Cristina meio confusa e sussurrando, para que René não pudesse ouvir: - Filha, o René está aqui.

-O que? O René? Que que ele veio fazer aqui? 

- Não sei, mas ele está com um buquê de flores na mão... Deixo entrar?

- Deixa vai, quero ver o que ele quer...

Dona Cristina abriu mais um pouco a porta e o chamou para dentro:

- Pode entrar René, mas a Helena ainda está um pouco abatida com o que aconteceu hoje...

- Foi pra isso mesmo que eu vim, tentar animar um pouco ela e pedir desculpas.

René sentou ao lado de Helena, que estava cabisbaixa e com uma forte cara de choro:

- Oi Helena.

- Oi.

- Olha, eu não sei como te dizer, sei também quenão deveria estar aqui, porque isso ainda é muito recente, mas se quiser ir jantar comigo para nós conversarmos um pouco...

- Mas... E a Suzana?

- Eu conversei com ela, ela disse que ainda está um pouco triste e que precisa pensar, mas esquece ela só um pouquinho e vamos conversar só nós dois....

- Eu estou precisando espairecer um pouco mesmo... Espera só eu me trocar?

- Claro, o tempo que quiser.

Crisina olhou paras Helena toda sorridente, e ela a respondeu com uma piscadela.

Chegou no quarto, fechou a porta, e mordeu os lábios sorrindo " René, René, só você pra me fazer sorrir em uma hora dessas..."

Quando saiu, estava com um vestido azul marinho não muito curto, mas um tubinho que a deixava com uma cintura mais fina, calçava sandálias pretas de salto alto, cabelo solto esvoaçante e um conjunto de bijuterias finas, as mais chiques que tinha.

Ponto de vista do René ON

Ela estava linda! Nunca a vi desse jeito antes! Aquele vestido, que marcava suas curvas, aquele cabelo solto, que a deixava com mais cara de mulher. Aquele cheiro. Ah, aquele cheiro! Só ela tinha, é o cheiro mais gostoso do universo! Eu estou apaixonado por ela...

Ponto de vista do René OFF

-Uau.

Helena se corou inteira, e deixou escapar um sorriso.

- Você está linda! E... a propósito, me desculpe, esqueci de te entregar... São pra você.

Helena pegou as flores com as mãos geladas de nervosismo e as cheirou:

- René! São lindas! Que perfume delicioso! Obrigada, eu amei! Vou colocar em um vaso e já volto.

" Não mais que você" René pensou.

Os dois se despediram, saíram e René a levou até um restaurante super chique, no centro de São Paulo.

- Então, Helena, como vão seus alunos?

René perguntou sem jeito e sem assunto, enquanto esperavam a comida:

- Vão bem... E na sua aula?

- Eles se comportam bem, adoram cantar!

Os dois se calaram, mas trocaram olhares apaixonados.

A mão de Helena estava posada sobre a mesa. René tentou colocar sua mão em cima da de Helena, com incerteza, medo, angústia, ansiedade de que Helena não aceitasse seu gesto e que pudesse estragar a noite. 

Nada disso aconteceu. Colocou sua mão em cima da mão de Helena, o que a fez soltar um sorriso e novamente corar. 

O prato chegou, e eles comeram sem nenhum diálogo, mas estavam apaixonados, e isso era o que importava!

Os dois voltavam a pé quando René não aguentou mais o sufoco da paixão e disse entrando em sua frente e pegando sua mão:

Helena, espera!

Continua...