P.O.V Megan

– O que isso tem a ver com a minha avó? - eu indaguei

– Me conte o que você sabe da sua avó. - ela me perguntou, Allan cruzou os braços e revirou os olhos

– Bom. - eu cocei a cabeça - O que me contaram foi que quando eu tinha 5 anos, a vovó Penélope desapareceu. Quando eu era pequena costumava dizer que ela era a Penélope Charmosa, ela me abraçava sempre que eu dizia isso. - comecei a rir e logo me lembrei da onde estava - Mas, o que ela tem a ver?

– Só contaram que a sua avó sumiu? - Britt perguntou

– Bom, sim. Disseram que a sequestraram e ela nunca mais voltou. Eu era apenas uma criança e não entendi muito bem, cresci acostumada com essa ideia. - dei de ombros

– A verdade é: sua avó era uma espiã. - Britt chegou perto de mim e colocou as mãos em meus ombros - Ela era a grande Penélope Salvino, uma lenda na agência.

– É, uma lenda e blá blá blá. - Allan virou e começou a caminhar em direção à porta

– Eu ainda não acabei. - Britt falou autoritária - Você só sai, quando eu digo.

– Ok, srta. Williams. - ele se virou e veio em nossa direção e parou na minha frente. Olhei em seus olhos, um azul muito profundo. Seus olhos me lembravam o mar, me passavam tranquilidade e segurança. - Pode acabar logo com isso?

– Por que tenho a impressão de que você não quer estar comigo? - perguntei cruzando os braços

– Há. - ele deu uma risada irônica - Ela está brincando não é mesmo Britt? Ela não sabe de nada, de absolutamente nada. Por favor, essa criança só quer voltar pra vida perfeita dela. - ele apontou pra mim com desdém - Essa garota, é uma piada. - ele deu as costas e saiu

– Eu não acabei. - Britt gritou

– Mas eu acabei. - ele retrucou e a porta fez um barulho enorme quando ele saiu

P.O.V Allan

Não sei porque aqueles olhos verdes não saiam da minha mente. Quando ela me olhou profundamente foi como se visse dentro de mim. Foi como se ela visse mais do que um adolescente espião que apenas segue ordens. Eu travei quando me perdi naqueles olhos, até que lembrei do sobrenome dela. Salvino, Salvino, Salvino... por que ela tinha que ser neta da Penélope?

– Allan! - senti uma voz irritante me chamar

– Karen, o que você quer? - cuspi as palavras

– Saber da Salvino, claro.

– O nome dela é Megan. - eu realmente queria esquecer o sobrenome dela

– Claro, é Megan. Conta mais... - ela foi se aproximando

– Pra que? Pra você contar as fofocas por aí? Não. Vai fazer alguma coisa de útil com a sua vida. - eu não iria aguentar os chiliques da Karen, hoje não.

– Nossa, quanta agressividade. A feiosa te assustou tanto assim?

– Feiosa? - eu ri - Você com certeza não a conheceu. Cuidado Karen, ela pode te tirar o posto de "rainha da academia". - fiz aspas e me virei

Fui andando pro meu quarto lembrando do meu avô. O que eu sei, é: Meu avô e Penélope eram parceiros. Na última missão do meu avô, Penélope o deixou e foi embora. Ela não tentou salvá-lo, isso pra mim é assassinato. Encontraram o corpo do meu avô queimado e minha mãe viu seu pai deformado e morto. Ela ficou traumatizada, quando eu nasci ela disse que meus olhos lembravam muito meu avô e ela não podia conviver todo dia com isso. Quando fiz 1 ano, meus pais me entregaram e eu cresci na academia sobre a tutela da Britt.

– Tudo o que já aconteceu de errado comigo, é culpa da família Salvino. - sussurei - Ela vai embora daqui, eu farei com que queria ir embora. Uma Salvino não vai estragar minha vida de novo.