P.O.V Megan:

Do nada o lugar todo escureceu e ficou mais frio. Será que era a sensação do beijo?

- O que está acontecendo? - perguntei

- Em resposta a sua pergunta, srta. Salvino. - então o lugar ficou claro e parecia novamente a sala em que entrei no começo do treinamento, o professor abriu uma grande porta e entrou - O treinamento acabou.

- Como assim? - perguntei 

- Vocês não pegaram a mala e a senhorita desmaiou. - o professor respondeu

- E vocês se beijaram. - Drika disse entrando correndo ficando ao meu lado

- E isso também. - o professor disse

- Espera, você estava vendo o tempo todo? - perguntei

- Eu e todo mundo. - Drika comentou - Inclusive aquela menina loira raivosa. - ela apontou pra Karen

- Que se dane. - respondi

Só então percebi que o Allan ainda estava ao meu lado, de pé, paralisado, sem fazer nada.

- Allan... - falei colocando a minha mão no braço dele

- M-megan, nnnão. - ele disse saindo correndo

- ALLAN! - eu gritei enquanto ele saia correndo

P.O.V Allan:

Eu ouvia ela gritando meu nome. Mas eu fugi, fugi da Megan. Como eu sempre faço.

Droga, droga. Allan imbecil, Allan idiota.

Mas por que eu fugi? Foi um beijo tão bom. Não, bom não descreve. Foi incrível. Aqueles lábios tão macios.

- Por que você sempre foge? - dei um soco na parede

- Porque você é babaca. - ouvi uma voz atrás de mim

- Jura? - perguntei irônico

- Juro. - Kaio respondeu - Você estava com a garota mais linda de toda a academia. Com a garota mais legal. E você parou no meio do beijo. Só uma palavra te descreve: babaca. Eu, como bom amigo, vim aqui te lembrar disso. - ele riu

- Cara, é uma coisa que você não entenderia. Vai além de mim, do que eu sinto ou deixo de sentir. Porque se dependesse apenas de mim - eu admiti - Ela já seria minha namorada.

P.O.V Megan:

- Eu vou descobrir isso. - sai deixando Drika pra trás e correndo pela porta

- Ei, espera, sua vadia. - ouvi Karen me chamando e puxando meu cabelo

- Me larga. - eu disse e ela soltou - O que te dá o direito de me chamar de vadia?

- Bom, vejamos. Você pegou o Allan. MEU Allan. - ela disse - Isso te faz, vadia.

- Repete? 

- V-A-D-I-A. - ela cantarolou

- Só uma coisa. - eu disse. Segurei ela pelo braço e dei uma rasteira nela. Ela caiu com tudo no chão. Coloquei o pé na sua barriga. - Pra esclarecer, ele me beijou. ELE. Acho que você nunca vai saber o que isso, né? Afinal, fiquei sabendo que você beijou ele à força. Mas olha só Karen, foi muito bom. Não foi só um selinho, foi um beijo de verdade. E mais uma coisa, nunca mais diga que ele é seu.

Então eu sai correndo em direção ao meu destino. A sala da srta.  Williams.

- Quero falar com você. - disse entrando na sala

- Vocês adolescentes já ouviram falar em bater na porta? - ela disse mexendo no notebook

- Deixa de gracinha. - ela não me escutava, ficava mexendo no notebook - Pode olhar pra mim, por favor? - eu fechei o notebook que quase prendeu seus dedos

- Já que você tá pedindo com tanto jeitinho. - ela deu uma risada fria, como sempre - Qual o motivo da sua ilustre visita?

- Eu quero saber o que aconteceu entre minha família e a do Allan. - eu respondi

- Algumas verdades são duras, Megan. - pela primeira vez, ela parecia humana

- Ok, eu aguento pode falar. 

- Bom, sua avó foi uma grande espiã. - ela disse

- Disso eu sei. - respondi

- O que você não sabe é que sua avó e o avô do Allan eram parceiros. - ela deu uma pausa esperando que eu falasse, eu apenas concordei com a cabeça - E aconteceu que em uma missão o avô dele morreu, mas sua avó escapou. Sendo assim, o Allan culpa sua avó de ter matado o avô dele.