Minha mãe ama me bajular para as pessoas que ela conhece, sempre diz que "por mais que eu tivesse todos os meus defeitos, sempre fui uma pessoa adorável para qualquer que fosse a pessoa. Respeitava a todos, e amava a todos, até meus inimigos" — E não eram poucos — Aprendi com a minha mãe a amar a todos, independente do achavam de mim.
Também aprendi que por mais que não queremos, sempre terá uma pessoa para trair a sua confiança, te deixar na mão nos piores momentos e te enganar. Por enquanto isso não havia acontecido comigo, Kaylee não teria coragem de fazer isso comigo. Por mais que tivéssemos defeitos.
E como muitas pessoas têm seus indevidos defeitos, o meu era ser sarcástica e não levar nada a sério. Uma coisa meio comum entre os adolescentes.

Estava trocando mensagens com Kaylee — minha melhor amiga — Sobre Josh — minha apaixonite do colégio — estava interessante porque ela estava me contando que ele havia ficado solteiro e era a minha chance de atacar, mas tinha alguns problemas que ela ia me contar se não fosse minha mãe que chegara batendo na minha porta com a mesma delicadeza de sempre.
“Toc toc toc toc toc toc toc toc toc toc” Parecia que ela estava com uma metralhadora do outro lado da porta.
— Filha é a sua mãe.
— Jura? Achei que fosse o Chuck Norris! O que é?
— Faça um favor de descer à cozinha, precisamos conversar. Eu você e seu pai. — Minha mãe nunca falara daquele jeito.
Assenti nervosa. Avisei a Kaylee que estaria ocupada, pois minha mãe havia esmurrado minha porta, deixei meu celular em cima do criado mudo e desci as escadas depressa.

A coisa que eu mais gostava na vida, era de ser filha única. Mas no momento eu entrei em pânico. “Ela estava grávida, e agora? Para onde iria a minha mordomia” — Pensamentos dramáticos e exagerados. —
Sentei em uma cadeira ao lado dos meus pais e os encarei com tamanha curiosidade do que estaria acontecendo.
— O que foi que aconteceu dessa vez? Achei que ia derrubar a minha porta e me trazer até aqui embaixo nas costas. — Fazia gestos com as mãos apontando para a porta do meu quarto. —
Eles pareciam sérios, não riram da minha piadinha.
— Morgan, não é um bom momento para brincadeiras. Precisamos conversar sério. — Minha mãe era uma pessoa não muito velha, mas estava quase no fim, estava entre 30 e 40 anos... Sempre foi uma pessoa com um bom coração, mas quando estava séria, parecia que queria dar cinco tapas na sua cara.
Olhei para meu pai, ele assentiu. O que queria falar era realmente sério. Fiquei quieta e voltei os olhos a minha mãe.
— Seu pai foi transferido para a Leste, e teremos que nos mudar parar lá. Caso contraria seu pai ficará desempregado, vamos para debaixo da ponte e morremos de fome. — Disse minha mãe, enquanto pegava na mão de meu pai. —
— Gostei da segunda opção. — Disse num tom de sarcasmo que ela se levantou da cadeira e quase derrubou a cozinha inteira.
— Pelo amor de Deus Morgan, pare de piadinhas, sua mãe está falando sério. — Meu pai parecia sério naquele momento, então me toquei de que estavam falando realmente sério. Eu teria que me mudar da minha linda cidade, da minha linda casa no Norte, deixar tudo o que construí aqui para morar no outro lado do país.
— E a escola? Pelo jeito não pensaram em tudo. Eu não vou de jeito nenhum estudar em uma escola de lá. — Meus pais se entre olharam. Haviam pensado naquilo.
— Eu irei dar aula à você, na nossa casa. Lá no Leste. — Deixei escapar uma risada bem exagerada. Mas foi engraçada, minha mãe havia parado de estudar fazia séculos. Mas assenti.
— Tudo bem mãe, façam o que acharem melhor. Eu nunca consegui ter uma amizade de longa duração ou verdadeira mesmo. Seja o que for só quero saber quando iremos pra esse lugar. — Olhei para os dois com cara de deboche e desprezo ao mesmo tempo.
— Amanhã.