Ingênua (one-shot) escrita por Julieta


Capítulo 1
Capítulo 1 - único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, eu não posto nada a um bom tempo.
Enjoy!!



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Ingênua

"O amor é cego e os apaixonados não podem

ver as agradáveis loucuras que cometem. "

WILLIAM SHAKESPEARE

   Respirações ofegantes, sem o peso de roupas sobre o corpo, suor escorrendo em minha testa e o cansaço dominando meu ser. Uma garota esticada no chão de um estábulo de uma casa antiga e abandonada; seu corpo cansado, machucado, sangrando; uma linda, ingênua e inteligente garota de um futuro glorioso e promissor. Mas tudo jogado fora por um amor misterioso e faceiro.

Te querer foi uma estupidez total

Um passo além do bem e do mal

Uma tempestade de dor, uma história de terror

Um sonho rosa que hoje é cinza, palavras sem valor.

   Camille, a estudante de veterinária cursava o primeiro ano da faculdade, onde havia ganhado a bolsa mais concorrida da cidade. Rodeada de amigos, uma família orgulhosa da filha, e professores que tinham satisfação de suas notas altas. Até ela conhecer um rapaz, Jeremy.

   Ambos se conheceram quando um cachorro foi atropelado por uma moto em quanto o rapaz, dono do cachorro, amarrava os cadarços ao longo da calçada. O cachorro escapou da coleira na intenção de perseguir um gato de rua, e então um carro a atingiu em cheio.  Os dois correram na direção do animal.

   - Não, meu cachorro, meu deus! – disse desesperado.

   - Calma, ele quebrou a pata só, eu posso cuidar.

  Ambos se olharam nos olhos levando o cachorro para um lugar seguro. Após imobilizar a patinha, ele agradeceu roubando um beijo e marcando um encontro. Camille nunca havia sido beijada, e ficou encantada pelo sabor dos abios do rapaz. Depois de mais dois encontros se apaixonaram perdidamente.

   - Você me faz sentir coisas que nunca senti na minha vida, meu coração bate mais rápido, me faz sorrir involuntário. Então disso eu tirei minha conclusão.

   Em todas suas palavras havia mistério de sensualidade, o que encantava a ingênua menina.

  - Que conclusão?

   Ela pegou sua mão e a olhou nos olhos, ela se perdia naquele verde intenso.

   - Percebi que... – fez uma pausa demorada aumentando o mistério. – Que eu te amo Camille.

Sei que fui ingênua e me senti,

Pendurando borboletas no céu,

E hoje eu estou tentando voltar para o chão.

Fui ingênua e dei a você meu ar.

E hoje a vida é um deserto,

Por te amar de coração aberto.

   Isso bastou para encantar e a tomar de vez para si mesmo. Cada “eu te amo” dito a fazia pertencer mais a ele. As notas na escola abaixavam cada vez mais, os pais ficavam cada vez mais preocupados com a desatenção da sua única filha.

  - Filha, minha querida, você anda tão desatenta, suas notas eram ótimas e agora caíram.

  Ela não tirava os olhos do computador, nem mesmo para falar.

  - Eu sei mãe, você já disse isso para mim. Eu vou melhorar.

  - Vai mesmo?

  - Sim, pode ser.

  Era sempre a mesma resposta. Mas até mesmo sua mãe sabia que eram só palavras.

  “Eu to bem, minhas notas vão melhorar. Vão melhorar, eu vou estudar.”

   Era sempre isso. Até quando chegou o último bimestre onde avisaram que iriam retirar a bolsa se as notas não melhorassem. Seu pai ficou furioso, sentiu dó, mas tinha que tomar uma precação.

  - Você não vai ver mais aquele rapaz! – Alertou com a voz trovejante.

  - Eu o amo! Você não pode me impedir pai! – retrucou.

  - Suas notas não melhoraram, você prometeu que melhoraria, mas não cumpriu! Você não vai mais vê-lo até conseguir as notas que você conseguia no começo do ano!

Tentarei reconstruir minha paz

Queimar seus beijos, não olhar para trás

Te dei o meu oxigênio, minha voz,

Fiz um mundo para dois

Você me fez acreditar em você, E depois você disse adeus.

  Aquilo a atingiu fundo. Desabou em lágrimas assim que seu pai a deixou sozinha em seu quarto. Não pensou duas vezes, fez uma mala com varias roupas e partiu para a cãs de Jeremy.

  - Amor o que ta fazendo aqui? O que houve?

  - Meu pai não quer que eu te veja. Então eu fugi! – disse chorando e o abraçando.

  Camille desconfiou que seu hálito lembrava a álcool e na mesa tinha muitas garrafas vazias.

   - Você bebeu? Pensei que odiava álcool.

  Jeremy balançou a cabeça negativamente.

  - E o que você sabe sobre mim?

Sei que fui ingênua e me senti,

Pendurando borboletas no céu,

E hoje eu estou tentando voltar para o chão.

Fui ingênua e dei a você meu ar.

E hoje a vida é um deserto,

Por te amar de coração aberto.

  O rapaz a empurrou em entro a parede com força e a beijou com fervor. Algo que ela não gostou. Ele sempre foi dócil e gentil e agora estava todo violento e grosseiro. Ela estava assustada e começou a chorar e se debater quando Jeremy rasgou suas roupas. Ela tentou escapar, mas ele era muito maior e mais forte. Até aquele momento ela era virgem... Era.

   Perdida em pensamentos em quanto as dores alucinavam seu corpo. Ela olhava o sangue no chão em quanto levava sua consciência embora. A dor era tão grande que não conseguia nem gritar mais. Mas suspirou aliviada ao ouvir sirenes de ambulância e polícia. Estava semi consciente o suficiente para ver os policiais prenderem Jeremy... E poucos segundos antes de fechar os olhos, viu o rosto de seu pai sussurrando que ficaria tudo bem. Sorriu o quanto podia, sentindo-se querida e segura novamente, até que fechou os olhos partindo para a ambulância. Ela só tinha certeza de uma coisa, que agora era um recomeço, que seria bem vindo de braços abertos.

Sei que fui ingênua e me senti,

Pendurando borboletas no céu,

E hoje eu estou tentando voltar para o chão.

Fui ingênua e dei a você meu ar.

E hoje a vida é um deserto,

Por te amar de coração aberto.

"O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, é cego e tão potente." (Sonho de uma Noite de Verão) -Shakespeare


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Notas finais do capítulo

A música da fic é "Dulce Maria - Ingênua"
Se gostarem comentem ^^
Se gostarem desse tipo de fic então leiam a minha outra fic.
Paranoia
Que também é de uma música. Da Rihanna - Disturbia. Quem gosta deveria ver também XD
Comentem!!



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