Relíquias Perdidas escrita por Jazper Targaryen


Capítulo 56
Capitulo 56 – Garotas Boas Vão Ao Céu, As Más Vão Aonde Quiserem!


Notas iniciais do capítulo

Hey galera! Como prometido, mais uma sexta feira, mais um capitulo, esse será bem divertido e tenso no final!!



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Tinha chovido durante toda a noite. O orvalho caía lentamente das folhas, estava ensolarado, mas ainda estava frio. A Cidade da Música estava silenciosa, pois só começa a ficar agitada à tarde que é quando as festas estão no começo.

Susana adorava dar a papinha de Alêx bem cedo, assim não corria o risco de encontrar com Liliandil e Rilian e sempre pela manhã havia uma confusão por causa do leite, das frutas, e etc. Alêx estava bem sonolenta, mas era por uma boa causa.

Todos os dias quando acordava e olhava para Alêx e Caspian ela percebia o quanto sua vida era boa, não era a vida pois Liliandil sempre iria estar no meio de tudo, mas olhar para o rostinho da sua bebê e do homem que ela amava e saber que ela teria os dois pelo resto de sua vida era simplesmente a melhor sensação do mundo.

Lúcia entrou na cozinha, ela e Susana haviam brigado, mas ela esperava que Lúcia desse um beijo em Alêx como de costume, ou que desejasse ao menos um “bom dia” as duas, mas isso não aconteceu. Lúcia simplesmente fingiu que não as vira, tudo porque estava com raiva de Susana.

Alêx só queria dormir enquanto Susana insistia para ela terminar a papinha, Susana insistiu tanto que Alêx lançou lhe um “Olhar da Susana”, Caspian disse que Alêx tinha herdade os olhos e as expressões da mãe, e de fato ela tinha.

– Eu sei como é ter esse olhar, as pessoas acham que você é meio maluca, mas não se preocupe, todos temos loucuras ou manias – disse Susana com um sorriso.

Ela fez mais uma aviãozinho com a colher para Alêx, mas Alêx só fez um careta e pulou da cadeirinha. Sim, ela já sabia pular e andar perfeitamente, só quando queria, mas não sabia falar. Theo disse que isso é normal, que algumas crianças começam a falar bem tarde, e também examinou as cordas vocais dela, não havia nada de errado.

Susana observou Lúcia voltar para a tenda e escalar o seu berço. Enquanto ela voltava a dormir Caspian entrou na cozinha e seu dia iluminou-se novamente. Ele desejou bom dia e lhe deu um beijo caloroso.

– Você parece perturbada – disse Caspian.

– E eu estou – admitiu Susana. – Lúcia está sem falar comigo outra vez.

Caspian revirou os olhos repreensivamente.

– Você deu outra tapa na cara dela?

– Isso não é engraçado – reclamou Susana. – Não, eu... Falei com Asafe.

Ela já havia se preparando para a bronca de Caspian, afinal, ele alertara mil vezes antes dela fazer aquilo. Mas ele só revirou os olhos.

– Nem vou dizer que não acredito que fez isso, mas você sabe que errou, não sabe? – disse Caspian.

Susana levantou a cabeça.

– Sabe do quê mais... Eu de fato me arrependo um pouco, mas não fiz a coisa errada – disse Susana.

– Susana, Lúcia está virando uma adulta, tem cabeça para tomar suas próprias decisões, se ela errar vai aprender com o erro – disse Caspian.

– Caspian, se eu tivesse alguém para me orientar nas minhas escolhas como um pai ou uma mãe eu iria aceitar de bom grado, porque só assim eu não correria risco de me machucar – disse Susana.

– Su, quando corremos e caímos, o que nós aprendemos? Aprendemos a correr com mais cuidado, só vamos acertar se errarmos primeiro – disse Caspian.

– Ou podemos esquecer que caímos e correremos do mesmo jeito! – disse Susana.

– Deus, você pode ser mais pessimista? – reclamou Caspian.

– Me desculpe, mas eu não sou pessimista, apenas realista, porque simplesmente é fácil falar antes do pior acontecer – disse Susana.

– Então deixe acontecer Su, não se importe, você nunca se machucou quando era pequena? A dor um dia passa – disse Caspian.

– Mas eu deveria ter escutado minha mãe alertando-me para prestar atenção e assim não teria caído – disse Susana.

– Mas mesmo assim você caiu não foi? Só aprendemos quando nos machucamos – disse Caspian.

– Que seja! Eu só não vou deixar Lúcia sofrer Caspian, eu não quero ver minha irmãzinha sofrer, já que não temos nossa mãe, eu sou a única mãe dela, eu preciso protege-la! – disse Susana explodindo em lágrimas.

Caspian a abraçou forte, os dois foram pra longe dali junto com Alêx, antes que Liliandil chegasse e estragasse aquele momento, mas eles nem imaginavam o que estava por vir.

***

Isabelle escreveu um bilhete para Camilla com sua letra caprichada e fina:

S.O.S: Chamando todas as garotas, essa noite vamos ter diversão!

Camilla respondeu do outro lado com sua letra gorda e infantil:

Sim e sim, pra onde vamos?

Isabelle pegou sua pena e molhou na tinta, escreveu em outro papel:

Pra qualquer lugar na cidade da música, vamos pedir para Bia arrumar um plano de fuga para nós.

Camilla escreveu no verso do outo papel:

Quem mais vai além de nós?

Isabelle escreveu em outro papel.

Não estou entendendo seu garrancho.

Camilla escreveu com letras menores:

Quem mais vai além de nós?

Isabelle escreveu:

Talvez Zoë, Alícia, Lúcia e Carly, não vamos convidar a chata da Clove, né?

Camilla escreveu com letras gigantes:

EU TOPO!

Mas as duas estavam a cinco centímetros de distância uma da outra.

***

Alícia e Zoë estavam caminhando perto da cozinha depois do almoço. Susana havia dado sua palavra a Zay de que iria fazer algumas perguntas a Zoë, e afinal de contas, o que custaria?

– Ei Zoë, posso falar com você por um segundo? – perguntou Susana.

– Claro, você quer o seu arco de volta? – perguntou Zoë.

Susana lembrou-se que tinha emprestado seu arco à Zoë desde a Floresta Negra, até mesmo porque não iria precisar dele, pois não lutaria enquanto estivesse gestando um filho, mas já que Caleb se fora ela ainda tinha o Diadema de Hera, mas ela não queria o arco.

– Não é isso, pode nos deixar a sós um momento? – perguntou Susana a Alícia.

Alícia deu de ombros. – Nos vemos depois.

– Sobre o que é? – perguntou Zoë.

– Bom... Na verdade é sobre o meu irmão, sabe, ele é meu irmão, e eu me importo com ele, ele é tipo um filho pra mim já que ás vezes eu sempre tenho que colocar um pouco de juízo na cabeça dele, mas enfim... Você sabe a sobremesa preferida dele? – perguntou Susana.

– Como? – perguntou Zoë.

– Sabe? – perguntou Susana.

Zoë tentou pensar. Ela e Pedro nunca conversaram sobre sobremesas.

– Bom, nós nunca conversamos sobre sobremesas – disse Zoë.

– Ele te disse qual o maior sonho dele? – perguntou Susana.

O maior sonho de Pedro era colonizar a Calormânia, no passado ele ficara tão obcecado com isso que seus irmãos tiveram que intervir para não haver uma guerra, mas o maior sonho mesmo era morar numa ilha deserta com o amor da vida dele. Sim, Susana leu seu diário uma vez.

– Conquistar a Calormânia – sorriu Zoë.

– E como ele gosta de fazer carinho? – perguntou Susana.

Pedro gostava de roçar os pés nos de Isabelle, enquanto ela ficava debruçada no peito dele.

– Abraçando? – disse Zoë. – Porque você está perguntando essas coisas?

Susana já tinha o bastante.

– Por nada, só tinha medo que o relacionamento de vocês pudesse dar errado, desculpe se violei a privacidade de vocês, você podia, por favor, não comentar isso com ele? – sorriu Susana gentilmente.

– Claro – disse Zoë confusa.

– Obrigada – disse Susana e foi procurar Zay.

– E aí? – perguntou Zay.

– Você marcou pontos, é tudo mentira o namoro dos dois, ela só está com ele pra te fazer ciúmes, e acho que ele também sabe disso – disse Susana.

– Então... Ela realmente me ama? – perguntou Zay.

– Isso eu não tenho como saber, mas que ela quer te deixar com ciúmes, ela quer – disse Susana.

Zay pareceu catatônico por um momento, mas no outro abriu um largo sorriso.

– Boa sorte – desejou Susana sorrindo e foi embora.

***

À noite depois que todos jantaram e ficaram um tempo na fogueira cantando e contando estórias, as garotas começaram a se arrumar. Colocaram seus melhores vestidos, não eram vestidos de bailes, mas sim de festas, se maquiaram bastante, arrumaram os cabelos, e ás onze da noite ficaram completamente prontas.

– Tem certeza de que você não quer se divertir um pouco Bianca? Vamos sentir sua falta – disse Zoë passando o rímel de Isabelle.

Mesmo tendo o poder de se arrumar com o estalar dos dedos, Isabelle preferia se maquiar com seus apetrechos lentamente.

– Vamos gente? – perguntou Isabelle.

– Estou pronta – disse Carly ansiosa.

– Bia, você vai seguir com o plano não vai? – perguntou Isabelle.

– Sim, se eles perceberem eu vou dizer que vocês foram só passear de pegasus – disse Bianca com cara de tédio, ela estava com uma cara verde e enjoada.

– Você está horrível – disse Zoë.

– Obrigada – disse Bianca sarcasticamente.

– Você está doente ou coisa assim? – perguntou Camilla.

– É só efeito do pingente, eu o tirei, amanhã vai passar – disse Bianca.

– Bom, fique bem, antes de amanhecer nós voltamos – disse Zoë e deu um abraço na irmã.

– Divirtam-se – disse Bianca.

Isabelle, Camilla, Zoë, Alícia, Lúcia e Carly partiram nos pegasus da corruagem para irem até a Cidade da Música. Em cinco minutos elas chegaram lá, haviam pegado um pouco do dinheiro que sobrara e também um pouco do dinheiro que Alícia trouxe de Shamat, juntando, era o suficiente para uma noite de diversão em um bom lugar.

A Cidade da Música não possue um rei, ou governador, ou mesmo um prefeito, simplesmente é livre, e é mais conhecida como uma área de lazer do que de moradia e comércio, o comércio predominante é o de instrumentos, as poucas casas das pessoas que moram ali são só de artistas, se você quer ser um, venha estudar música na Cidade da Música, onde sempre você vai ter um show em algum lugar.

Elas foram para o Cabana Doce, o melhor lugar de toda a Cidade, uma vez como presente de aniversário de quinze anos, Camilla e Isabelle ganharam uma viagem para a Cidade da Música, e sempre vinham aqui todas as noites, havia outros lugares bons como o Coelhos Bar, o Vale do Vinho, O Bar Aniquilador, O Porto dos Wafers, o Bar Queda Livre, o Palácio Imperial, o Desfiladeiro, mas nenhum superava o Cabana Doce, onde os melhores artistas se apresentavam, onde tinha as melhores bebidas, os rapazes e as moças mais bonitas.

Quando eles chegaram lá, havia um cheiro de bebidas doces no ar, do tipo sucos misturados com vinho, champanhe, e etc. Uma enorme fonte no meio do salão jorrava champanhe sem parar. As pessoas podiam pegar uma taça de vidro e se servirem a hora que quiserem. Uma banda de jazz animada tocava no palco, existiam inúmeros bares.

Todas se sentaram no mesmo bar e mandaram um desenhista fazer um desenho delas seis sentadas. O desenho custou cinquenta moedas de ouro, tudo bem, porque ainda estavam sobrando mais cem moedas de ouro, cinquenta de prata e vinte e cinco de bronze.

– Um champanhe pra mim, vinho para Zoë, rum com cereja para Alícia, licor com morango para Lúcia, e para Camilla e Carly? Hm... Limonadas! – disse Isabelle.

Ela podia ser bem super-protetora quando se tratava Carly, mas Camilla tem uma idade mental inferior a de Carly, por isso ela não pediu nada com álcool.

– Meninas, não vamos gastar muito o.k.? Já gastamos setenta moedas de ouro com as bebidas e o desenho, não vamos gastar mais nada o.k.? Vamos só dançar um pouco e ir pra casa – ordenou Zoë.

Escondida, Isabelle pediu algo forte ao garçom para colocar na bebida de Zoë e deixa-la bem animada, o garçom lhe deu um pozinho e Isabelle colocou no vinho de Zoë, em dois minutos ela só conseguia rir.

Elas se acabaram de dançar com os garotos mais lindos da festa. Isabelle perdeu a conta de quantos caras diferentes ela já beijou, alguns até comprometidos, e quando as namoradas deles vinham era só dizer para elas não ligarem e elas não ligavam, o charme de Isabelle tinha efeito até em garotas, era como se ela pudesse hipnotizar quem quisesse.

Elas dançaram com vários garotos, e também dançaram juntas. Era tão bom dançar só com as garotas, só elas, só as amigas, pelo menos elas não tinham segundas intenções umas com as outras, elas gostavam uma das outras de verdade, e uma amizade vale muito mais do que amor.

Zoë passou toda a noite dançando salientemente com o cantor de uma banda que se apresentou lá, mas não houve nenhum beijo. Alícia dançou e deu uns amassos em um belo garoto que era lutador. Lúcia apenas dançou com as garotas e com um garoto que depois a abandonou por outra garota já que viu que Lúcia não queria nada mais além de dançar com ele. Carly dançou com um cara que era quatro anos mais velho que ela, Zoë estava feliz demais para empatar, e Isabelle deixou, contanto que não passasse apenas da dança. Mas Carly deu muitos beijos escondida. Camilla dançava ou com suas irmãs ou sozinha.

Acabou ficando tarde, já era quatro da manhã, ia amanhecer daqui a pouco, elas se despediram de seus acompanhantes, e quando eles perguntaram se as veriam novamente elas disseram: “Amanhã aqui, com toda certeza”.

***

Era lua cheia, e os planetas estavam alinhados, mesmo que o sol já fosse começar a nascer daqui à uma hora, agora era o momento, Liliandil esperou semanas por isso, desde que ganhou a pulseira de Afrodite.

Afrodite só queria que ela fosse feliz, pois a deusa sabia o quanto ela estava triste e aquela pulseira resolveria os problemas de Liliandil, no mundo inteiro não havia presente melhor.

Ela já tinha conseguido a esfera de luz drenando a lua cheia, tinha poder o suficiente, era agora ou nunca, os planetas só iriam se alinhar novamente daqui a quinze anos.

Mas ela parou um pouco para pensar. Se ela fizesse isso, Susana sofreria bastante, ela não queria destruir Susana, ela não odiava Susana, mas tinha que fazer isso com ela, já que Susana é a única quem empata Liliandil de realizar seus sonhos. Afinal, tudo que a fez até agora a torna uma garota má, e as más vão aonde quiserem, não é mesmo?

Mas ela decidiu fazer algo bom para Susana, já que ela ia arruinar a vida da rival. Ela pensou novamente nas probabilidades de erro, mas não tinha jeito, a maior parte dela estava decidida a fazê-lo. E com isso ela pegou o bracelete e a esfera e os três começaram a brilhar como uma bola de luz.

Só que nessa bola havia um pontinho rosa, que era o pingente em forma de coração que brilhava fortemente e passou de rosa para vermelho e uma longa cortina de fumaça começou a sair dele, junto com o vendaval forte a cortina se abriu e virou um cilindro em volta de Liliandil, quando a estrela abriu os olhos parou de brilhar e a esfera sumiu, só a pulseira estava em ação agora.

A cortina mostrou a primeira vez que Caspian e Susana se viram, os dois se encantaram por olhares, mas a cena mudou e eles não estavam se olhando do mesmo jeito, assim como todas as vezes que o olhar dos dois se encontrava, tudo mudou e eles não se olharam mais do mesmo jeito. A cena do primeiro beijo mudou para um aperto de mão e depois para o primeiro beijo de Caspian e Liliandil. Todos os momentos que Caspian e Susana tiveram mudaram para momentos de Caspian com Liliandil, e assim que Susana voltou ao seu mundo, ela retornara para Nárnia, mas fora para salvar o bebê de Liliandil sobre o qual houve uma terrível profecia por ele ser concebido na mesa de pedra. A cena do casamento entre Caspian e Susana mudou para a cena do casamento entre Caspian e Liliandil. E todas as lembranças na cortina mudaram, fazendo tudo ser só um sonho ou ilusão.


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Notas finais do capítulo

- O que achou das meninas se divertindo?