Todos ficaram no parque algumas horas até ficar muito tarde. O Castelo de Shamat não tinha muitos quartos, por isso Zoë teve que dividir o quarto com as irmãs e Lúcia. Zay fez questão de dar cortesia a Susana e Caspian dando um quarto só para os dois, Liliandil dividiu o quarto com Mimí e Clove, e os meninos foram divididos: Apolo, Pedro e Caspian foram para o quarto de Zay e Theo, Asafe e Edmundo para o de Di Ângelo.

Os quartos não eram muito grandes e as camas ficaram abarrotadas juntas, Isabelle penteava seus cabelos no penteador de três espelhos, Bianca, Lúcia, Carly e Camilla já bocejavam de pijamas, esperando Zoë chegar.

– Eu estou começando a ficar preocupada – disse Carly.

– É mesmo, cadê a Zoë? – perguntou Camilla.

Isabelle penteava seus majestosos e lisos cabelos dourados de pijamas, ela era mesmo muito linda, a mais bonita das irmãs, e deu um sorriso de quem “Eu sei, mas não conto a vocês!”

– Pergunte a Bianca – disse Isabelle com um sorriso malicioso.

– É mesmo, da ultima vez que a vi você estava com ela – disse Carly a Bianca.

– A Zoë está bem, se ela não chegar até o amanhecer nós procuraremos por ela – disse Bianca nervosa.

– Escutei meu nome? – disse Zoë sorridente entrando no quarto das meninas com uma margarida presa no cabelo perto da orelha e rodopiando um gerânio na mão.

Ela estava cantarolando a melodia de “Hera Heroína”, e estava sorrindo mais do que de costume, estava passando as mãos no seu cabelo liso e ondulado e foi direto para o banheiro.

– O.k., o que diabos eu acabei de ver? – arquejou Camilla.

Todas estavam boquiabertas exceto por Isabelle e Bianca que tinham largos sorrisos de felicidade.

– Vocês duas sabem? Não sabem? – concluiu Carly.

– Eu não faço ideia – disse Isabelle sorrindo marotamente e penteando seus cabelos.

– Nem eu – mentiu Bianca escondendo o sorriso.

– Ah, contem! – pediu Lúcia.

– Apoiado! Apoiado! – gritaram Camilla e Carly.

– O.k. já que você estão implorando... – disse Isabelle bem-humorada.

– Conta, conta, conta, conta... – cantaram as garotas menos Bianca.

– Isabelle... Não! – pediu Bianca.

– Estão sentadas? – perguntou Isabelle.

– Sim – disseram em coro as meninas sentando em suas camas, nessa hora, Alícia entrou de pijamas no quarto.

– Acho que vou dormir aqui com vocês hoje, Di Ângelo vai dormir no meu quarto, o dele está cheio.

– Legal – disse Zoë saindo do banheiro já de pijamas e com o cabelo em rabo de cavalo.

As meninas fizeram cara de desanimo.

– Então... Zoë por que não conta pra nós onde você andou? – perguntou Isabelle marotamente. – Nossas irmãs estão muito curiosas...

– Eu andei por aí... – disse Zoë ainda sorridente deitando-se em uma cama.

– Tem certeza que não ficou beijando meu irmão? – riu Alícia e todas olharam seriamente para ela, até Isabelle e Bianca.

– Ah, Meu, Deus! – disse Camilla com as mãos nas maçãs do rosto.

– Eu simplesmente não posso acreditar! – arquejou Lúcia.

– Você está brincando certo? É isso ou o mundo virou de cabeça pra baixo! – ofegou Carly.

– Você os viu? – perguntou Isabelle a Alícia.

– Sim, depois que saí do parque eu e Di Ângelo fomos para o nosso arsenal secreto, passamos pelos dois, e eu vi você voltando para o parque – disse Alícia a Isabelle.

– Você estava me espionando? – perguntou Zoë a Isabelle, com raiva.

– Digamos que sim – disse Isabelle guardando a escova na gaveta do penteador.

– O ponto não é esse – disse Camilla ainda chocada.

– E qual é então? – aborreceu-se Zoë.

– Dãh! Você tava beijando um garoto! – ofegou Carly não acreditando no que disse.

– O.k. gente, não é da conta de vocês! – disse Zoë.

– É claro que é, até onde sabemos você é nossa irmã – disse Camilla.

– Eu nunca pensei que você fosse dessas sabia? – murmurou Isabelle.

– E com “dessas” o que exatamente você quer dizer? – perguntou Zoë aborrecida.

– Dessas que fingem, dessas que dizem que não gostam de garotos, mas precisam de uma mão forte pra acariciar sua penugem macia – disse Isabelle com um sorriso muito malicioso. – Em outras palavras, falsa.

Zoë encarou algum ponto distante com o rosto tenso. Será que o que Isabelle falara era verdade? Que ela era falsa? Por se mostrar odiar os garotos desde os últimos anos, e simplesmente gostar de um deles, será que não era só um capricho para se mostrar durona? Ela sabia quem ela era, sabia que aquele era seu jeito, mas não era seu jeito gostar de garotos, no fundo ela achava garotos bonitos, e odiava isso, ela sabia que gostava de garotos, mas nunca gostou tanto de um como Zay.

– Eu sabia! – ofegou Camilla estalando os dedos. – A Zoë tá sofrendo algum tipo feitiço do mal! Ai de quem diga que eu não sou esperta!

– Não! – disse Bianca levando em conta o que Camilla disse como besteira. – E ela não é falsa Isabelle, ela só tem dificuldade pra definir seus sentimentos!

– Ela sabe muito bem o que sente – disse Isabelle trançando o cabelo de Carly.

– Como você pode saber disso? – perguntou Alícia.

– Eu conheço a minha irmã – disse Isabelle misteriosa. Sua voz e suas expressões sempre davam impressão aos outros de que ela estava falando sobre uma linguagem subliminar, como se ela estivesse querendo dizer outra coisa.

– Ei, quase me esqueci! – disse Alícia. – Tenho que convidá-las para provar roupas para o baile, quer dizer, minha mãe pediu pra convida-las, eu não gosto dessas coisas.

– Baile? – disse Isabelle animada.

– Comemorando a colheita de primavera e os Jogos Letais – disse Alícia. – É uma tradição dos Jogos, em troca de uma colheita sempre farta na primavera, meu pai ofereceu os Jogos Letais.

– Legal, mas... – disse Camilla maliciosa olhando para Isabelle. – Com quem você vai?

– É claro que eu vou com o... – disse Isabelle animada, mas pareceu cair na real, ela é cortejada por Pedro e Edmundo, não pode levar os dois. – Não é da sua conta com quem eu vou!

Camilla e Zoë deram risadas gostosas junto com Bianca.

– Essa prova de roupas pode ser adiada pra depois? – perguntou Zoë.

– Porque Zoë? – perguntou Isabelle. – Vai encontrar alguém.

– Não é da sua conta quem ela vai encontrar ou não – disse Camilla imitando Isabelle.

– Claro que dá, na verdade é exatamente o que eu queria – disse Alícia.

– O.k. meninas, tá ficando tarde, é melhor irmos dormir – disse Zoë apagando as velas do quarto.

As garotas fecharam os olhos e dormiram, menos Zoë que passou algum tempo pensando no seu encontro de amanhã, na praça central com Zay.

– Psiu! – fez Alícia que dormia numa cama ao lado da de Zoë. – Encontre-me amanhã á tarde – sussurrou.

– Pra quê? – perguntou Zoë num sussurro quase inaudível.

– Para treinar – disse Alícia e voltou a dormir.

Mas não era proibido treinar? Zoë hesitou por um momento e depois disse:

– Anh, ah... O.k.!

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Todos acordaram lá pelas oito da manhã e foram tomar café. A mesa estava cheia e deliciosa com: torradas, bacon, ovos, omeletes, geleias, pães quentinhos e amoras.

Eles tomaram café da manhã na sala de jantar, o rei Sean avisou sobre o baile que aconteceria na sexta feira, e avisou a Pedro, Camilla e Zoë que Deméter viria no sábado, véspera dos jogos, para a orientação e também que hoje, pela noite, iria apresentar os novos competidores dos Jogos, e disse que Alícia e Di Ângelo se encarregarão de entreter os convidados durante o dia.

Zay e Zoë trocaram olhares uns poucos sorrisos no café da manhã, as meninas fingiram não estarem prestando atenção. A Rainha Alma chamou todos para darem um tour no reino já que Alícia havia adiado a prova das roupas.

Assim que todos se retiraram da mesa, Zay pegou na mão de Zoë e correu para trás do Castelo.

– Vou te levar pro meu lugar preferido! – disse ele puxando Zoë pela mão. Zoë sorria animadamente até a voz dele era boa de se ouvir.

– O.k. é algum bar ou algo do tipo? – riu Zoë.

– Porque? você queria ir a um? – perguntou Zay.

– Por quê? Você não frequenta um? – perguntou Zoë.

– É claro, mas deixa pra lá!

Os dois saíram do castelo pelos fundos, entraram num bosque, andaram algumas léguas e chegaram a uma enorme represa, as náiades, ninfas da água, nadavam divinamente e competiam pra ver quem nadava mais rápido.

A represa tinha comportas de água que pareciam fumaça branca e pura caindo, era tão lindo a intensidade e a brutalidade daquilo e ao mesmo tempo era tão pacifico.

– É lindo aqui – disse Zoë olhando para a represa do rio que ficava a quilômetros de distancia de onde eles estavam.

– Sempre venho aqui quando estou com a cabeça cheia ou tenso – disse Zay.

– Quando eu fico assim eu nado – disse Zoë.

– Hum, então você é uma nadadora? – perguntou Zay.

– Tenho oito medalhas de Nacionais – disse Zoë.

– Que humildade – riu Zay.

– É eu gosto de ganhar – riu Zoë.

– Você gosta de nadar? Ou você só nada pra ganhar competições? – perguntou Zay.

– Eu odeio competições, as pessoas trapaceiam, mas é o que motiva a equipe a nadar, ganhar é ótimo, mas posso nadar qualquer hora eu quero fazer algo diferente com isso, como ganhar! – disse Zoë.

– Zoë, você é uma garota incrível e eu me apaixonei no momento em que ti vi, e... Você quer namorar comigo? – perguntou Zay.

– Eu adoraria – sorriu Zoë. – Mas o que eu quero é só o Cetro de Deméter. Os jogos são daqui a uma semana e depois deles eu terei de ir embora, nem sei se vou reencontrá-lo.

– Mesmo que seja por pouco tempo e eu acho que já estamos namorando, mas quero que isso se torne oficial, eu quero te levar no baile – disse Zay.

Zoë hesitou em sua mente. Ela só tinha namorado um menino, Boggs, depois de três semanas de encontros, e ela conheceu Zay ontem, mas sabia que ele era diferente, pelos olhos, ela sentia isso e tinha certeza. Mas seria imprudente namorar um cara que ela conheceu ontem, embora já foi logo beijando, e ela não queria namorar, ela gostava de Zay e queria ficar com ele.

– Namorar é só um status, você pode me levar no baile – disse Zoë.

– Você tem razão, vou ligar o dane-se – disse Zay bem humorado.

– Como? – perguntou Zoë.

– Ah, é uma coisa minha e dos meus amigos, uma brincadeira nossa, ligar o dane-se é não se importar – disse Zay.

– Legal, gostei! - sorriu Zoë. – Ligue o dane-se.

As náiades trouxeram frutos do mar em uma cesta em forma de concha para eles, tinha camarões fresquinhos e descascados e ostras, Zay tinha trazido azeite e refrescos do castelo.

– Nunca vi náiades tão gentis assim! – observou Zoë.

– É, as daqui são bem legais mesmo – disse Zay meio triste, pareceu pensar no assunto do namoro de novo, e Zoë não queria vê-lo daquele jeito.

– Então... Você está na linha sucessória de seu trono? – perguntou Zoë mudando de assunto.

– Na verdade não, eu tenho um irmão mais velho, Ethan, ele está viajando com a esposa que deu a luz ha duas semanas, ele é tipo o irmão-mais-velho-perfeito, e pra eu não ficar em desvantagem implorei ao meu pai uma chance, eu quero me tornar rei, e ele disse que isso aconteceria se eu conseguisse o cetro de Deméter – disse Zay.

– E quanto ao seu irmão? Ele concordou com isso? – perguntou Zoë.

– Sim, ele não bota fé em mim, nunca botou, mas agora que ele tem um filho... Tudo está mais estreito, eu... eu preciso vencer os Jogos Letais – disse Zay tenso.

– Mas e se por acaso você perder? – perguntou Zoë, não estava gostando nada de Zay “precisar” vencer os Jogos.

– Eu não sei o que eu faço com a minha vida, talvez liderar o exercito do reino, mas isto já é domínio de Alícia, e... eu não sei, não tenho um plano B e não gosto de pensar em perder – disse Zay.

– Mas você leva em consideração que pode perder? Não leva? – perguntou Zoë meio aborrecida.

– Não muito – disse Zay melhorando de humor.

Os dois mudaram de assunto, comeram os frutos do mar, contaram piadas, riram, se beijaram, e passaram a manhã toda lá nadando no rio.

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Isabelle desejou sumir dali, mas Bianca não deixava. Eles estavam num passeio conhecendo os pontos históricos de Shamat, as ruinas das guerras, museus com artefatos históricos de antigos heróis, casas antigas e etc.

Alícia e Di Ângelo estavam tão entediados quanto ela, e quando a mãe, Alma finalmente os permitiu o tour eles ficaram felizes. Alma voltou para o Castelo e para o seus afazeres.

– Agora vão começar os passeios legais! – vibrou Di Ângelo.

– Eu espero! – murmurou Isabelle.

Eles entraram na carruagem que os levou até uma Casa de Laser muito legal, tinha biblioteca, piscina, jogos de laser como sinuca, totó, ping pong e vários outros.

Isabelle quis logo ir pra piscina com Carly, Bianca ficou na biblioteca, Camilla, Apolo e o restante ficaram brincando nos jogos. Todos estavam se divertindo bastante.

– Esse bebê é muito fofo – elogiou Alícia com Alêx no colo.

– Parece que ela gostou de você – sorriu Susana vendo Alêx sorrindo para Alícia. – Ela não é de simpatizar com muita gente, ah e, se importa de ficar com ela alguns momentos? – perguntou Susana querendo dar um mergulho na piscina.

– Claro que não me importo – disse Alícia brincando com Alêx em seu colo.

Depois de se divertirem bastante, eles voltaram para o Castelo, para almoçar. Zoë e Zay chegaram na mesma hora que eles, e tinha parecido que as náiades trouxeram roupas secas para os dois, pois só os cabelos estavam molhados.

– Daqui a pouco – sussurrou Alícia para Zoë e ela assentiu.

Assim que todos almoçaram foram para os seus quartos tirar um cochilo, e só restaram, Zay, Alícia, Di Ângelo e Zoë.

Eles foram para a Praça Principal e pegaram um atalho pela floresta onde fora o local que Zoë e Zay se beijaram e tinha a marca dos dois.

♥ Zoë e Zay ♥

Andaram um quilômetro e chegaram perto de uma casa feita de troncos de madeira, a Casa era perto de um riacho e parecia abandonada, com arames farpados cercando um jardim morto.

– Essa é a nossa casa – disse Nico com um certo orgulho.

Eles entraram pela porta e dentro a Casa parecia novinha em folha, estava limpa, e com dezenas de armas e alvos e bonecos alvos. Arcos e centenas de flechas, lanças, espadas, facas e muitas outras coisas. Zoë ficou boquiaberta.

– Uau! – observou.

Alícia pegou um arco e uma aljava de flechas e mandou Nico arrumar os bonecos alvos, e atirava no centro dos alvos de cada boneco, sem contar nos alvos de madeira. Nico pegou as lanças e facas e ficou atirando nos alvos, ele quase nunca errava, Zoë olhava apreciando, e Zay ao seu lado, ele pegou um arco e uma aljava de flechas e deu a Zoë.

– Vamos ver se você é tão boa atiradora quanto diz – disse Alícia.

Zoë não gostou do comentário de Alícia, não gosta de ser desfiada nem subestimada.

– O.k. Vamos ver – disse Zoë e atirou com o arco de madeira uma flecha num alvo distante, ela era tão boa quanto Alícia, atirava mais rápido que ela, mas ambas eram boas miradoras. – E aí? O que achou? Está á altura?

– Nada mal – disse Alícia enciumada, mesmo fazendo tão bem quanto Zoë.

– Eu poderia acertar bem no centro do alvo – disse Zay pegando o arco da mão de Zoë e pegando uma flecha da aljava.

Zoë conseguiu um melhor alvo que Zoë e Alícia, mas mesmo assim ainda não foi no centro.

– Os melhores alvos são os pescoços, é quando se tem certeza que matou alguém – disse Nico.

– Você já matou alguém? – perguntou Alícia a Zoë.

– Bom, se você não considerar os assassinos que sequestraram minhas irmãs eu acho que nunca matei ninguém, não que eu me lembre – disse Zoë pegando o Arco De Prata Celestial na sua aljava de flechas comuns.

– Ah Meu Deus! Eu posso tocar? – perguntou Alícia fitando o arco.

– Esse é o lendário arco de Ártemis? O que acerta qualquer alvo de qualquer lugar? – arquejou Nico animado.

– Sim, mas ele não é tão fiel comigo quanto é com a verdadeira dona, mas ele gosta bastante de mim, e eu não posso acertar se não mirar, ele lança as flechas a longas distancias mas tenho que ser muito boa em mira – disse Zoë.

– Você vai leva-lo para os Jogos? – perguntou Nico.

– É Claro – disse Zoë.

– Covarde! – xingou Nico e foi polir suas lanças.

– Eu tenho que vencer isso, o meu reino e o mundo inteiro depende disso! – disse Zoë.

– Mas a gente ia ficar em desvantagem, não é justo! – bufou Alícia.

– Claro que é justo – disse Zay. – Podemos levar uma arma para os Jogos.

– Mas não conta se essa arma é super-hiper-mega-poderosa! – resmungou Nico.

– E por acaso você acha que ela iria deixar de levar vantagem? – disse Alícia. – Deixa eu só atirar com ele vai...?

– O.k. Mas antes me conta porque você vai participar dos jogos? Você não disse que seu sonho é ser chefe do Exercito e o seu pai impôs que você se casasse? – disse Zoë.

– É, mas não foi só isso, você não entende não é? Papai não quer que eu lidere um Exercito, assim que ele impôs que eu me casasse eu fiquei noiva, mas isso não o convenceu, ele teve que impor que eu ganhasse o cetro de Deméter – disse Alícia.

Zoë estendeu o arco para Alícia que retribuiu com um enorme sorriso, o arco era menos fiel a Alícia do que era com Zoë, mas mesmo assim ela atingiu bons alvos numa distancia de vinte metros.

– O.k. Vocês vão ficar de papinho ou vão treinar? – disse Nico rabugento.

Nico atirava suas lanças de aço e quase nunca errava, do mesmo jeito era com Alícia com seu arco de titânio e flechas esculpidas em mármore, Zay movimentava uma espada tão bem quanto Pedro, Nico era melhor com as lanças do que com uma espada.

Eles apostaram corridas pelo bosque, e treinaram a tarde toda até chegar perto do crepúsculo. Eles deram os livros das antigas competições dos Jogos para Zoë ter uma ideia mais especifica.

Eles estavam lanchando frutas e sanduiches que Zay trouxera do Castelo, quando Alícia alarmou-se.

– Nós temos que nos arrumar para a apresentação! – disse Alícia.

Todos correram e já estava escuro quando chegaram ao Castelo. Camilla e Pedro já estavam trajados adequadamente para a apresentação, Camilla estava com um vestido de tafetá lilás e com uma tiara de laço na cabeça.

– A rainha já escolheu seu vestido está na sua cama – informou.

Zoë entrou no quarto e viu as outras garotas se arrumando, não era só ela que devia estar arrumada, todas também estavam se embelezando. Ela vestiu um vestido de seda pesada verde limão, penteou os cabelos ondulados e colocou o broche do brasão de Flyre no ombro esquerdo.

A rainha Alma e o rei Sean levaram os seis competidores para a arquibancada real na praça principal, havia a mesma festa de ontem, com parques e tudo mais. Todos se voltaram para o rei e os seis competidores.

O rei começou a ler um discurso e uma marcha de honra começou a tocar. Os competidores: Zoë, Pedro, Camilla, Zay, Alícia e Nico ficaram ao lado do rei, em pé na arquibancada e acenando para os súditos.

– Os Jogos Letais são uma homenagem à deusa patrono de nossa terra, Deméter, que torna o solo sempre tão fértil, e esses são os últimos Jogos e com os competidores, promete ser o melhor de todos, apresento-lhes meu filho Zay – disse o rei Sean e Zay deu um passo à frente acenando e sorrindo para o súditos que vibravam e gritavam. O rei continuou – Minha filha Alícia e seu noivo Nico! – a multidão enlouqueceu, os súditos adoravam quando alguém da família real casava ou tinha filhos, e Alícia e Nico levantaram as mãos de mãos dadas o que fez multidão gritar ainda mais.

– E sem mais delongas, os competidores estrangeiros, Zoë e Camilla, bravas princesas de Flyre e o Grande Rei Pedro, rei de Nárnia! – disse o rei Sean. Pedro deu um passo à frente seguido de Camilla e Zoë.

Algo inesperado aconteceu, a multidão vibrou ainda mais que quando os seus príncipes e princesa foram apresentados! Os três sorriram e acenaram para a multidão que gritava e vibrava freneticamente.

Depois da apresentação, uma banda famosa de elfos ia tocar no parque na praça principal, todos estavam mais bem arrumados do que de costume.

Todos curtiram o show da banda e dançaram muito, inclusive Zay e Zoë que pareciam cada vez mais apaixonados. Depois do show terminar todos foram para a cama e Zoë decidiu ler os livros das antigas competições dos Jogos Letais e ficou horrorizada. Que tipo de Jogos são esses? Pensou a noite toda lendo todos os livros.