Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 30
Algo paranormal


Notas iniciais do capítulo

Demoreeeei demais não é? Mas enfim, ta ai. Nunca irei abandonar Hesthia! Saibam disso (:



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Logo após eu e Sebastian termos nosso momento, fomos para nossas cabanas descansar para o outro dia.

Ao acordar, percebi que fui a última, perdi a hora, talvez fosse pelo fato de que eu e Sebastian ficamos acordados até de madrugada. De minha cabana, sentia o cheiro de alguma coisa estranha, nunca havia sentido aquilo antes mas algo estava acontecendo, e precisava checar. Mudei de roupa, esfreguei meus olhos, arrumei meu cabelo e sai logo em seguida. Me deparei com Adella comendo uma fruta, junto com Wrath e Shiva, nada de anormal, apenas o cotidiano.

-Boa noite, Bela Adormecida... –Adella disse zombando de mim e retribui com um sorrisinho sem graça.

-Sabem onde Sebastian está? –Perguntei.

-Serve eu? –Ele disse chegando atrás de mim e, lógico, me dando um susto de fazer meu coração bater mais rápido do que o normal.

-Não faça isso de novo. –Resmunguei.

-Por que perguntou por mim? –Questionou.

-Por nada, só para saber se você havia saído... –Respondi, dizendo a verdade.

-Ok então...

-O que vamos fazer... –Interrompi Shiva sentindo o mesmo cheiro novamente.

-Estão sentindo? –Perguntei.

-O que? –Wrath pôs-se a procurar o tal cheiro.

-Não sei o que é, mas é um cheiro desconhecido. Sebastian, está sentindo?

-Nada, além das flores, dos animais, e das frutas... –Respondeu.

-Que esquisito... Sentiu alguma coisa Adella e Shiva?

-Não. –Responderam em conjunto.

-Esquece isso então... –Achei melhor deixar de lado essa tolice de cheiro.

Peguei uma fruta que estava na cesta que Adella fizera e comi. Estava uma delícia, o que me induziu a pegar outras, no total, foram cinco. Sebastian, claro, tinha que fazer uma de suas piadinhas sem hora.

-Vai ficar gorda hein! –Olhei para ele com fúria. –Ok, parei.

-Mas continuando minha pergunta, o que vamos fazer hoje? –Shiva questionou.

-Para mim, treinos não são necessários agora. –Wrath disse. –Então, o que vocês quiserem, eu faço...

-Por mim, também tanto faz... –Adella disse. –E para vocês?

Concordamos juntamente com ela e Shiva sugeriu algo.

-Que tal acharmos cinco cavalos selvagens? Vamos precisar caso aconteça algo...

-Tudo bem. –Eu e Adella dissemos em coral.

Logo após de perguntarmos se todos concordavam em procurar, chegamos a conclusão de que dois teriam de ficar tomando conta do acampamento. Decidimos que Adella e Sebastian ficariam.

-Vamos, conheço um lugar que há vários tipos de cavalos. –Shiva afirmou.

-Esperem! –Adella gritou quando íamos sair do acampamento. –Precisam de cordas para domá-los. –Disse jogando seis pedaços médios de corda. Wrath as pegou no ar e fomos a dentro da floresta.

Seguindo Shiva, surgiu alguns assuntos banais para conversarmos, mas entre alguns assuntos, novamente, surgiu o cheiro, aquilo já estava me deixando irritada, “Que diabos é isso?” me fazia esta mesma pergunta várias vezes. Cogitei em perguntar se estavam sentindo, de novo, mas eu já sabia a resposta. Pensei, se perguntasse, achariam que eu estava ficando louca.

-Falta muito? –Wrath perguntou com a voz cansada.

-Um pouco... –Respondeu.

Eu estava igualmente cansada como Wrath, mas se eu reclamasse a revolta de Wrath iria ser maior, logo depois da resposta de Shiva, ele bufou e colocou uma de suas mãos na nuca, olhando para onde pisava.

Passando algumas horas, Wrath havia entrado no estado furioso, porém quieto, sofria por dentro, emitia olhares assassinos, caminhava batendo seus pés no chão com bravura e raiva. Por um momento fiquei desconfiada de algo triste e trágico acontecesse naquele momento, mas percebi que Wrath não iria fazer isso, principalmente com sua “namorada”.

-Ainda falta muito? –Questionei, pondo a resposta de Shiva em jogo.

-Não, estamos chegando. Se quiserem parar para descansar...

-Por favor... –Wrath disse apenas isto com sua voz grossa e rouca. Sentou-se embaixo de uma árvore de troncos largos e fortes. Shiva fez o mesmo, mas em outra árvore, e eu, comecei a sentir o cheiro novamente. Aquilo já tinha passado dos limites da minha paciência.

-Com licença, mas eu preciso sair daqui, não irei demorar. –Avisei indo em direção onde o cheiro estava ficando mais intenso.

Não muito longe de onde Shiva e Wrath descansavam, eu estava onde o cheiro estava muito forte, não tinha como caminhar mais, aquilo nascia dali. Não era um cheiro ruim, era até bom, mas esquisito. E naquela hora me perguntei como conseguira farejar algo do acampamento a tão longa distância. A resposta, não me vinha a conclusão. Eu estava bastante confusa, e com o receio de que algo pudesse me atacar e me ferir, afinal, eu era uma garotinha indefesa, qualquer coisa que quisessem fazer comigo podiam, o único poder que eu tinha era de meus punhos, que na realidade, não funcionavam direito, estavam enferrujados.

Uma leva brisa passou em minha nuca, o que me causou leves calafrios. Não gostei nada daquilo. Meu instinto começou a querer sair dali, mas lutei contra ele; queria ficar e ver o que era aquele curioso cheiro que me atraiu desde o acampamento até naquele lugar.

Silêncio. Era o que eu escutava, nada. Folhas nas árvores balançavam, flores também. Nenhum sinal de vida, a não ser, eu. Já estava desistindo do tal cheiro quando algo inesperado aconteceu.

-Shh... –Algo sussurrou.

Olhei para um lado, olhei para o outro. Nada. Absolutamente nada, estava naquele lugar. Eu não estava ficando louca, eu havia realmente escutado aquele “Shh...”. Decidi perguntar e ver se me respondiam algo.

-Quem está ai? –Gritei.

-Isso não importa. –Retrucou com um tom de voz baixo e rouco. –Precisa me escutar... Está prestando atenção? –A voz dizia, enquanto eu olhava desnorteadamente para os lados a procura do dono da voz sombria.

-Diga. –Ordenei.

-Não deve enfrentar a Guerra que se aproxima. Haverá mortes, e uma destas, será você... –Disse novamente.

-Como sabe? Prevê o futuro? –Questionei o desafiando.

-De um certo ponto, prevejo. Mas se fores sábia, seguirá meu conselho, mas se fores burra, morrerá. –A voz disse tentando se incrementar em uma rima.

-Quem me impedirá? –Perguntei.

-Ninguém é obrigado a seguir conselhos, você é dona de seu futuro. Mas ouça o que eu lhe digo, algo de ruim está para acontecer... –Finalizou em um silêncio misterioso, que me deixou curiosa.

-Repito! Quem você? –Perguntei esperando uma resposta.

Silêncio; parecia que a voz, aliás, o dono da voz havia ido embora. Achei estranho tentarem me impedir de lutar, mas não liguei, por que eu acreditaria em uma voz qualquer? Me perguntava, e tentava ignorar o que havia acontecido. Fui andando de volta até onde Shiva e Wrath estavam e ao longo do caminho de volta, fiquei pensando se Antonella é que planejava algo, poderia me induzir a ficar no acampamento e, quando eu estivesse sozinha, me atacasse. Não cheguei a uma conclusão direita sobre aquilo. E, além deste pensamento, me vinha outra pergunta, por que eu havia conseguido sentir o cheiro a tão longa distância, se nem Sebastian que há um olfato aguçado não conseguiu? Tudo isso me deixou bastante confusa.

Após longos passos tentando explicar o que foi aquilo, cheguei aonde Shiva e Wrath estavam, me deparei com uma cena linda. Shiva estava em pé, encostada no tronco, e Wrath, em sua frente, ela, acariciava o rosto dele levemente, e ambos sorriam. Achei melhor eu ter ido ver o que era aquilo, pelo menos, de algo serviu, apartou o clima tenso de Wrath no ar.

-Huhm... Huhm... –Pigarrei. –Vamos?

-Claro, vamos! –Shiva disse pegando as cordas, sorrindo.

E continuamos a nossa caminhada até os cavalos selvagens.


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Notas finais do capítulo

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