Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 13
Eu não confiava mais nele




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 Quem poderia ter me encontrado? Quem sabia meu nome? A única coisa que fiz foi me virar para identificar quem era o dono da voz.

  -Sebastian? –Perguntei surpresa e com raiva por ele ter me procurado. Afinal, ele mesmo disse que era melhor eu ser expulsa.

  -Por que fugiu? –Ele perguntou correndo para perto de mim.

  -Eu não sou mais bem vinda na Hesthia. Esqueceu? –Perguntei me levantando e me afastando dele.

  -Mas... –O interrompi.

  -Sem mas. Você concordando com aquilo, já basta. –Eu disse me desviando dele toda vez que chegava perto de mim, e gritava com ele.

  -Selene eu... –O interrompi novamente.

  -Chega Sebastian, já chega. Já chega Hesthia, já chega Antonella, já chega Wrath, já chega você! –Gritei. Sebastian me seguia incansavelmente, e eu desviava dele igualmente. Ele abriu a boca para falar e eu o interrompi mais uma vez. –Escuta, chega de andar atrás de mim! Não entende que não quero mais falar, já estou farta de decepções, a última coisa que espera me decepcionar era você. Como pôde? –Eu disse o olhando com cara de total desprezo. E continuei. –Mas se bem que foi mesmo um erro de eu ter saído do mar, lá era cansativo, mas ao contrário daqui, ninguém me decepcionava.

  -Sel... –E mais uma vez o interrompi.

  -Quer saber? Chega de me iludir. Cansei de viver em um conto de fadas em que eu sonhava quando estava no mar. Pensei que ele tinha se realizado, mas percebi que não... –Gritei com raiva. –E se o meu sofrimento não é bom o bastante para você, eu irei lhe falar alguma coisa... Pensei que nós terminaríamos com um “Feliz para sempre.”. –Finalizei caminhando de volta para a floresta.

 Lágrimas escorriam descontroladamente pelos meus olhos, e eu as enxugava com fúria. Em meus sentimentos, uma luta, o ódio contra o amor. Eu não acreditava que Sebastian havia feito aquilo comigo, me procurar depois de ter me expulso, e eu achando que ele sim, era o amor de minha vida. Pisando forte no chão e deixando marcas pela terra, caminhava sem rumo. Pensava todo o pouco que vivi naquele grupo, momentos que guardaria para sempre, e nunca esqueceria, outros, eu gostaria de esquecer para sempre. No final, Adella, a garotinha que eu menos confiava, foi a minha melhor companhia por todo aquele tempo. Adella Ihims, a menina com traumas que procurava vingança pelos seus pais. Não são todos que são capazes disso, mais raro ainda quando uma garotinha de aproximadamente treze anos mata desesperadamente culpando todos pela morte de seus pais. Corajosa e determinada, duas palavras que definiam Adella. Sentiria falta dela. A saudade só aumentava quanto mais eu andava, o choro apertava a cada passo. Aonde eu estava indo? Sinceramente, não sabia. Apenas queria andar até morrer de dor e decepção. Parecia que o universo queria acabar comigo lentamente para eu sentir a dor por mais tempo. Não ligava mais para fome, sede, cansaço, barulhos estranhos. Também não ligava para os espinhos pelo caminho em que andava que penetravam em meus pés. Nada mais me importava. Poderia andar o quanto fosse, não me importaria. Queria logo que a morte chegasse até mim e acabasse com o sofrimento de uma vez. Logo quando eu precisava dela, ela não aparecia.

 A noite já estava quase chegando, os passos diminuíram, mas ainda andava como se não houvesse fim para isso. Vária coisas passaram pela minha cabeça, tudo o que eu já havia passado, não só o pouco tempo que entrei para Hesthia, mas sim, minha vida toda. A saudade atacava toda hora em que me lembrava de Adella, meu pai, Zoey, as pessoas de minha cidade, o mar, as ondas, a vista que eu tinha do mar para o céu, os monstros marítimos que combatia todo mês, de minha cauda entre várias outras infinidades de coisas. Mas a única coisa que vinha em minha mente todos os minutos e segundos passados era Sebastian, por incrível que pareça, a minha burrice e inocência começou a me fazer sentir falta do canalha. Lembrava de seus beijos, de seu sorriso, do seu abraço, de como corria quando se transformava em lobo; cada detalhe que eu percebia nele, me vinha em mente, mas eu lutava para não ceder e me arrepender de tudo o que eu havia dito. Por um momento me veio a vontade de saber o que ele queria me dizer, mas achei melhor não ligar para tal coisa, tinha certeza de que não sairia boa coisa de sua boca.

 A Lua já havia tomado conta do céu, ainda andava, e desejava que a morte me encontrasse e me apunhalasse por traz. Pensamento eram as únicas coisas que me faziam sentir algo mais. Me senti sendo vigiada, mas não estava com medo, quanto mais mal fosse o individuo que estivesse me vigiando, mais eu o desejava. Eu sorria como uma garota psicopata, querendo logo que algo me matasse. E não, eu não estava louca, delirando, ou algo do tipo. O sorriso psicopático tomou conta do meu rosto, a qualquer momento eu poderia ser atacada, e era esse o objetivo. Não queria olhar para traz, afinal queria algo que me surpreendesse. Eu sabia que havia algo me perseguindo, só não fazia ideia pela demora, mas não olhei se quer para traz. Esperaria andando o tempo que fosse para que individuo me atacasse. A morte estava próxima, e aquilo me animava. Passos alegres tomaram conta dos furiosos, eu pensava apenas em uma morte rápida, sem dor, de uma vez só. Até que a voz de um homem disse.

  -Selene, você não vai me interromper agora! –O homem gritou. Me virei para traz, e era Sebastian. –Escuta! Aquela poção que você me  deu não tinha feito efeito quando Antonella me fez mudar de opinião sobre você ser expulsa do nosso grupo! Ela controlou minha mente enquanto a poção fazia efeito, e funcionou para Antonella. Ela me controlou e me fez dizer que concordava com você ser expulsa! Entende isso agora?! –Sebastian gritou enxugando uma lágrima que caia sobre seu rosto.


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Notas finais do capítulo

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