A Ultima Fuga escrita por DM


Capítulo 70
Capítulo 70- Capitulo Comemorativo


Notas iniciais do capítulo

Pessoal eu consegui 2 recomendações uhuuuuuuuu
Palloma Izidio obridaduuuuuuuuu o capitulo de hoje é em sua homenagem.



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Emily gritava de novo. Mas, de repente, houve silêncio.

Após um segundo de susto, Spencer encara Noel. Então, Spencer atravessou o quarto e alcançou Noel.

Neste momento a porta do quarto foi aberta por Caleb. Que com o punho forte deu um soco no rosto de Noel. Mas o soco não atingiu o queixo, somente a maçã do rosto. Noel cambaleou. Com esforço, conseguiu aprumar-se e devolver o golpe aplicado pelo Caleb.

Enquanto isso Spencer puxou Emily das mãos de Noel.

Lord Noel também era um pugilista experimentado. E correu para o seu atacante, desferindo-lhe um golpe curto, de baixo para cima. Caleb não somente evitou o golpe, como atacou o adversário com um direto de esquerda. Desta vez, Noel caiu de joelhos.

Spencer tenta sair com Emily daquela confusão.

Caleb deu mas dois golpes forçando Lord Noel a se chocar contra a parede ao lado da lareira. Seu nariz sangrava, e havia um corte sobre os olhos. Foi então que Noel estendeu a mão direita. E com incrível rapidez, apanhando a pistola que colocara fora do alcance de Emily, sobre a lareira, disparou à queima-roupa contra as meninas.

Spencer conseguiu empurra Emily desviando da Bala. A bala atravessou a capa de seu traje de montaria, e mergulhou na parede às suas costas de Spencer, partindo um espelho em mil pedaços.

Antes que o som ensurdecedor do tiro morresse, Caleb sacou sua pistola e atirou em Noel!

A bala penetrou no peito do homem. Por um instante, Lord Noel permaneceu de pé, a pistola ainda fumegante em sua mão. Encarava Spencer, como se não tivesse sido atingido pelo tiro. Mas, devagar, suas pernas começaram a ceder sob o seu peso, e ele caiu ao chão. O sangue ia tingindo sua camisa e seu colete.

As meninas continuaram imóveis, olhos fixos no inimigo para verificar se ele ainda seria capaz de lutar. Spencer virou-se para Emily. Emily se achava acuada a um canto, como um animalzinho ferido. Seus olhos estavam esgazeados, escuros e sem lágrimas. Spencer compreendeu que o choque a deixara petrificada.

Emily não podia falar. Apenas olhava para Spencer, quase como se não pudesse vê-la. 

-Venha, Emily –disse Spencer com carinho abraçando-a- Vou levar você para casa.

Spencer Ajudou-a a caminhar para a saída. E ainda recolheu a pesada capa de pele, que fora atirada ao chão, colocando-a sobre seus ombros.

Emily como uma boneca nas mãos de Spencer. Estava quase como se a vida a tivesse abandonado. Movia-se como um autômato, sem pensamento consciente.

Caleb olha a cena e fica sensibilizado.

Emily não olhou para Lor Noel estendido no chão. Spencer arrastou Emily para a porta. Nesse momento, uma rajada de vento penetrando pela janela quebrada, fez voar dois papéis que estavam sobre a escrivaninha, e um deles caiu aos pés Spencer. Ela viu que era um talão de cheques. Abaixou-se e apanhou-o. Viu a carta, caída à curta distância, e colocou-a no bolso também. Depois, empurrou a porta e guiou Emily direção às escadas. Caleb as seguia alerta caso ainda houvesse perigo.

Estava muito escuro. Apenas com a luz pálida que vinha das janelas sujas, Spencer segurou Emily com mais força, ela tateou o corrimão para descer.

Quando tinham quase chegado ao hall, o velho criado, que introduzira Emily na casa, apareceu no corredor que levava à cozinha, carregando uma vela acesa na mão.

Vendo o Spencer, Emily e Caleb, perguntou em voz alta: - Escutei um barulho. O senhor estava me chamando?

- Não!- respondeu Caleb, irritado. Mas, seu amo foi ferido em um duelo. Mande chamar um médico. Se o médico não puder salvar sua vida, poderá dar o atestado de óbito.

- Ferido em um duelo, senhor?- perguntou o criado com ar apatetado.

 Spencer, abraçando Emily, escancarou a porta de entrada. Escutara o som distante de cavalos que se aproximavam. E quando saíram para o ar frio da noite, viu Hickson guiando o landau, acompanhado por um criado e um palafreneiro.

- Bola de Fogo está no jardim, aos fundos da casa- disse Spencer ao palafreneiro.

Spencer ajudou Emily a entrar na carruagem. O criado cobriu seus joelhos com uma manta de pele, e fechou a porta. Elas se afastaram sem lançar um olhar à casa sombria e tenebrosa.

Spencer enrolou Perdita na manta. Sabia que ela estava tremendo de frio e de medo. Mas não tentou tocá-la. Ela sentou-se no canto, tendo ainda uma expressão de aturdimento no rosto, os olhos arregalados fixos em um ponto qualquer.

Spencer podia vê-la bem, sob a luz do lampião que iluminava o veículo. Depois que tinham vencido certa distância, Spencer disse: - Sua baba já está a sua espera na Praça Grosvenor.

- A freira... me disse... que... ela... estava... doente.- diz Emily as palavras eram pronunciadas lentamente e com dificuldade.

- Eu sei- disse  Spencer- Mas não é verdade.

- Ele... queria... fazer... chantagem...- diz Emily

- Você me contará tudo amanhã -falou Spencer com suavidade- Já está tudo acabado. Ele está morto ou morrendo. E nunca mais atormentará você.

 Spencer percebia, enquanto falava, que ela estava incapaz de compreender. Desejava confortá-la, dizer-lhe que nunca mais estaria sujeita àquele horror e sordidez, mas sabia que as palavras eram inúteis naquele momento. Emily estava demasiadamente chocada para entender alguma coisa.

Quando chegaram à Praça Grosvenor, Spencer ajudou Emily a entrar na casa, quase carregando-a pelas escadas. Assim que eles chegaram, Biron mandou um criado chamar a baba no quarto das crianças. Ella encontrou-as no segundo andar. Afastou Emily de Spencer, murmurando palavras carinhosas e ternas.

Então, quando levava Emily para o quarto, virou-se para Spencer com olhar interrogativo. Spencer compreendeu a pergunta nos olhos de Ella.

- Cheguei a tempo -respondeu, muito séria- salvei-a por questão de segundos. Ele a tinha maltratado de novo. Ela ainda está sob os efeitos do choque.

- Obrigada, Milady -disse Ella, fechando a porta do quarto, e deixando Spencer no exterior.

Spencer jantou sozinho. Sua Aria tinha voltado ao hospital, uma hora antes de terem chegado em casa. Ficou contente ao saber que Aria não tomara conhecimento do que acontecera. Fora informada, apenas, que Emily tinha sido chamada para ver uma pessoa doente.

Ella não mencionara o fato, nem falara de seu medo. Assim, Aria que dissera estar satisfeita por deixar as crianças sob seus cuidados, voltara ao hospital sem suspeitar da verdade. Deixara um recado para Emily, dizendo que esperava vê-la no dia seguinte.

- Não se deve comentar sobre o que ocorreu esta tarde- disse Spencer ao mordomo, com firmeza- Suponho que Hickson tomará medidas quanto ao cavalariço que recebeu suborno.

- Penso que Milady pode deixar isso por conta de Hickson- diz Biron

- E o resto está em suas mãos -advertiu Spencer- Não quero que uma palavra sobre o ocorrido chegue a Mell Castle ou aos ouvidos de qualquer pessoa. Entendido?

- Pode confiar em mim, Milady -prometeu Biron. E o Spencer tinha confiança nele.

Mandou um criado a Epsom para informar a Lorde Stavordale que não jantaria com ele, nem ficaria hospedada em sua casa aquela noite. Quando o jantar terminou, não sentindo vontade de ir a qualquer lugar, Spencer sentou-se diante da lareira na biblioteca. Deixou-se mergulhar em profunda meditação sobre como conversar com Emily.

Biron entrou várias vezes para reavivar o fogo. E, afinal, avisou a Spencer que a Senhora Andrews lhe mandara um recado: Milady estava dormindo e ela se retirara para o quarto das crianças.

- Milady deseja mais alguma coisa? -interrogou Biron.

- Não, obrigado- disse Spencer

- Boa noite, Milady- diz Biron

- Boa noite, Biron- diz Spencer

Spencer continuou sentada, olhos fixos no fogo. Era quase uma hora da madrugada quando ela se levantou. Apanhou a carta e o cheque do bolso interno de seu traje de noite. Os mesmos que encontrara no chão do quarto da Casa das Águias.

Colocou-os em uma gaveta da escrivaninha e trancou a chave. Então, dirigiu-se ao seu próprio quarto no andar de cima.

O quarto de Emily, desde que chegara à Praça Grosvenor, era um aposento amplo, voltado para a praça. Spencer ocupava o quarto ao lado (quando não estava dormindo no quarto de Emily), bastante amplo também.

Havia uma porta de comunicação em ambos os quartos, que dava para um corredor ladeado de armários, mas que era usado apenas por Emily.

Spencer encontrou o camareira à sua espera. Após tirar seu vestido, dispensou seus serviços: - Não estou com pressa de me deitar disse. Vou sentar em frente à lareira e ler um pouco.

A criada de quarto lhe trouxe um comprido robe de seda azul, Spencer vestiu-o sobre sua camisola de seda com babados, e prendeu frouxamente à cintura.

- Vou esperar que se deite, Milady -disse a criada- se Milady desejar, naturalmente.

- Ainda sou capaz de me deitar sozinha- respondeu Spencer, esboçando um sorriso- Mas, pode me servir um copo de vinho.

A criada encheu um copo de clarete e colocou-o sobre uma pequena mesa, ao lado de Spencer. Então, depois de reavivar o fogo, deixou o aposento.

Spencer tornou a sentar-se em uma poltrona, olhos fixos nas chamas da lareira. Um quarto de hora mais tarde, ouviu um grito. Por um instante, pensou que estava enganada. Mas o grito soou de novo, e ela verificou que vinha do quarto de Emily.

Levantou-se depressa, abriu a porta de comunicação, e correu pelo estreito corredor. Erguera a mão para bater à porta do quarto de Emily, quando ouviu o grito mais uma vez. Então, empurrou a porta sem bater.


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Notas finais do capítulo

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