Uma borboleta voando lentamente sem rumo, uma garota andando na linha de um trem já não mais em funcionamento e um céu tão brilhante quanto os próprios olhos castanhos da mesma. Era um dia bonito e a ultima coisa que ela queria era que fosse encontrada por alguém.

Avistou uma árvore ao longe. Era bem grande, com raízes fortes e belas folhas.

A borboleta pousara em uma das raízes e ela viu uma pessoa.

Estava tudo tão calmo que quando ela se aproximou dele pode escutar sua respiração.

“Quem será ele?”

Sentou-se a seu lado.

“Ele é bonito.” – Pensou ela dando um sorrisinho.

Ele parecia ter saído de alguma festa chique, pois vestia uma camisa social, sapatos bonitos e seu terno estavam logo ao lago com a gravata afrouxada em seu pescoço.

Havia um livro em seu colo, as folhas já desmarcadas devido ao vento.

- Só de meias? Haha. – Sussurrou ela.

A loira curiosa chegou mais perto, estava com o rosto muito próximo ao dele. Olhos se abriram em frente a ela.

O choque foi grande. Silencio e nenhum dos dois falou alguma coisa para quebra-lo.

Na verdade o rapaz se hipnotizou assim que avistou os olhos da moça a sua frente. Nem pensou no por que dela estar quase em cima dele. Talvez só um pouco.

Ele sentiu necessidade de falar alguma coisa, mas antes que pudesse fazer isso a loiro se pronunciou.

- Olá. – Disse ela com um grande sorriso se afastando. – Sou Lucy.

- Ah, prazer...

- Ei eu estava pensando já há algum tempo...  Por que você está todo bem vestido?

- Bem isso é porque eu... Saí de uma festa da qual fui obrigado a ir. Não me sinto bem vindo lá com todos aqueles olhares. – Disse ele observando o céu.

Ela sentou-se ao lado dele novamente.

- Por que veio para cá? – Seus olhos o hipnotizaram de novo.

- Bem, por que eu sabia que ninguém me encontraria aqui.

- Você também? Haha, somos mais parecidos do que pensei. - Disse ela com o olhar distante e um sorriso vazio.

- Fugiu de casa?

- Acho que sim.

- Acha?

- Não sei bem.

- Sabe como é ser julgada a todo o momento, por cada minima coisa que voce faz?

- Sei.

A garota olhou para ele surpresa.

-Sabe?

O vento novamente bateu nos cabelos dos dois. Ele colocou passou sua mão entre os fios fazendo-os ir para trás, ficando com a mão no local,  enquanto a outra estava apoiada em seu joelho, até que o a brisa diminuisse. Lucy  achou aquela cena bem sexy de se ver.

- Sim. Dia após dia. Sempre.

- Você pretende voltar para onde partiu?

- Não sei. E voce? Não havia fugido de casa?

- Bem... Sim, mas... Não sei.

- Haha, somos dois sem rumo não é?

- Sim.

- Você deixaria tudo para trás se pudesse? Familia... Amigos...?

Os dois se encaravam. Por que afinal haviam se encontrado. Tudo era muito curioso. Eles eram bem parecidos, mas ao mesmo tempo bem diferentes.

A borboleta que se portava no tronco voou até o ombro do rapaz.

- Que bonitinha.

Ele a pegou com o dedo.

- Wow, é a primeira vez que vejo uma tão de perto. – O pequeno inseto voou para longe céu acima. Aproveitando o resto de sua vida. – Será que borboletas tem preocupações?

- Acho que não. Só voam e podem sempre desviar dos problemas.

- Acho que elas tem mais problemas do que imaginamos, só não sabemos como é por que estamos sempre pensando em nós mesmos.

A mão da loira estava apoiada no gramado, ele colocou a sua bem em cima da dela. Claro que foi proposital.

Ela o olhou um pouco vermelha.

- Ah... Eu... É...

- Você é divertida Lucy. – Mais uma vez seus rostos estavam próximos. – Ei, você aceitaria ir embora comigo?

- Mas, nós mal nos conhecemos.

- Haha, é. Hoje em dia não se pode confiar em todos. Mas voce realmente confia em alguém?

- ...

- Como pensei, somos parecidos mesmo. Eu não sei o porque, mas quero ficar ao seu lado Lucy.

- Então. – Ela se levantou. – Que tal se conhessesemos o mundo... Juntos? Estou discposta a correr riscos.

Ele sorriu e levantou-se também. Calçou os sapatos e pegou seu terno do chão.

Entrelaçaram as mãos. Apesar de tudo eles se sentiam felizes naquele momento.  

Desejos podem se realizar e o deles era ter alguém com quem compartilhar seus problemas, felicidades e tristezas.

Sempre haverá uma chance de se encontrar a borboleta que lhe guiará. Todos tem uma. Só precisa prestar atenção.