A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 20
Só escuta


Notas iniciais do capítulo

Minhas flores, o capítulo ficou gigantinho!!
Me culpem se ficou ruim, mas não vou mais mudar u.u
Não sei se era o que vocês queriam, mas acho que depois disso só vai ter mais um!
UMZINHO E ACABOU! :C
Bem, gatenhas (isso foi proposital!), espero que aprovem!



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"-Cansou de mim?"

Capítulo 20: Só escuta

–Falei isso?

–Então, por favor!

–Mas eu não sei o que fazer. Você demorou tempo demais!

"Faça o que tem vontade de fazer, Bella!"

O papel rabiscado com o máximo de rapidez permitido e jogado para dentro do quarto quase com brutalidade, estava amassado e praticamente furado de tanta força que ele usara para escrever as palavras.

–Preciso do papel e da sua caneta, Cullen, do tipo, urgente! – gritei e logo uma ponta estava tentando ser passada por debaixo da porta.

–Não consigo, sinto muito – sua voz saiu quase inaudível.

–Só escuta, então. E se ousar me responder, eu paro e me tranco aqui para o resto da vida – repliquei.

–Estou te escutando.

Por muito tempo eu sonhei com o momento que você me diria “eu te amo”, mas esse momento foi quebrado assim que você ficou com a Juh. Era oficial, eu não tinha mais chances. No entanto, vocês terminaram pouco antes do seu aniversário no ano seguinte. Eu quis ir até você e ajudar com alguma coisa. Mas então eu lembrei que tinha feito a besteira de me declarar. Desculpa, eu não tinha coragem para olhar em seus olhos.

Tive que parar para respirar fundo. Edward não falou nada. Era difícil me abrir, ainda mais com ele, mas se ele não estivesse me escutando, eu quebrava aquela carinha linda.

Você sabe o que é passar a sua adolescência inteira querendo alguém que não pode ter? Sabe o que é querer que seus lábios toquem apenas o de uma pessoa?continuei, as lágrimas escorregando pelo meu rosto.Por muito tempo, eu vivi com a vã esperança de que um dia você me notasse. Mas sabe como é querer algo que não é perfeito? Eu te achava tudo o que eu queria e tudo o que eu não queria em uma pessoa. E você não mudou tanto assim. Você continua sendo aquele garotinho de treze anos que fica correndo atrás das meninas para roubar um beijo. Exceto de mim.

Ele não falou nada. Não ouvi mais sua presença e me desesperei. Ele se importava tanto assim que me deixava falando sozinha? Sério? Isso não era do feitio dele.

–Edward? – chamei. Ninguém respondeu. – Edward, você está aí atrás? Edward para de gracinhas, você não é mais uma criança, me responde!

Nada. Levantei-me rapidamente e abri a porta. Preciso dizer que estava destrancada? Olhei em volta e o encontrei sentado um pouco afastado da porta, parecendo hipnotizado. Fui até ele e olhei-o no fundo dos olhos. Ele os mantinha vermelhos.

–Diz que eu não ouvi a verdade – sussurrou.

–Se você quiser, não precisa acreditar – dei de ombros.

Não sei como ele levantou a mão e afagou meu rosto. Fechar os olhos foi involuntário.

–Mas eu quero acreditar em cada palavra sua, Isabella – reclamou suavemente.

–Então acredite! – dei de ombros, sorrindo.

Uma risada baixa e infeliz passou dele, mas não pude ver o que o magoara, pois estava de olhos fechados. Só sei que sua mão tirou meus cabelos do rosto e ele me puxou para mais perto. Afagando minhas bochechas com os polegares, com meu rosto entre as mãos.

–Não fui atrás da menina bonita porque me achei impróprio para ela. Além do mais, ela não demonstrava interesse e nunca ficava com ninguém – ele riu um pouquinho.

Abri os olhos, estreitando-os. Ele nos levantou divertido.

Odeio ficadas. Odeio, odeio, odeio até o último minuto da minha vida! retruquei.

–Então, quando eu beijar você daqui a pouco, não tome como uma ficada, tome como um pedido de namoro. – ele sorriu.

–Como é? – estranhei.

Mas ele não repetiu, apenas colou os lábios nos meus num beijo cálido que logo se transformou em algo quente e intenso, graças ao corpo dele que me dava choquezinhos gostosos e me deixava afoita. Quando nos separamos para respirar, ele colou nossas testas, ainda de olhos fechados.

–Então não vou passar o meu aniversário desacompanhado? – ele verificou.

–Babaca! – bati em seu ombro fraquinho e ele riu, me abraçando. – Quero ir para casa, Edward. E não ouse parar no meio do caminho para dizer alguma coisa com qualquer um que apareça na nossa frente, ok?

–Nem se “qualquer um” for Alice Cullen? – ele me olhou desesperado.

–Se “qualquer um” for ela, vamos fingir que você está me levando, mas eu estou brigada com você – falei descolando nossas testas e limpando o batom de sua boca.

–Fiquei palhaço com esse seu batom vermelho, não foi?

Rindo, assenti e o puxei para o quarto onde eu estava instalada. Lá tinha demaquilante.

Saímos de lá quase despercebidos, e a única que percebeu se chamava Alice Cullen que nem comentou nada, apenas sorriu de orelha a orelha. Revirei os olhos e comentei com Edward no caminho. Rimos até a minha casa, onde ele parou para que eu abrisse o portão e logo depois me deu um abraço.

–Vai precisar contar, não é? – fiz um beicinho olhando para ele.

–Deixa eles lá, agora. Alice não sabe de nada concreto, não pode falar nada.

Assenti e coloquei meu celular para carregar, embora deixei no silencioso. Não queria a baixinha me incomodando hoje. E ela faria isso, com certeza. Depois de tanto tempo só me olhando, ele reparou na casa silenciosa e ergueu uma sobrancelha.

–É só para te fazer companhia, não é? – ele disse do nada.

–Quem?

–Ben. Você o criou apenas para não ficar sozinha, não é mesmo?

–Eu afasto as pessoas, mesmo sem querer. Você é a prova disso – sorri pesarosa. – Ben era alguém que nunca me deixaria na mão, mas depois, ele virou real demais para que eu o ignorasse. É quase alguém vivo. Você não devia falar assim dele.

–Não quero um fantasma entre a gente, Bella – ele sorriu divertido e me abraçou com força. – Eu te quero só para mim e ele que vá achar outra irmãzinha para encher o saco.

Eu ri quase instantaneamente, revirando os olhos. Sorrindo, ele colou os lábios nos meus e depois me fitou como quem se desculpava. E não deu outra:

–Perdoe-me – ele pediu.

–Se talvez eu tiver uma ideia do que te perdoar, eu posso pensar no seu caso.

–Não tenho um anel de compromisso aqui, mas prometo que amanhã terá um em seu dedo! – ele pegou minha mão e beijou o dorso.

–Eu perdoo, se você não ficar muito chato com relação a esse assunto.

–Prometo! – ele sorriu como uma criança que ganhara um brinquedo novo.

Ficamos horas conversando e trocando carinhos, mas nada além disso. Edward ficou sabendo que eu era virgem – é, eu sei, velha demais para ser, mas eu era – e não me pressionou em momento algum. Nem mesmo quando estava escuro demais e eu estava com sono. Eu o levei até a porta para me despedir.

–Boa noite, Bella mia – ele sorriu me dando um selinho demorado.

–Não quer ficar? Parece tarde demais para você dirigir – fiz um beicinho e ele negou.

–Outro dia, quem sabe, Bella. Quando você achar que já somos íntimos o suficiente para dormir no mesmo quarto – ele sorriu, mas não tinha malícia alguma. – Foi maravilhoso passar a tarde com você. Vejo você amanhã cedo.

–Na Colcci – dei uma piscadinha.

–Até parece! Eles vão sobreviver sem você por um dia – ele revirou os olhos. – E eu te dei folga por amanhã. Por ter me aturado hoje.

–Edward, você é maluquinho.

–Eu te quero amanhã só para mim – ele cruzou os braços, como quem faz birra, e eu ri. – Nada de trabalho escravo na obra, nada de aguentar a Alice na agência, nada de desfiles do Fashion Week de qualquer planeta. Amanhã você é minha e eu não divido!

Eu ri alto e segurei sua mão.

–Então entra, senhor “íntimo o suficiente” – revirei os olhos. – Eu te conheço demais para te deixar bater o carro num poste ao sair da minha garagem, ou andar pela cidade. Vamos dormir, já que é minha folga amanhã. – ri novamente.

–Hmmm, dormir?! – ele sorriu torto e me apertou contra si, agora com malícia.

–Dormir! – bati em seu ombro e ele riu, concordando. – Vamos.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Está podrinho, né? (podrinho = mania de brasileiro que não quer demorar em falar podrizinho)
Bem, mandem reviews! Beeijos flores mias!



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