O Mundo Secreto De Ágatha. escrita por Koda Kill


Capítulo 9
Malditas costelas


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novoooo! Yay! Está meio dificil pra postar, mas estou dando o melhor.



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− Estou ficando preocupado. – Falou André. – A essa altura ela já teria vindo aqui, se justificado e ainda batia na gente por não termos deixado ela falar.

− Tem alguma coisa errada... – Concordou Rafael. – Ela não sai do quarto desde ontem. Nem pra pegar água.

− Eu não escuto nem um pio do quarto dela. – Informou Ícaro nervoso.

− Será que nós pegamos pesado? – Perguntou André girando uma pequena faca brilhante entre os dedos.

− Eu não sei. – Respondeu Rafael fechando a cara e lançando um dardo em um alvo próximo. A sala era cheia deles, espalhados para todos os lados.

− Devemos falar com ela? – Perguntou Ícaro como quem não quer nada.

− Não. – Respondeu Rafael. – Melhor não. Ela cometeu um grande erro. – Quando as ultimas sílabas saíram de sua boca, alguém pigarreou na sala. Os três se entreolharam pensando ser algum deles, porém o som veio de um quarto elemento parado na porta da sala trajado somente com roupas pretas.

− Com licença eu não queria interromper, mas...

− O que está fazendo aqui? – Perguntou Ícaro nada receptivo com Diogo.

− Vim falar com Agastar. Onde está ela?

− No quarto dela. – Como se Diogo soubesse alguma coisa da planta daquele castelo, mas os três não pareciam receptivos a dúvidas.

− Ok. Vou procurá-la. – Disse saindo da sala. Diogo rondou pelo castelo até encontrar Agastar no lugar onde a deixara. Ou pelo menos achava que ela estava ali, já que a porta se encontrava fechada. Ele bateu três vezes na grossa camada de madeira.

− Vá embora. – Disse uma voz fininha que parecia ter escorregado timidamente por debaixo da fresta da porta.

− Sou eu, Diogo. Abra a porta.

− Vá embora seu cretino! – Gritei do outro lado da parede.

− Por favor me deixe entrar... – Implorou ele batendo insistentemente na porta. Não respondi, apenas coloquei um bilhete no sofá e a mochila nas costas. Levei um susto quando escutei um barulho muito alto vindo da porta, como se ela fosse se partir ao meio. Cheguei mais perto tentando entender o que foi aquele barulho e pousei minha mão na madeira. Quase cai de bunda no chão, tomada pelo susto, ao sentir o corpo de Diogo se chocando contra a porta. Só tive tempo de chegar até a janela. Pulei no instante em que a porta atingiu o chão e Diogo entrou de uma vez no quarto. Só tive tempo de chegar ao chão e senti seu corpo pesado cair sobre o meu.

− Ai! – Gritei. – Sai de cima de mim!

− O que você está fazendo? – Perguntou ele tentando não gemer (muito).

− O que eu estou fazendo? O que você pensa que esta fazendo.

− Estou te seguindo. – Disse sem rodeios. – Agora não fuja do assunto, para onde você estava indo?

− Não que seja da sua conta, mas estou viajando para encontrar os Reis do Norte. Eles querem me ver. – Tentei empurrá-lo para longe, mas seu corpo era tão pesado que nada adiantou. O fato é que odeio tê-lo tão perto de mim (dá até coceira... É verdade!).

− Não, você esta simplesmente fugindo do problema!

− Estou falando serio seu imbecil! Tenho que encontrar com eles em até seis luas.

− Ok. Vou com você.

− O que? Não! – Neguei convictamente do melhor jeito que consegui, estando presa debaixo daquele monte de carne inútil.

− Pense bem. Você nunca vai conseguir chegar ao norte a tempo em seis luas com a sua montaria. Mas com o Floyd talvez consiga.

− Floyd?

− Meu dragão. – Explicou – Por favor...

− Por Favor o que Diogo? – perguntei nervosa e empurrando-o para longe em vão.

− Deixe eu ir com você. – Ele me encarou de tão perto que eu acho provável ter ficado vesga. Seus olhos azuis               estavam simplesmente próximos de mais. Ou seriam verdes? Não sei dizer. (Já disse pra não me pressionar!)

− N.. não. – Estava ficando difícil de respirar com todo aquele peso em cima de mim, entretanto não tentei empurra-lo novamente.

− Me desculpe. – Disse ele baixando os olhos. – Eu queria te salvar, mas acabei magoando você e seus amigos. – Meus olhos ameaçaram encher de água. Me contive, pois já havia chorado demais na noite anterior.

− Só me deixe ir embora. – Pedi.

− Não me peça isso Agastar. – Negou ele veementemente.

− Porque não? – perguntei irritada e batendo em seus braços, que eram as únicas coisas que eu conseguia alcançar naquela posição. – Eu não quero que você vá comigo, não quero você por perto. Se eu pudesse não te via nunca mais. Isso não é o suficiente? – ele me olhou magoado e confesso que me arrependi um pouco por ter dito palavras tão duras.

− Não... não é. – Ele me encarou tristonho enquanto sua respiração fazia cocegas no meu rosto. Coloquei as minhas mão nos seus ombros e tentei empurrá-lo mais uma vez sem obter êxito. Ele segurou meus braços contra o chão, agora visivelmente irritado.

Então um peso grande me amassou mais ainda contra o chão. Diogo e eu gememos de dor, por motivos distintos. A boca dele bateu fortemente no meu queixo de modo que quando ele levantou seu rosto pude ver claramente os dentes vermelhos de sangue. Ao mesmo tempo comecei a sentir uma dor aguda e muito forte nas minhas costelas.

Diogo e Danandra rolaram para o lado. Eu teria ficado aliviada se não fosse pela dor horrível nas costelas direitas.

− O que está fazendo aqui? – Perguntei para Danandra que apenas se levantou como se nada tivesse acontecido. Claro, com amortecimento duplo até eu. (Não foi ela que foi esmagada...).

− Seu bilhete. – Respondeu ela. Diogo tentou me levantar pelo braço, porem soltei um grito lancinante de dor então ele se abaixou até ficar bem próximo do meu rosto.

− Calma, ponha as mãos ao redor do meu pescoço. – Obedeci tremula. Ele passou uma mão pelas minhas costas, outra na minha cintura e com um gesto rápido me pôs de pé, ainda assim doía muito portanto não contive o gemido estrangulado ao sentir o osso fora do lugar. Diogo me ajudou a voltar para o meu quarto e me deitou na cama.

− Acho que quebrei uma costela. – Anunciei. – Ou algumas. – Ele me olhou meio sarcástico, mas provavelmente engoliu a malcriação. Danandra apenas observava o desenrolar da cena da porta.

− Não vai dar pra viajar hoje. – Disse Diogo preocupado. Neguei com a cabeça tentando levantar. Obviamente senti uma pontada tão forte que fui obrigada a permanecer na posição que estava.

− Eu preciso ir... eu preciso chegar a tempo.

− Amanha a gente tenta. Hoje não vai dar. – Eu sabia que ele estava certo, só não estava exatamente feliz com isso.

− Ótimo! Maravilha! – Gritei frustrada.

− Para de gritar! – Rebateu ele. – Isso não vai fazer cicatrizar mais rápido.

− Eu te odeio.

− Dá pra parar de falar isso? – Pediu irritado colocando as mãos na cabeça por alguns instantes. −  Eu já entendi! Ele me deu as costas e socou a parede enfurecido. Me assustei com aquilo e permaneci calada. Danandra entrou no quarto e puxou Diogo pelo braço, tirando-o dali. Por um segundo havia esquecido que ela estava ali.

Quando ele voltou algumas horas depois já estava calmo. Me perguntei o que teria acontecido, o que eles haviam conversado. Porem se tratando da Danandra eu achava improvável. O que não diminuiu minha curiosidade. Ele passou as mãos pelas minhas costas e me fez sentar. Diogo me encarou esperando talvez que eu xingasse, gritasse ou batesse nele. O que para sua surpresa não aconteceu. Eu apenas permaneci calada.

− Trouxe seu almoço. – Ele mostrou um prato de sopa.

− Pensei que tinha ido embora.

− Mas não fui. – Não sei dizer se ele iria ou não me servir eu não esperei para ver se ele ia levantar a colher e fazer aviãozinho. De qualquer modo sei muito bem me alimentar sozinha, então tomei o prato de suas mãos. Enquanto eu comia ele se sentou próximo a mim, afastou os cabelos da minha testa e mediu minha temperatura.

− Essa sopa esta com gosto estranho. – Disse recusando o prato.

− Tem remédio. Tome tudo. – Mandou ele me empurrando o prato de volta e saindo do quarto pensei em relutar, mas com quem eu iria discutir, com o prato de sopa? Apenas tomei tudo e coloquei o prato na cabeceira da cama.

O fato é que eu estava muito cansada, pois passara a noite em claro remoendo os acontecimentos da noite passada. E agora que estava sentada em uma cama macia e quente, meus olhos começaram a pesar. Diogo retornou ao quarto pouco tempo depois. Ou pelo menos eu acho que era ele. Seja quem for, tirou o prato dali, me fez deitar na cama, afastou os cabelos do meu rosto e beijou a minha testa. Essa foi a ultima coisa da qual eu me lembro antes de cair no sono.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam da briga : Agastar vs Diogo? E melhor, porque ele sempre ganha? E quanto a essa visitinha à casa dele hein? Comentem!!