Quando eu acordei, eu vi um rosto de um médico olhando pra mim. Eu sentei na cama, mas ele continuava com o olhar fixo, como se não estivesse me vendo. Foi então que eu olhei pra onde ele estava vendo e dei de cara com o meu rosto. Eu tomei um grande susto e pulei da cama. Meu corpo estava deitado, mas eu estava de pé. Como isso poderia acontecer?

Uma enfermeira entrou no quarto e o médico disse a ela que talvez eu não fosse resistir. Eu estava em coma! Eu vi meu pai chorando na janela de vidro do quarto do hospital com a minha mãe ao lado olhando pra mim, mas não para o meu corpo que estava na cama, mas sim, pra mim mesmo. Ela podia me ver. -Essa não é a minha mãe.- Concluí. Eu queria chorar, mas não conseguia. Me senti seco e sem vida, e eu realmente estava...

Até que eu tive a péssima ideia de tentar entrar no meu corpo, mas obvio que foi inútil. A única coisa que consegui fazendo isso foi as gargalhadas que a minha pseudo-mãe deu atrás do meu pai pra que ele não visse. Eu estava com medo dela. Não sabia quem era e o motivo de ter possuído o corpo de minha mãe, mas estava meio na cara de que ela ou ele queria alguma coisa comigo.

Eu não sabia o que fazer. Eu tinha me tornado um fantasma, mas não um fantasma qualquer. Eu estava sendo caçado por outros fantasmas piores. Meu corpo e meu espirito estavam em perigo e eu tinha que fazer algo, só não sabia o quê. Eu fiquei sentado na cama ao meu lado, quando escutei um barulho vindo do corredor do hospital. Logo a porta do quarto se abriu e apareceu aquela mulher albina porém vestida de médica. Ela olhou nos meus olhos e me ignorou totalmente indo em direção ao meu corpo. Ela pegou meu corpo gentilmente e pôs no colo o levando para fora do quarto. Eu gritei chamando sua atenção, mas ela me ignorou. Eu não podia deixar que ela levasse meu corpo, eu ainda tinha esperanças que eu pudesse acordar do coma. Então eu saí correndo atrás dessa mulher e a segui.

Ela foi até a minha casa e foi em direção ao sótão. Eu nunca tinha entrado lá, nunca me atrevi a tamanha loucura de entrar naquele terrível lugar. Ela entrou e fechou a porta, mas não tinha como tranca-la, então a porta ficou meio aberta. Eu fiquei olhando pela a precha que a porta deixara e vi que ela pôs meu corpo no chão, e logo em seguida, ela pegou uma faca na tentativa de me cortar e fazer algo pior. Eu não sei como isso aconteceu, acho que eu voltei a vida naquele mesmo instante pois depois de eu ter piscado os olhos, eu estava deitado no chão do sótão com aquela mulher cortando o meu pulso. Foi tudo tão rápido e insano, eu finalmente me senti vivo e morrendo ao mesmo tempo porque eu já podia sentir a dor da faca me cortando.

Eu não conseguia me mexer pois tinha acabado de sair do coma. Logo apareceu alguém na porta e empurrou a mulher albina fazendo-a cair no chão. Minha vista estava embaçada então não pude ver quem era.