Kingdom Hearts: The Pure Heart Of A Star escrita por Dryka Paradise


Capítulo 4
Chapter 3: A new friends


Notas iniciais do capítulo

Recomendo que escutem a música "Real Emotion" de Final Fantasy X-2 na parte do show para maior sensação de realidade... e também para curtir a canção que é muito animada.^^ Podem escolher qualquer uma das versões, depende do gosto de vocês.

Versão japonesa (voz de Koda Kumi):
http://www.youtube.com/watch?v=0LwoWgnu96E

Versão americana (Voz de Jade):
http://www.youtube.com/watch?v=SSa60HGvoI0



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A rua estava quase deserta quando uma menina viu algo brilhante caindo no horizonte, em direção a área montanhosa daquele mundo. A criança ficará fascinada; Nunca havia visto uma estrela cadente de verdade antes, apenas em livros antigos que tinha na sua casa e também na biblioteca central ou então na escola. Ela sairá a toda velocidade, percorrendo o caminho até seu lar em poucos minutos, e abrindo a porta de súbito enquanto chamava por aqueles que concidera sua únca família naquele lugar perigoso.

– BARRET! NOOJ! - e com isso todos as peças se espalharam pelo chão.

– Filo! Já falei para não gritar desse jeito, menina! Barret diga alguma coisa.

– Calma, Nooj. Se ela esta assim tão afobada é porque deve ser importante.

– E é! Tenho algo muito, mas muito importante para contar aos dois.

– Então fale, querida. O que a deixou tão animada?

– Não venha disser que esta acontecendo outro ataque de "Nobory" á cidade? Me lembro perfeitamente que na semana passada todas as pessoas normais ficaram com medo dos monstros quando houve deles invadirem aqui e você foi a única que estava entusiasmada.

– Não é nada disso, Nooj. Eu vi!

– Viu o quê? Diga de uma vez, Filo.

– Eu vi uma estrela cadente! - Barret e Nooj se entreolharam, preocupados.

– Huh... Filo. Sem querer estragar a sua alegria nem nada, mas...

– Você já esta cansada de saber que não existem estrelas no "Realm of Darkness". O céu é apenas escuro, não há estrelas ou algo parecido. Deve ter sido apenas a sua imaginação.

– Não é imaginação minha. Eu vi sim uma estrela cadente e ela caiu lá nas montanhas.

– Haha... E justamente no território dos "Nobories". - ironizou Nooj. - Francamente Filo, nos últimos tempos você vêm imaginando coisas demais e uma mais absurda que a outra. Acho que deveriamos proibí-la de visitar a Lenne e o Shuyin, as canções dela estão fazendo você perder a noção do que é real e o que é mera fantasia.

– Mas... Eu tenho certeza que vi uma estrela cadente. Ela é tão bonita... A luz era branca...

– Já chega! Basta com essas asneiras e vá para o seu quarto mocinha, agora!

– Nooj! Não grite assim com ela... Filo! Filo!

A menina saiu correndo com os olhos marejados e subirá a escada de dois em dois degraus para chegar logo ao segundo andar onde ficava o seu quarto, se trancando nele depois.

– Não precisava falar assim com a menina. É apenas uma criança e crianças sonham, sabia.

– Eu sei que fui muito rude com a Filo, mas é melhor que aprenda logo cedo que não vale a pena sonhar. Nós dois sonhamos que um dia sairíamos do "Realm of Darkness" e veja só o que nos aconteceu. - ele apontará para a protése onde deveria estar a perna esquerda, Barret olhará para a sua que substítuia a mão direita. - Perder parte de nossos corpos não foi uma dor tão grande, o pior daquele dia é que um amigo morreu e "ela" não fez nada para impedir. Essas protéses servem para nós nunca esquecermos de que sonhos são perigosos, colocam vidas em risco e faz sofrer. Filo precisa entender isso mais cedo ou mais.

Barret ficará inquieto, não havia gostado nada do que acabará de ouvir, mas o outro não deixava de ter uma certa razão. Depedendo do sonho, a pessoa podia mesmo colocar a própria vida em risco ou sofrer com as consequências, ele e Nooj pegaram um preço muito alto por acreditarem que encontrariam a "Door of Light" seguindo a orientação de alguém que dizia saber o caminho, nisso fizeram um amigo em comum deles acompanhá-los nessa jornada. Porém, as coisas não terminaram como sonhavam e agora além de perder uma parte de si próprios, uma vida foi perdida e a filha dele atualmente esta sob seus cuidados.

– Filo! Para onde você vai? Eu mandei ficar no seu quarto, mocinha. - a voz de Nooj tirou Barret de seus pensamentos e verá a menina descendo as escadas com a sua "Gear", uma espécie de prancha voadora, nas mãos. - Não me ignore. Eu lhe fiz uma pergunta.

– Acabei de me lembrar que tinha prometido ao Shuyin que o ajudaria na preparação do show da Lenne hoje e pelo o que vocês me ensinaram, promessas são divídas para com as pessoas ou querem que a única coisa que faz todo mundo feliz na cidade não aconteça por causa de uma asneira minha? - disse Filo, rispída, próxima a porta e de costas para Nooj e Barret. Ambos se entreolharam por alguns minutos e um deles lhe derá a autorização para sair, mas somente para ajudar os amigos e nada mais. - Volto logo!

No lado de fora da casa, a menina andará em direção a moradia do casal Lenne e Shuyin, mas quando teve a certeza de que Barret e Nooj não viriam atrás dela para se certificarem, mudou seu rumo e subirá na sua "Gear" indo para o portão de saída no ponto sul da cidade.

"Me perdoem, mas é mais forte do que eu. Preciso encontrar aquela estrela de qualquer jeito, só assim vocês vão acreditar de que ainda existe alguma luz neste lugar", pensará a menina, decidida em seguir o que seu coração estava lhe pedindo.

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Em algum lugar das montanhas, havia uma pessoa de vestes brancas e rosto encoberto pelo capuz caída no meio de uma cratera inconsciente. Ela logo recobrará os sentidos e olhará ao redor para saber onde estava enquanto massageava a parte dolorida de sua cabeça.

– Reconheço este lugar. São as montanhas do mundo de "Waiting City". Mas... como eu vim parar aqui? - então, as lembranças recentes vieram á tona. - Sim, agora eu me lembro... Uma "Gummiship" atravessou o meu caminho e bati com a cabeça nela. Tenho sorte de ser dura na queda ou estaria morta neste momento. - ela se levantará e abanou a areia das roupas antes de saltar para sair da cratera. - Preciso continuar seguindo em frente. Tenho que chegar ao "Underworld" á tempo de... - porém, sentirá dois odores sendo carregados pelas correntes de ar. Um era adocicado, lembrava frutas como maça e morango, o outro era repugnante como se fosse sobra de alguma coisa no qual não conseguia assimilar com clareza. - Essa não... Alguém adentrou no território dos "Nobories" e eles estão atrás desse pobre coração. Parece que a minha viagem terá que ser adiada por enquanto. - e sairá correndo para onde ambos os cheiros são mais fortes.

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Riku e Mickey chegaram ao mundo conhecido como "Waiting City", segundo os registros de viagens da "Gummiship" que usaram, mas ambos ficaram muito surpresos por verem tantas pessoas andando pelas ruas normalmente. Poderia parecer uma cidade como qualquer outra se não fosse por um detalhe: a estrutura das moradias eram mesmo restos de naves mesclados com partes de casas ou prédios que anteriormente pertenciam aos mundos tragados pela escuridão, o rei reconhecerá algumas delas vindas de "Wasterland", um dos mundos que fora perdido no passado e no qual as muitas lembranças deste lugar ainda continuavam frescas em suas memórias.

um dos mundos que fora perdido no passado e no qual as muitas lembranças deste lugar ainda continuavam frescas em suas memórias.

– "Wasterland" é meu mundo natal, Riku. Passei a viver no "Disney Castle" depois da união cerimonial com a minha amada Minnie. Mas, sempre encontrava um tempo para visitar a família e os amigos de quando eu era um... plebeu digamos assim... até a escuridão aparecer e... Bem... Você já deve imaginar o resto. Sofri muito quando soube o que tinha acontecido e foi neste mesmo dia que eu decidi procurar uma forma de evitar que outras pessoas passasem por este sofrimento. Foi então que o grande mago Yen Sid me encontrou e se ofereceu para ser o meu mestre, ele já estava á tempos na busca de um dicipúlo e anos depois a "Kingdom Key D" me escolheu. - contará Mickey enquanto caminhava pelas ruas ao lado de Riku, que estava muito surpreso com toda aquela história.

– Então o senhor se tornou um rei? Pensei que tinha nascido de uma família nobre.

– Oh, não não. Antes disso eu era comum como qualquer outra pessoa e tinha conseguido um trabalho de faxineiro no castelo real junto de meus dois melhores amigos, Donald e Goffy. Mas, devido a algumas situações um pouco confusas e terminar por salvar o reino meio que sem querer, passei de faxineiro para mosqueteiro e depois disso para rei quando conheci a Minnie, naquela época ela era uma princesa. Simultâneamente, o resmungão do Donald conheceu a dama de companhia dela, a Daisy, e se casou dias mais tarde.

O garoto não sabia o que pensar. Em "Hollow Bastion" quando Maleficent lhe contou sobre Mickey, sempre acreditou que era da realeza, nunca lhe passou pela cabeça de que um dia fora alguém comum como ele. Ficou imaginando as coisas que deve ter passado durante o trabalho de faxineiro, depois de mosqueteiro e enfim chegar no posto mais alto. Agora Riku entendia o por quê o camundongo era tão compreensível, amigável e acolhedor. São as qualidades que aprenderá na sua vida anterior e preservará na atual. Ele sentiu-se muito, mas muito constrangido por sentir inveja dele na época em que era aliado da odiosa bruxa.

– Mas, chega de falar sobre mim, meu jovem. Me conte sobre você. Não é justo que apenas um de nós conheça o outro, afinal somos amigos e companheiros de viagem, certo?

– Não sei se vale a pena me conhecer. Minha vida não foi tão emocionante como a sua.

– Jamais diga isso. Toda vida é emocionante a sua maneira, basta vermos com outros olhos e vivê-la o quanto pôde porque nunca se sabe o que irá nos acontecer no futuro. Sempre existe uma surpresa, algo de muito bom, esperando por nós lá na frente.

Riku cruzará os braços e fechará os olhos, um hábito que tinha quando quer pensar bem em algo. Pensou e repensou na proposta que lhe foi feita e então decidiu se abrir.

– Bom... Eu nasci e vive a minha vida inteira no mundo chamado "Destiny Islands", ele se resumi em um conjunto de ilhas cercado pelo mar. Existe uma cidade na ilha principal, a "City of Paths", mas gosto da ilha menor onde eu junto do Sora e da Kairi sempre iamos lá para brincar sem ninguém nos perturbando. - e assim prosseguiu com sua história, até uma criança se esbarrar nele caindo em seguida. - Hey, menino. Você esta bem? - perguntou, ajudando o menino a se levantar que assentirá em confirmação. - Tenha mais cuidado, você poderia ter se machucado feio, sabia. Mas, porque de toda essa correria?

– É que vai começar o show da Lenne e não quero perder. Você também vai, moço?

– ...Acho que não... Nós acabamos de chegar e não conhecemos bem este lugar, eu sinto muito. - respondeu o garoto, sem querer desapontar a criança que por sinal era mais nova que ele e parecia muito entusiamada com esse tal evento. Só que o efeito foi contário.

– Vamos sim, pequenino! Estamos ansiosos para assistir. - disserá o rei, sorridente. Riku ficará incrédulo enquanto o menino recobrou a sua alegria radiante de segundos atrás.

– Que bom! O palco fica na praça central, é logo ali. - a mão pequena da criança apontará para uma rua larga e ingrime um pouco mais a frente, a direita. - É só seguirem em frente até o chafariz, depois devem virar a direita e vão ver o palco. Não tem erro.

– Muito obrigado, pequenino. Nos veremos daqui a pouco.

Quando o menino sairá correndo animado, Riku lançou um olhar de advertência a Mickey que claramente dizia: "Você não devia ter feito isso. Não viemos aqui para nos divertir".

– Ora, meu jovem. Vamos aproveitar este show pelo menos por enquanto e depois iremos fazer o que viemos fazer. Acho que uma boa dose de alegria e distração será muito bem-vinda depois da tensão que passamos, não acha? - o garoto bufou, cruzando os braços. - Eu vou para este show. Se quizer pode ir procurar um mecânico para nós e sozinho.

Então, o rei seguiu a orientação da criança indo em direção a rua apontada. O outro tomou um caminho diferente, mas mudará de idéia após dar os três primeiros passos. Tentou disser alguma coisa que pudesse fazer o primeiro se sentir culpado por decidir deixá-lo sozinho naquele lugar desconhecido, porém não conseguiu pensar em nada tão impactante e no fim o acompanhará em silêncio até chegarem no tal palco do show.

Havia um aglomerado de gente esperando o evento começar. Inúmeras crianças corriam para lá e para cá procurando o vendedor de guloseimas enquanto outras permaneciam em seus lugares para não perdê-los, podiasse ver pessoas idosas, jovens, adultos e até seres humóides com feições animalescas. Todos estavam ali para assistir essa tal Lenne que o menino havia mencionado e pelo tamanho do público, a cidade inteira estava presente como Riku supôs, deveria ser uma artista muito querida e respeitada pelos habitantes de "Waiting City". Não demorou muito para as cortinas se abrirem e revelar um casal. A mulher tinha pele morena, usava um vestido azul escuro com babados em azul claro cujo a extensão caia pela sua cintura, saia preta de renda, botas de cano alto bege, mangas falsas da mesma cor do vestido e misangas que enfeita o seus longos cabelos cor-de-chocolate. Atrás dela tinha um rapaz sentado ao que parecia ser um piano rodeado de equipamentos eletrônicos e por alguma razão ele lhe lembrava muito o seu amigo Tidus lá em "Destiny Island", só que mais velho, e até o cabelo loiro era idêntico.

O silêncio tomou conta do lugar quando ambos apareceram e então uma música animada se iniciou. Ela contava sobre as emoções radiantes que possuímos e que jamais devem ser esquecidas quando se vive um momento triste, no qual eram descritas como emoções reais de nosso ser, que elas são incontroláveis e apenas nossa. O camundongo, contagiado pela alegria do evento, começou uma dança improvisada e convidará Riku a se unir a ele tendo a proposta recusada, porém o garoto logo começou a bater o pé direito no ritmo da música e quando se deu conta, também estava dançando junto com outras pessoas.

Quando a música chegou ao fim, todos aplaudiram ou assobiavam para o casal de artistas que agradeceram o comparecimento e o carinho do público, além de prometerem que realizaram mais um show em breve. Logo, cada pessoa seguirá o seu caminho e a praça ficará vázia em pouco tempo, apenas Riku e Mickey permaneceram ali e isso chamou a atenção da mulher que se aproximará deles.

– Vocês dois não são daqui. Lembraria de ter visto os seus rostos pela ruas.

– Exato, senhorita. Nós acabamos de chegar na cidade. - disse o rei. - Viemos em busca de um mecânico, mas fomos pegos de surpresa pelo seu show. Álias meus parabéns! Sua voz é belissíma e a letra da múscia que cantou contagiante, me sinto muito bem depois de ouví-la. Parece que toda a tristeza e preocuapação que eu sentia se foram como mágica.

– Não sabe como é bom ouvir isso. A canção "Real Emotion" tem mesmo este efeito no meu público, não é a primeira vez que canto ela para as pessoas daqui. A propósito, o meu nome é Lenne e aquele lá no palco se atrapalhando com nossas coisas é o meu namorado Shuyin.

– Prazer em conhecê-la, senhorita Lenne. Meu nome é Mickey Mouse e este é Riku.

Nesse momento, um som semelhante á um ronco foi ouvido pelos três. Riku ficará sem graça por saber o que era, o rei suspirou profundamente e Lenne abrirá um sorriso meigo.

– Vejo que estão com fome. Venham! Eu os convido para irem a minha casa comerem algo, assim podemos conversar mais tranquilos e confortáveis. - então a mulher se distanciou deles indo em direção ao palco para falar com o namorado sobre o convite que fará... e também ajudá-lo a guardar tudo sem correr o risco de danificar algum equipamento.

Nisso, o garoto questionará com o rei sobre confiarem em Lenne porque na última vez que confiou em alguém de fora da "Destiny Island", não terminará com o final que queria ter e ainda fará muitas coisas ruins, principalmente aos seus melhores amigos. Mas, ficou quieto depois de ouvir sobre Vincent e o voto de confiança que derá ao antes inimigo deles.

– Dá próxima vez preste mais atenção nas suas próprias atitudes, meu jovem. Apesar dos horrores que passou ainda continua sendo uma criança ingênua, Riku, mas isso não é um defeito e sim uma qualidade que merece ser preservada. - disse o camundongo.

"É... Uma qualidade que pode me matar um dia desses", pensou Riku consigo mesmo.

Então eles andaram em direção ao palco onde o casal continuava guardando o equipamento usado no show. Mickey se ofereceu para ajudá-los na arrumação, já o garoto se recusou a fazer alguma coisa e ficará um pouco distante dos três, sozinho com os seus pensamentos.

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Já fazia algum tempo que Filo ultrapassará o cercado que marcava o limite de segurança da cidade e agora ela percorria uma das inúmeras trilhas entre as montanhas, mas ainda não terá nenhum sinal da estrela cadente. Não verá o encantador brilho branco que lhe chamou a atenção ou qualquer outra evidência que indicasse a localização do que tanto procura.

– Puxa vida... Pensei que algo luminoso como uma estrela fosse fácil de encontrar no meio de toda essa escuridão... - resmungou a menina, dando um novo solavanco a sua "Gear". - Será que ela se apagou quando caiu aqui? Não, nada disso! Estrelas existem para brilhar, então... - neste instante, seus ouvidos detectaram ruídos á distância como se alguma coisa estivesse rastejando no chão. - É melhor eu ir mais rápido. - e acelerou para se distanciar logo do que estivesse por perto. "Que não sejam "Nobories". Que não sejam "Nobories". Que não sejam "Nobories", por favor", pensava assustada, acelerando ainda mais o "Gear".

Contudo, inúmeras criaturas cinzas surgiram de repente em todas as partes e avançaram em direção da menina, que gritará de medo enquanto acelerava mais um pouco a sua prancha.

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– Sinto muito por oferecer-lhes apenas sopa de legumes e pão. Estamos com falta de carne na cidade entre outros alimentos. - desculpou-se Lenne, despechando a última concha de sopa na tigela em mãos e dar para Mickey. Ele e Riku já estavam em sua casa, sentados a mesa aguardando pela refeição á poucos minutos, o segundo sentido-se acanhado pela hospedalidade que recebia sem ao menos conhecer direito as pessoas que o tratava bem.

A moradia não era grande e luxuosa como o garoto tinha imaginado, mas sim modesta e muito confortável. A organização podia ser apreciada com gosto porque tudo estava em seu devido lugar e também era visível a maior paixão do casal: a música. Havia enfeites em forma de nota musical feitos de cristal ou numa mistura de metais, partituras emolduradas espalhadas na parede, um comôdo fora transformado no estúdio deles, um piano no canto da sala entre outros sinais desse gosto em comum dos dois.

– Espero que gostem da comida.

– Tenho certeza que será muito bem apreciada, senhorita Lenne, e quanto ao seu pedido de desculpas não precisa se preocupar. Nós entendemos. - disse Mickey, sempre educado e compreensível. A mulher estava preparando a segunda tigela de sopa enquanto isso. - Ah... Sopa de legumes... - murmurrou ele sentindo o aroma da comida. - Fazia um tempinho que eu não provo tal prato desde que comecei a minha jornada, minha amada Minnie sempre prepara uma porção para mim e... - mas, interrompeu a frase por ficar chocado demais ao ver como o garoto devorava a comida. A cantora havia acabado de depositar a tigela na mesa quando ele a agarrou e começou a comer, quase arrancando das mãos dela.

Em tempo recorde, Riku envaziou a tigela de sopa e pedirá por mais logo na sequência. Lenne encheu-a novamente e ele começou a comer no mesmo ritmo, mas desta vez pegará um pãozinho caseiro no cesto e o mordia entre as colheradas, engolindo tudo depois.

– Huh... Para alguém que disse não gostar de sopa de legumes até que esta se alimentando bastante dela... - argumentou a cantora, sem graça, e depois se espantar por um terceiro pedido de repetição do garoto. -

Nesse momento, Shuyin entrou na sala de jantar avisando que guardou todo o equipamento do show no sotão e também ficara espantado com a forma que Riku comia.

– Calma moleque. Se continuar comendo nesse ritmo você pode acabar se engasgando, tenha cuidado. - dito e feito. Quando Shuyin se deu conta, já estava ajudando o garoto a recuperar o folêgo. - Viu só esganado! Sei que esta morrendo de fome e tudo mais, mas precisa se cuidar. A sua sorte é que tanto eu quanto a Lenne sabe o que fazer numa situação dessas ou do contrário estaria inconsciente. - reemprendeu, após as coisas se acalmarem.

– Mas, que apetite! Vocês devem estar perdidos á muito tempo no "Realm of Darkness" para ele ter tanta fome assim! São momentos como este que sou grata por ser o que sou.

– Na verdade... Cof! Acabamos de chegar... Cof! ...no "Realm of Darkness" também...

Riku lançou um olhar discreto para o rei que apenas assentiu para ele, sorrindo, enquanto o casal se entreolhava sem entender absolutamente nada.

– Eu me envolvi com as forças da escuridão, tornando um usuário de seu poder por algum tempo. Durante esse período ocorreram mudanças extraordinárias em mim. Não sentia fome, cansaço, sede.... Nada dessas coisas... e isso fazia com que eu me senti-se invencível, mas no fim acabei por perder não só o meu corpo para alguém ruim como todo o resto e terminei aqui. - começou ele. - Eu fiz coisas horríveis no "Realm of Light", acreditando que isso iria salvar o coração de uma amiga minha, e... também por querer viajar pelos mundos além do meu como sempre sonhei entre outros assuntos mais... particulares. Agora tudo o que eu quero é voltar para lá e corrigir todos os meus erros, principalmente ser perdoado por aqueles que fiz sofrer, apesar de ter uma grande chance disso não acontecer.

Houve um momento de silêncio.

"Perfeito! Eles devem estar arrependidos por terem me acolhido de bom coração, mas não os culpo. Pelo menos o rei continuara sendo bem-vindo", pensou, se levantando da cadeira.

– Aonde acha que esta indo, moleque? - foi a voz de Shuyin que quebrou o silêncio.

– Estou indo embora. Alguém como eu não merece estar num lugar desses.

Entretanto, o garoto ouviu passos atrás dele e quando se virou para atender um chamado da Lenne, ficou surpreso com o abraço carinhoso dela que também afagou os seus cabelos prateados. Tais gestos fizeram o seu coração bater num ritmo familiar, aqueles batimentos são os mesmos de quando sua mãe lhe dava conforto quando se sentia sozinho ou triste.

– Pobrezinho... É mais uma vitíma da escuridão... - começou ela. - Você deve ter passado por muita coisa para pensar dessa forma, este tipo de pensamento jamais se deveria passar na cabeça de uma criança, mas não se preocupe mais com isso, Riku. - e segurou o rosto dele entre as mãos. - Saiba que aqui na minha casa você esta seguro e sempre será bem-vindo quando precisar do conforto de amigos. - então abrirá aquele sorriso meigo.

– É isso ai moleque. Nós dois somos seus amigos agora e pode sempre contar com a gente quando precisar de apoio, é só chamar por mim ou pela minha gatinha que iremos te ajudar numa boa. - disse o loiro com os braços atrás da nuca e com um radiante sorriso no rosto.

Nisso, Riku teve um vislumbre: ele verá Sora no lugar de Shuyin e Kairi no lugar de Lenne por um breve instante, talvez seja porque a personalidade deles lembrava muito os seus melhores amigos. Ele rira discretamente por causa disso e também por ter sido pego de surpresa pelo bom coração de duas pessoas que acabara de conhecer, mas que já se consideravam seus amigos e estavam dispostos a ajudá-lo... Nem tudo esta perdido, afinal.

– Obrigado. - foi tudo o que disse. O camundongo ficara muito satisfeito com a cena.

De repente, todos ouviram batidas na porta.

– Ué! Quem será? - questionou o loiro indo a porta e abrí-la.

Do outro lado estava um homem grande e musculoso de pele negra com uma protese onde deveria ser a sua mão direita. Ele parecia muito preocupado e também estava um pouco ofegante, sinal que fara um grande esforço antes de aparecer por ali.

– Olá, Barret! O que houve com você para estar desse jeito? Não deve ser por causa do show porque ele acabou faz um tempinho. Não diga que a cidade esta sendo atacada. - Riku e Mickey ficaram em alerta sob a menção dessa hipotese imediatamente, ambos decididos a ajudar a defender a cidade, mas estranharam que Lenne também ficara da mesma maneira.

– Não nada disso, o assunto é outra coisa. - todos relaxaram. - Eu vim buscar a Filo. Ela disse que tinha prometido ajudá-los com os preparativos do show e como sempre fica com vocês depois do evento para comer guloseimas, que eu sei que a Lenne oferece para aquela sapeca... - a mulher ficou sem graça nesse momento. Então era verdade? - ...acaba se esquecendo de voltar para casa. Então apareci para levá-la de volta. Por mim a Filo poderia dormir aqui já que estara segura na casa de amigos, mas o Nooj esta soltando fumaça pelas orelhas e... Acho que não preciso disser mais nada, vocês já entenderam.

– Huh... Sinto muito, mas a Filo não esta aqui. Álias era para ela sim nos ajudar conforme nos havia prometido, mas não apareceu e nós dois tivemos que arrumar tudo sozinhos. Foi sorte nossa o palco estar pronto na hora do show ou teriamos que atrasá-lo.

– Como?! M-Mas... Faz tempo que a Filo saiu de casa e ela disse que viria ajudá-los.

– Calma, Barret. Deve haver uma explicação para o sumiço da Filo. Você verificou na casa dos amiguinhos de escola dela antes de vir para cá? - perguntou a cantora.

– Não, Lenne. Eu vim direto para cá.

– Ela não disse ou fez alguma coisa que desse a entender que faria algo diferente hoje, meu senhor? - perguntou Mickey. Foi só nesse momento que Barret notara duas pessoas que nunca viu antes. - Oh! Meu nome é Mickey Mouse e aquele garoto ali se chama Riku, acabamos de chegar na cidade e vimos o show. Nós podemos ajudar a encontrar a criança supostamente desaparecida, basta se lembrar o que ela mais fez antes de sair de casa.

– Pode ser qualquer coisa. - disse Riku.

O homem ficara pensativo por alguns segundos e então se lembrou de um detalhe.

– Hoje mais cedo, a Filo estava teimando que viu porque viu uma estrela cadente cair na área montanhosa e até apareceu do nada lá em casa dissendo isso. Houve uma pequena discussão entre ela e o Nooj que a mandou para o quarto de castigo, então logo depois ela saiu dissendo que viria ajudá-los. - contou Barret. - Essa não! Vocês não acham que...

– Achamos não, temos certeza. Sabe que quando aquela menina teima com alguma coisa...

– Não pode ser... Filo não faria algo tão perigoso. Aquele lugar esta infestado de "Nobories", ela esta cansada de saber disso... Não, não e não. Me recuse em acreditar que faria algo tão imprudente cpaz de pôr em risco a própria vida. - disse o homem, transtornado.

O clima ficará mais e mais tenso a cada segundo que se passava, porém o rei sugeriu primeiro que todos fossem averiguar com os demais habitantes para saber se alguém viu a criança e se nenhum deles tiver pistas sobre o seu paradeiro, significa que realmente ela foi atrás da tal estrela cadente que diz ter visto. E assim, Lenne, Shuyin e Barret se espalharam pelas ruas a procura de Filo enquanto o garoto e o camundongo permaneceram na casa da cantora, aguardando o retorno do trio, porque os dois não conheciam muito bem a cidade e poderiam acabar se perdendo nela. "Já nos basta ter uma pessoa desaparecida, quanto mais três", disserá a própria antes de sair. Quando o relógio de parede mostrava que haviam se passado vinte minutos, o loiro foi o primeiro a aparecer e não parecia nada contente.

– Perguntamos para todo mundo e ninguém viu a Filo, nem antes e muito menos depois do show. Fomos até a escola e a biblioteca central onde ela costuma ir para ler os livros que tem por lá, mas também não a encontramos. - contou ele. - Os amiguinhos de escola dela também não sabem de nada, dá última vez que a viram foi durante as aulas de hoje.

– Onde estão Lenne e Barret? Eles continuam procurando?

– Os dois estão no centro de "Waiting City". Como ali é o ponto mais movimentado de toda a cidade, acharam que ela poderia aparecer a qualquer momento andando normalmente entre as pessoas porque a biblioteca fica justo naquela parte e aquela sapeca vive fazendo suas visitas. Confesso que é um método um pouco idiota no meu ponto de vista, mas nós temos que tentar de tudo para encontrá-la nessa altura do campeonato.

– Vamos para lá então. - disse Riku.

Em poucos minutos, o grupo inteiro estava reunido e discutiam sobre o que fazer. Se Filo não foi encontrada dentro da cidade como esperado, significa que a menina estava fora dela. O problema é o perigo que existia além dos limites e foi nesse momento que os recém-chegados souberam o que seriam os monstros chamados de "Nobory".

– Os "Nobories" são criaturas cinzas que nascem das sobras de alguém que perde o coração e se torna um "Heartless". Eles são incapazes de sentir qualquer coisa, inclusive dor, e eles devoram os corpos das pessoas, mas assim como aquelas coisas negras também tem formas e tamanhos diferente dependendo do nível que possuem. - contou Barret. - Na época em que a cidade estava sendo construída, esses monstros nos atacaram e infelizmente houve muitas vitímas, quase fomos dissimados nesse incidente. Ocorreram outros ataques no decorrer dos anos, mas então descobrimos alguns cristais que parece afugentá-los por um bom tempo e os colocamos ao redor de "Waiting City", criando assim um cercado que marcava o limite de segurança. Se ultrapassar essa linha, os "Nobories" sentem a presença de um corpo adentrando em seus domínios e ficam maluquinhos.

– O Shuyin estava preocupado por estar ocorrendo um ataque de "Nobory" quando você apareceu, Barret. Isso continua acontecendo mesmo com essa proteção? - quiz saber Riku.

– Sim e nós temos duas teorias. - Lenne se manisfestou. - A primeira é que os cristais estão perdendo a força, a cerca é a mesma desde que foi levantada. E a segunda é que pode estar surgindo um novo tipo de "Nobory", tão poderoso que é capaz de ultrapassar a proteção ou então que seja imune á ela. Seja qual for a resposta, todos na cidade já sabem que não estaremos seguros por muito tempo e estamos tomando algumas providências para evitar um grande massacre. Por isso que vocês veêm tantas pessoas trabalhando.

Mickey não sabia o que pensar. A cidade cheia de alegria que verá quando chegou estava vivendo uma situação muito delicada e que parecia não ter uma solução plausível, o garoto pensava da mesma forma e uma vontade de fazer alguma coisa para evitar o pior crescia dentro de si. Mas... o quê poderia fazer por aquelas pessoas? Tudo ficou mais difícil quando presenciou um homem enorme, que claramente poderia pôr medo em qualquer um só de ficar parado na sua frente e ser alvo de seus olhos negros sob um olhar de advertência, aparentar ser tão frágil quanto a mulher que o consolava.

– Filo... Sei que dá muita dor de cabeça cuidar dela... Qual criança não faz um adulto passar por isso? Mas, aquela menina é a alegria lá de casa... É a luz que dá a certeza de que eu e Nooj ainda estamos vivos. Não faço idéia o que pode os acontecer se a perdemos também.

Aquilo foi demais para Riku. E não suportando em ver Barret daquela forma, transtornado e pessimista, tomará uma decisão importante. Ele sabia dos riscos, mas queria ser útil em alguma coisa,... e também este talvez fosse o primeiro passo para se redimir.

– Barret... - chamara ele. - Prometo que eu vou trazer a Filo de volta sã e salva para você. Vou para as montanhas procurá-la e resgatá-la das mãos dos "Nobories" com as minhas próprias forças se for preciso. Não há nada que você, a Lenne ou o Shuyin me digam sobre o quanto aquele lugar é perigoso ou peçam para eu ficar aqui por ser seguro, estou decidido em ir lá e encontrar a menina. - enfim disse. - Majestade. Se quizer ficar para...

– Nada disso, meu jovem. Irei com você nessa empreitada. Eu também estava pensando em ir para as montanhas procurar pela menina Filo. - e piscou para o garoto, sinal que tinha o seu apoio para qualquer decisão boa que tiver. - Mas, você precisa de uma arma ou não vai conseguir se defender por lá, apesar que posso proteger nós dois sem problemas.

– Ops! Não tinha pensado nesse detalhe... E agora onde vou conseguir uma espada?

– Esperem um segundo. Eu já volto. - disse o loiro, correndo em direção a sua casa a toda velocidade logo em seguida, e retornar minutos depois trazendo uma espada de lâmina fina com ponta encurvada, estendendo-a para Riku. - Pegue, use esta aqui. Não sei por que, mas assim que pensei nela assimilei com você. Acho que é o seu estilo de espada...

O garoto experimentou a arma fazendo alguns movimentos simples e gostara tanto do seu peso quanto da maneira que cortava o ar durante a execução de um golpe. Aquela espada era perfeita! Se adequada bem a ele e não via dificuldade nenhuma em manuseá-la.

– Eu devolvo assim que voltar.

– Não precisa, pode ficar para você. Ela não é do meu estilo mesmo... Nem lembro mais o motivo de incluí-la na minha coleção, tenho várias espadas lá em casa e a maioria são de lâmina padrão. Eu poucas vezes a usei e não gosto muito dela tanto assim, é leve demais e isso atrapalha bastante na execução dos meus golpes. - disse Shuyin. - Pode considerar a "Sleeping Dragon" como o primeiro presente de amizade entre a gente, ok!

Riku dera de ombros. Pelo menos ganhará uma arma e agora podia se defender sozinho.

– Não se preocupem, meus novos amigos. Voltaremos assim que a menina estiver segura conosco. Vamos, Riku. Temos um longo caminho a percorrer e uma difícil tarefa para ser cumprida. - disse Mickey, determinado e confiante.

E assim foram eles em direção as montanhas após Lenne apontar a saída da cidade, além de avisar que ao ultrapassarem o limite de segurança, os "Nobories" saberam que há intrusos em seu território e não demorará muito para que avistem um deles.

– Tenham muito cuidado, rapazes! - desejou a cantora. - Que seus corações se mantenham fortes e cheios de luz em meio a escuridão. - rezou em sussurros com as mãos sob o peito.

Ela, juntamente de Shuyin e Barret, observaram a dupla se dirigindo a saída de "Waiting City" para irem rumo ao perigo que se escondia nas montanhas. Mas, algo dentro dos três lhes dizia que tudo terminaria bem. Aqueles dois desconhecidos deram essa certeza, seus olhos mostravam isso, e ambos estavam convictos de que conseguirão cumprir com a sua palavra, não importando qual seja o preço que ambos precisam pagar por essa bravura.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade: O personagem Barret pertence ao elenco de FF VII. Nooj, Lenne e Shuyin de FF X-2 e Filo de FF XII-2: Revenant of Wings para Nintendo DS (Por que raios foi lançar um FF para a Nintendo? Qual a lógica disso?!! ò_ó). Enfim... dos 5 personagens de FF que aparecem, somente a última teve a idade alterada. Em FF XII-2: Revenant of Wings, Filo é uma jovem hiperativa que adora se aventurar em sua prancha flutuante, a "Gear" como é chamado o veículo (Sim! Aquilo é um veículo por incrível que pareça) e muito teimosa, mas super sincera. Na fic, ela é uma criança sob os cuidados de Barret e Nooj, o segundo tendo a personalidade um pouco alterada devido ao sofrimento de perder um grande amigo, mas logo será aquele que conhecemos no game. A turma de "Waiting City" vai ser o equivalente a turma de "Traverse Town" que se mudou para "Hollow BastionRadiant Garden", eles vão ajudar muito Riku e Mickey daqui por diante.^^

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Espero ler muitos comentários!
Até a próxima!!!!