Aoi Tori escrita por SatineHarmony


Capítulo 7
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Em itálico estão trechos da tradução da música Aoi Tori.



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Um pássaro azul igual aos de contos de fada

Eu acreditei que ele me traria felicidade

Vendo-o voar pelo céu azul, eu rezei para que os nossos sentimentos se coincidissem

Momo inspirou fundo, tentando diminuir a batida do seu coração. Nervosismo tomava conta de seu corpo, suas mãos suavam frio e ela tinha a impressão de que havia borboletas em seu estômago.

Sua boba, por que você está assim?, pensou, balançando a cabeça. Sua ansiedade era tão grande quanto a que sentira ao liberar o bankai de Tobiume pela primeira vez. Ela riu dentro de sua mente. Toushiro faria piada disso se ela o contasse para ele.

Porém tudo termina um dia, desaparecendo como uma lenda se desfaz [...]

Mas mesmo assim, esses sentimentos estarão sempre,

Sempre dentro do meu coração, bem no fundo

Hinamori estava simplesmente andando o caminho entre a quinta e décima divisões, indo de encontro ao escritório de Hitsugaya para fazer a sua papelada junto com ele. O capitão dizia que assim "talvez eles influenciassem Matsumoto a fazer o seu trabalho". Talvez isso fosse pura implicância do garoto, mas Momo admitia que Toushiro trabalhava mais do que devia. Diversas vezes as conversas entre eles foram interrompidas por borboletas infernais enviando ordens.

A morena atravessou o pátio principal, vendo alguns shinigamis no local. Todos eles a cumprimentaram respeitosamente quando ela passou. Baixando a cabeça, observou as rochas que estavam sob os seus pés.

Como se eu estivesse dormindo, eu seguro o meu fôlego e aguardo

Me liberte, eu não preciso mais dessa gaiola

Ainda era possível ver no solo de pedra as marcas da luta contra Aizen. Ela ainda se lembrava das pancadas do bankai gigante de Komamura-taichou, dos cortes causados pelas pétalas de cerejeira mortíferas de Kuchiki-taichou, da explosão do bankai de Soi-Fong. Na verdade havia até um ponto no gramado que não cresceria mais planta alguma devido a uma queimadura de gelo causada pelo bankai de Hitsugaya.

Observou os portões do décimo esquadrão serem silenciosamente abertos para ela, os guardas dando-lhe um breve aceno enquanto adentrava no pátio de treinamento. Os shinigamis da décima divisão já tinham se acostumado com a frequente presença de Momo por perto. Eles lhe deram calorosas boas-vindas, os integrantes mais antigos dizendo como era bom tê-la de volta. O terceiro oficial do esquadrão chegou a chamá-la num canto para agradecer pela sua ajuda.

De tempo em tempo, meu coração se abala [...]

Isso machuca tanto quanto um desejo exuberante

Foi só com aquilo que Hinamori percebeu como aquele tempo todo em que passara isolada, não prejudicara só a ela. De acordo com o shinigami, Hitsugaya sentira a sua falta mais do que ele admitira quando eles voltaram a ser como eram antes. Ela tinha sido estúpida sim, e não negava os erros.

Momo avançou para o prédio principal, abrindo a porta com mãos trêmulas. Atravessou os corredores, shinigamis fazendo breves reverências para ela enquanto rumava até o escritório do capitão da décima divisão. Porém, antes que ela pudesse girar a maçaneta, a porta foi aberta do outro lado.

Mesmo que eu não possa pôr isso em palavras,

Eu tenho certeza que eu estenderei minha mão,

Não importa o quão longe seja

— Shiro-chan! — exclamou, surpresa. Lá estava ele, aquele par de turquesas fitando-a como se pudessem ver a sua alma. Suspirou novamente, dessa vez de alívio. O rosto do capitão poderia não estar sorrindo — na verdade estava contorcido em frustração —, mas ela sabia que aquela era somente uma máscara.

Uma máscara que caía todas as vezes que Hitsugaya a via.

— Ah, Hinamori. — piscou, tão surpreso quanto ela. Então escutou uma voz atrás dele, era Matsumoto deitada no sofá do escritório:

— Que bom que você chegou, Momo-chan! Hitsugaya-taichou estava super nervoso esperando você! — um sorriso escapou dos lábios da morena com o comentário da tenente.

Quando um arco-íris monocromático ganhar cores, um milagre ocorrerá

— É mesmo? — sussurrou Hinamori ao pé do ouvido de Toushiro ao passar ao seu lado, entrando no cômodo. Pelo canto do olho pôde ver o garoto de cabelos brancos corar levemente. — Será uma longa noite. — suspirou enquanto abaixava a sua pilha de papelada em cima da escrivaninha do capitão. — Nós fomos ordenados a fazer uma patrulha em Rukongai devido aos desaparecimentos em massa, então tenho que ler e assinar cada relatório feito. — fez uma careta.

— Não se esqueça que também é necessário resumir os relatórios para entregar para o capitão-comandante. — orientou Hitsugaya, sentando-se na sua cadeira.

Eu jogo fora o passado e o troco pelo amanhã,

Porque se eu virar a página, eu tomarei iniciativa

— Eh? — dessa vez quem resmungou foi Matsumoto. — Os capitães têm que fazer tudo isso? Que cansativo, não sei como vocês conseguem. — balançou a cabeça num movimento negativo.

Sem responder a loira, Toushiro enterrou-se em meio aos seus documentos, sua atenção totalmente voltada para os mesmos. Hinamori parou um instante para apreciar aos suas sobrancelhas franzidas, o seu rosto contorcido em completa concentração. Os cantos de sua boca curvaram-se levemente para cima enquanto focava-se na sua papelada.

Por acaso o pássaro azul que me chama...

Está na verdade dentro de mim?

Momo já estava terminando de ler os papéis finais quando Matsumoto soltou um longo bocejo, levantando do sofá onde passara as últimas horas dormindo.

— Bom, gente, esse é o máximo de trabalho que eu consigo fazer num dia só. — deu um meio-sorriso adormecido, indo em direção à porta.

Eu nunca fiz tal coisa como esquecer, então...

— Tchau, Rangiku-san. — Hinamori despediu-se da mais velha. Hitsugaya limitou-se a lançar um olhar ameaçador para Matsumoto. Agora sozinhos no escritório, ambos continuaram em silêncio, mas depois de um tempo a morena o quebrou: — Eu terminei de preencher tudo, Toushiro, mas tem uma coisa aqui que não entendi... — franziu os lábios, confusa, olhando para o documento à sua frente.

Hitsugaya levantou-se do seu lugar, postando-se atrás da cadeira de Momo. Curvou-se sobre a mesma para poder ver o que estava escrito no papel.

Esses sentimentos que eu quero que se tornem reais estão sempre,

Sempre dentro do meu coração, bem no fundo

— O capitão-comandante usa esse termo para perguntar de forma delicada quanto foi gasto com a missão. — respondeu num tom de desdém. — Mas não é necessário preencher isso, já que ele recebe os recibos de qualquer forma.

— Hmmm, ok. — assentiu, recolhendo os papéis e reunindo-os numa pilha. Começou então a levantar da cadeira — Já terminei tudo, então vou voltar para...

Momo não terminou a frase. Ela simplesmente sentiu os braços de Toushiro a envolverem por trás num abraço desajeitado, mas cheio de afeto. Fechou os olhos, inspirando fundo, sentindo aquela fragrância refrescante que só ele tinha.

— Shiro-chan... — disse numa voz fraca.

— Eu já lhe disse como o haori de capitão fica ótimo em você? — perguntou retoricamente, um sorriso nos seus lábios.

— Mas é uma pena que é mais uma peça de roupa para tirar. — comentou num tom baixo.

— Vamos para o meu quarto? — sugeriu Hitsugaya, começando a dar rápidos beijos no pescoço de Hinamori.

— Mas por quê? — fez bico. — Não podemos fazer aqui mesmo? — roubou um beijo do garoto. A vida de Momo agora estava completa, não importava o quão grande fosse o problema, ela o superaria com a ajuda de seus amigos.

E com a ajuda de Toushiro.

Preparada para voar, eu seguro o meu fôlego e espero

Me liberte, eu não preciso mais dessa gaiola


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Notas finais do capítulo

Gente, infelizmente a história acabou. Agora eu me arrependo completamente de ter decidido que essa seria uma shortfic, mas decidi não alongar a história com medo de estragar tudo ç.ç
Caso alguém não tenha entendido: no final das contas o Gotei 13 derrotou Aizen, e um tempo depois, após treinar baaaastante, a Momo conseguiu adquirir o bankai e tornou-se a capitã da quinta divisão. E sim, Toushiro e Momo ficaram juntos, e pode-se dizer que eles "confessaram" a relação deles para os outros shinigami, mas se eles se casaram ou algo do tipo? Hmm... Eu não quis escrever algo assim pois achei que seria muito "rápido", sabem? Mas com certeza no final eles se casaram, afinal, esses dois pombinhos se amam tanto, né? a.a
Eu quero agradecer a todos que leram e deram review a Aoi Tori. Gente, eu juro, vocês não têm noção de como fiquei nervosa em postar essa fanfic. Eu morri de medo de não agradar ninguém, ou de ter caracterizado a Hinamori de uma forma meio chata. Então a resposta que vocês me deram, os reviews me estimulando e colocar a história nos favoritos me deixaram muito, muito feliz. Obrigada por tudo, pessoal õ/



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