A Lenda Dos Amuletos Dos Sonhos Livro I escrita por Nah
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura ^^
–Olhem isso! – exclamou Farrah ao entrar na cozinha do castelo. – O Baile de Inverno será daqui a uma semana. – com isso mostrou um pequeno cartaz.
–Está tão animada assim, Farrah? – perguntou Valentina lendo o cartaz.
–Sim, talvez, é que é muito legal, ainda mais que agora terá o noivado, eu realmente quero ver isso, mesmo não sendo convidada ainda assim estaremos aqui no castelo, não é? – sorriu.
–Como é o Baile? – perguntei.
–Ahh é um Baile onde todas as pessoas mais importante do Reino vem, a realeza toda naquela sala com música, dança. – disse ela em um tom sonhoradora enquanto se sentava perto da gente. – Aqueles belos vestidos... Queria poder usar um daquele no Baile...
–E por que não usa? – sorri.
–Ora, Ângela, até parece que se esqueceu que estaremos trabalhando esse dia servindo na festa. – ela riu. – Mas sonhar não faz mal, não é?
Nessa hora Agenora entra na cozinha.
–Melhor eu ir. Vejo vocês depois. – disse Farrah se despedindo.
Agenora já começa a ditar tarefas para nós duas. Enquanto Valentina cuidava da limpeza eu estava sendo ajudada a cozinhar por uma jovem Hazius camponesa. Já fazia algum tempo que ela me ajudava ali, Amina era seu nome: era alta, cabelo cacheado e vermelho, tinha a minha idade,trabalhava no castelo para ajudar sua família que morava no campo, perto da casa de Farrah. Era uma boa pessoa, sempre muito atencioasa e gentil comigo. Quando esta me perguntou da onde era respondi que era de Varkaz, segundo Valentina era uma pequena terra de humanos perto de um reino chamado Aphelion. Quanto a esses tipos de assunto eu era bem vaga.
Já era de tarde e eu tinha acabado de terminar os pratos que me mandaram fazer e então Amina começa a por os pratos em uma bandeja e disse:
–Ajude-me a levar isto para a princesa Akuti.
–Para a princesa?
–Sim.
Isso era muito legal, eu finalmente iria andar pelo castelo, nunca havia saído da cozinha, a não ser para arrumar as coisas na mesa do almoço ou jantar, e agora iria até a princesa de Alunir.
Coloquei o resto dos pratos e copos nas duas bandejas, uma eu segurei e a outra Amina.
–Siga-me.
Fui seguindo Amina com a bandeja em mãos, passamos por um grande salão e fomos em direção a escadaria que havia ali. Fomos subindo e chegamos em uma grande sacada com um enorme corredor, olhei para baixo, não estavamos tão alto e tinha muitos outros andares a cima de nós. Viramos a direita e seguimos por outro corredor cheio de quadros e vazos luxuosos, até o fim dele. Não demorou muito para Amina parar em uma porta e bater nela, a princesa respondeu do outro lado para entrarmos.
Era um aposento grande, a cama ficava no centro do quarto com um grande dossel vinho e dourado, essas eram as cores que dominavam o lugar, as cortinas também eram daquela cor, em vez de abaijor no criado mudo havia um vazo enfeitando o lugar, os moveis eram de madeira marrom e isso tornava o ambiente um tanto escuro se não fosse pela luz do dia que entrava pela janela.
Colocamos as bandejas em uma mesinha então pude notar melhor na princesa Akuti: ela era alta; pele escura; olhos negros; suas asas tinham uma cor cobre; seus cabelos eram longos e pretos que estavam trançados com muitos enfeites ao longo do cabelo; ela usava um simples vestido de cores fortes, rosa escuro com detalhes em dourado; ela me fazia lembrar uma indiana talvez.
–Obrigada. – agradeceu a princesa, se levantando da cadeira onde estava sentada escrevendo alguma coisa em sua mesinha, quando Amina falou com ela.
Amina fez uma mesura e eu fiz o mesmo. Começamos a servir a princesa e assim que acabamos fizemos outra mesura e nos retiramos do aposento. Voltamos para a cozinha e depois de um tempo Amina me pediu para que eu fosse buscar as bandejas, como eu tinha acabado de vir de lá foi fácil acertar o caminho e logo já estava em frente a porta do quarto da princesa. Bati na porta e esperei sua permição para entrar.
Comecei então a limpar colocando uma bandeja em cima da outra e os pratos sujos em cima das bandejas, teria que ter bastante equilíbrio quando estivesse levando para a cozinha.
–Você é humana, não é? – perguntou a princesa quando estava terminando de colocar o resto dos pratos nas bandejas.
Foi uma surpresa ouvir ela falando comigo, pois não esperava isso, olhei para ela e respondi:
–Sim, princesa. – sorri.
–De que terra?
–Vim de Varkaz, é uma terra pequena.
–Hmm. Nunca havia visto humanos, a não ser nos livros. O que faz tão longe de casa? – perguntou ela interessada e se aproximando e sentando-se no chão onde estava.
Ai meu deus e agora? Pense em alguma coisa. Anda!
–Bem... Eu... – eu tentava urgentemente inventar uma historiam rápida e curta para isso. Eu nem sabia onde ficava Varkaz e parecia que não ficava perto dali. – Meus pais... Eles gostavam de viajar bastante até que um dia vieram para cá e me trouxeram junto...
–Mesmo? – perguntou ela estranhando um pouco.
–Sim, viajávamos a cavalo. – sorri para tentar fazê-la acreditar, mas estava difícil.
–Que legal. – disse ela sorrindo depois de um tempo. – Deve ser muito legal viajar e conhecer vários lugares, não é?
–Ah sim, é mesmo.
–Seus pais também trabalham no castelo? – ela quis saber mais.
–Não, apenas eu...
–Moram aqui perto?
–Eu moro com uma amiga. – isso era uma verdade pelo menos.
–E seus pais?
Ai meu deus estou me complicando mais ainda, rápido pensa em alguma coisa.
–Eles morreram.
–Eu sinto muito. – disse a princesa com tristeza aparente.
–Obrigada, princesa, mas agora tenho que voltar ao trabalho. – falei fazendo uma mesura. Era melhor eu ir logo antes que eu me complicasse mais.
–Foi um prazer conhecê-la, senhorita...?
–Ângela, o prazer foi todo meu, princesa.
E com isso sai do aposento e andei com a louça suja até a cozinha.
–Que legal, você conheceu a princesa. – disse Valentina quando saímos do castelo e íamos para casa. Farrah e Heiko já haviam saído mais cedo.
Andávamos pelas ruas, ainda estava claro e o comércio agitado, um lugar cheio de vida.
–Sim. – sorri. – Ela parece ser uma boa pessoa.
Valentina parou em frente de um alfaiate, e começou a admirar um belo vestido de festa que havia ali. A alfaiata dava os últimos ajustes com alguns alfinetes.
–Seria bom se pudéssemos ir ao Baile assim, não é?
–Sim... – respondi admirando o vestido azul escuro. – Quem sabe em outro Baile e em outro reino. – eu ri e ela também.
Fomos enfim para casa de Farrah. O tempo passou logo e em menos de um dia iria acontecer o Baile de Inverno.
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