6 meses depois

Passaram- se seis meses desde que conhecemos Victor e Celina. Quase três dias a procura de seu assassino. Que era próprio pai. Ele havia enterrado seus corpos no jardim. No meio de todas as rosas. Era difícil pensar que eles estavam lá no meio de todas elas. Todas tão lindas. Permaneceram quase vinte e três anos vivas. Eu acredito que graças a eles.

Naquela noite. Após termos visto nossos amigos finalmente irem embora de lá. As rosas ficaram negras. Lindas rosas negras. Mal pude acreditar naquilo. Luc e eu corremos pra casa então. No momento que chegamos o telefone tocou, eram nossos pais. Iriam voltar mais cedo. Luc tentou esconder a felicidade, não gostava de ficar longe deles. Mesmo que não fossem pais presentes.  Naquela noite. Ela me disse que sentia muito por não entender como eu entendia. Eu a perdoei. Por na verdade eu também não entendia que eles preferiam trabalhar a ficar ao nosso lado. Mas nos tínhamos um ao outro não e mesmo? Isso bastava.

No dia seguinte depois que voltamos pra escola, a casa deles estava cheia de gente na porta. Chegamos perto pra ver. Era por causa das rosas, todas elas estavam mesmo negras. Crianças pulavam o muro e distribuíam rosas para as pessoas. Um garoto de mais ou menos sete anos nos entregou cinco rosas. Luc e eu sorrimos e fomos pra casa. Guardamos as rosas. Todos os dias eu olho pra elas. E vejo que a esperança. Esperança de que há um lugar melhor pra nos, e que no final tudo da certo.

Mas sinceramente. Às vezes eu olho pras rosas e percebo que algumas coisas a gente não esquece. Sabe por quê? Por que mesmo que tenha se passado seis meses. Eu ainda não esqueci o que aconteceu. Nem eu. Nem Luc. Eu ainda sonho com a morte deles. Com eles indo embora. Mas e como Victor disse na noite em que ele foi embora.

- Ninguém esquece nada de um dia pro outro.