Os dois jovens correram o mais depressa possível. Já era possível ver a diretora e a linha de Chegada mais a frente, o loiro que ainda segurava a mão do ruivo andava na frente com seus olhos cor dourados brilhando.

O ruivo por sua vez, apenas olhava para a nuca do loiro, e é claro, para suas mãos dadas. Que sensação estranha era essa? Ele já havia sentido algo parecido antes, mas dessa vez estava maia forte. Será que era o que ele estava pensando? Não, não podia ser...

Os dois chegaram ofegando forte, os professores se entreolhavam, enquanto a diretora apenas observava a cena um tanto incomum com um pequeno sorriso de lado.

O loiro soltou a mão de Castiel, após perceber os olhares dos professores; a diretora foi até os garotos dando uma garrafa d’água para os dois.

O loiro pegou dando as costas para os olhares curiosos das pessoas, o ruivo olhou para os lados e sorriu vitoriosamente.

– Nós vencemos? – ele questionou chamando a atenção do loiro. O representante se virou encarando os professores que se aproximavam.

– Hm... Não! – a diretora respondeu, fazendo o sorriso do ruivo se desfazer. – Os vencedores já foram embora e vocês irão descobrir quem é amanhã na escola.

– Mas que merda! – Castiel resmungou, ignorando a diretora reclamando pelo vocabulário do mais novo.

O ruivo se afastou de todos, indo até uma pedra grande e se sentando na mesma. Ele prendeu os cabelos que estavam se soltando e suspirou cansado; passou por tudo isso por nada. O que seria mais injusto? Ele fechou os olhos acinzentados sentindo o vento bater em seu rosto suado e quente.

Ele ouviu passos leves e se virou encarando aqueles olhos dourados que lhe traziam tanta curiosidade.

– Conseguimos chegar até aqui, já é um bom começo não é? – o loiro comentou fazendo o maior bufar.

– Mas nós perdemos. O que poderíamos ter ganhado? Dinheiro? Comida? Um troféu? Dinheiro... – ele se lamentou, soltando um riso baixo do menor.

– Um troféu não seria nada ruim, mas... Para dois caras que se odiavam completamente... – ele comentou em um murmuro baixo. Castiel virou o rosto para o menor que estava corado; mas o ruivo não sabia se era por causa do sol que ele tinha pegado sem nenhuma proteção ou se era pela frase. Ele sorriu de orelha a orelha.

– É... Foi um dia interessante! – ele murmurou, vendo o loiro abaixar a cabeça.

Nathaniel mordeu o lábio inferior envergonhado; ele tinha certeza que estava corado da cabeça até o dedão do pé. E ele sabia que o ruivo comentou aquilo para provocá-lo... Desgraçado!

–Bem, ér... – o loiro começou sem saber o que continuar.

– Você fica lindo a luz do sol, sabia?

O loiro arregalou os olhos, sentiu até seus olhos se esquentarem. Ele abaixou o olhar e logo o levantou completamente corado.

– Eu... Ér, eu... O quê? – gaguejou. O ruivo riu alto, fazendo o menor franzir o cenho.

– Que otário! – ele riu, fazendo o menor bufar ainda corado.

O representante saiu de perto bufando e com passos fortes e apressados. “Idiota” foi à única coisa que ele pensava a respeito do ruivo; Castiel apenas ria, mas parou formando um sorriso de lado, percebendo que havia se divertido muito mais do que devia com essa corrida.

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– Onde eles estão? – a diretora gritava em um misto de preocupação e irritação. Todos os alunos já estavam no ponto final da corrida, exceto dois alunos.

Lysandre e Megguie, não haviam voltado á mais de duas horas, todos estavam preocupados e com medo de que algo tivesse acontecido.

A polícia já estava procurando os dois alunos, mas isso não tirava a preocupação dos amigos e professores.

– Queremos os procurar também! – o ruivo se aproximou com Iris, que mexia os dedos inquieta. Com uma cara de choro a ruiva mostrava preocupação apertando o braço do amigo.

– Não podemos deixar... E se vocês se perderem? – um professor questionou.

– O importante é nós os acharmos! – Nathaniel se aproximou do grupo junto com Melody.

– Podemos ser uteis. – a morena comentou, os professores se entreolharam e balançaram a cabeça.

– Tudo bem! Melody e Iris, vocês duas vem comigo. – professor Faraize comentou apontando para as meninas. Os cinco começaram a andar até o começo da floresta. – Nathaniel e Castiel, vão por ali e tomem cuidado.

Os dois assentiram e começaram a caminhar pela floresta escura. Gritavam algumas vezes tendo a esperança dos amigos responderem, mas eles não respondiam.

Por um tempo, apenas a voz do loiro podia ser ouvida, o ruivo andava de cabeça baixa como se estivesse pensando na coisa mais errada e ao mesmo tempo, perfeita. Olhou o loiro pelo canto do olho, vendo o olhar preocupado do mesmo, subitamente um sorriso apareceu em seu rosto.

Os dois viraram uma curva ao lado de uma árvore; o representante que andava na frente, foi puxado pelo pulso. Ele fechou os olhos ao sentir suas costas serem batidas de maneira forte no tronco da árvore, o machucando de leve; ele abriu os olhos encontrando Castiel o segurando pelos pulsos em cima do corpo e o encarando com o cenho franzido.

Nathaniel começou a ofegar, tentando imaginar o que o ruivo estava fazendo. Com apenas um minuto, o ruivo se aproximou do representante, deixando o mínimo de espaço entre seus lábios, apoiou o nariz no nariz fino e delicado do loiro, junto com a testa.

– O que você... – sua voz falhou quando viu o ruivo fechar os olhos e se aproximar mais. Ainda de olhos aberto, Nathaniel viu os lábios do maior serem pressionados contra os seus. Ele não se mexeu, não fechou os olhos e parou de respirar.

Foi apenas segundos e os dois já haviam se separado, agora encarando um o rosto do outro. O ruivo queria uma resposta, e o loiro uma explicação; como se tivesse acordado de um transe, Nathaniel se afastou brutalmente do maior.

Os dois afastados, mas ainda se encarando. O ruivo começou a se aproximar do loiro, mas o mesmo se afastou mordendo o lábio inferior; “O que ele quer de mim?” Pensou Nathaniel. Castiel apenas bufou e passou a frente, mas para a sua surpresa, e também para a de Nathaniel ele foi segurado.

– O que foi?

– Eu... – o loiro puxou o ruivo para perto de si como se fosse um reflexo e o abraçou. Castiel arregalou os olhos, mas logo sorriu.

Ele abaixou a cabeça ainda sorrindo e selou mais uma vez seus lábios nos do menor; que dessa vez fechou os olhos correspondendo.

Castiel passou a língua na parte inferior do lábio do loiro, e logo invadiu a boca do mesmo, sem ao menos pedir permissão. Ele prendeu o loiro mais uma vez na árvore, enquanto sentia as mãos leves do representante mexendo no seu cabelo, que agora estava novamente solto. O beijo começou com mordidas, e logo o loiro abaixou um pouco, levando o maior junto.

Deitando o loiro no chão, o ruivo apoiou os joelhos pelas laterais do corpo do mais baixo, enquanto atacava o pescoço de Nathaniel. O loiro ofegava baixinho, ouvindo os risos baixos e abafados do loiro; Castiel colocou uma das pernas no meio das de Nathaniel, e começou a deslizar sua mão na coxa do loiro. Suas mãos foram de encontro ao zíper da calça do menor, mas parou ao ouvir uma risada feminina.

Os dois se encararam e levantaram um pouco, ainda ouvindo a risada mais do que conhecida. Castiel levantou, ajudando o loiro a fazer o mesmo. Eles correram a tempo de ver os dois amigos que tanto procurava de costas para eles e de frente para um bicho selvagem.

O loiro pigarreou com os braços cruzados. Lysandre se virou e logo bateu no ombro da morena, a fazendo se virar também. Os dois franziram o cenho para o loiro e o ruivo.

– Estávamos procurando vocês! – o loiro reclamou cerrando os olhos.

– Não parece. – a garota comentou segurando o riso, enquanto albino apenas suspirava, também segurando o riso.

O loiro franziu o cenho, e olhou para o ruivo que ria apontando para o cabelo bagunçado do loiro, as roupas sujas de lama e desarrumadas e o rosto e pescoço vermelho. Nathaniel corou desviando o olhar.

– Já estávamos voltando, não precisa vir nos buscar! – o albino comentou.

– Ok, não importa! – o loiro resmungou, e se virando de costas para todos. – Vamos logo.

Ele começou a andar na frente de todos, enquanto os amigos conversavam. Um sorriso escapou de seus lábios ao ver pelo canto do olho, que o ruivo o olhava sorrindo.

– Vocês ganharam a corrida? – Megguie perguntou, fazendo Lysandre olhar para o ruivo também.

– Não.

– Que pena. – o albino se lamentou.

– É, mas... – ele sorriu olhando para o loiro mais uma vez. – Eu ganhei uma coisa melhor.