Quinn e Rachel passaram em seus armários para organizá-los com os livros correspondente ás aulas que teriam naquele dia, então foram até o clube de coral juntas assinar a lista de presença e verificar o horário das aulas daquela semana, e logo cada uma se dirigiu a sua sala.
- Fabray, onde esteve ontem? - Santana perguntou assim que a amiga entrou na sala de matemática e sentou-se ao seu lado.
- Você nem imagina... - Quinn abaixou a cabeça e riu silenciosamente, perguntando-se se deveria contar sobre a noite maravilhosa que havia passado com o seu novo interesse amoroso.
- Não! Você estava com a Berry? - a latina impressionou-se, erguendo o seu corpo sobre o da amiga e aumentando o tom de voz.
- Cala a boca, Santana! - disse, lhe puxando de volta para a mesa e repreendendo-a.
- Meu Deus, Quinn... - ela levou as mãos a boca, aparentando estar assustada com a atitude de sua amiga. Não achava que era algo escandaloso, errado ou obscuro, nem tinha esse direito, já que gostava da mesma coisa que a loira. Apenas não esperava uma atitude tão rápida de alguém que ela achava conhecer tão bem.
- Quer saber o que eu estava fazendo ou não? - disse ela, sem muita paciência para esperar todas as possíveis reações de Santana e ter que suportá-las calada.
- Tudo bem, diga. - Santana se recompôs, ajeitando-se na cadeira e diminuindo o tom de voz. Sentia-se feliz pois a amiga carregava um ar diferente, mais feliz talvez. Como se finalmente estivesse liberta para algo que ela desconhecia.
- Anteontem, fomos a festa de comemoração pela vitória das Cheerios e como você percebeu, ela havia ficado bêbada. Eu levei ela pro carro, então acabamos nos beijando. Fomos pra minha casa e dormimos juntas. No dia seguinte, marcamos um encontro e depois a levei no Ami Tellers, e ela cantou pra mim... - suspirou - Santana, aquela voz me entorpece! - ela sorriu, afogando-se em seus próprios pensamentos - Então, ela pediu para que eu dormisse com ela, nós assistimos um filme e dormimos juntas.
Quinn resumiu seu fina de semana com Rachel para Santana e lhe contou, esperando que ela reagisse como se fosse um final de semana com um de seus namorados. A morena passou alguns segundos em silêncio, encarando a face da amiga, tentando não acreditar em tudo o que lhe acabara de ser dito.
- Quinn Fabray, então você é mesmo lésbica? - ela perguntou, pasma.
- Não, amiga! Sou hétero, Rachel é transexual! - ela ironizou, brincando com a morena.
- Ei, não fale assim comigo, ou eu arrebento você! - ela repreendeu Quinn radicalmente - Tudo bem, agora me conte... Vocês são namoradas?
- Estamos juntas, Santana... Não sei se isso é algum tipo de compromisso, estamos apenas curtindo a compania uma da outra. - disse, com o olhar carregado de paixão.
- Ok, vou direto ao ponto... Vocês já transaram? - ela apoiou sua cabeça em seu cutuvelo, cheia de curiosidade.
- O quê? Santana, tenha modos!
- Responda logo! - lhe apressou.
- Não, não fizemos... Já chegamos perto, mas não é legal ter uma primeira vez tão equivocada, principalmente se nós estivermos verdadeiramente apaixonadas... Quer dizer, estamos tentando entender juntas o que se passa dentro de cada uma.
- Bem... Boa sorte! - Santana finalmente agiu com o mínimo de sanidade, sendo uma boa amiga. - Sabe que estarei sempre aqui para você, não é? Ainda estou conhecendo essa nova Quinn Fabray, mais apaixonada e menos áspera, e sei que vou gostar dela!
Santana selou a bochecha de sua melhor amiga carinhosamente, então afagou a cabeça no seu pescoço, procurando pelo seu cheiro que já era peculiarmente familiar. Às vezes, Quinn achava que sua ligação com a morena era sobrenatural, e que Deus havia escolhido ela para ser o seu anjo durante sua passagem pela terra. Santana e ela brigavam, e muita das vezes a briga se resultava em uma advertência ou outra, mas no fim, se amavam infinitamente. Santana e Brittany eram as únicas pessoas das quais ela tinha certeza que poderia contar para qualquer coisa. Qualquer. Coisa.
Após o extenso período de aula, todos os integrantes do clube do coral se encontraram na sala expectiva. Rachel e Quinn ficaram felizes por poderem finalmente olhar uma para a outra, depois de todas as torturantes horas que passaram sem se tocar, já que não tinham muita sorte quanto a ter aulas juntas. Sentaram uma longe da outra, conviviam com grandes amigos e sabiam que eles poderiam a conhecer melhor do que elas mesmas, então teriam que ter precaução, pelo menos por um longo período, até se sentirem prontas para expressarem a todos o que sentiam uma pela outra. 
Rachel fez um solo. Havia cantado "honey honey - Mamma Mia", sua apresentação foi esplêndida e ao mesmo tempo sensual. Quinn não sabia se apreciava sua voz ou se sentia-se excitada pelo jeito como Berry dominava todos os olhares, hipnotizando aos amigos através do seu talento. Rachel cantava aquela música para Quinn. Somente para Quinn. Não fazia um solo desde que havia terminado seu namoro com Finn, gostava de demonstrar seus sentimentos através da música, mas não sentia-se bem para mostrar a todos que era difícil ser traída. Mas aquilo havia passado. A judia encontrara a pessoa certa, e para a sua surpresa era a garota mais popular do Mckinley, a mãe de sua irmã e a garota com a qual ela disputou Finn por anos. Ambas trocaram alguns olhares e sorrisos discretos durante a apresentação de Rachel, expressando com os olhos algo que somente elas sabiam o que era, sem deixar com que o resto dos alunos percebessem que havia algo entre elas.
Após a aula do Glee Club, Quinn foi para o treino das Cheerios e Rachel para o clube de debate. Enquanto Quinn dançava e saltava, Rachel aplicava todos os argumentos que podia para detonar o seu grupo adversário em uma discussão sobre pena de morte. Quando o sino soou, todos os alunos corriam para arrumarem seus livros e tirarem seus carros do estacionamento antes que uma grande fila de carros enfileirados se formasse na saída e eles tivessem que respeitá-la.
A morena organizava seus livros em ordem cronológica, de acordo com as aulas que teria. Era sempre muito organizada em relação a tudo a sua volta, precisava que as coisas girassem na ordem certa e que tudo colidisse, gostava das coisas em ordem. Observou as fotos que haviam em seu armário e reparou que ainda havia uma foto dela com Finn, estavam um ao lado do outro, performando faithfully. Sorriu ironicamente com aquela foto, pensando sobre como pôde ser tão ingênua a ponto de acreditar em um relacionamento onde só ela era ativa, orgulhosa de si mesma por ter se livrado disso em tão pouco tempo. Despregou a foto e a rasgou no meio, separando o casal que estava congelado lá. Soltou a imagem de Finn no chão, e colou a sua novamente. Continuava bonita, continuava brilhando, não precisava de um garoto para fazê-la confiante. Pegou a caixinha rosa de fotos que havia escondida em seu armário e procurou por algo. Achou uma foto de Quinn e Beth, logo após a loira lhe dar a luz. Colou aquela foto ao lado da sua, e se sentiu bem mais feliz com o resultado.
Arrepiou-se quando sentiu um beijo quente em suas costas, então virou-se rapidamente, era Quinn Fabray.
- Quinn, comporte-se! Estamos no colégio, ficou maluca? - sussurrou, repreendendo-a e a empurrando vagarosamente de perto do seu corpo.
- Calma, garotinha... - Quinn sorriu, debochando de seu desespero desnecessário - Não há ninguém aqui, a aula já acabou, a maioria dos alunos saíram.
- Não pode ter tanta certeza assim! - Rachel continuou séria diante da atitude da loira.
- Tanto posso como tenho. Se quiser, posso até fazer isso... - empurrou a judia contra o armário, pressionando o corpo dela contra o móvel e o seu corpo, lhe deixando totalmente desarmada. Não sabia como reagir, mesmo porque não queria o corpo de sua amada longe, sua excitação era involuntária.
- Fabray, pare com isso...
- Eu poderia parar, não é mesmo? - ela sussurrou ao pé do seu ouvido, fazendo Rachel assentir - Mas eu também poderia fazer isso... - pôs a mão dentro de sua blusa, acariciando sua barriga e pouco abaixo dos seus seios, e devorando seu pescoço, deixando que os dentes escorregassem em sua pele morena, lhe causando um pequeno choque térmico.
- Você é louca, Quinn! - ela disse com a respiração sobrecarregada pela doce tortura da loira.
- Sim... Sou louca por você, Barbra! - ela falou com a voz baixa e sensual, deixando os pelos de sua amada eriçados.
- Por favor, eu imploro... - ela suspirou - Vamos embora! - então, afastou-se da loira novamente, fechando o armário e a puxando pelo braço com rapidez e agilidade. Não queria lhe dar motivos para ficar por mais um segundo que fosse naquela escola.