– Você está quase perfeita Mayumi. – falou Katara. A jovem agora tinha dezenove anos e a Mayumi completara há três meses, vinte e um anos.

– Eu não sabia que para dominar a água precisaria de cinco anos...

– Para dominar não precisa tudo isso, mas para ser realmente boa no que faz, é necessário treinar bastante. – falou Katara e se posicionou. – Vê o Aang? Ainda estou treinando com ele e ainda tem muito que aprender, acredite.

– Por falar em Aang, ainda não dei os parabéns a vocês dois. – falou Mayumi. – Sinto muito ter perdido o pedido.

– Eu entendo, você tinha que ver seu pai antes que ele... Eu sinto muito.

– Obrigada. – respondeu Mayumi.

– Você viu o...

– O Zuko?

– Sim.

– Não, cheguei e fui direto para casa. – Mayumi fitou seriamente a Sifu. – Ele até soube que eu estava lá, mas o evitei.

– Você fez bem. – falou ela e tentou sorrir. – Vamos treinar então?

– Claro.

– Me mostre seu polvo. – falou ela e Mayumi fez o gesto e uma enorme quantidade de água a envolveu e então, criou-se tentáculos gigantes.

– Ótimo. – falou a mestre. – Você e o Aang tem essa mania de deixar a base muito aberta, assim vocês não conseguem proteger o rosto. – Katara segurou nos braços da aluna e os fechou um pouco mais. Depois deu as costas e caminhou devagar, virando-se de surpresa, lançou uma lança de gelo na direção da jovem que o segurou com um dos tentáculos e o arremessou de volta. Katara a fez derreter imediatamente. – Muito bom.

– O Zuko vai se casar. – falou Aang, um belo jovem careca, com a sua seta na cabeça e dezesete anos de idade.

– O que? – perguntou Katara.

– Pois é irmãzinha, acabei de saber pela Suki. – falou Sokka. Os cabelos estavam no mesmo penteado de sempre, raspado do lado e cumprido na frente, a única diferença era que ele havia crescido e se tornado um jovem homem.

– Ah é, a Suki está na ilha Kyoshi, não é?

– Está! Foi nomear a Ty Lee como nova líder e já esta de retorno.

– Então, Mai contou para Ty Lee, que passou para Suki, que mandou o Falquito trazer a noticia. Mai e Zuko vão se casar, não é uma boa noticia?

– Ótima. – falou Mayumi seriamente. Sokka deu uma cotovelada em Aang. – Eu sinto muito, eu preciso... – A jovem nem ao menos se despediu do grupo, saiu correndo em direção a sua casa, um iglu que ela mesma construiu usando a dobra de água. Entrou apressadamente e se jogou em sua cama e chorou.

– Bem, eu tenho uma reunião importante agora com alguns guerreiros e não posso me atrasar. – falou Sokka e deixou a irmã e o futuro cunhado sozinhos.

– Você tem que aprender a dar essas noticias, é muito impulsivo. – Katara abraçou Aang.

– Acha que a Umi ficou muito chateada?

– Claro que ficou. – falou ela. – Se ponha no lugar dela. Se fosse eu que estivesse me casando agora, como se sentiria?

– Provavelmente estaria no estado avatar.

– Se a Mayumi fosse o avatar, também estaria nesse exato momento.

– É uma pena que nem todos tiveram a sorte que tivemos. – Aang sorriu e deu um beijo na testa da jovem. – Falando em sorte, seu pai já está querendo saber a data do casamento.

– Nós noivamos há uma semana e ainda somos jovens. – falou Katara. – Acho que poderemos esperar uns dois ou três anos para isso acontecer.

– Eu já penso diferente. – falou Aang e se aproximou dos lábios de Katara. – Quanto antes melhor.

– Olha só para você. Onde está aquele garotinho inocente que encontrei no iceberg?

– Estou bem aqui, só que aquele garotinho, está bem crescido. – Aang vestia uma roupa de frio parecida com a de Katara, a única diferença era que ao invés da tradicional cor azul, as suas roupas eram amarelas e laranjas, as cores dos monges do templo do ar. Ele agarrou a moça pela cintura e lhe beijou com avidez, porém depois de alguns minutos Katara se afasta dele. – O que foi?

– Que espécie de amiga eu sou? – falou ela. – Mayumi certamente chorando em casa e eu de amasso com você. – Aang sorriu. – O que?

– Nada. – respondeu ele. – Só achei engraçado o jeito que você falou.

– Eu vou lá vê se ela está bem.

– Está esperando o que? – Katara se aproximou do jovem avatar e o beijou mais uma vez.

– Eu volto logo, ainda não terminamos com isso.

– Estarei esperando. – falou ele e Katara saiu correndo na direção da casa de Umi.

...

– Umi, abre, por favor. – falou Katara batendo na porta de madeira. Alguns segundos depois a jovem escuta o barulho de uma chave sendo posta na fechadura e a porta se abre. Mayumi estava com os olhos vermelhos, porém não tinha lágrima alguma. – Você está bem?

– Porque não estaria? – falou ela e se sentou em uma cadeira.

– Eu sinto muito, o Aang ultimamente está dessa forma, não pensa antes de falar.

– Não se preocupe comigo Katara, se foi por causa do Zuko que você veio, pode ficar despreocupada. Ele escolheu o destino dele e não sou eu que vou impedir.

– Você ainda o ama.

– Está estampado em minha cara, não é?

– Está. – brincou Katara e sorriu. – Não se preocupe Mayumi, minha avó sempre dizia que se tudo não acabou bem no final, é porque a história ainda não terminou.

– Ela pode ter razão.

– Agora, não fique assim. – Mayumi se pôs de pé.

– Você tem razão, eu vou esquecer o Zuko. – Nesse momento Sokka entra na casa de Mayumi como sempre fazia, escancarando a porta e falando extremamente alto.

– Algumas pessoas estão saindo para caçar e eu vou com eles. Aang vai cuidar de algumas coisas aqui e eu vim chamar vocês duas, topam?

– Claro. – falou Mayumi.

– Isso é perigoso, semana passada perdemos um dos guerreiros da tribo em uma dessas jornadas. As tempestades de neve nessa época do ano são muito fortes.

– Não para duas dominadoras, afinal, neve é água. – falou a jovem e tocou no ombro de sua mestra.

– Você tem razão. – falou Katara. – Vamos caçar.