Daniel se surpreendera pela reação de Luce. Eles deram um selinho rápido e sem segundas intenções, mas como se tivessem lido a mente um do outro, ele colocou gentilmente a mão na nuca da garota e a trouxe para si. 
Luce sente um arrepio na nuca, onde as mãos do garoto tinham tocado-a. Eles estavam de pé, encarando um ao outro. As bocas abriram lentamente e chegaram em encontro da outra. O beijo estava sendo delicado e romântico. Daniel a trazia cada vez mais para perto de si, ate seus corpos encostarem-se completamente. Ele estava posessivo e abraçava-a como se nunca mais fosse solta-lá. Se afastaram ofegantes, em busca de ar. Mas voltaram aos beijos como se fosse um desejo avassalador.
-Nós não temos aula?-Luce perguntou, com um pequeno sorriso no rosto.
-Pra que aula, já tive muitas. -Daniel falou e voltou a beija-lá. Ela o afastou gentilmente.
-Então você fique aqui. Eu quero mudar, ser uma alma, ou sei lá o que, melhor. Não quero mais parecer com Lucifer. -Luce disse sem muito animo. "Eu quero é me livrar de você." Ela pensou.
-Eu vou junto então. -Luce revirou os olhos assim que ele disse isto. Mas como estava apaixonado, Daniel não percebeu.

Os dois saíram do quarto e foram direto para a sala de aula. Daniel escutou Luce resmungar alguma coisa baixinho. Ele nem ligou e sentou no lugar que sempre sentara. 
-Vou sentar perto da Molly, até depois Dani. 
Algumas pessoas ao ouvir aquilo, pensariam que ela escolheu um apelido fofo para chamar ele, mas a verdade é que ela achava o nome dele grande e ficou com preguiça de falar.
"Sentar perto da Molly, até parece. Quero saber onde é que esta o Cam!" ela pensou. 
-Alunos e Alunas da Sword & Cross, hoje as aulas serão canceladas devidos problemas. Voltem aos seus aposentos e de lá NÃO saiam. -Uma voz feminina saiu da caixa de som.
-Luce, vem comigo. Quero te levar a um lugar especial. -Essa não era a voz de Daniel, e sim a de Cam.
-Ela não pode agora. -Daniel apareceu e puxou Luce para perto de si. 
-Na verdade, ela pode sim. -Luce disse olhando enfurecida para Daniel. -Ela só não quer. 
-Você costuma falar sobre você em terceira pessoa? -Daniel pergunta, tentando fazer graça.
-Tchau. Não ouviu o auto falante? -Luce virou as costas e foi embora.

No caminho, Luce sentiu uma forte pancada no peito e olhou para trás. Primeiramente não viu nada. Mas logo uma garota da sua idade foi formando-se na frente dela. 
Penn.
-Esqueceu dos velhos amigos? -Luce chegou a congelar. "Eu não estou vendo isso". 
-Você não é real! Não! Para de aparecer assim! Vai embora. Daniel me disse que...
-Você e Daniel estão próximos agora? Des de que você descobriu o que eu sou? Achei que amigos respeitavam o que cada um é. -Penn disse, magoada.
-Mas... Essa é a questão: amigos respeitam o que cada um é. Você não pode ser alguma coisa. Penn, você esta morta.
-Na verdade, não completamente. Eu escolhi não morrer. Para cuidar de você. Vidas se passaram e você foi se juntando ao mal a cada dia que passasse. Eu precisava te ajudar. Depois que morri, eu pedi clemência para te ajudar. Em cada vida que se passa, você esta mais perto de Lucifer. Seus amigos, suas paixões. Daniel sempre tentou te ajudar, porque ele te ama e não tem escolha. Porque ele sabe que sem você ele sofre. Mas eu escolhi te ajudar. Eu poderia ter encontrado minha paz a muito tempo. Mas amigos não abandonam uns aos outros. Mesmo na morte eu cuidei de você. E percebi que, mesmo nas vidas, você tem ficado mais má e distante, nunca desistiu de ser minha amiga. Mesmo sendo a pior das pessoas, você gostou de mim como sua melhor amiga. E isso, não foi uma maldição escrita para nós, foi uma força maior do que sua maldição com o Daniel. Pois ela esta sendo quebrada. Mas nossa amizade nunca acabou e nunca irá acabar. Mesmo eu estando morta eu te ajudei. E sinceramente, se Daniel não tivesse esta maldição, você acha que seria assim? Ele se mataria para não te ver morrer de novo. Eu ressussitaria para poder te ajudar. E agora me responda, o quão longe você deve ir, em nome do amor verdadeiro? Pelo que eu sei, Daniel não agüenta mais ver isso.
Luce não conseguia responder. Ela estava em soluços e choros apenas por poder falar com a amiga. A única coisa que conseguiu falar foi:
-Você foi a única que me ajudou? Ou eu já vi outros "fantasmas"?
-Muitos deles, mas nenhum esta mais por aqui. Não conseguiram te ajudar.
-E o que aconteceu com os meus pais? Eles...
-Seus pais encontraram o destino que mereciam. Encontraram a paz.
-Penn... Eu senti tanta a sua falta! Eu fiquei com tanto medo de nunca poder vê-lá de novo... Pensei que estava maluca.
-Eu sempre estarei aqui Luce. Vou te tirar das trevas. Eu sou a única que posso fazer isso. E eu irei!
-Mas como? O que eu tenho que fazer?
-Nada. Apenas não mecha mais com o Cam e com a Molly. Eles podem te aproximar de coisas ruins. Agora vá! Não conte a ninguém que me viu. -Antes que Luce pudesse responder, Penn desapareceu.

Luce andava sem saber por onde ir. Mas ela parou quando uma voz conhecida chamou-a.
-Oi Daniel.
-Preciso falar com você. 
-Pois então fale. -Luce disse o mais doce possível.
-Sinto muito por ser meio possessivo com você. Eu sou não gosto do jeito que Cam olha para você... Mas... Eu te...
-Não fale isso. O que eu quero são atitudes. Se eu quisesse palavras, comprava um dicionário.
-Tem razão. Palavras não significam absolutamente nada. Elas não provam seus sentimentos. Suas ações sim. Por isso, não irei dizer que te amo muito, minhas ações vão dizer, meus olhares vão me denunciar e minhas palavras vão apenas me comprovar. Porque palavras não significam nada sozinhas, assim como eu sou sem você. -Daniel se atrapalhou todo. Mas Luce o beijou gentilmente, antes de ser misteriosamente socada na cara.