–Ta chato.-Maly reclamou.-O que nós vamos fazer?

Mamãe e Papai ainda falavam com a Tal Renée.Todos já haviam trocado de roupa,e nós estavamos de bobeira lá fora.A conversa deles parecia não ter fim.Papai havia chamado tia Rose para pegar E.J lá em cima,que havia dormido,mas ele acordou á pouco tempo,então nossa única diversão no momento era ele,mas eu estava ficando enjoada.

A decoração da festa havia tapado a TV,o Video Game,e tudo mais que tinha para fazer.

–Eles já devem estar terminando.-Tio Jazz disse.

–Do jeito que a Bella falava da mãe dela,a veia deve estar louca.-Tio Emm zoou.

–Emmmett!-Vovó o repreeendeu,olhando para ele com cara feia.

–Ah,E.J,para de comer minha coroa,poxa.-Eu briguei,e tirei a minha coroa da boca de E.J,que estava sentado no chão,com as costas apoiadas nas pernas de tia Rose.E.J me olhou como um gatinho de botas.

–“baba!”-Ele disse,mas em um tom mais forte,como se reclamasse comigo.

–Ainda não temos nada pra fazer.-Maly reclamou.

–Brincamos com o E.J-Seth sugeriu.

–Eu já enjooei dele.-Discordei,e cruzei meus braços.

–Só pra saber,o que você ainda faz aqui?-Tia Rose perguntou,olhando para Seth.Ele a olhou assustado,e Jake se colocou mais perto dele.

–Tomara que não seja o que eu estou pensando.-Tio Emm disse,e estalou seus dedos de uma maneira assustadora.

–Eu...ãh..esperando a Bella descer...só isso.-Seth se defendeu,mais mentiroso que propaganda de shampoo.

–Bom...podemos então arrumar as coisas da festa.-Tia Alice sugeriu,mudando de assunto para poupar Seth de ter que falar o que ele realmente fazia ali.

–E ficar sem fazer nada de madrugada? Claro que não.Cansei de zerar a franquia de Resident Evil toda a noite no X Box.-Tio Emm discordou.

–Alguns de nós não vivemos só de video games.-Tia Alice zoou.

–Como se você tivesse mais o que fazer do que eu,baixinha.-Tio Emm rebateu.

–Crianças,não briguem.-Vovô Carlisle os repreendeu,num tom engraçado.

Ouvimos passos na escada.Ufa!Eu estava louca para saber no que se deu horas de conversa.Olhamos pela porta de vidro.Papai e mamãe também já estavam trocados,e Renée,parecia menos assustada e mais conformada.Papai se adiantou e abriu a porta.

–Nessie,amor,venha aqui por favor,e traga o E.J-Papai me chamou,ele parecia tranquilo.Eu peguei E.J no colo e fui até a sala.

–Então...essa é a filha da sua irmã.-Renée falou,e me olhou,como se eu fosse a coisa mais fofa do mundo.Filha da sua irmã? Mas papai não havia dito que eu era bilógica? Biogila...algo do tipo.Ela acariciou meus cabelos,mas eu ainda a olhava indiferente.

–E esse é o Edward Jacob.-Renée disse,também com aquela vozinha de bebê.Ela apertou as bochechas de E.J.Ele colocou sua mãozinha clara na mão bronzeada dela,e a apertou também.Renée tirou a mão dela de perto dele.

–Nossa....que garotinho forte.Ele tem seu narizinho Bella.-Renée colocou o dedo indicador no nariz dele.-Ele tem mesmo só quatro meses? Parece maior.

–Ele tem quase cinco.Ele nasceu dia 9 de maio,etão vai fazer cinco em breve.-Mamãe explicou.Mas isso não era justo...eu sempre tinha que ser a adotada.

Renée pegou E.J no colo.

–Nem acredito que eu estou pegando o primeiro filho da minha filha.-Renée disse.

Como assim primeiro? Eu sou a primeira...a primeira criança da familia Cullen...Ah,é claro...o E.J sempre vai ser o bilógico,sempre o preferido....

Eu não preciso ficar aqui então, corri escada á cima para meu quarto,e tranquei a porta.Isso é justo?

Eu me joguei em minha cama vazia,ignorando o bater na porta desesperado de minha mãe.

A cena se mudou bruscamente.Eu estava sentada em um banco de madeira.Tudo a minha volta estava amarelado,como nos filmes muito antigos.Eu estava rodeada de homens muito bem vestidos,mas com roupas que ninguém da minha casa costumava usar.Todos estavam com papéis na mão,olhando fotos....

Havia um homem de olhos verdes que se destacava entre os demais,todos pareciam se dirigir á ele para alguma coisa.Havia uma mulher na porta.Loira,olhos azuis,como os do E.J.

Ela estava com um menino agarrado á sua mão.Ele tinha cabelos cor de bronze,olhos verdes como o do homem.Usava um tipo de shorts e blusa social,mas com um tipo de suspensório.Ele também usava uma gravata borboleta azul.

Com certeza,ele era o menino mais lindo que eu já vi.

Ele me parecia tão familiar....

O homem foi até eles.Beijou a mulher e bagunçou os cabelos do menino.Somente isso,depois se virou como se os dois nem estivessem ali.

Não gostei disso.A moça também pareceu não gostar,ela fitou o chão e saiu,deixando o menino na porta.Ninguém parecia me ver até então.

O menino sorriu para mim,e correu na mesma direção em que a moça,sua possivel mãe,foi.Eu tive uma vontade incontrolável de segui-lo,e foi o que eu fiz.Assim que passei pela porta,o cenário se tornou uma campina linda de flores coloridas.O garoto estava sentado,me olhando com um sorriso que brilhava mais que a luz do sol.

–Oi menina.-Disse ele,solene,com uma voz doce.

–Oi.-Respondi,tímida.Ele se levantou e deu um pulo.

–Duvido você me pegar.-Desafiou ele,e começou á correr de mim.Eu corri atrás dele...o cheiro das flores...o vento nos meus cabelos...

Então eu bati em algo e cai.Era ele.Ele se abaixou e eu cai por cima dele.Ele me fitou rindo,e eu acabei o segindo na rizada.Então ele ficou sério.

–Não fique triste.-Pediu ele.

–Eu não estou triste.-Garanti.

–Mesmo que você esteja sorrindo,isso não significa que tem felicidade dentro de você.

–Nossa...Quantos anos você tem menino.

–Ah...idade não é tão importante quando se tem caráter e inteligência.-Ele caminhou até atras de mim.Quando me virei,me deparei com um piano branco e brilhante.Ele se sentou no banquinho do piano.-Quer ver que eu sei tocar?

–Claro.-Concordei.-Depois sou eu.

Ele começou a tocar as teclas,devagar,mas com segurança.

–Eu vou ser policial quando eu crescer e ficar grandão igual ao meu pai.-Ele me contou,enquanto tocava o começo da musica.-E você?

Eu ia responder,mas a melodia que ele tocava me hipnotizou de uma forma tão...eu não sei...mas só havia uma pessoa que sabia tocá-la além de mim.

–Ei!-Eu o interrompi,e bati nas teclas do piano.Eu esperava ele se revoltar,mas ele me olhou calmo.-Como você sabe tocar minha canção de ninar? Meu pai que inventou.

–Tudo nesse mundo é um “dilema.”-Ele respondeu.

–Para te tentar imitar o mestre dos magos me respondendo com enignmas,eu estou cansada já.-Briguei,cruzando os braços.

Ele só riu.

A paisagem começou á perder a lógica...e a clarear...

–Ei!! Qual o seu nome?-Perguntei,enquanto eu era puxada por algo que eu mal via e sentia.Ele ia me responder,mas a paisagem escureceu,e eu estava de volta em meu quarto,rodeada pelos corpos frios de papai e mamãe.

Olhei para eles.Ambos estavam observando todo o meu sonho,com as minhas mãos em seus rostos.Papai parecia impressionado,tanto quanto mamãe.

–Filha...me desculpe se você ficou chateada.É que...é complicado.-Mamãe se desculpou.-Eu não podia dizer a minha mãe que...

–Eu sei mãe.Mas eu tenho o direito de ficar chateada.-Respondi.

–Você tem direito...mas eu tenho o direito de me sentir culpada.-Mamãe rebateu.

–Não tem.-Discordei.

–Na realidade ela tem.Direitos iguais.-Papai concordou.Eu tinha que ceder.

–Eu feliz,você sem culpa.Fechado?-Perguntei,e estendi minha mão para mamãe.Ela bateu nela.

–Fechado.

–Temos uma noticia.-Papai informou.

–O que?-Perguntei.

Os dois se entreolharam com expectativa.

–Minha mãe reconheceu que te magoou.Por isso,ela pediu para mim te perguntar se você não gostaria de passear com ela amanhã.Só vocês duas.-Mamãe falou.

Eu e ela? Eu não tive uma primeira boa impressão,quem sabe isso muda.

–É assim que se pensa.-Papai elogiou-Levante então,porque o amanhã em questão é hoje.-Ele riu.

Então hoje eu tinha um passeio com a “vovó”

Quem dera eu,saber no que isso ia dar.