Por mais que a raiva fundida com a dor de ser traída fizesse com que eu ficasse mais fria e calculista, era humanamente impossível resistir ao charme de Christian Grey.

Quando chego ao hall do hotel me deparo com aquele homem vestido como o dono do mundo, um verdadeiro magnata. Um homem com cinquenta tons diferentes.

– A... Ana? – gagueja. – Você está linda. – ele me olha admirado. – Tenho uma coisa para você.

– Obrigado Sr. Grey, mas estou bem assim. – tento parecer imparcial. – Vamos?

– Primeiro aceite meu presente. – ele me entrega uma pequena caixa vermelha com o nome Cartier na tampa, e já sei do que se trata.

Abro a caixa com cuidado e vejo um lindo anel cravejado de diamantes e com uma enorme alexandrita preta no meio. Ele pega minha mão delicadamente e coloca o anel ali, que combina perfeitamente com minha roupa, e depois a beija.

– Obrigada. – suspiro tentando não me derreter por seu charme.

– Agora podemos ir. – ele me oferece o braço e eu o acompanho.

A viajem até a mansão dos Grayson foi silenciosa, o que me dava mais tempo ainda para pensar. Eu teria de parecer estar flertando com algum homem diante Christian, mas não podia deixar isso transparecer para ninguém. Victoria, a matriarca dos Grayson, uma mulher mais experiente, muito bonita e que com toda certeza já passou por algumas situações parecidas, poderia me ajudar. Nessas horas que agradeço por ter entrado para o círculo social das mulheres de grandes empresários.

Assim que Sawyer estaciona o carro em frente à recepção da festa, um amontoado de fotógrafos e repórteres se aglomera em frente de nossa limousine tentando descobrir quem está chegando.

Christian sai do carro e imediatamente os flashes disparam, ele vem até mim e me espera sair quando Luke abre a porta.

Passando os braços em minha cintura, Christian e eu posamos para algumas fotos. O burburinho dos repórteres não parou até que eu respondesse alguma pergunta.

– Sra. Grey, o que poderia dizer sobre o que vem saindo na imprensa ultimamente sobre seu relacionamento com seu marido? – uma jornalista baixinha se espreme entre tantos outros tentando obter uma resposta.

– Nada disso passa de um absurdo. – sorrio.

– Algumas pessoas não conseguem aceitar a felicidade dos que estão ao seu redor. – Christian complementa.

Trocamos olhares ternos – apaixonados – grita meu inconsciente, e ele me beija, fazendo os flashes se intensificarem.

Depois de posar para fotos e responder alguns jornalistas, uma moça nos acompanhou até o salão. A decoração estava maravilhosa. Mesas decoradas com pequenos arranjos de rosas vermelhas e brancas, e todo o resto da festa decorado nos mesmos tons. Uma marca de Victória, que por sinal estava impecavelmente linda. Ela e Conrad vieram nos receber assim que nos avistaram.

– Anastásia! – Victória me da um abraço rápido. – Quanto tempo.

– Victória, meus parabéns, está tudo maravilhoso. É muito bom te ver. Precisamos conversar. – sorrio.

– Claro!

Conrad e Christian falam sobre negócios enquanto eu e Victória comentamos sobre os últimos assuntos – inúteis – que cercam nosso ciclo social quando alguém nos interrompe.

– Anastásia, Christian! Que bom encontrar vocês aqui. – uma voz sarcástica surge por trás de mim. Uma voz que nem se eu passasse mil anos sem escutar, um dia esqueceria. Não a dela. Não porque é ela! A cachorra Mrs. Robinson.

Me viro e me deparo com seu olhar sarcástico. Ela está sempre planejando esses tipos de afrontamento. Apenas para te provocar – grita meu subconsciente.

Elena está vestida como uma verdadeira bruxa mascarada de boazinha. Um vestido longo branco, com detalhe na cintura, tomara-que-caia e um decote ousado, mas não vulgar. Ela sorria como se tivesse ganhado um prêmio por ter nos encontrado.