Parecia que o mundo estava desmoronando. Quando chegamos em casa Gail já tinha terminado de arrumar nossas malas e Ted estava assustado vendo o pai daquele jeito. Christian andava por todos os lados gritando no telefone uma hora com Welch, outra com Taylor. A casa estava rodeada pela imprensa em busca de notícias. Para Christian já tinha ficado claro que quem estava por trás de tudo era Jack Hyde, já que assim que as fotos foram vazadas na imprensa ficamos sabendo que ele tinha escapado da prisão. Mas, isso não explicava como ele tinha conseguido arranjar capangas pra roubar minhas coisas.

Com tantas acusações sendo feitas ao poderoso Sr. Grey, a polícia estava na nossa cola e já tinha solicitado que ele fosse dar um depoimento o mais rápido possível.

– Mamãe, o que está acontecendo? O papai está muito zangado. – pergunta Ted tristonho.

– Não é nada meu anjinho, vai ficar tudo bem. – pego meu filho no colo e o levo para o andar de cima.

– Fique aqui com a Sra. Jones que eu vou lá em baixo falar com o papai. – desci o mais rápido que pude para falar com Christian, ele gritava tanto que estava me deixando assustada, entrei em seu escritório sem nem pedir licença.

– Grey, você pode parar de gritar fazendo o favor? Está assustando seu filho, e a mim também. – eu disse em um tom de indignação.

– Me desculpe Ana. – ele vem em minha direção e me abraça. – Eu estou com medo meu amor. Sinto como se o mundo estivesse acabando, eu perdi todo o controle. Nossa vida está sendo exposta em todos os jornais, e da pior maneira. Eu quero ir pra Aspen o mais rápido possível, mas antes tenho que passar na delegacia. Alguém me denunciou por espancar você.

– O que? Mais quem? – pergunto angustiada.

– Não sei, Welch e Taylor estão tentando descobrir quem está por trás disso. Enquanto eu dou meu depoimento, peça ajuda a Gail e arrume nossas malas. O melhor a se fazer agora é se afastar pra não causar mais especulações. Você recebeu mais algum e-mail?

– Não. Também não respondi o último que chegou, é melhor descobrimos logo quem está armando isso tudo.

– E nós vamos! Mas eu tenho certeza que Jack Hyde está por trás disso. Dessa vez quem vai encontrá-lo sou eu, e ele não volta pra prisão, ele vai pro inferno.

– Por favor, Christian, não faça nenhuma besteira. Eu preciso de você, estou com um sentimento ruim, meu coração está apertado, parece que eu estou sentindo que você vai se machucar. – O abraço mais forte, desejando nunca mais ter de solta-lo. Christian é meu ar, uma das únicas duas coisas que me fazem ter vontade de acordar todos os dias.

– Não vai acontecer nada, Ana. Eu volto em no máximo duas horas. O jatinho já está pronto. – Ele me da um beijo na testa e sai com Taylor.

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Já se passou mais de três horas desde que Christian saiu pra der seu depoimento, eu ligo para o seu celular e nada, tento falar com Taylor e a mesma coisa. Eu estou nervosa, ando para um lado e para o outro. As malas já estão no carro e não recebo nenhuma notícia do meu marido. Ted está irritado, pois sabe que tem alguma coisa ruim acontecendo e ninguém lhe conta nada. Me surpreendo as vezes em como ele é parecido com o pai.

Tento mais uma vez... Droga, caixa postal.

– Não! – Ouço Gail gritando no primeiro andar quando desligo o telefone e desço correndo as escadas para ver o que aconteceu enquanto vou escutando o que se passa no jornal.

"Um caminhão atinge em cheio o carro do mega empresário Christian Grey, ainda não temos informações de quem estava no veículo."

Meu coração para por alguns milésimos e tudo ao meu redor fica confuso. Uma dor absurda toma conta de meu peito e eu sinto que meu mundo acabou. Meus olhos são tomados imediatamente pelas lágrimas e sinto alguém me segurando antes que eu caia no chão.

Desesperada, eu tento me soltar de quem quer que esteja me segurando, eu preciso ver Christian, preciso saber que ele está vivo.

– Me solta! Eu preciso vê-lo! Me solte! – Grito em vão.

– Por favor, Ana, se acalme! – Luke continua me prendendo. – Pense no Ted, ele não pode te ver assim. Você precisa se controlar.

– Sawyer... Chris-Christian, eu preciso dele. Onde ele está? Preciso dele. Sem ele não existe vi-vida. – me perco em minhas próprias palavras – Onde ele está?

– Ele e Taylor acabaram de dar entrada no Harborview Medical Center, vamos Ana, vou levar você e Gail para lá. – Ele disse me pondo de pé e fazendo com que eu andasse até o carro.

Sra. Jones estava esperando por mim e Luke ao lado de meu filho, que está chorando quase tanto quanto ela. O pior disso tudo é que eu não tenho forças nem pra consolar meu menino enquanto não souber que meu marido está vivo.

Assim que chegamos ao hospital, saio do carro o mais rápido que posso e vou em busca de informações sobre Christian. Fui informada que ele tinha dado entrada no centro cirúrgico e que seu estado era grave.

Saber que meu marido está em estado grave é uma dor indescritível, mas ele está vivo. O pior é ter de lidar com a perda de um amigo. Taylor era mais do que um simples funcionário, ele já era parte da nossa família.

Gail estava arrasada. Só de pensar no tamanho da dor que ela está sentindo é de arrasar meu coração. E se tivesse sido ao contrário?

Grace, Carrick e Mia estavam tentando extrair alguma informação dos médicos e enfermeiros sobre as condições de Christian, enquanto, Elliot e Kate preparavam tudo para o velório de Taylor.

Depois de mais de 7 horas de angústia, a tão esperada notícia chega. Apesar de ainda correr riscos, meu marido está a salvo.

– Grace, o que eles disseram? - pergunto angustiada.

– Ele está vivo, Ana. - ela me abraça emocionada. – Meu filho está vivo!

– Eu posso vê-lo? Eu preciso estar com ele Grace, onde está Christian?

– Ele está em coma. - Sinto um tom de decepção em sua voz.

– E quando ele pode acordar?

– Essa é a parte ruim, o Dr. Wills disse que não tem uma previsão. Pode ser um dia, uma semana, até um mês ou mais. Isso vai depende de quanto tempo ele vai levar para se recuperar dos traumas que sofreu.

– Um mês? Grace... – Antes que eu tivesse tempo de terminar alguém me interrompe.

– Sra. Grey? - Pergunta um policial baixinho, ruivo e com cara de durão.

– Sim.

– Prazer, eu sou o Detetive Pattz. – Ele estende a mão e eu o cumprimento. – Eu estou encarregado pela investigação do acidente de seu marido. A Sra. tem um tempo para falar comigo?

– Sim, claro. - Me viro para Grace e ela assente indo até a sala de espera onde estavam o resto dos familiares.

– Sra. Grey, eu sei que pode parecer inconveniente falar sobre isso agora, mas nós precisamos conversar sobre o que aconteceu esta tarde. Nós já sabemos quem estava na direção do caminhão que atingiu o carro do Sr. Grey e que acabou matando o Sr. Jason Taylor. E pelo que eu andei pesquisando, não é a primeira vez que ele causa problemas a sua família.

– Jack Hyde, foi ele não foi? Eu vou acabar com esse homem, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida.

– Sim senhora, foi o Sr. Hyde. Mas, acredito que não terá chances de acabar com ele, já que está morto.

– Morto?

– Sim, junto com ele encontramos uma carta que está sendo investigada e averiguada.

A culpa era de Jack como Christian tinha dito, agora só precisamos descobrir como ele conseguiu roubar minhas coisas.

–-

No dia seguinte, o velório de Taylor foi muito triste e bonito ao mesmo tempo. Triste pela perda de um amigo, mas bonito por estarem todos ali o homenageando. Sua filha Sophie estava abraçada a Gail, ao lado, eu e Ted. Sawyer e Welch um pouco mais distantes, e de longe reconheci Prescott.

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Três semanas de muita angustia se passaram. Christian teve uma significante melhora, mas ainda continuava em coma, estou praticamente morando em um hospital, o que é horrível, pois tenho que ficar longe de meu filho na maioria do tempo. Mas não posso deixar Christian sozinho.

Deitada sob sua mão e fazendo carinho em seu braço, minhas preces finalmente são atendidas e Christian abre os olhos, recobrando sua consciência.

– Oh! Christian! Finalmente! – Me levanto e o abraço com cuidado, quando sinto que ele se retrai.

– Onde eu estou? – Ele pergunta ainda meio grogue.

– No hospital meu amor. Eu vou chamar a enfermeira. – Me levanto e vou em direção a porta do quarto.

– Não, espere. – Ele me chama.

– Sim?

– Quem é você?