Para Jamais Te Dizer Adeus escrita por


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta é uma one -shot na verdade era uma one Robsten, mas resolvi adaptar ela pra Beward para poder compartilhar com vcs é pequena e sera postada em tres partes...Aguardo comentarios Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316005/chapter/1

Bella

O telefone toca, eu me estico na cama para atender, ainda estou com sono - sintomas de uma noite mal dormida - nem me lembro mais de como é ter uma noite inteira repleta de sonhos bons.

— Alo? — Falo com a voz ainda sonolenta e um tanto irritada por ter sido perturbada logo quando estava quase conseguindo relaxar.

O silêncio do outro lado da linha é um tanto quanto perturbador.

— Alo!! — repito em um tom rude e mais irritado.

— Isabella! Te acordei? Desculpa — enfim a voz aveludada soa como uma música nos meus ouvidos. Aquela voz não só invade meus tímpanos, mas também meu sistema nervoso, minhas mãos tremem e meu coração dispara, estou próxima a ter um infarto fulminante.

— Bella... — Aquela melodia persiste, fecho as pálpebras e as abro de novo e ainda estou sentada em minha cama com o telefone nas mãos. Não, não foi um sonho bom, é real, ele está ali do outro lado da linha falando comigo.

Sua voz tem vestígios de ansiedade, posso até ver seus dedos castigarem os fios cor mel dos seus cabelos.

— Sim sou eu.— respondo com voz formal, sinto ainda mais nervosa e quando minha voz sai, ela não passa de um simples “Sim sou eu”.— Com quem eu falo— Disfarço fazendo de conta que não reconheço aquela voz, me sinto hipócrita e muito idiota por agir desta forma, esta voz me ronda meus pensamentos noite e dia desde o dia em que nos afastamos.

— Precisamos conversar.— Edward diz ignorando toda minha formalidade débil mental, ele, melhor que ninguém, me conhece, sabe que esta formalidade arquitetada não passa de uma desculpa para desligar o telefone e fugir da realidade que nos cerca.

— Não. Não precisamos, Edward.— Respondo séria e com voz firme, sim um pouco nervosa, eu admito, mas não quero ficar próxima a ele, não depois de estar conseguindo enterrar meus sentimentos dentro do peito sem a intenção de ressuscitá-los nunca mais.

Mordo a ponta do meu dedão, estou a ponto de sangra-lo com o tamanho do nervosismo que este momento traz. Será que ele também se sente assim? Me pergunto em silencio.

— É serio, Bella, que você irá agir como uma mocinha mimada nessa altura da vida. Já passamos da nossa adolescência, nem nos tempos que te conheci, que você era apenas uma menina “linda”, você foi tão imatura desta maneira.

— Edward, não venha você me dizer estas coisas, você sabe que eu também posso apontar seus erros.— Respondo com lagrimas castigando minha visão. Eu choro, um choro silencioso, cheio de angustia e medos, mas eu não sei bem o motivo de sentir medo.

 — Do que tem medo, em Bella? Tudo já ficou no passado e já se passaram cinco anos... Vejo que sua vida seguiu bem sem mim, eu também segui com a minha, não tem porque você viver se escondendo da minha presença, não acha?—Edward diz com certa melancolia e uma ponta de tristeza em sua voz.

— Sim, você tem razão, se passaram cinco anos, mas não os julguem como os melhores. Você não sabe de nada — Cuspo todas as palavras entaladas em minha garganta para feri-lo, para ele pelo menos sentir um pouquinho da minha dor.

— Onde podemos nos encontrar? —Ele parece querer ignorar meus ataques de nervos e ira, e muda o rumo da conversa.

— Posso ir até o seu apartamento?— Ele me pega desprevenida enquanto estou muda do outro lado da linha relembrando o meu desatino.

— Não acho uma boa ideia.— respondo logo em seguida, não o quero aqui dentro do meu apartamento. Em cada canto do meu apartamento existe algo que foi dele, que nunca fiz questão de tirar, as paredes ainda estão no mesmo tom pastel que foi ele quem pintou, os porta-retratos estão em todos os cômodos, marcando cada momento, cada ocasião em que vivemos felizes, os passeios pela praia de lapush, os eventos de trabalho... — No meu apartamento não.

— Do que tem medo, Bella?— Ele parece perceber que tenho medo de estar diante dele, e vive me questionando.

— Me passa o endereço da onde está hospedado que eu apareço no horário combinado.— Digo isso e ignoro sua pergunta inconveniente.

Espero por um tempo, Edward parece pensar consigo mesmo, depois, enfim, me diz.

— Não seria uma boa ideia, eu não estou sozinho aqui. — Ele diz com pesar, sinto isso no sotaque que parece falhar quando ele diz que não está sozinho.

Sinto, raiva misturada com ciúmes, não penso antes de tornar a alfineta-lo.

— Não tenho nada a esconder, nada que sua namoradinha não possa saber, o que vamos tratar é profissional, e não vejo problema nenhum nisso ser na presença dela.— digo tudo deixando a raiva fluir e me conduzir em todas as palavras ditas diretamente para ele.

— Entenda Bella, não é por causa disso...— ele se explica. Mas é inútil, o ciúmes me corrói como acido, não volto atrás e sou grossa com ele.

— Olha mais tarde você me liga e esteja decidido de onde quer falar comigo que agora eu quero voltar a dormir, está muito cedo para alguém ficar incomodando o sono alheio. Passar bem. — desligo o telefone em seguida, ele parece sussurrar algo, mais não identifico suas palavras.

Jogo o telefone na cama, me deito de bruços e choro. Choro por não ter conseguido esquecê-lo. Por não ter seguido enfrente com a minha vida, assim como ele seguiu.  A minha felicidade acabou no dia em que ele partiu desta casa fechando a porta atrás de si. Fiquei depende de fotografias com as lembranças dos beijos e carinhos de um inglês bobo que me fazia rir com a mais sem graça das piadas... Tempos bons estes que se foram.

A voz de Edward ainda trouxe um misto de felicidade, suas palavras duras martelam em minha mente como um mantra. Tento entender um significado oculto para aquelas palavras.  O telefone volta a tocar em seu Tim-Tim insistente, esbravejo e atendo.

— Bella, anote o endereço. — Pego uma caneta e um pedaço qualquer de papel em cima do criado mudo e anoto tudo. É o endereço de um café aqui perto do meu condomínio, observo com atenção.

— Ok, estarei aí em menos de uma hora... — Desligo o telefone sem me despedir. Levanto-me depressa, corro para o chuveiro para tomar um banho para ver se consigo pensar direito.

 Deixo a água fria banhar meu corpo levando toda tensão embora, a lembrança da voz aveludada que minutos antes invadia meus ouvidos me arrepia, sinto medo, muito medo de me deparar com aqueles pares de olhos verdes e não conseguir engolir as lágrimas da saudade. Tenho que imaginar cada frase que direi na presença dele, caso contrário, todo meu esforço de esconder o que jamais deixei de sentir por ele se transpareceria muito facilmente.

Fecho o chuveiro depois de meia hora de banho, estou quase em cima da hora para sair para o grande reencontro. Tento não pensar muito.

Depois de me secar e pentear os cabelos, caminho para o closet e tiro de lá um vestido novo, coloco ele em minha frente, mas não tenho coragem de usa-lo. Pode parece que estou querendo criar um clima que não existe se trajar aquele vestido. Descarto este de lado, mas me sinto tentada demais e volto para o tecido florido em tons rosa e deslizo ele sobre meu corpo. Me sinto bonita, e finalizo com uma maquiagem clara, prendo meus cabelos em um rabo de cavalo. Pego minha bolsa de punho e saio decidida “Estou pronta!” e este reencontro representa tantas coisas não ditas, mas tão sentidas, há algo lá no fundo do meu coração que deseja como louco reencontra-lo e ver se os anos foram legais com ele.

Desço até a garagem, com as chaves do meu velho carro presas nas pontas dos dedos, entro e sento no meu acento. Fico ali tamborilando meus dedos sobre o volante alguns segundos tentando criar coragem para seguir em frente, assim que a coragem chega, dou partida no motor e saio cantando os pneus.

O transito por sinal está lento, a ansiedade de chegar logo se apodera de mim, buzino para outros carros, os idiotas que parecem não enxergar que o sinal abriu. Minutos torturantes se acabam quando vejo o letreiro da cafeteria que ele me deu o endereço. Estaciono o carro nos fundos da cafeteria para não dar nenhum alarde aos curiosos de plantão.

Então eu entro, depois de respirar fundo “é apenas um reencontro.” Sussurro e entro de cabeça erguida na confeitaria, o cheio de pão fresco não chama mais minha atenção, não quando eu estou perdida na imensidão de orbes verdes, e aquilo acontece sempre. Como na primeira vez, deixo-me perder nelas. Meu coração está a ponto de explodir dentro do peito, os sentimentos que eu jurava estar dormentes dentro do peito, parecem ressurgir como um vulcão adormecido, como uma erupção de sentimentos.

Então ele acena para eu me aproximar, eu me aproximo.

 A decepção vem.

Sinto uma dor amarga me dilacerar o peito, não imaginei ser tão triste ver quem se ama ao lado de outra e, por sinal, muito feliz.

***

Uma jovem loira muito bonita senta ao lado dele na cadeira que esta vazia. “Ele a trouxe”, penso antes de caminhar na direção dos dois.

Joguei aquela rajada de adrenalina causada por um ciúme proibido para o fundo da mente, mais tarde eu teria tempo para sofrer por ele. Caminho com passos firmes, ele se levanta e me cumprimenta com apenas um aperto de mão. A eletricidade que percorre minha pele é inevitável.

— Oi.— Digo olhando para ambos .

— Esta é Tânia. Tânia, esta é Bella— ele nos apresenta meio desajeitado, mas ele faz sua parte.

—Prazer — Ela diz me avaliando dos pés a cabeça. Sinto-me irada.

— Prazer.— falo de forma seca.

 Sento junto com eles na mesa. O clima está pesado, mas sou salva pelo gongo. O garçom aparece com o cardápio e me dá uma atenção demasiada, sinto-me forte. Peço apenas uma xícara de café com algumas torradas, não presto atenção no pedido dos dois, mas sinto o olhar de Edward preso em mim. “Descarado” penso comigo. Ele me olha de um jeito intenso, minhas pernas e meu corpo se arrepiam, o garçom volta e eu sorrio pra ele, Edward dá um pigarro e o moço faz seu serviço e se afasta.

— Te convidei para este encontro, afim de fazer com que você aceite aquele contrato, e te garanto que será como se eu nem existisse naquela empresa.— Enfim Edward chega ao ponto deste reencontro.

— Não é porque você que eu decidi não aceitar assinar aquele contrato. — Respondo serena.

— Então é por quê?— Ele pergunta curioso.

 Como se minha vida o interessasse.

— Preciso de férias, não estou nos meus melhores dias, você deve ter ficado sabendo o que aconteceu com meu pai e ainda sofro, não sei se conseguiria me empenhar de corpo e alma neste progeto de arquitetura como gosto de fazer. — Falo de forma verdadeira sobre o que estou sentido a ele, é justo ser sincera.

No ultimo verão meu pai faleceu.

— Eu fiquei triste pelo seu pai, e deixo meus sentimentos, mas o seu pai não queria que você desistisse de um projeto tão bom como este? Acha que ele se orgulharia de você onde quer que ele esteja, vendo que você está abandonando sua carreira? — Edward diz de forma certeira. Ele sempre me reergue quando estou caída, sempre foi assim.

— É você tem razão.— Digo me levantando para partir.

— Então você vai assinar?

— Você venceu — Digo sorrindo.

Ele se levanta e me abraça, sinto seu perfume me invadindo e meu coração grita de saudade, aquele calor que emana de seu corpo me faz reviver momentos em que estive dominada de prazer enquanto ele me tomava como sua, mas nossa realidade agora é outra.

– Edward, ei eu estou aqui querido.— Tânia diz.

Me sinto envergonhada e me despeço dos dois meio sem jeito e vou embora, mais o cheiro de Edward ficou intenso. Caminhei até meu carro segurando as lágrimas e, quando não pude mais aguentar, deixei elas caírem uma a uma sobre minha face.

Horas depois.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

comentem!♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Para Jamais Te Dizer Adeus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.