“Vem, antes que eu me vá, antes que seja tarde demais. Vem, que eu não tenho ninguém e te quero junto a mim. Vem, que eu te ensinarei a voar.”

P.O.V’s Ashley.

Lembra quando eu falei que o Potter estava sendo menos irritante que de costume?

Esqueça isso!

Só no caminho que fizemos até o lago onde nossos amigos nos esperavam, ele conseguiu tirar toda a minha linda e escassa paciência.

- Entenda minha ruiva... eu sou o amor da sua vida. Você só não percebeu isso ainda. – ele falou divertido ao ver minha cara de raiva. Eu tenho a sensação que ele adorava me ver irritada. Tipo, só acho.

- Eu não sou sua ruiva Potter. – quase berrei em frustração. Já tínhamos tirado a capa enquanto caminhávamos pelos corredores já distantes da cozinha e a comida estava em uma pequena cesta, ou seja, não teria perigo de sermos pegos.

Então ele olhou ao redor e sorriu brilhantemente. Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele colocou a cesta que segurava no chão e num giro habilidoso me prensou na parede colando seu corpo com o meu. Por favor, cadê o ar?!

- O que você pensa que esta fazendo? – falei irada e com a voz estrangulada. Olhei ao redor atrás de ajuda mais o corredor estava completamente vazio.

- O que você sente por mim ruiva? – ele perguntou ignorando a minha própria pergunta e sorrindo de lado para mim. Eu sentia seus batimentos cardíacos, seu hálito de menta e hortelã batendo no meu rosto e seus olhos castanhos esverdeados nos meus.

- Raiva, ódio, vontade de matar... – comecei a listar mais minha voz falhou quando ele apoiou a mão na minha cintura e me colou ainda mais na parede e depositou um beijo lento e sensual no meu pescoço. De repente minhas pernas começaram a falhar.

- Tem certeza que só sente isso? – perguntou respirando contra o meu pescoço e eu me arrepiei até o dedinho do pé. O senti sorri contra a minha pele.

- Sim. – me amaldiçoei internamente em todas as línguas que conhecia por minha voz ter saído tão fraca.

- Não parece sabe? – ele questionou retoricamente. Então ele inclinou levemente a minha cabeça e depositou um beijo lento e molhado no meu pescoço e em seguida deu uma leve mordida e eu prendi um gemido. – O jeito que você reage quando eu te toco... – ele passou as mãos pelos meus braços fazendo minha pele se arrepiar nos seus dedos quentes. – Quando eu te provoco... – continuou acariciando de leve o meu quadril e eu senti uma tensão se acumular ali enquanto eu não conseguia pronunciar uma só palavra, apenas prendia a respiração. – Você me deseja ruiva. Você quer estar comigo, apenas não admite. – concluiu me olhando nos olhos.

Eu apenas retribui o olhar. O QUE INFERNO AQUELE GAROTO ESTAVA FAZENDO?! Eu ia mata-lo e depois ia me matar por não consegui pronunciar uma só palavra.

- Não vai falar nada? – ele perguntou com um sorriso de canto ainda muito próximo a mim. Eu tinha a sensação que se abrisse a boca só ia sair merda porque eu não tinha nesse momento nenhum pensamento coerente e “puro” em relação ao moreno na minha frente.

- Me larga Potter. – consegui falar irritada. Ele tava morto depois que me largasse.

- Claro. – ele falou simplesmente. – Mas antes disso que preciso fazer uma coisa. – completou sorrindo maroto.

- O que você... – comecei a perguntar mais ele me calou. Com um beijo. Seus lábios quentes e cor de cereja tocaram levemente os meus.

Eu juro que eu o empurrei. Eu juro que lhe bati. Eu juro que gritei com ele e o amaldiçoei até a sua decima geração. Eu juro que o deixei careca e que o fiz se arrepender. Mas sabe?

Nunca fui boa com juramentos.

Assim que seus lábios tocaram os meus eu fiquei imóvel tentando achar um jeito de sair, mas então sua língua moldou levemente os meus lábios pedindo passagem e eu simplesmente cedi, vencida. O senti sorri enquanto aprofundava o beijo.

Suas mãos fortes agarraram a minha cintura enquanto rompia qualquer distancia inexistente entre nós. Ele me ergueu levemente do ar para considerar nossa notável diferença de altura sem nunca romper o beijo, e meus braços foram automaticamente para o seu pescoço e seu cabelo o bagunçando levemente.

Então eu senti uma vozinha chata na minha cabeça se perguntando que porra era que eu tava fazendo. E então eu ouvi outra voz mandando ela se foder. E sinceramente no momento eu concordava, até que a realidade me atingiu como uma pancada.

Eu estava beijando o Potter.

Eu estava retribuindo um beijo do Potter.

Eu estava gostando.

Eu queria matar o Potter por ter me beijado.

Então ele se separou levemente de mim, me colocando novamente no chão. Seus lábios estavam inchados e os meus eu tinha certeza que não estavam diferentes. Eu o fuzilei com os olhos.

- Eu. Vou. Te. Matar. – falei cada palavra pausadamente e ofegante. Ele sorriu de lado para mim e pegou a cesta rapidamente.

- Te vejo no lago ruiva. – falou piscando para mim e saindo rapidamente dali antes que eu tivesse a oportunidade de acabar com a sua miserável vida. Garoto esperto.

Dei um grito frustrado enquanto a minha vontade era de tacar um feitiço em alguém. Respirei fundo tentando acalmar meus batimentos cardíacos e comecei a andar em direção ao lago e pensando em formas de matar um certo Potter irritante.

- Ash. – alguém me cumprimentou quando eu estava perto de alcançar as portas do castelo. Me virei dando de cara com o Richard. Bom, eu realmente fiquei surpresa, levando em conta que ele nem olhava na minha cara desde a nossa conversa. Mas ele me olhava com um pequeno sorriso e eu vi que ele não guardou ressentimentos de nada. E pra falara a verdade... nem eu. Ele era um cara legal, misterioso as vezes, mais legal.

Um bom amigo. Quando você sabe onde procurar.

- Rich. – cumprimentei de volta com um minúsculo sorriso. – Como vai? – perguntei hesitante. Vai que ele da um de bipolar de novo e explode?

- Bem. – me respondeu calmamente. – Aonde vai? – me perguntou. É, eu acho que ele realmente se esqueceu do nosso pequeno desentendimento.

- Encontrar meus amigos. – respondi calmamente e olhando nos seus olhos azuis. – Quer vir? – acrescentei. Sabia que o Potter ia odiar, mas eu estava com raiva dele então... foda-se.

- Acho melhor não. – ele me respondeu. - Agente se vê por aí. – concluiu sorrindo e piscando para mim e saindo em seguida. Balançando levemente a cabeça me dirigi em direção aos jardins.

Chegando perto dos meus amigos que me esperavam eu tive um surpresa desagradável. No momento eu desejei ter arrastado o Richard comigo ou ter ido com ele.

Lá estava a veela paraguaiana, ou diabo loiro, sentada com todo mundo e sorrindo ironicamente para mim. E de repente a minha raiva do Potter sumiu e se focou na desgraça a minha frente.

- O que ela faz aqui? – perguntei a ninguém em particular e a encarando.

- Eu a chamei. – o Louis falou calmamente. Louis meu anjo... você é muito legal, mas a sua irmã é uma praga!

Lá estava também a Molly, Luce {que quase nunca estão com agente}, a Rose, a Roxy, o Hugo... enfim. A família inteira estava junta.

- Que seja. – disparei e me sentei ao lado da Roxy.

- Porque demorou tanto ruiva? – o Potter me perguntou inocentemente e eu rolei os olhos.

- Você foi com o James, mas voltou sozinha por quê? –a Rose questionou curiosa e vi o bocó abri um sorriso divertido.

- Encontrei o Richard pelo caminho. – isso tirou o sorriso dele na hora e eu abri o meu. 1x0 para a mamãe aqui, baby.

- Serio você ainda fala com aquele Sonserino? –a vaca loira perguntou com um sorriso irônico. – Pensei que ia parar depois daquele dia no corredor a noite. – completou com um sorriso e todos me encararam. Sabia que ela estava se referindo ao dia na detenção, mas ela fez parecer algo completamente diferente. De repente eu estava fumegando de ódio.

- Do que ela esta falando ruiva? – o Potter perguntou e eu ignorei.

- Minha vida não é da sua conta sua vaca oxigenada. – exclamei me levantando e ela se levantou também ficando cara a cara comigo.

- Vixi. – vi a Rose falar baixinho.

- Vai dar treta. –a Roxy concordou no mesmo tom.

- Olha aqui molho de tomate, não é culpa minha se você parece ter uma quedinha por Sonserinos. – a vaca disparou para mim.

- Ele é meu amigo. – cuspi as palavras para ela.

- Sinceramente o que esses garotos veem em você? Mas pode ter certeza que o James você não vai ter. – ela completou para mim.

- Eu tou pouco me fodendo pra você Dominique. – eu praticamente gritei. As pessoas que passavam por ali agora paravam para olhar.

- O James é meu. – ela disparou no mesmo tom. Louca, maluca. É isso que ela é.

- Ãn gente... – o Potter tentou interferir.

- CALADO. – nós duas berramos juntas para ele e nos encaramos em seguida.

- Vou te dar uma liçãozinha a não mexer com o que é meu. – a vaca falou vindo pra cima de mim. Ela não cansa de apanhar não?!

Ela tentou agarrar meus cabelos, mas num gesto habilidoso eu simplesmente abri espaço para ela. Estávamos em frente ao lago. Resultado? Uma veela falsificada encharcada no capricho. O pessoal que assistia ofegou enquanto ela me fuzilava com os olhos de dentro da agua.

- Mande lembranças a Lula Gigante por mim. – falei ironicamente e pegando uma uvinha na cesta, jogando na minha boca e sai no maior estilo “Like a boss bich”.

Ainda virei para trás e mandei um beijo para ela o que fez muita gente rir.

É, Dominique. Mexeu com a garota errada.