Arcanist - O Projeto escrita por UllienSama


Capítulo 43
Capítulo 43 - Origem


Notas iniciais do capítulo

Hudak
Freya



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(Siegmund): Esta é a sala do trono. Abaixo desse alçapão, está trancado o Grande Rei Negro.

A informação chega a Yuudai como um baque.

(Yuudai): Trancado? Na história, ele havia sido derrotado e morto, custando as suas vidas...

(Siegmund): Na verdade, não foi exatamente isso que aconteceu naquele dia. Yuudai, agora eu lhe contarei a verdadeira história da origem de todos os Arcanist, que se passa há alguns milênios atrás.

–-----

O ancião senta no chão com as pernas cruzadas e faz sinal para Yuudai fazer o mesmo, este obedece.

(Siegmund):

Primeiramente, vamos a mais ou menos 5600 anos atrás. Havia um reino onde hoje se situa a Europa nórdica. Pode-se traduzir o seu nome, na sua língua, para o Reino das Folhas Vermelhas, devido à vegetação local.

Naquela época, nasceu uma criança entre as famílias ricas próximas ao Rei. Essa criança nasceu com uma marca peculiar nas costas: A Runa Prima. A mesma runa nas costas de sua luva, Yuudai.

Então, os pais dessa criança, com medo do que poderiam pensar os poderosos, esconderam a marca durante muito tempo, e a criança cresceu. Othinus, como foi chamado, foi induzido a jamais revelar a marca de nascença negra que cobria boa parte das suas costas. Então, passaram-se 15 anos.

Nesse tempo, o reino entrava em caos. As cinco cidades principais entravam em constante conflito por poder, e o Rei não tinha mais vontade de governar um reino em decadência. Ainda assim, tentava manter seu lugar através do poder do seu exército particular. Muitas famílias de nobres que se mostravam contra o governante eram executadas. Até que, em um dia fatídico, esse Rei ordenou que executassem a família de Othinus.

Na escuridão da noite, assassinos enviados pelo governante invadiram a casa da família de Othinus. Ele, sem reagir, pode ver enquanto o derramamento de sangue era feito. Os criados da casa, seus irmãos e familiares foram mortos um por um enquanto ele observava. A onda de ódio que atingiu seu coração foi inevitável. Quando assistiu à execução de seus próprios pais, Othinus se rebelou e foi descoberto. Entretanto, ele pôde sacar uma espada para duelar contra os mercenários. Embora mal tivesse manuseado uma arma na vida, Othinus, com uma ótima destreza, inteligência e reação, matou os assassinos profissionais do rei, cerca de vinte homens, um a um, com sua espada.

Depois do derramamento de sangue, Othinus mergulhou em um poço de puro ódio, que ninguém jamais conseguirá explicar. No meio da noite, ele pôde sentir a marca em suas costas brilhar. Então, ele teve uma experiência sobrenatural. A verdade é que, em toda a sua vida, ele nunca confessou a ninguém o que aconteceu naquele momento. Então, as marcas negras em suas costas, das pontas, começaram a se espalhar por seu corpo, preenchendo seus braços, pernas e tronco com marcas que conhecemos como nossas runas arcanas. Othinus se levantou. Ele sentiu todo seu poder. Ele conseguiu sentir que era o escolhido pelos deuses para salvar um povo. E assim faria.

Pouco tempo depois, acompanhado dos nobres remanescentes da capital, Othinus invadiu a força o palácio do Rei. Executando qualquer interventor de maneira breve com a espada, ele alcançou a sala do trono rapidamente, com um imenso grupo de nobres. Logo, estava face a face com o Rei. Na grande porta de entrada da sala final, ele ordenou que os demais observassem dali.

(Othinus): Você é o homem que falhou com seu povo. Você não tem mais o direito à vida.

Com essas palavras, Othinus levantou o braço esquerdo, que não segurava a espada. O rei, assustado, levantou de seu trono. Pela primeira vez, Othinus tirou uma vestimenta e mostrou as marcas que corriam por cima de seu braço, até as pontas dos dedos, somente pela parte superior do braço e da mão. Ele estendeu a palma da mão ao Rei. Sem dizer uma palavra, o rei começou a se contorcer. Uma espécie de luz negra emanava do interior de seu corpo, se tornando visível por sua boca. Enquanto agonizava, ajoelhado ao chão, sem sequer conseguir falar, os olhos do rei começaram a se tornar totalmente pretos. Sua pele começou a ficar mais escura. Ele olhou para Othinus como quem implora por piedade, enquanto sua consciência sucumbia a uma dor. Othinus chegou perto dele. Todos os nobres olhavam assustados. Então Othinus arrancou a cabeça do rei com sua espada, o que fez com que todos os presentes recuassem em choque.

Othinus pegou a cabeça do rei nas mãos e fez uma expressão de nojo ao olhar para sua face. Atrás do trono, olhou para a gigantesca sacada do templo, que dava vista a toda a capital, e viu que seu plano havia funcionado. Praticamente todas as pessoas da cidade se reuníam nos espaços abertos, atônitos, olhando para o templo que fora invadido. Então, ele segurou a cabeça decapitada do rei pelos cabelos e se moveu para a sacada.

Toda uma população olhava transtornada enquanto um garoto aparecia na sacada com roupas nobres, carregando em uma mão uma espada ensanguentada e em outra a cabeça do rei. Então, ele puxou forças para falar a todo aquele povo.

(Othinus): A era de sofrimento acaba aqui! A partir de hoje, é uma nova era para esse reino!

Ele pegou a coroa de metal da cabeça decapitada, jogou a cabeça no chão e coroou a si mesmo.

(Othinus): A partir de agora, contemplem seu novo Reino! Eu sou o Rei Othinus, do novo reino que a partir de agora passa a se chamar Império de Orbis!

–-----

(Yuudai): Então, esse era o Rei Negro e foi assim que ele se tornou rei.

(Siegmund): Exato. E seu império estava apenas no começo. Nos anos conseguintes, ele dominou seu poder arcano. Com sua força, ele não só podia tirar a vida de uma pessoa, como havia feito, como criar catástrofes naturais, destruir exércitos inteiros em poucos segundos. Seu poder o permitia controlar todos os elementos da natureza. Com uma mão, ele incendiou milhares de soldados de exércitos poderosos em instantes, inundou cidades inteiras. Mas ironicamente, com o passar do tempo, ele trouxe paz ao reino que havia chamado de Orbis. A paz através do medo. Ninguém era páreo para o Rei Othinus. Os corruptos sucumbiam um a um, e por um tempo o reino se manteve de maneira produtiva. Não havia fome, não havia miséria, não haviam mais guerras. Todo o poder era centrado em uma pessoa, seu Rei, que as pessoas agora idolatravam. Mas toda essa paz sucumbiu, anos depois.

(Yuudai): Como:

(Siegmund): Optinus teve quatro filhos. Eu mesmo, meus irmãos Hudak e Tyr e minha irmã Freya. Quando éramos muito pequenos, as ambições do rei se tornaram maiores. Ele abdicou de seu desejo de tornar o reino perfeito. Depois do nosso nascimento, a escuridão tomou conta de seu coração. Então, ele tinha apenas um objetivo: a expansão de seu império.

Optinus tomou todo o funcionamento do reino exclusivamente para expandir suas conquistas. Ele fez seu exército dizimar dezenas de nações. Os limites de seu império se expandiam, e quanto mais se expandiam, mais poder ele desejava. Ele conquistou o que hoje seria o restante da Europa, o Oriente Médio e o oeste da ásia. Por esse lugar, ele descobriu o Egito e começou a adentrar a África. Em muitas guerras, ele tomou a frente da batalha, dizimando exércitos inteiros com seu poder arcano assustador.

Entretanto, o óbvio aconteceu. Todas as camadas do reino entraram em decadência, pois toda a economia era voltada às guerras. A situação apenas piorava. Então, chegamos à época fatídica. 50 anos depois do início do imperio de Orbis.

Quando eu e meus irmãos descobrimos a Magia Arcana.


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