– -Não acredito que você estava falando sério em trazer peixe pra mim... -Albafica falou em desaprovação.

– -Você prefere a comida de antes? Posso mandar prepara-la para amanhã.

– -NÃO! Digo, peixe está ótimo... Mas eu preferia não estar aqui.

– -Não gosta da minha companhia, florzinha? - Albafica riu da pergunta

– -Minos, Minos, quem dera sua companhia ser o maior dos problemas. Você sabe que eu queria estar lutando ao lado de Atena, eu devia ter te derrotado, não sido capturado... Estando aqui só estou colaborando com esse plano de Hades

– -Uma pena você não ser espectro de Hades... Você seria da estrela celeste da sedução, com certeza.-Minos falou distraído pensando alto, mas ainda sim em um tom baixo.

– -Que? - Albafica havia ouvido, mas queria ver se ele repetiria.

– -Nada não peixinho, só dúvido que um homem tão lindo como você possa ser tão forte que consiga me derrotar

– -Não me subestime pela minha aparência, não é porque cuido dela que sou fraco

– -Não estou te subestimando, afinal, você ainda é o cavaleiro de ouro de peixes! Só estou dizendo que eu sou mais forte, quer ver? -Minos entrou na cela e puxou a mesa que havia lá para próximo da cama, apoiando o cotovelo em cima dela. - Eu reduzi meu cosmo a zero, vamos ver quem é o mais forte então...

Albafica estava achando graça na atitude do mais novo, nunca imaginaria que um juiz do inferno poderia agir de tal forma, e, de certo modo não estava tão ruim estar prisioneiro de Minos, já que tinha sido capturado de todo modo, melhor alguém como o albino para o vigiar. Acreditava também que este não era de todo mal, afinal havia poupado a vida de Dohko.

O pisciano também apoiou seu cotovelo na mesa e então deram inicio ao "braço de ferro", que ficou empatado por quase uma hora, quando ambos desistiram.

– -Tá, confesso, você é tão forte quanto eu. Pena ser meu prisioneiro e não meu adversário... -Minos suspirou

– -Só você, Minos... Querendo lutar com alguém que não pode vencer. -Albafica soltou um riso leve

– -Pra que entrar numa luta que se já sabe o resultado? O melhor tipo de batalha é aquele que não sabemos quem vai vencer -Minos explicou sorrindo.

Ambos foram aproximando o rosto e sem que percebessem seus lábios se tocaram num leve selinho, Minos passou a língua nos lábios do cavaleiro pedindo passagem e o outro a concedeu.

No momento Albafica não estava pensando no que fazia, só estava seguindo o seu instinto, mas logo quando o beijo começou se intensificar ele caiu em si e se afastou do outro.

– -O que foi? -Minos perguntou ao se sentir sendo empurrado

– -Isso não é certo! Somos inimigos, não podemos... Não podemos fazer isso... -Albafica falava confuso, aquele beijo mexeu consigo de um modo que ele não sabia explicar. Ele queria continuar, mas isso seria trair Atena e seus companheiros.

– -Podemos ser inimigos e amantes ao mesmo tempo o que acha? Excitante, não? -O juiz perguntou no ouvido do cavaleiro fazendo-o se arrepiar.

– -Isso não é certo, estaríamos trai- ele não pode terminar de falar pois sua boca havia sido tomada em outro beijo, mas agora ele se rendeu completamente, deixando que acontecesse.

Não conseguiria afastar o outro, não de novo, não era forte o suficiente para isso, ele sentia uma sensação boa, como se com o beijo ele fosse transportado para um lugar sem a guerra que os perturbava, como se só ele e Minos existissem no mundo e nada mais importasse. Ficaram se beijando por algum tempo até Minos se afastar.

– -Desculpe peixinho, mas seus amigos chegaram, tenho que impedir seu resgate...- disse sorrindo de lado

– -Não os machuque...- Albafica pediu suplicante

– -Não posso te obedecer... Devo obedecer ao mestre Hades... Eu preciso matar os invasores... -Lamentou num suspiro - -Foram ordens, estamos em guerra, não podemos deixar os sentimentos nos afetar...

– -Você tem razão por isso quando eu sair daqui não pensarei duas vezes antes de te matar e vigar as mortes de meus companheiros- falou sério

– -Hehe, estarei esperando...- Falou isso e se retirou da sala indo em direção ao corredor de onde provinha os cosmos.

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– -Espectros chatos, não param de reviver, maldição! - Manigold já não aguentava mais mandar as almas deles para o yomotsu.

– -Não precisamos derrota-los, só avançar até achar os dois- El Cid respondeu cortando, pela terceira vez, o mesmo espectro ao meio.

– -Sabia que tinha sentido cheiro de vermes vindo daqui...- Radamanthys aparece no corredor, seguido de Minos.

– -Pois é, esses espectros estão empestando o lugar com o cheiro deles...- Manigold respondeu em um tom debochado e foi partindo pra cima dos juizes.

Radamanthys conseguiu parar a tempo o soco de Manigold, mesmo que com alguma dificuldade. El Cid logo em seguida atacou, mas o juiz desviou a tempo de não ser cortado.

– -Vão vocês resgatar os outros, eu cuido disso! - El Cid se pronunciou, ainda lançando ataques na direção dos juízes.

Shion e Manigold passaram correndo pelos juízes indo procurar os dois cavaleiros de ouro. Com a chegada dos juízes, os espectros despacharam, o que facilitou para os cavaleiros.

– -Eu vou atrás deles... Você dá conta desse sozinho?

– -Será fácil...

Minos começou a correr em direção aonde os cavaleiros foram. Ele chegou na sala onde Albafica estava e foi surpreendido com um golpe do cavaleiro de câncer em seu rosto. Ele colocou a mão onde recebeu o soco com dor.

– -Que golpe baixo, achei que os cavaleiros de ouro tinham mais honra em sua batalha...

– -heh, quem é você pra falar de honra em batalha?- Manigold voltou partir pra cima de Minos, acertando boa parte dos golpe.

Minos não tinha tempo de atacar, tinha que ficar se defendendo dos incontáveis golpes, o cavaleiro de câncer era realmente forte e bem treinado.

Albafica assistia a luta sem saber o que sentia, parte dele queria que Minos fosse derrotado, ele se livrasse daquela prisão e voltasse a sua vida normal, mas uma outra parte, que ele não a aceitava, queria que Manigold desistisse de resgata-lo e o deixasse aos cuidados de Minos.

Manigold... não acreditava que ele tinha vindo resgata-lo depois de tudo que o pisciano tinha feito pra ele. Achava que nunca seria perdoado. E apesar de sua confusão estava sorrindo ao ver Mani ganhando.

O dourado de câncer dá uma joelhada no estômago de Minos e uma cotovelada forte na nuca. O juiz cai desacordado.

– -Alba, espera, vou te tirar dai!- Manigold pega as chaves que estavam com o outro e corre tentando abrir a cela.

– -Ma-Mani, você veio por mim... - Albafica falava emocionado.

– -Claro! Você acha que eu ia te abandonar aqui?- finalmente conseguiu abrir a cela.

Mani puxou Albafica para seus braços o abraçando e deipois roubou um beijo do pisciano. Neste momento Minos acordou e viu a cena, algo queimou dentro dele e ele se levantou indo até os dois que ainda se beijavam na porta da cela. Ao chegar lá empurrou o Alba para dentro da cela, a fechando, enquanto dava um soco em Manigold, tão forte que o cavaleiro voou longe, batendo na parede.

– -Você acha que poderia sair daqui só me deixando inconsciente? Mesmo que você tivesse me matado não demoraria tanto pra mim voltar a vida. Está me fazendo de palhaço? - Minos falou com raiva enquanto usava marionete cósmica, lançando seus fios no outro -Agora morra, seu maldito! - e sem nem pensar o juiz desfez o corpo do cavaleiro em pedaços

– -MANIIIIIIIII NÃOOOO- Albafica chorava desesperado, não esperava aquilo, não queria que terminasse assim, ele caiu de joelhos e começou a chorar soluçando - Minos maldito! Eu vou te matar! Seu assassino! Como eu pude te beijar? Eu sinto nojo de mim!

Ao ver toda a amargura do dourado toda raiva de Minos se foi. Seu coração doía em ver aquela cena, queria poder voltar a trás, mas agora já havia feito.

– -Alba, e-eu não...

– -CALE SUA BOCA MALDITO! Nunca mais fale comigo! Não quero nem mais te ver!

– -Nã-não faz isso...- Ele olhava Albafica nos olhos e uma lágrima escapou, escorrendo pela sua face branca.

O cavaleiro se surpreendeu com aquilo, Minos chorando era novidade, mas não demonstrou, apenas ignoraria o outro, então ele se virou de costas e deitou ainda chorando. O pior é que ele não pode fazer nada para salvar Mani... Minos foi sujo, nem deu tempo para que o outro se defendesse. "Não há honra na guerra..." Ele se lembrava da frase que seu mestre um dia disse, infelizmente ele tinha razão. Albafica chorava e Minos já havia saído "provavelmente foi matar mais algum cavaleiro que invadiu".