Loves Ways escrita por lollyb


Capítulo 22
Resquícios da missão


Notas iniciais do capítulo

Galerinha, estou de volta... Peço desculpa pela demora, mas esse finalzinho de ano é sempre complicado, rs. Esse cap. tá longe de ser o mais emocionante da fic... é que tava faltando um romancezinho básico. Quem curte Draco/Serena vai gostar bem hahaha.

PS: eu estou corrigindo muito por cima pra poder postar logo pra vocês, então é bem capaz de vocês encontrarem alguns errinhos... na época que postei esse cap. no ff.net ainda não tinha beta. Sorry! Vou arrumando aos poucos...



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'-Está pronto!' – Draco exclamou, aliviado – 'Graças a Merlin está pronto! Agora vem a parte prática do plano... Preciso avisar meu pai, marcar o dia...'

Ele e a garota continuaram a trabalhar assim que Draco recuperou-se do incidente com Potter – dramaticamente, como Serena já previa. O estranho feitiço deixara algumas cicatrizes no peito do rapaz e fora difícil convencê-lo de que aquilo não tinha importância alguma.

Draco e Serena estavam há mais de três horas trancados ali, na Sala Precisa, e um Draco com muitos pontinhos de suor estava sentado próximo ao Armário Sumidouro, munido de uma caixa de ferramentas trouxa e sua varinha. Serena o acompanhava recostada à uma imensidão de livros empilhados, uma bandeja com sanduíches e um copo de suco de abóbora intacto no chão, a garota bebericava o copo que lhe o rapaz terminara o serviço.

'-Isso é um tanto quanto macabro' – Serena comentou despreocupadamente, sorvendo um pouco mais do suco – 'Você sabe, marcar o dia da morte de alguém... Principalmente de Dumbledore.' – ela franziu o nariz, respirando fundo.

'-Sei que você gosta daquele velho. Digo, do diretor. Agora entendo porque... Ele realmente fez uma coisa magnífica por mim, mesmo sabendo que... Bem, você sabe. Mas não há nada ao meu alcance para mudar isto.' – ele deu de ombros.

Serena suspirou, ponderando – 'Já que acabou por aí, tome seu suco. Você está exausto. E coma mais um sanduíche, já perdemos o almoço.'

'-Você tem noção de que ninguém nunca fez isto antes, Serena? Colocar Comensais dentro de Hogwarts... É loucura!' – Serena não disse nada, apenas observou-o; ele falava mais consigo mesmo do que com ela – 'Estou praticamente mijando nas calças.'

'-Covarde.' – ela sussurrou, virando o copo do suco em seguida. Ele nada disse.

A garota separou-se do rapaz na saída da Sala Precisa; Draco foi diretamente ao Corujal enviar para Lúcio Malfoy o tal pergaminho que marcaria o dia da morte de Alvo Dumbledore.

~"~

'Daqui uma semana.' – Draco avisou Serena nos jardins – 'Meu pai quer ter tempo para arquitetar melhor o plano, repassá-lo com todos, inclusive com os imbecis dos Carrow, garantir que tudo saia perfeito uma vez que eles estiverem aqui; e tia Bella quer sabe se valerá a pena vir para cá...' - ele revirou os olhos.

'-Tia Bella?' – Serena indagou.

'-Bellatrix Lestrange, irmã da minha mãe' – ele explicou – 'A mais devota Comensal da Morte de todos os tempos.'

'-Sua família é louca. Eu ainda acho que você está enganando a mim e a Dumbledore.' – ela disse, desconfiada.

'-Eu não teria motivo. Além do mais, um Malfoy só deve obedecer a si mesmo... Meu pai é um idiota. Aproveitador na verdade. Ele está sempre do lado vencedor.' – Draco deu uma risada debochada.

'-Ei, Serena!' – Eliza chegou, sorridente, sendo acompanhada por Blaise, que vinha logo atrás dela – 'McGonagall acabou de avisar no Salão Principal que teremos visita à Hogsmeade no sábado!'

'-Legal. Com essa maratona de exames de fim de ano preciso de alguma diversão... Quem foi o maldito que inventou os NOMs?' – Serena praguejou, cansada.

'-Podemos comemorar seu aniversário adiantado, Draquinho... Não é todo dia que se faz dezesste aninhos. Maioridade, cara!' – Blaise exclamou feliz, dando tapinhas nas costas de Draco.

Serena levantou as sobrancelhas, surpresa, lançando um olhar questionador à Draco.

'-Cinco de junho, Snape querida.' – Draco disse, debochando, respondendo a pergunta que Serena não fizera.

'-Ótima idéia, querido!' – Elizabeth exclamou, colando seus lábios aos de Zabini.

Serena e Eliza partiram pouco depois para o dormitório, a fim de terminarem de estudar para Poções; Snape era extremamente exigente.

'-Você e a Duncan estão praticamente casados' – Malfoy observou, oferecendo um copo de Firewhisky para o amigo – 'Ela já te trata por querido... Estão a um passo do benzinho.'

'-Sem essa, Draco! Eliza é carinhosa... E, bem, ela é perfeita.'

'-Não estou censurando, Blaise... Mas você já pensou que vai acabar casando com ela de qualquer forma? Exatamente porque ela é o que você precisa... E tome cuidado; você já magoou Elizabeth Duncan uma vez.'

'-Não, cara. Sou muito novo para pensar nessas coisas. Quero curtir e continuar a sair... Ah, cara! Maldição! Eu vou acabar mesmo me casando com Eliza!' – ele se jogou na cama e colocou as mãos na cabeça – 'Eu tenho medo que ela seja a garota, sabe.' – ele confessou.

Draco deu de ombros, bebericando o líquido, fechando a garrafa e guardando de volta no malão, encolhida.

'-Ah, merda!' – Blaise exclamou dramaticamente rolando para o lado.

~"~

Sábado saíram rumo ao povoado, acompanhados pelo professor Flitwick. Draco, Serena e Eliza andavam e conversavam despreocupadamente, rindo alto. Blaise segurava a mão da loira, mas parecia preocupado, estava distante e pensativo – como nunca ficava.

Passearam pelo povoado, mas o clima estranho de Zabini permanecia. Tomaram cerveja amanteigada em comemoração adiantada ao aniversário de Draco e caminharam para o castelo enquanto o sol se punha no horizonte.

O dia cinco de junho foi um dia conturbado. Lúcio Malfoy mandara uma coruja urgente pedindo para que Draco preparasse tudo para o dia seguinte. Tudo aconteceria no próximo dia. Nas linhas finais, Malfoy-pai lembrara das congratulações devidas ao filho.

"E felicitações, Draco, pelos seus dezessete anos. Você é um homem agora. É seu aniversário, mas já dei-lhe o melhor presente que poderia ter lhe dado na vida: unir-se ao lado vencedor. Sei como você sofreu na iniciação, mas você ainda não sabe o que é melhor para o seu futuro; encarrego-me desta parte. Espero que você compreenda em breve, assim será mais fácil para todos nós. Amanhã é um grande dia.

No aguardo de sua resposta o mais breve possível,

–L.M"

'-Draco! Isto são felicitações ou intimações?' – Serena exclamou, após ler – 'Por Merlin!'

O rapaz deu de ombros, suspirando.

'-Eles disseram que vem à noite, quando os corredores são mais escuros.' – ele informou – 'Terei que abrir o armário para dar passagem e apagar os archotes antes de ir atrás de Dumbledore.'

'-Draco' – ela chamou, séria – 'Eu te ajudei até aqui, ajudei a consertar esse maldito armário que trará os Comensais para Hogwarts e ouvi seus planos, mas amanhã eu estarei contra eles e contra você, se você estiver no caminho. Quero deixar claro para não termos maiores ressentimentos depois. Você sabe de que lado estou.' – Serena disse, fria.

'-Tenho certeza de que será assim, senhorita Snape.' – ele afirmou, lascivo – 'E obrigada pela ajuda até aqui.'

Ele puxou-a para um beijo voraz e quente. Serena estava sentada de pernas cruzadas no chão e o loiro agachou próximo a ela para beijar-lhe.

'-Está louco, Malfoy? O que foi isso? Tem gente aqui.' –ela disse, afastando-se um pouco dele.

'-Não tem quase ninguém, e estamos aqui em baixo.' – ele disse – 'Isso foi porque talvez você não fale comigo depois de amanhã. Não sei o que terei de fazer para cumprir essa missão; já cheguei até aqui, não posso desistir. E você já está até me chamando de Malfoy, Serena.' – ele suspirou pesadamente.

Ela não disse nada, mas se deixou ser beijada. Tirou um pacote da mochila e entregou para ele.

'-Espero que goste. É um lançamento .' – ela disse, entregando o embrulho.

'-Quadribol?' – ele perguntou, pegando o livro na mão e sorrindo.

'-Uma distração sempre vem a calhar. Leia quando tiver tempo e me conte depois. Ah, pode trocar, se quiser; é da Floreios e Borrões.' – ela disse, baixinho. Levantou-se, mas antes disso colou seus lábios aos de Draco – 'Feliz aniversário.'

~"~

Quando Serena chegou ao dormitório, Eliza ainda estava acordada. A loira estava sentada delicadamente na cama, lendo um romance bruxo.

'-Serena! Onde você estava?' – perguntou ela.

'-Lá em baixo, tirando as últimas dúvidas com Malfoy.' – ela respondeu, atirando a mochila sobre a cama.

'-Hum, você e Malfoy andam passando bastante tempo juntos' – Eliza disse, feliz – 'Sempre estão por aí, pelos cantos andando juntos.'

'-Ele me ajudou muito com os NOM's' – Serena deu de ombros – 'Graças a Merlin faremos a última prova amanhã!'

A verdade era que Serena estava aliviada porque precisava dormir. Fazia quase um mês que ela não dormia mais de quatro horas por noite. Passava o dia todo com Draco e estudava de madrugada; tinha, afinal, que manter as aparências.

'-Vocês fariam um belo casal' – divagou Eliza, ignorante dos fatos.

Serena rolou os olhos – 'E você e Zabini? Ele estava mais estranho que o normal hoje...' – ela comentou, mudando de assunto.

'-Ele disse que está cansado; e ansioso para o último jogo da Sonserina.' – Eliza respondeu, despreocupada.

~"~

Serena almoçou e correu para as masmorras, o coração martelando no peito. A cada segundo que passava aquela infeliz sentença de morte se tornava mais próxima, mais fato do que sentença.

Ficou no corredor por um tempo até decidir que voltar para o dormitório seria pior. Seguiu em frente, na direção contrária ao Salão Comunal, e entrou sem bater no escritório do professor Snape. Sabia que ele estava no Salão Principal, almoçando, vira-o lá antes de deixar o local.

Não somente adentrou o escritório sem permissão, como continuou pela porta escondida que levava aos aposentos do pai. Queria falar com Dumbledore antes de tudo acontecer, ver a bondade nos olhos azuis pela última vez.

Uma lágrima escorreu ao pensamento; Serena pensou em como Dumbledore fora bom para Severo, em primeiro lugar, protegendo-o todos estes anos, para Alexia, durante toda sua estadia em Hogwarts e gravidez, e para ela mesma, desde antes de ela nascer ou de conhecê-lo realmente.

A única coisa que Dumbledore não pôde prever foi que as cartas não chegariam ao orfanato. Serena prometeu a si mesma que ainda entenderia o por quê.

Severo chegou quase uma hora depois aos seus aposentos e surpreendeu-se ao encontrar a filha.

'-Serena?' – ele perguntou, mais sério do que surpreso. Ele provavelmente estava zangado com ela – 'O que está acontecendo?' – ele perguntou, parecendo irritado à Serena.

O homem caminhou rapidamente do pórtico de entrada até ela, que estava sentada em um dos sofás verdes.

'-Você estava chorando?' – ele perguntou, passando o polegar pelas manchas vermelhas no rosto de Serena, a testa ainda franzida. De perto a garota podia ver que não era irritação, era preocupação.

'-Eu não deveria entrar aqui, sem você, ou sem avisar...' – ela começou, nervosa – 'Mas eu preciso ver Dumbledore!'

Algumas lágrimas mais escaparam e ela levantou-se do sofá.

Snape sentou-a novamente e sentou-se ao seu lado.

'-Dumbledore não está aqui. Não sei para onde foi, só disse que voltaria mais tarde' – ele começou – ', e temo que seja tarde demais para falar com ele agora.' – completou, e Serena percebeu que o 'tarde' não referia-se ao horário - 'Quanto ao entrar aqui, já lhe disse que é bem vinda a qualquer horário.'

Serena limpou as lágrimas.

'-Não deixe isso acontecer...' – ela pediu, infantilmente – 'Ele foi tão bom para nós...'

'-Eu sei, Serena, eu sei...' – ele falou com a voz mais aveludada que conseguiu – 'Só eu sei, criança, o quão bom ele foi para nós.' – Severo olhou nos olhos da filha, que espelhavam o da falecida esposa e tirou uma mecha de cabelo do olho dela – 'Mas não há nada que eu possa fazer. Não posso desacatar o último pedido de Alvo.'

'-Por favor,Severo!' – ela pediu – 'Pelo menos deixe que um assassino faça isso, não Malfoy...'

Ele concordou apenas. Afinal, era mesmo um assassino quem o faria.

~"~

Serena acabou cochilando no sofá, a cabeça apoiada na mochila. Quando acordou, já era noite. Snape estava saindo do quarto quando ela levantou esfregando os olhos, sonolenta.

'-Serena' – ele constatou, surpreso – 'Não quis lhe acordar antes' – ele confessou; na verdade velara o sono da filha por um bom tempo, sentindo cada vez mais saudade da esposa. Queria que ao menos ela pudesse ver que ele e Serena estavam tentando; tentando ser aquela família estranha de dois membros somente.

'-Ahn, tudo bem.' – ela resmungou, bocejando em seguida – 'Até que dormi bem para um sofá.' – ela olhou feio para a mobília.

'-Chá?' – ele ofereceu, ela acenou afirmativamente – 'Leite ou açúcar?' – perguntou, conjurando um conjunto de chá.

'-Nenhum dos dois.' – ela disse, pegando a xícara que pousara na mesinha de centro.

'-Mais peculiaridades, Srta. Snape?' – ele perguntou , curioso. Serena deu de ombros, apenas – 'Também prefiro só o chá.'

Tomaram o chá e conversaram tranquilamente como se fizessem isso sempre. Os dois tinham até mesmo se esquecido o que ocorreria ali naquela infame noite.

Bem mais tarde, já passado o toque de recolher, Snape apercebeu-se do tumulto que instalara-se lá fora. Dera certo; os Comensais estavam ali. Não restava naquele momento outra opção.

'-Serena fique aqui, está bem?' – ele recomendou – 'Eu tenho que fazer o que deve ser feito.'

Ela encarou novamente o braço esquerdo do pai. Este apenas balançou a cabeça, como se dissesse para ela deixar para lá, e saiu.

~"~

Serena também deixou os aposentos. Chegando ao Salão Principal, não havia ninguém. Serena subiu as escadas, quando chegou ao andar da Torre de Astronomia, onde Draco levara-a na ocasião de seu aniversário, deparou-se com um campo de batalha.

Comensais da Morte riam e debochavam, lançando azarações e Maldições Imperdoáveis. Serena reconheceu Ronald e GInevra Weasley, Minerva McGonagall, Neville Longbottom e mais alguns grifinórios.

Além deles, havia aurores que a garota julgou fazerem parte da Ordem da Fenix.

Serena apertou a capa contra o peito para esconder o emblema e gravata da sonserina e começou a agir camuflada. A Weasley fêmea agora travava uma árdua luta com um Comensal corpulento e Serena jogou uma azaração bem no meio do peito do homem, que caiu na frente de Ginevra sem que ela entendesse como.

A garota continuou a agir daquela forma até que uma confusão ao pé da escada despertou sua atenção. Não teve tempo, porém, de ver o que houvera. Aleto, uma Comensal, estava ali, atacando os grifinórios.

Viu Harry Potter passando por eles, mas ele foi tão rápido quanto veio. Alguns alunos de outras Casas despertaram com o barulho, e notou-se que a confusão estendera-se também para fora do castelo.

Pouco a pouco, as lutas foram extinguindo-se dentro do castelo. Luna Lovegood estava entre os grifinórios querendo saber o que houvera por ali. Serena tinha em sua mente exclusivamente seu pai e Draco – que ela tinha certeza estarem lá fora.

Serena, como não estava dentro daquela maratona de explicações, lutas finais e abraços, caminhou adiante, até uma grande janela. No gramado que se estendia viu os pontos que eram Potter e seu pai. Snape gritava algo furiosamente, ela notava pela carranca.

Depois, ele e Draco desapareciam. Serena estava horrorizada por aquele cenário de sangue e confusão. Imaginou o que era a vida de Severo Snape, então; resumia-se praticamente à este nada formidável conjunto de emoções negativas.

Deixando a janela e olhando ao redor percebeu que também agora os sonserinos haviam subido àquele andar e se perguntavam o que tinha acontecido.

McGonagall e Flitwick tentavam acalmar os alunos, encaminhando-os ao Salão Principal. As portas de entrada estavam abertas e a cabana de Hagrid pegava fogo. A multidão se dispersou pelo gramado frontal do castelo, procurando entender o que realmente tinha acontecido naquela noite.

Uma multidão murmurava, com medo até mesmo de falar, estupefatos diante daquele retrato. Um semi-círculo se formara em torno do corpo inerte de Alvo Dumbledore, ao pé da Torre onde pairava ainda a Marca Negra.

Serena entrou no meio dos alunos que soltavam gritos de espanto, todos ainda mais chocados do que triste. A garota viu Harry Potter ali, agachado ao lado do corpo, mais abalado do que qualquer um.

Uma lágrima escapou dos olhos de Serena. Acabou. Agora era por conta deles, dela, de seu pai, de Draco, dos alunos de Hogwarts. Dumbledore morrera deixando uma guerra para eles. E ela estava prestes a começar.

Muitos alunos foram levados à Ala Hospitalar depois daquele breve momento, inclusive Potter. Serena se afastou do corpo junto à multidão, mas ali ficou, observando. Tinha um pequeno corte na face, mas fisicamente estava bem. Nada mais fora atingido.

A madrugada foi atravessada acordada por todos. Serena nunca vira em Hogwarts – nem ouvira falar – de uma ocasião tão horrenda. Ninguém sabia ao certo o que acontecera; os boatos corriam, mas ninguém tinha uma explicação convicta.

Minerva McGonagall agora tentava organizar os alunos, mandando-os para dentro para o corpo do Diretor ser tirado dali. Serena, então, perguntou sem expressão:

'-O que aconteceu realmente, professora McGonagall?'

Minerva balançou a cabeça,ponderando se deveria ou não dizer. Puxou então a menina para um canto, mandando Filius prosseguir com os alunos.

'-Acho que você está suficientemente envolvida nisso para saber. Potter estava lá, na Torre quando aconteceu. Foi Snape, Severo Snape, quem matou Alvo.'

Serena tapou a boca com as mãos. Como? Ele lhe dissera que deixaria um assassino fazer isso.

'-Eu sei, Srta. Snape, eu sei. Agora não sei o que faremos com você... Pode passar as férias no Orfanato, se quiser... Sei que posso convencer uma madre a lhe aceitar por alguns meses.'

'-Não, não, professora... Eu tenho que voltar para casa.'

'-E como você voltará, meu bem?' – a professora perguntou – 'Acha que Severo voltará aqui para buscá-la? Depois de tudo? Além do mais ficar com ele é perigoso para você. Sabe-se lá o que ele pode fazer com você, garota!'

Serena apenas balançou a cabeça negativamente, pensando em uma saída.

'-Não sei sinceramente o que Alexia fazia casada com ele...' – Minerva divagou, suspirando com pesar – 'Ainda penso que a morte dela teve um dedo dele...'

'-Não, McGonagall!' – Serena bradou, o olhar frio – 'Ele foi a pessoa que mais sofreu com a morte dela!'

'-Isso é o que ele diz à você, querida. Por qual outro motivo ele teria lhe deixado com trouxas?' – ela deu de ombros, abnegada – 'Ele nem ao mesmo compareceu ao funeral da própria esposa.'

'-Ele foi, quando ninguém estava vendo. E ele não me disse nada, eu vi. Se Alexia o escolheu foi porque confiava nele. Ela me confiou a ele. E Dumbledore também confiava, você sabe.'

'-Confiava até demais não é, Serena? Mas vejamos o que houve esta noite. Dumbledore está morto, assim como Alexia.' – ela disse com raiva.

McGonagall encerrou a discussão e guiou Serena até o Salão Principal, onde estavam os outros alunos. Serena sentou-se na mesa da Sonserina, quieta. Blaise e Eliza estavam lado a lado, de fronte para ela, ambos alarmados.

'-Serena!' – Eliza disse baixinho – 'Onde você estava todo esse tempo?'

'-Com McGonagall.' – ela respondeu. Elizabeth ameaçou perguntar o por quê quando pessoas do vilarejo, repórteres do Profeta Diário e gente do Ministério cerravam a entrada do castelo.

Minerva permitiu sua entrada e permanência em uma área específica enquanto o funeral era preparado. Pais de alunos também começaram a chegaram via Floo e aparatando em Hogsmeade para buscar os filhos.

Elena Duncan, mãe de Eliza, chegou acompanhada de Sean Duncan e um casal mais velho. Tentou convencer a garota a ir embora; a família passaria as férias na casa de veraneio em Paris, mas Elizabeth disse que iria somente após o funeral.

Serena já estava acomodada em uma cadeira branca no jardins – uma de muitas – quando Elena veio procurá-la.

'-Querida, como você está?' – ela perguntou, carinhosa.

'-Estou bem, Elena.' – respondeu, polida – 'E você, como vai?'

'-Passo bem.' – ela retorquiu, com um sorriso penoso nos lábios – 'Fiquei sabendo que Snape saiu fugido daqui na madrugada.' – Serena concordou, somente – 'Para onde você vai agora, meu bem?'

'-Não sei ainda, Elena. Não dormi e não tentei falar com Snape.'

'-Venha passar as férias conosco, Serena! Será maravilhoso...' – ela comentou, sonhadora – 'E meus pais não vão desta vez' – ela disse apontando para o casal um pouco mais velho junto à Eliza do outro lado dos jardins – 'Você poderá ficar tranqüila e garanto que Elizabeth ficaria exultante.'

'-Aqueles são seus pais?' – inquiriu Serena, curiosa.

'-Sim, são. São seus tios.' – ela deu um sorrisinho triste – 'Você não tem idéia do quanto eu queria apresentar você para eles! Mas você é parecida demais com tia Alexia para ser só amiga de Eliza...'

'-Elena, obrigada pelo convite, mas vou assistir ao funeral e depois ver para onde eu vou...Talvez eu só fique por aí.' – a garota cortou, magoada.

'-Vou lhe mandar uma coruja mais tarde para saber onde você está, certo mocinha?' – Elena disse, brincalhona, porém com uma pontada de tristeza na voz – 'Eu vou lhe buscar em qualquer lugar, se você precisar...'

'-Obrigada mesmo, Elena.' – Serena concordou, dando um sorrisinho torto e cansado.

Serena acomodou-se na cadeira novamente, suspirando e pensando o que seria dela nessas férias.

Quando todas as cadeiras foram ocupadas, um homem de preto começou seu discurso, ao longe, lá na frente. Os centauros também tinham vindo prestar homenagem, porém sem aproximarem-se da multidão. Os sereianos estavam ali também, no Lago da Lula Gigante, assistindo ao funeral de um dos bruxos mais célebres da história.

Serena sentiu vontade de chorar e deixou as lágrimas escaparem. Nada mais importava mesmo. A única pessoa – fora Alexia – que confiava em Snape estava morta. Dumbledore confiara em Serena também; e Serena confiava nele.

Ninguém ali compreendia o que aquela morte significava para ela. Serena Snape agora estava perdida. Seu pai era um Comensal e assassino procurado e seu namorado secreto fugira. Não tinha ninguém.

Ao final do funeral o corpo de Dumbledore fora magicamente coberto por um túmulo de mármore branco, elegante e imponente. Minerva McGonagall então anunciou que as férias seriam antecipadas e que, pela manhã do dia seguinte, poderiam acompanhar seus pais para casa.

Os centauros fizeram uma chuva de flechas no ar, reconhecendo a importância do ex-Diretor e as pessoas começaram a deixar os jardins. Os alunos se recolheram para fazer as malas e os pais presentes os acompanharam.

Serena levantou-se, mas ficou para trás. O que adiantaria arrumar as malas se ela não tinha para onde ir?

Caminhou e sentou-se nas proximidades do Lago, recostada à uma árvore frondosa. O sol se pôs e anoiteceu, e Serena continuou lá, os jeans sujos de poeira e o cabelo mal preso desfazendo.

Uma figura negra aproximou-se vagarosamente e postou-se ao lado da menina silencioso como um gato. Serena levou um susto, mas nada falou. Seu coração acelerou e as pernas começaram a tremer. A pessoa usava trajes de Comensal: a máscara e o manto preto.

'-Não tema, minha cara' – a pessoa falou com a voz abafada pela máscara.

Serena olhou para o chão enquanto o Comensal a segurava pelo braço e a arrastava até as proximidades da Floresta Proibida.

O olhar da menina continuou no chão quando eles chegaram e enquanto o Comensal despia a máscara. Serena não quis olhar para cima e ver quem era. Estava tudo acabado e ela tinha medo.

'-Ei, Serena, sou eu!' – uma voz conhecida disse.

'-Malf...'

'-Shhh!' – ele cortou – 'Seu pai me mandou lhe levar para casa. Vamos, pegue suas coisas e volte aqui. Rápido!' – ele disse.

Serena voltou em disparada para o castelo, descendo até as masmorras e indo ao dormitório.

Pegou todos os seus pertences e jogou sem cuidado dentro do malão. Teve de sentar em cima para que ele fechasse.

'-Serena?' – perguntou Eliza correndo as cortinas – 'Onde você está indo?'

'-Não posso te dizer agora, Eliza. Mas confie em mim, está tudo bem!' – ela disse, arrastando o malão em direção à porta do dormitório.

'-Com quem você vai à essa hora? Serena, você é louca!' – Elizabeth resmungava, indo atrás dela.

'-Não importa, Eliza. Estou bem e vou sentir saudades! Até setembro, Loira!'

Serena passou pela parte lateral do Salão Principal, onde estava mais escuro. Conseguiu sair sem que ninguém a visse; todos estavam preocupados demais com o ocorrido na madrugada e com as malas que arrumariam.

Não teve tempo nem de falar com Malfoy; assim que ele a viu puxou-a para si e aparatou.

~"~

'-Não, Narcisa! Não farei isso... E você tem um Voto a cumprir!' – uma voz rouca e grave bradou na sala de visitas.

Draco soltou a mão de Serena, mas hesitou antes de seguirem para onde os pais conversavam.

Puxou-a de leve, quase timidamente, e beijou-a. Sem culpa ou medo, porque, afinal, não fora ele que matara o velho Diretor. Ofendera-se no início – era, pois, tarefa sua – e ainda temia que Voldemort matasse sua família, mas entendeu que era um plano de Snape.

'-Não fui eu.' – foi a única coisa que disse quando Serena parou o beijo, inquirindo-o com o olhar.

'-Quem está aí?' – Severo gritou, e o casal ouviu os passos pesados do homem contornando a sala e passando para o hall, onde estavam.

'-Eu.' – Serena disse e levantou a mão, séria, como se respondesse à uma chamada.

'-Você é mesmo inconseqüente!' – o homem disse, alto e ameaçador, virando-se para o rapaz – 'Eu disse para não fazer isso! Entrar em Hogwarts novamente era arriscar tudo, Draco!' – ele chegou perto, então, do rapaz e colocou o indicador em seu nariz.

Draco, como bom Malfoy que era, não perdeu a pose nem deixou de empinar o nariz fino e pálido.

'-Eu tinha lhe dado ordens expressas de que fosse para casa!' – Snape continuou.

'-Não vejo por que não trazê-la para cá. É a casa dela.' – ele disse, confiante e sério – 'Ela não podia ficar lá, podia?'

Draco saiu do hall emburrado, indo ter com a mãe na sala de visitas. Narcisa escutava e observava de longe preocupada.

Serena não moveu-se ou falou nada por longos minutos. Severo exalava raiva e seu rosto normalmente macilento estava quase purpúreo.

Quando a garota suspirou e ameaçou um movimento, Narcisa e Draco Malfoy surgiram.

'-Severo, meu caro, precisamos ir. Vejo que vocês também precisam... você sabe, conversar. Lúcio e os outros estarão esperando você mais tarde.' – ela acenou com a cabeça e saiu, pomposa – 'Vamos, Draco, despeça-se de seu padrinho.'

'-Tchau, Severo.' – o rapaz disse, a contragosto.

'-Serena, querida, até mais.' – Narcisa despediu-se docemente, sendo seguida por Draco.

Ele e Serena comunicaram-se apenas por um aceno de cabeça; nada mais.

Snape seguiu as visitas até o lado de fora, acenando para que o elfo Kyle os acompanhasse até os portões.

Voltou, deu meia volta e fechou a porta atrás de si com um baque alto que ecoou pela casa.

Serena suspirou e segurou a alça do malão com mais força.

'-Eu não sabia que você não queria que eu viesse. Malfoy me disse que você o mandara me buscar.' – ela o encarou, séria.

'-Malfoy é um rapaz mimado e inconseqüente.' – ele bufou – 'Eu lhe disse expressamente para que não se aproximasse de Hogwarts e principalmente não lhe trouxesse.'

'-E como eu ficaria, Snape? Sozinha no castelo?' – a garota perguntou, incrédula – 'Eu estava lá sem saber o que fazer e sem ter como falar com você e você aqui, sem se importar comigo.'

'-Eu tinha preocupações maiores.' – ele retrucou, sisudo.

'-Eu deveria ter ouvido Elena. Ido com ela para sei lá onde eles foram passar as férias e por lá ficar.' – por um momento, Snape ficou sem reação, e, quando ele ameaçou falar, mas ela o interrompeu – 'Ainda tenho o orfanato. Talvez eles me aceitem de volta, se eu explicar as minhas condições...'

'-Serena, cale-se.' – ele disse.

'-Por que você sempre tem que fazer isso?' – ela inquiriu – 'Quando as coisas estão bem você deixa claro que tem 'maiores preocupações' e arruína tudo. Não precisa me lembrar o tamanho do espaço que represento em sua vida.' – Serena bufou, também irritada.

'-Eu tinha que resolver uma coisa importantíssima antes de lhe buscar no castelo, e é claro que eu o faria, ou você acha que deixaria você lá, passando as férias com elfos domésticos?' – ele deu uma risada debochada.

'-Ainda tem a ver com Voldem...?'

'-Sim, tem.' – Serena balançou a cabeça negativamente – 'E não diga o nome dele. Hogwarts vai ser tomada por Comensais hoje à noite, assim que todos aqueles cabeças-ocas deixarem a escola; e Lorde das Trevas marcou uma reunião urgente hoje, querendo saber os detalhes da Torre de Astronomia e organizar o próximo ano.'

Serena nada disse, apenas pensou. Passado um momento ela lembrou-se de algo importante. '-Malfoy disse que ele não matou Dumbledore. Quem foi?'

Severo suspirou, cansado. '-Vamos ter essa conversa na sala, onde poderemos nos sentar, talvez beber alguma coisa...'

'-Não. Só me diga: quem foi?' – perguntou, nervosa.

'-Você não vai gostar da resposta...' – ele adiantou.

'-Não me diga que...' – ela começou, tapando a boca e andando para trás, deixando o hall e ficando ao pé da escadaria.

'-Sim.' – ele admitiu, de cabeça baixa.

'-Você não podia!' –ela bradou, chorando e seguindo para seu quarto, abandonando o pai e o malão.

'-Serena' – ele disse baixinho – 'Não.'

~"~

Serena já tinha tomado banho e Kyle arrumara suas coisas do malão devidamente no roupeiro; o choque, porém, não passara. De roupão, ela repousava na alta cama de lençóis brancos e fitava o nada pela janela de paisagem veraneia.

Os cabelos estavam molhados, mas já não pingavam e a garota estava simplesmente ali, pensando nas últimas palavras trocadas com o pai.

Toc, toc, toc. Três batidas firmes e discretas na porta.

'-Pode entrar.' – Serena disse, sem perguntar quem era. Kyle dissera que traria alguma comida para ela quando ela se recusou a descer para o habitual banquete da Mansão Prince.

Ela não levantou esperando pela bandeja que Kyle deixaria, mas diferente do imaginado por ela, uma capa preta entrou esvoaçando.

'-O que foi, Snape?' – ela perguntou ressentida – 'Achei que fosse Kyle trazendo a comida.'

'-Serena nós precisamos conversar antes que eu vá para a Mansão Malfoy.' – ele disse, sério, ocupando a cadeira estofada da escrivaninha.

'-Nós não temos nada para conversar.' – ela retorquiu, brava e magoada, recusando-se a fitá-lo mais do que o necessário.

'-Sim, nós temos.' – ele afirmou, o tom de voz subindo, firme, ostentando uma carranca. Serena ameaçou responder, mas ele não deixou – 'Se eu estou dizendo que vamos conversar é porque nós vamos. Não há outra opção. Eu sou seu pai e você está em minha casa, portanto se digo que faremos isso é porque realmente o faremos.'

Serena estacou. Ele nunca falara com ela dessa maneira, calma e feroz. Explodira em raiva várias vezes, certamente, mas aquela maneira era diferente e Serena teve medo.

'-Me leve embora daqui.' – ela sussurrou, encarando a colcha clara sobre a cama – 'Por favor. Eles terão de me aceitar de volta.'

'-O que você está pensando? Que pode ir e vir como e quando quiser com uma guerra prestes a implodir? Que pode deixar a minha casa quando tiver vontade? Deixe-me explicar uma coisa Serena: sou pai e eu mando aqui! Você vai conversar comigo e é agora.' – ele urrou, levantando-se da cadeira.

Serena calou-se de repente e sua respiração ficou acelerada. O que Snape era capaz de fazer naquele estado?

'-Eu não vou conversar com você desse jeito.' – ela apenas lançou um olhar gelado – 'E eu não quero ficar em uma casa onde estou sendo ameaçada pelo meu próprio pai.' – ela completou, magoada, levantando-se da cama e segurando a porta aberta, indicando que o pai saísse.

Snape não se moveu na cadeira, mas a máscara de gelo caiu e ele fitava o assoalho. '-Eu não estou te ameaçando...'

'-Bom, para mim é o que parece.' – ela disse, convicta, ainda segurando firmemente a porta.

'-Serena...'

'-Chega disso, Snape! Toda vez é assim; você grita comigo e fala o que quer e depois se arrepende. Não dá para continuar assim, eu não agüento. Não sei se Alexia agüentava, mas eu não consigo. Eu não sou mesmo uma pessoa como ela.'

'-Ninguém tem que agüentar isso, Serena.' – ele disse, com a voz embargada e cansada, fitando a filha ternamente – 'E você é como ela. Ultimamente anda tão parecida que até dói.'

Serena mordeu o lábio e fitou os pés, tirando as mãos da porta e colocando-as nos bolsos do roupão branco e largo que usava.

'-E eu vim aqui para lhe contar o que anda me atormentando; o que eu fiz foi terrível demais até para mim, Serena, acredite. E eu não me orgulho disso. Quis lhe contar porque você é a única com quem eu me importo suficiente para querer que saiba a verdade.' – os olhos dele embaçaram e perderam o brilho. Tudo o que Serena podia ver era culpa.

Ele colocou as mãos na cabeça e fitou o colo, voltando para encarar os olhos azuis da garota, firmes nele – 'Eu não queria dizer aquelas coisas, daquela forma... Eu só queria que você me ouvisse. Isso tem me torturado e eu sabia que sua reação seria essa.'

'-Por que?' – foi a única coisa que ela disse, os olhos cheios de lágrimas – 'Ele fez tanto por nós...'

'-Eu não podia negar o último desejo de um homem condenado.'

'-Por que justo você, Severo? Garanto que haviam outros que o fariam com prazer.'

'-Não tenha dúvidas que sim, Serena. E você não tem idéia do quão difícil foi fazer isso com a única pessoa que confiou em mim desde sempre. E exatamente porque Alvo confiava em mim que me escolheu para matá-lo.'

Serena franziu o cenho, sem entender.

'-Ele sabia de tudo, isso você deve saber. E, de qualquer forma, ele estava amaldiçoado por um anel ou coisa do tipo e morreria dentro de menos de um ano. Ele pediu para que fosse eu a matá-lo ao invés de Draco. O rapaz ainda tem a alma pura, já eu o fiz diversas vezes.' – ele suspirou.

'-Ele não imaginou como você ficaria culpado depois?'

'-Em uma guerra não se pensa, Serena, apenas obedece. E como fiz durante grande parte de minha vida, obedeci.'

'-Você gostava mesmo dele? Ou somente acatava ordens?' – ela perguntou, confusa.

'-Alvo era um amigo, Serena, o que tornou as coisas mais difíceis. E ele fez por mim, por Alexia e por você o que ninguém jamais faria.'

Serena deixou uma lágrima escapar e Snape calou. Uma depois da outra, a garota as derrubou silenciosamente, escorada à parede. Sentou, então, em um divã verde musgo recém adquirido próximo à grande janela.

Quando ela começou a soluçar, Severo sentou-se ao lado dela, passando o braço pelos ombros da menina.

'-Ele era o único que sabia de tudo, que conhecia todas as partes faltantes da minha história. E ele se foi, e eu tenho que continuar mentindo para todo mundo.'

'-Desculpe, Serena, me desculpe...' – ele pediu, torcendo o nariz como se aquilo doesse profundamente – 'Eu não cheguei a imaginar a magnitude que isso teria para você.'

'-Eu odeio isso, mentir, não conhecer a minha própria história de vida. É terrível.' – ela soltou, num suspiro.

'-Quais são as partes faltantes?'

'-Todas.' – ela respondeu, sem ânimo, cutucando o tecido canelado do divã.

'-Eu poderia lhe dizer, se você quisesse.'

'-Eu sei que para você é mais dolorido do que era para Dumbledore. E que você omitirá algumas partes.' – ela disse, cansada também – 'Eu queria saber mais sobre a minha mãe, e a vida dela, e sobre o meu pai, que apesar de ver todos os dias eu não conheço nem o mínimo.'

Ele, então, puxou-a para si e abraçou. – 'Eu prometo que vou lhe contar tudo assim que essa guerra tiver passado e eu puder ser somente seu pai, está bem?'

Serena concordou, fungando baixinho.

'-E você me conhece mais do que qualquer pessoa viva. Talvez até mais do que Dumbledore. Você atingiu uma parte minha que nem eu sabia existir.' – ele sorriu fino para ela.

Ela o abraçou calmamente, como uma criança.

Boom. A porta bateu com força na parede. O elfo Kyle equilibrava as bandejas e sorria feliz com seu dever.

'-Aqui está, Srta. Snape, aqui está. E a menina precisa comer tudo o que Kyle preparou. Está fraca e pálida e Kyle não gostar de menina Snape fraca e pálida.'

Ele empurrou a bandeja na cama com um aceno de cabeça e fez uma reverencia que fez suas orelhas pontudas tocarem o chão.

'-Obrigada, Kyle.' – ela sorriu torto para ele, que deixou o quarto ainda fazendo reverencias.

'-Coma tudo, senão Kyle ficará irritado.' – ele brincou –'E eu vou para a reunião, é de extrema importância. Estou dando um jeito de ficarmos seguros mais este ano sem a presença de Dumbledore.'

'-Já?' – ela perguntou.

'-Temo que sim. Vejo você amanhã no café da manhã, está certo?' – ele deu um beijo paterno no topo da cabeça da garota – 'Tente ficar menos chateada comigo, por favor. E durma bem, Serena.'

'-Tome cuidado.' – foi a única coisa que ela sussurrou.

~"~

Alexia vinha num campo florido, caminhando lentamente e apreciando a paisagem, até sentar-se num antigo balanço de madeira. Serena, quando a viu, correu para seus braços.

'–Mãe.' – ela disse e Alexia a abraçou forte.

'–Olá, meu bem. Como vai você? Está tão linda...' – Alexia comentou, cordialmente, aconchegando a filha nos braços.

'–Eu sinto tanto a sua falta...' – Serena disse chorosa.

'–E eu a sua, meu amor.' – ela passou a mão pelos cabelos longos e negros da filha – '-Nós não temos muito tempo, você sabe. Vou logo te dizer então como estou orgulhosa de você e de seu pai.'

'–De nós? Por que?' – perguntou Serena confusa – 'Nós só estamos brigando ultimamente.'

'–Vocês estão tentando, filha, e isso é assim mesmo. Seu pai ama você demais para admitir e para pensar que algo de ruim possa lhe acontecer, então sempre haverá desentendimentos.'

'–Mãe, nós precisávamos de você aqui. Muito, muito.' – Serena olhou para cima, para a mãe, sem desvencilhar-se do abraço.

'–Vocês precisam aprender sozinhos, querida, eu sinto muito. Mas vocês estão no caminho certo. Só é preciso que seu pai siga em frente.'

'–O que você quer dizer com 'seguir em frente'?' – Serena perguntou, abismada.

'–Ora, meu bem, ele precisa encontrar alguém. Não podemos deixá-lo sozinho a vida toda afinal, não é mesmo?'

'–Não, mãe, ele não pode! Ele ainda sofre por você...'

'–Querida, eu estou certa de que ele nunca deixará de sofrer, mas é necessário dar um passo adiante, e talvez ele precise de sua ajuda ou somente de sua aprovação. Quero que me prometa que fará isso; por ele e por mim.'

Serena somente acenou.

'–Eu sei que não está sendo fácil, anjinho.' – Alexia a abraçou mais forte e distribuiu beijos no topo da cabeça dela.

'–Nós precisamos tanto de você aqui, mãe...' – Serena choramingou, repetindo o que já dissera.

'–Eu estou com vocês sempre. E sempre estarei.' – ela limpou uma lágrima da bochecha rosada da filha.

'–Não vá embora, mãe.' – Serena pediu.

'–Eu não posso ficar nesta dimensão para sempre, querida. Eu amo você e seu pai. Cuide dele por mim.' – Alexia soprou um beijinho e acompanhou uma pequena multidão que voltava ao campo de flores, sorrindo.

~"~

Serena acordou arfando. Não se lembrava detalhes do sonho, mas lembrava de Alexia. Do cheiro suave da mãe, do calor das mãos; aquilo simplesmente não poderia ser somente coisa de sua cabeça.

'-Serena?' – uma mão bateu três vezes na porta, despertando-a de vez do sonho – 'Você já acordou? Tem alguém aqui querendo lhe ver.' – a voz rouca e profunda de seu pai ecoou no corredor.

Serena apenas pegou um elástico e atou seu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado. Vestia uma camiseta larga preta trouxa dos Rolling Stones e um shortinho cinza curto. Abriu a porta e deu de cara com Draco Malfoy.

'-Malfoy?' –ela perguntou, sonolenta – 'O que você está fazendo aqui em plena manhã?' – ela bocejou.

'-Vim visitar uma certa dama. Como não a encontrei, optei pelo dragão mesmo.'

'-Idiota.' – ela disse, batendo a porta na cara do loiro, que foi mais rápido e parou-a com o pé, adentrando o quarto.

'-Está a fim de um passeio?' – ele sugeriu.

'-Para onde, posso perguntar?' – ela sorriu torto, debochando.

'-Surpresa.' – ele a abraçou por trás e cochichou em seu ouvido.

'-Meu pai não vai deixar...' – ela alertou, desvencilhando-se do braço dele e se jogando na cama de casal alta.

'-Se assumirmos que estamos juntos para nossos pais, ele deixar...'

'-Não, Draco.' – ela cortou, sentado-se repentinamente na cama e abraçando uma almofada – 'Isso não é nem uma hipótese. Seu pai hoje é a maior ameaça para o meu segredo.'

'-Que droga, Serena! Nunca podemos ficar juntos na escola, aqui, na sua casa, muito menos na minha... Não há propósito de ter uma namorada assim!' – ele bradou, irritado.

'-Namorada? Nós não estamos namorando 'pra valer, Draco. E você queria o que? Andar de mãozinhas dadas na escola como um casal feliz e sem preocupações? Como Eliza e Blaise?' – ela debochou.

'-É, talvez seja exatamente isso que eu queira.'

'-Mas nós não somos um casal feliz e sem preocupações. Muito pelo contrário. Somos o casal mais complicado da escola; qualquer descuido e assinam nossa sentença de morte.'

'-Que tal tentar ser um casal normal? Por hoje, num lugar distante daqui, onde ninguém nos conheça e conheça menos ainda nossos sobrenomes.'

'-É uma ótima idéia, tão boa que soa como utopia.' – ela deitou a cabeça no colo dele, que estava sentado na beira da cama.

'-Quer tentar?' – ela sorriu – 'Por um dia ser um casal completamente normal?'

Ela sorriu, maliciosa.

~"~

'-O que é isso?' – Serena perguntou quando Severo e Narcisa deixaram a casa rumo à mais uma reunião dos Comensais para, agora que Hogwarts havia sido tomada, decidir o que seria feito.

'-Uma Chave de Portal.' – Draco respondeu, segurando um velho relógio de bolso, corroído e enferrujado.

Serena torceu o nariz para o objeto antigo. '-Blaise me deu antes das férias.' – ele completou – 'Em quatro minutos ele nos levará para a França.'

'-França?' – ela perguntou, torcendo o nariz. – 'Sim, agora. Segure aqui!' – o rapaz orientou e logo sentiram um puxão no umbigo. Pouco tempo depois, caiam num beco mal iluminado.

'-Blah, isso é a França, Draco?' – Serena resmungou, zonza.

'-Ei, estamos em uma travessa da avenida Champs Elysees, a mais clássica do mundo.'

Ele puxou-a então pela mão e com mais alguns passos avistaram o grande Arco do Triunfo coroando a longa avenida repleta de lojas elegantes e grandes.

Serena estava maravilhada.

'-Espere até ver a Torre Eiffel.' – ele sussurrou no ouvido dela, abraçando-a por trás e dando um beijo rápido em seu pescoço.

Ficaram lá por um tempo, Serena admirava o Arco com uma tranqüilidade que Draco nunca vira estampada no rosto dela.

Caminharam calmamente pelas ruas de Paris, de mãos atadas como um casal normal.

Perto de atravessarem por uma larga ponte de concreto, Draco parou. Serena franziu o cenho, confusa, quando o garoto puxou-a para si e beijou-a sobre o Rio Sena.

'-Isto era para ser romântico, você sabe. Estamos sobre o Rio Sena.' – Malfoy comentou.

'-Clichê demais.' – Serena disse rindo e mostrando a língua para o loiro, e desta vez ela puxando-o pela mão através da ponte.

Ele levou-a até a Torre Eiffel, o que deixou-a ainda mais deslumbrada – não que Serena Snape tivesse admitido alguma coisa.

'-Não adianta, Serena. Tudo em Paris é clichê. Eu deveria ter te levado para a Índia; lá você acharia tudo surpreendente.' – ele debochou, irritado.

'-Não, querido, não gosto de vacas.' – ela sorriu, sarcástica, e o fez revirar os olhos.

'-Precisamos tomar cuidado com o horário.' – ele replicou, conferindo o relógio. – 'Bem, ainda temos tempo. Que tal um trem até Versalhes?'

'-O que você quiser.' – ela sorriu, romântica.

'-Hum, o meu dragão foi domesticado?' – ele também sorriu com a brincadeira, acariciando de leve o rosto da garota.

'-Seu dragão?' – ela arqueou uma sobrancelha – 'Eu estou ajudando, Draco. Você não disse que queria que fossemos como um casal normal? Seremos, ao menos por um dia.'

Seguiram então para o Palácio de Versalhes; Depois de pegar o trem, caminharam por aguns minutos até o imponente portão de ouro, que guardava o palácio e antecedia os jardins. Draco comprou as entradas e adentraram o majestoso lugar de mãos dadas, exatamente como um casal normal.

Serena estava admirada com tudo ao seu redor, e não disfarçava. O gelo de seus olhos sumira completamente, e Draco agora podia ver a menina com quem namorava às escondidas.

Draco pigarreou e ofereceu o braço para que Serena enganchasse ao seu. Ela aceitou, surpresa. Andaram e exploraram o palácio praticamente ermo, devido ao dia da semana: segunda-feira.

Se os jardins do palácio eram maravilhosos, o interior era majestoso, encantado. Chegaram, então, ao Salão dos Espelhos, um salão de uma imponência e magnitude extrema, todo adornado de cristais e espelhos.

Serena ficou estarrecida. Nunca vira nada parecido na vida. O teto abobadado era adornado por pinturas à mão antiqüíssimas que desciam pelas paredes. Dele pendiam diversos lustres de cristal que refletiam com a luz que adentrava das janelas; oposto às grandes janelas haviam diversos espelhos decorados com ouro e estatuetas.

'-Gostou?' – ele sorriu torto, elegantemente para ela.

Ela abriu a boca, mas não sabia o que dizer – 'É... Maravilhoso.' – ela suspirou, não conseguindo colocar em palavras o que realmente achara do ambiente.

Serena rodopiou, atenta à todos os detalhes.

'-Me concede uma dança, princesa?' – Draco perguntou, galante, tirando-a do transe.

Serena riu, calma como nunca, e aceitou a mão que ele pelo salão estreito e comprido, ermo naquele dia. O ritmo desacelerou e só dançavam calmamente enquanto admiravam o salão e um ao outro.

Só balançavam seguindo a música não existente, Draco segurando uma mão dela e a outra firme em sua cintura. Serena apoiava a mão que não estava sendo segurada no peito do rapaz, tranqüila. Repousou a cabeça no ombro dele e continuaram ali, só balançando, juntos.

Depois de um tempo naquela posição Serena ergueu a cabeça de leve, fitando os olhos cinzas de Malfoy. Ele franziu o cenho, intrigado.

'-Obrigada, Draco,' – ela sorriu, transparente como nunca – 'pelo dia perfeito no meio desta confusão toda.'

'-O dia ainda não acabou.' – ele sussurrou, sorrindo, para ela.

Depois da valsa lenta no Salão deixaram o Versalhes e voltaram a Paris.

'-Nós ainda não comemos' – ele relembrou, segurando novamente a mão dela.

'-Onde vamos?'

'-Em que lugar especial você quer ir?' – ele inquiriu, a atenção toda nela.

'-Qualquer lugar. Não precisa nem ser especial; se eu comer pizza aqui em Paris com você já será perfeito.' – ela sorriu o sorriso de Alexandra pela primeira vez naquele dia, e Draco apertou mais a mão dela como para se certificar de que estava mesmo ali.

'-Então está feito. Vou levar você ao meu lugar preferido de toda Paris.' – ele disse, puxando-a para si e a abraçando de lado.

Serena, inesperadamente, beijou-o enquanto caminhavam pegando Draco de surpresa.

Voltaram para a praça da Torre Eiffel e Serena franziu o cenho, não entendendo para onde estavam indo. Sempre imaginara que o lugar favorito de Draco fosse algum restaurante chique da Champs Elysees e não vira nada que se parecesse com um lugar no padrão da família Malfoy por ali.

'-Onde estamos indo, Draco?' – ela perguntou, confusa, olhando para os dois lados da avenida que os separaria do parque da Torre.

'-Você verá. Estamos realmente perto.'

Ali, na frente da torre, havia um carrossel e um pequeno recinto redondo.

'-Chegamos.' – Draco anunciou, parado na frente do lugar onde um homem fazia uma espécie de panquecas.

'-Onde estamos?' – Serena inquiriu, com a testa franzida – 'Isso é uma panqueca?' – perguntou olhando com estranheza para a comida.

'-Não, querida' – ele disse e Serena não sabia se ele estava debochando – 'Isso é uma creperia. Ou crêperie, como dizem por aqui.'

'-Este é o seu lugar favorito?' – ela apontou, debochando.

'-Você verá, Serena.' – ele disse e pediu os crepes.

O crepe parecia um pedaço de pizza e Serena ficou desconfiada quando Draco lhe entregou o seu.

'-Morda. É realmente bom.' – ele indicou, apoiado na muralha que os separava do Rio Sena.

Serena mordeu e quase gemeu ao sentir o sabor do creme de avelã com morangos picados.

'-É maravilhoso.' – ela exclamou, de olhos fechados – 'Podemos comer lá em baixo?' – ela indicou os bancos de concreto logo abaixo deles, ao longo do Sena.

'-Eu não disse?' – ele arqueou uma sobrancelha – 'Que romântica você. Quer comer crepes sentada à beira do Rio Sena.' – ele brincou mas a acompanhou à escada que os levaria até lá embaixo.

Sentaram-se debaixo de uma árvore de pequeno porte, comendo os crepes. Serena olhava para o rio, ainda anestesiada com tudo aquilo que vira. Desviou seu olhar para Draco, então, e viu o loiro inteiro coberto de chocolate.

Desatou a rir.

'-O que foi?' – ele perguntou intrigado.

'-Tem...' – ela não conseguia parar de rir – 'Creme de avelã... No seu rosto... Todo.' – ela continuou a rir e ele ficou bravo.

'-Ei, esquentadinho. Venha aqui.' – Serena chamou e Draco não virou. Ela mostrou os guardanapos de papel em seu colo e sacudiu-os na frente do loiro – 'Eu vou limpar.'

Malfoy virou-se novamente para ela, contrariado e ela, cuidadosamente, limpou o rosto do rapaz, colando os lábios depois.

'-Hum, com gosto de chocolate.' – ele disse lambendo os lábios e Serena riu.

Serena terminou de comer o crepe e lambuzou a boca novamente para depois beijá-lo. Draco franziu o cenho, não gostando da idéia no início, mas não deixou de beijá-la.

Ela limpou aos dois e jogou os guardanapos no lixo. Quando voltou lembrou que tinha de perguntar algo ao rapaz.

'-Quanto tempo temos?' – perguntou, limpando os jeans e sentado novamente ao lado do loiro.

'-Pouco mais de uma hora.' – disse, olhando no relógio – 'Ainda dá tempo de darmos mais uma olhada na Torre.'

'-Não podemos ficar aqui?' – perguntou, dengosa.

'-Podemos fazer o que você quiser.' – replicou sorrindo e passando um braço por cima do ombro da garota, onde logo Serena apoiou a cabeça.

Serena admirava o rio enquanto Draco a admirava. Quando ela olhou para ele, beijaram-se carinhosa e calmamente, aproveitando o momento.

O rapaz acariciou o rosto dela e sorriu fino. Serena passou a mão pelas costas dele e o abraçou. Draco suspirou fundo e depositou um beijo leve em seu ombro.

'-Pena que teremos que voltar para casa' – ela suspirou, cansada – 'Onde somos Serena Snape e Draco Malfoy...'

'-...Filhos dos Comensais mais procurados do mundo bruxo.' – ele completou, soltando o abraço e segurando a mão da garota no colo.

Serena riu triste.

'-Eu não quero que este dia acabe e que a gente tenha que ir embora.' – ela admitiu, infantilmente.

Draco pensou um pouco, fitando o Sena à sua frente e acariciando a mão da garota sem perceber.

'-Podemos voltar algum dia, depois que tudo isso acabar.' – ele sugeriu – 'Aí você conhecerá Paris de verdade.'

Serena apenas concordou, com um sorriso leve no rosto. Draco checou o relógio novamente.

'-Quanto tempo?' – perguntou, triste.

'-Vinte minutos.' – respondeu ele, fitando-a.

Ela apenas o beijou como há muito tempo não se beijavam, avidamente, mas com mais carinho do que nunca. Ali ficaram, juntos, contemplando o rio, de mãos dadas esperando o tempo passar.

Draco consultou o relógio mais uma vez e suspirou.

'-Já?' – Serena perguntou manhosa.

'-Dois minutos' – ele respondeu –'Se prepare.'

Serena olhou para trás, para onde a Torre Eiffel se erguia, despedindo-se de Paris. Tinha sido realmente um dia perfeito.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram? Me contem!



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