With Me escrita por Factory Girl


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey sweeties! Então, eu tenho essa fic já há algum tempo, e não consigo pensar em outra coisa! Até pos isso andei negligenciando um pouco a White Lies, por que não consigo escrever mais nada, só ela! E como tava aqui sem fazer nada, e tenha uns capítulos já digitados, resolvi postar :)

Bom, espero que gostem!!

Ah, sim, deixei bem explicadinho quando começam os flashbacks pra ninguém se confundir ta? Tem a data, o local, e ainda separei da história com os asteriscos... Acho que é o suficiente ;)

Enjoy...



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DPOV


– Viu só? Eu disse que ficaria mais fácil. Você só tem que aprender a se controlar – falei, conduzindo Elena porta à dentro.



– Tem razão, não foi tão difícil – concordou, mas seu sorriso sumiu quando ela tropeçou em alguma coisa, se apoiando em mim para não cair. – O que é isso? – inquiriu, indicando o pedaço de musselina azul clara no chão onde havia enroscado os pés.


– Eu não sei... – falei confuso, abaixando-me para pegar o pano.

Virei-o nas mãos, procurando por um formato coerente, e encontrei uma capa, macia e antiga.

Dobrei-a no braço enquanto subíamos as escadas, parando no corredor ao lado de Elena.

Todas as portas estavam abertas, mas só parecia ter movimentação dentro de uma delas.

A do meu quarto.

A luz parecia estar acessa, apesar de ainda ser dia, e reconheci um de meus discos tocando alto.

Me coloquei na frente de Elena, andando cautelosamente até a porta e entrando no quarto para dar de cara com uma mulher abaixada, de costas para mim, revirando uma pilha de tecidos em cima da cama. Ela usava shorts jeans mínimos que reconheci como sendo de Elena, assim como a blusa de frio preta, que ela usava com as mangas arregaçadas até o cotovelo, e estava descalça, deixando suas pernas completamente a mostra. Quê pernas, diga-se de passagem.

Foi quando ela se virou.

Seu cabelo, deliciosamente loiro, estava meio solto, pendendo em cachos largos até abaixo do busto com apenas duas trancinhas finas saindo da frente e amarradas atrás. Sua pele parecia ainda mais cremosa do que eu me lembrava, e agora corava em um rosa suave e natural nas maçãs do rosto.

Seus lábios ainda eram cheios como eu me lembrava, e seus olhos...
Seus olhos, de um tom único de cinza claro, possuíam um brilho que eu pensei que nunca veria novamente, cercados por varias camadas de cílios espessos e escuros, observando atentamente a expressão de choque que eu provavelmente tinha em meu rosto.

Charlotte?! – exclamei, me esquecendo de como se fechava a boca.

– Faz tanto tempo... Tanto tempo, Damon. Mal acredito que se lembre de mim! – respondeu, rindo de pasmo, sua risada ressoando como um tilintar da sinos, doce, lindo e absolutamente adorável, como sempre fora.

– Quem é ela, Damon? – perguntou Elena ao meu lado, sua voz me trazendo de volta a realidade.

– Meu primeiro... Meu primeiro amor, digamos assim...

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Mystic Falls, 23 de outubro de 1860.

Mansão Lockwood, Baile Anual de Máscaras.


– Damon, não! Viu só?! Você sujou o meu vestido! E agora, o que vou dizer ao meu pai quando ele me vir assim no baile? – exclamou Charlie, sorrindo indignada para mim enquanto se levantava e limpava a saia do vestido dourado.

Ficava inacreditavelmente bonito em sua pele, mas agora quase toda a parte da frente estava suja de terra, assim como as costas de meu fraque.


– Diga a verdade a ele: Que estávamos correndo na floresta, e caímos – respondi, sorrindo em resposta.

– E deixo o fato de que caiu em cima de mim de fora? – questionou, rindo, finalmente desistindo de limpar o vestido e vindo se postar à minha frente enquanto eu me encostava no tronco de uma arvore qualquer.

– O que vamos fazer, huh? Está quase casada, a cerimônia é em duas semanas! – perguntei, angustiado, dando o sorriso torto que ela sempre disse adorar, mas que agora sem duvida parecia triste demais para fazê-la resplandecer como costumava fazer.

Quase casada, não é casada! Ainda temos tempo, talvez ele desista, se eu explicar bem...

– George me odeia. Se casaria com você só para me atingir, Charlie! Eu já te disse: não precisamos passar por tudo isso. Podemos fugir! Não há nada que nos prenda aqui, nessa cidadezinha patética! – falei, puxando-a pela cintura até que ficássemos extremamente próximos e ela repousasse os antebraços e as mãos sobre meu peito.

– E nossos pais? E seu irmão?! Não podemos abandoná-lo! – protestou, o cenho franzido, as lágrimas frescas em seus olhos ameaçando saltar a qualquer momento.

Eu detestava vê-la assim, e desde que seu pai a tinha comprometido com George Lockwood contra sua vontade, isso vinha acontecendo com bastante frequência.

– Stefan quer que sejamos felizes. Ele completa treze anos em poucos meses, pode se virar sozinho!

– E para onde iríamos? – Ela ainda sorria do mesmo modo, pesarosa, mas agora parecia estar falando mais sério, como se realmente pensasse no assunto, e isso me instigou a continuar.

– Londres, Paris, Viena, eu não me importo! Contanto que esteja comigo... Contanto que me ame...! – respondi, avançando para roubar-lhe um beijo apaixonado enquanto ela pensava no que eu disse.

– Eu sempre vou te amar! – murmurou apaixonadamente quando me afastei. – E se eu falasse com meu pai de novo? Talvez ele possa entender, se insistirmos um pouco mais...

– Você sabe que não, nós tentamos! Ele não entende e nem vai entender o que sentimos, não importa o quanto queiramos isso! – Charlotte era a filha mais nova dos Fell, e nós dois já tínhamos tentado falar, não só com seu pai como com sua mãe, e irmã, mas nenhum deles parecia compreender o quanto precisávamos um do outro, e continuavam insistindo que George era o melhor partido para ela.

Eu não duvidava disso. George vivia uma vida regrada, era ativo no conselho, e tinha uma bela carreira política pela frente. Poderia dar a ela crianças lindas, e uma vida regrada e razoavelmente feliz, como a da maioria, e eu... Bom, meus históricos de noivados desmanchados, noites de bebedeira e conquistas que geralmente acabavam mal para a garota faziam de mim um dos piores partidos da cidade.

Eu tinha tentado convencê-la a ficar com George. Não importava o quanto doesse em mim, eu só queria que ela tivesse uma vida longa, satisfatória e com muitos filhos. Mas eu podia insistir o quanto quisesse por que, Char não me ouviu nem uma vez sequer.

E era por isso que ela era diferente.

Ela não queria um bom partido, um marido para exibir para as outras senhoras. Não queria filhos, nem mesmo se casar. Charlie não se importava com nenhuma dessas coisas!

Nós crescemos juntos, ela e eu, e éramos melhores amigos, antes de qualquer outra coisa. Vivíamos juntos, correndo pela floresta, ou só passeando pela cidade, e acho que sempre tive algo parecido com uma queda por ela.

Ela tinha se tornado uma mulher estonteante, mas ainda possuía toda a doçura e amabilidade de uma criança, que sem duvida era o que tinha feito com que eu me apaixonasse perdidamente. Mas agora era mais do que isso, agora eu a amava, pura e verdadeiramente como sabia nunca ter amado ninguém e como duvidava ser capaz de amar novamente.

Hoje fazia dois anos que eu finalmente tinha tomado coragem e dito a ela como me sentia, na noite do Baile de Máscaras dos Lockwood, e eu mal conseguia acreditar em tudo o que tinha acontecido em tão pouco tempo.

– Não posso fazer isso... Sinto muito Damon. – murmurou, uma pequena lágrima escorrendo por sua bochecha rosada. Eu não esperava por essa resposta, e a rejeição me pegou desprevenido, de modo que senti minha expressão desmoronar completamente.

– Charlie, não! Por favor, eu te amo! – pedi quando ela começou a se afastar, mas isso só a fez correr mais rápido, chorando ruidosamente, soltando a máscara de renda branca no chão, coberto por terra e folhas, sem se importar em virar para trás para admirar os pedaços de mim que havia deixado, completamente espalhados pelo chão.

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– Senti tanto a sua falta! – disse ela, a voz embargada, andando até mim e se atirando em meus braços, me abraçando com força, prendendo-se ao meu pescoço.

Retribui o melhor que pude, preso em minha máscara pasma.

– Como... Como está aqui? Como pode estar viva? Eu fui ao seu funeral! Eu observei enquanto a enterravam! – exclamei, minha voz se elevando no desespero em que eu me encontrava.

– Eu não queria que nada disso acontecesse, eu juro! – Agora, com suas lágrimas a ponto de transbordar, eu me sentia mal, do mesmo modo que me lembrava de sentir quando ela chorava em meu peito, lamentando o destino imposto pelo pai, e principalmente na noite em que pensei que me deixaria.

– Eu sei. Eu sei que não! – confortei-a, acariciando seu cabelo com cuidado para não desmanchar as tranças. Um antigo habito de quando tínhamos que nos esconder que aparentemente permanecera. – Mas, por favor, eu preciso que me explique como está viva!

– Minha mãe... Ah, mas que falta de educação a minha! Eu sou Charlotte Fell. Pode me chamar de Char – apresentou-se, avançando para abraçar Elena antes que ela pudesse dizer alguma coisa.

– Elena Gilbert – disse, quando Charlie se afastou dirigindo-lhe um sorriso amplo e sincero.

Ah, eu sempre adorei os Gilbert! Jonathan me ajudou mais do que pode imaginar! Correção: Nos ajudou – falou, se virando para sorrir para mim.

– É, eu nunca te disse nada sobre isso, mas... – falei, me dirigindo à Elena, mas me interrompi, uma vez que Charlie já voltava a falar.

– Bom, espero que tenha algo para beber enquanto conto minha história por que... Eu estou com muita sede!

– Claro... Claro! Por que não descemos e eu preparo alguma coisa para você? – sugeri retoricamente, saindo pela porta antes que ela pudesse me responder, sabendo que viria logo atrás de mim. Era assim que nossa relação funcionava. Sempre que um de nós fazia alguma coisa, já era feito esperando uma determinada reação, e sempre estávamos certos. Nos conhecíamos o suficiente para tanto.

– Ah! – exclamei quando ela saltou nas minhas costas, passando suas pernas por minha cintura e seus braços por meu pescoço, um gesto não muito comum entre nós, mas ainda assim carregado de memórias da infância.

Beijei sua mão, em um ato impensado, e Elena passou violentamente por nós, descendo as escadas e desaparecendo pela porta da frente, batendo-a ao sair.

Ótimo.

– O que ela tem? – perguntou Charlotte, colocando sua cabeça em meu ombro, sua voz carregada de uma inocência cem por cento genuína.

– Longa história. Converso com você sobre isso depois, tudo bem? – falei, girando-a para que ficasse de frente para o mim.

– Claro, como quiser – concordou, sorrindo e soltando as pernas para ficar de pé ao meu lado. Andamos em silêncio até a sala de estar, mas não era um silêncio ruim. Era calmo e tranquilo.

– E então... Pode começar – falei quando terminei de servir sua dose fraca de uísque, entregando-lhe e me sentando ao seu lado no sofá grande.

– Bom, se lembra quando fui atrás de você... naquela noite, antes do casamento? – perguntou, estremecendo levemente.

– É, é claro que sim...

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Mystic Falls, 7 de novembro de 1860.

Verita Estate, Mansão Salvatore.


Era tarde da noite quando ouvi um som estranho na minha janela, seguido por outro, e outro, e mais um. Levantei-me rapidamente, abrindo as cortinas e em seguida a janela, procurando por qualquer coisa no jardim que pudesse ter causado os sons.



Não demorei a identificar a silhueta tão conhecida contra a noite púrpura, seus cabelos louros presos em uma longa trança que pendia cerca de um palmo abaixo de seu ombro.


Charlie? – perguntei, fechando os botões de minha camisa de baixo para cima.

– Pode descer até aqui? – perguntou baixinho, um pequeno lampião aceso pendendo em sua mão estendida acima da cabeça.

Assenti, correndo para dentro e colocando minhas calças e sapatos, descendo as escadas no escuro, tentando fazer o máximo de silêncio possível.

Saí pela porta dos fundos, correndo até Charlie antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, tomando-a em meus braços, conduzindo seus lábios macios rapidamente para os meus.

Ela retribuiu meu beijo, e isso me incentivou ainda mais, puxando sua cintura para mim com um braço e seu pescoço com o outro, mas os braços dela continuavam repousados em meu peito, como se fossem incapazes de se mexer. Como se ela estivesse em completo choque... Foi então que eu percebi que ela chorava.

– Eu pensei que não podia fugir, mas o que realmente não posso fazer é passar o restante da minha vida aqui com alguém como George! – disse, seu rosto tingido por algumas lagrimas que escorriam.

– Tudo bem! Vai ficar tudo bem. Vamos ficar juntos, vai dar tudo certo, você vai ver! – tranquilizei-a, acariciando sua pele macia, encostando minha testa na sua enquanto soluços ainda irrompiam por sua garganta.

– Vamos embora agora! Nesse instante. Eu não posso ficar aqui! Eu não quero! Eu só quero nós dois, juntos, em algum lugar quente, com pássaros cantando ao fundo, e o mar... – Ela fechou os olhos, pintando a paisagem em sua mente do mesmo modo que eu fazia agora.

– Não podemos ir agora. Você não tem nada! É madrugada – exclamei, e seus olhos se abriram, me encarando, confusa. – E talvez você tivesse razão. Talvez possamos viver nossa vida aqui...

– Não minta para si mesmo, nunca seremos felizes em Mystic Falls! – exclamou, sua voz embargada o suficiente para fazer com que eu me perguntasse o que tinha acontecido. – Damon eu te amo! Eu te amo mais do que tudo! Eu não me importo em deixar meus pais, minha vida, nada mais importa! Contanto que você me ame... Contanto que seja eu e você, juntos, pra sempre. – Charlie e eu trocávamos “eu te amos” o tempo todo. Era verdade, em todas elas, mas vez ou outra, falávamos realmente sério, querendo que o outro entendesse o quão importante isso era. Quando disse isso a ela na noite do baile de máscaras, era uma dessas vezes, e eu podia perceber que, agora também era.

Mas naquela noite, Char não havia me respondido, e ia mesmo se casar em menos de doze horas. Tudo isso tinha me feito pensar que ela não me amava, mas agora eu sabia que minhas suposições eram tolas, e que ela realmente me queria como eu a queria...

– Eu sempre vou te amar...  murmurei em resposta. – Tudo bem. Tudo bem. Volte para casa, faça as malas e me encontre no cemitério em uma hora. Eu vou juntar algumas coisas, e pegar algum dinheiro, e então nós vamos embora, e nunca mais vamos voltar – falei, sorrindo amplamente.

– Certo, te encontro lá – concordou, sorrindo como eu.

– Eu te amo – sussurrei, encostando meus lábios nos seus mais uma vez. E de novo, e uma terceira vez.

– Eu também te amo – respondeu, hesitando em se afastar.

Eu também não queria deixá-la ir, mas era preciso, afinal nos encontraríamos de novo em pouco tempo.

Então, quando ouvi um ruído vindo de dentro da casa, não havia mais como protelar, e eu precisei deixá-la ir, com um ultimo beijo apaixonado.

Entrei correndo em casa, subindo as escadas sem me importar em fazer muito silêncio agora.

Voltei ao meu quarto, puxando duas malas e tirando minhas roupas das gavetas, atirando-as ali de qualquer jeito.

– Damon? O que está fazendo? – A voz fraca e sonolenta veio da minha porta entre aberta, e me virei para ver Stefan, parado em seus pijamas amassados com uma vela na mão, me observando. – Está indo embora? – exclamou, parecendo mais acordado agora.

– Estou. Charlie e eu vamos embora daqui, para sempre! Vamos ficar juntos Stefan... – respondi com um sorriso esperançoso para ele, fechando minhas malas e colocando-as em pé no chão ao meu lado.

– Mas... Para onde vão? – perguntou, andando atrás de mim enquanto eu descia as escadas, direto para o gabinete de Giuseppe. – Ela concordou com isso?

– Não sei ainda, mas vamos ficar bem, fique tranquilo. E é claro que ela concordou! – falei, abrindo o cofre e tirando alguns punhados de notas dali. – Mando uma carta quando puder.

Corri porta a fora, parando na varanda para dirigir um ultimo olhar a Stefan e a casa.
Parecia egoísmo deixá-lo ali, sozinho com a fúria de meu pai, mas Charlotte precisava de mim, e se para ajudá-la eu tivesse que fazer isso, então eu faria.

– Diga ao nosso pai que sinto muito por ter que deixá-los assim, mas que é o único jeito.

– Vou sentir sua falta – disse, me abraçando forte antes de eu me afastar. – De vocês dois...

– Você vai se tornar um grande homem. Tenho certeza disso – falei, passando minha mão por seu cabelo bagunçado.

– Vá com Deus, irmão.  Foram suas ultimas palavras para mim, e não me importei em olhar para trás enquanto corria em direção aos estábulos.

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Notas finais do capítulo

Esse é o link da roupa da Charlotte:

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=68359692&.locale=pt-br

Sim, eu tenho uma estranha compulsão por postar os links dos looks.

Gostaram? Deixem-me saber!!