Filho da Noite escrita por Rafarofa


Capítulo 1
Capítulo 1 - Juramento


Notas iniciais do capítulo

Os pôneis nesta história podem ser interpretados tanto com a forma normal que aparece no desenho quanto com uma forma antropomórfica/humanóide (ou furry mesmo se você preferir assim) e eles vão segurar coisas com os cascos/mãos com um certo nível de destreza que normalmente requereria dedos. E por causa de umas coisas que virão mais pra frente, eu achei melhor colocar na categoria +16 pra não arriscar atiçar os moderadores. Eu também não sei quanto tempo um cavalo (ou pônei) vive ou fica adulto e, na verdade, eu não fui atrás de pesquisar, eu acho melhor usar anos humanos mesmo.



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Capítulo 1 - Juramento

Já eram umas cinco e meia da manhã, a Lua estava começando a se pôr em um lado do horizonte e já dava pra perceber uma luz fraca ascendendo do outro lado, era o ciclo de dia e noite mantido a eras pelos regentes de Eqüestria e, junto com a noite, vários pôneis filhotes dos três tipos brincavam em um campo aberto próximo a um assentamento nômade procurando aproveitar até o último minuto que tinham antes de ir dormir. Mas havia um filhote que não partilhava desse pensamento e preferia passar boa parte da noite deitado admirando a lua que brilhava lá no alto até o raiar do dia.

Com o fim da noite ouviam-se vozes vindas do assentamento chamando os filhotes pelo nome e um a um eles obedeciam ao chamado e se retiravam para suas barracas. Ninguém, contudo, chamou pelo filhote solitário por um bom tempo até que uma das mães o fez. “Aster! É melhor você voltar também!” E num pulo o potrinho se levantou. Ele tinha a pele num tom de azul quase tão escuro quanto o céu da noite e isso ressaltava ainda mais a cor das suas íris que eram brancas como algodão. Ele foi andando calmamente em direção ao assentamento ajeitando a crina, o que pôs seu chifre à mostra e entrando numa barraca menor que as outras ele se espreguiçou esticando as quatro patas e as duas asas. Depois disso e de um bocejo, o jovem alicórnio deitou-se e pôs-se a dormir.

Quando ele acordou ainda era dia. Ele estava sozinho na barraca como sempre, ele era o único alicórnio no clã e mesmo com os outros membros o ajudando e provendo sempre que possível, ele não tinha família e morava sozinho. Um dos líderes, um pégaso chamado Midnight Roar, dizia apenas que seus pais haviam morrido quando ele tinha três anos e desde então ele foi ‘adotado’ pelo clã e, naquele momento, com sete anos, ele tinha a maior ‘família’ de todos os filhotes. Na hora que ele saiu da barraca ele percebeu uma aglomeração no centro do assentamento, o conselho de líderes havia reunido todo o clã para anunciar uma coisa que mudaria a vida de Aster para sempre.

“O Conselho se reuniu durante o dia e então foi decidido: o clã Nightkeeper já se isolou do mundo por tempo demais. Se os outros pôneis não aceitam conviver com quem dorme durante o dia e vive durante a noite então nós vamos até a fonte da noite em si. Diante de mim estão os maiores ferreiros, artesãos, fazendeiros e, sobre tudo, guerreiros que eu já vi, todo esse talento reunido aqui ao invés de estar sendo usado em prol do reino. Hoje, meus amigos, nós iremos a Canterlot para oferecer nossos serviços a quem, para a nossa alegria, ergue todas as noite a Lua que tanto amamos!”

Com gritos de alegria e comemoração a multidão se dispersou aos poucos, Midnight Roar desceu de uma mesa na qual estava para falar melhor com todos. “Anime-se, eu ouvi dizer que há alicórnios em Canterlot.” Ele disse para Aster que não parecia muito empolgado com a notícia.

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Quatro horas de viagem pareciam um ano inteiro para as impacientes crianças, mas Aster por outro lado estava sozinho num canto, pensativo. “Qual o problema, jovem?” Perguntou uma unicórnea que estava tomando conta das crianças dentro da carroça. “O Regente da Noite, como ele é?” Perguntou Aster ainda com cara de pensativo. “Sinceramente, eu não faço idéia.” Ela respondeu meio desanimada com um leve suspiro. “Mas tenho certeza que é alguém formidável, afinal para nos dar a noite sempre na hora certa para que possamos viver como mais gostamos, tem que ser.” Ela continuou, dessa vez mais animada.

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A carroça parou, todos desceram, a caravana havia chegado aos portões de Canterlot. Quando Aster conseguiu ver as coisas mais à frente, outro membro do conselho falou: “Vamos todos juntos e com calma, teremos uma audiência com o rei.” O clã foi instruído, pelo guarda que os guiava, a esperar na base de uma grande escada que dava acesso ao portão principal do castelo. Atrás deles estava o fim do grande mercado que havia na área central de Canterlot e ao lado uma delegação de dezenas de guardas para garantir a segurança da família real durante a audiência.

Os portões se abriram, dele saíram quatro pôneis: Um grande corcel branco com crina, cauda e barba vermelhas com algumas mechas laranjas e que mais parecia uma chama viva queimando e uma coroa que lembrava um elmo espartano adornado com um sol feito de alguma pedra preciosa amarela lapidada logo abaixo do buraco para passar o chifre. Sua marca especial era um yin-yang vermelho e amarelo rodeado de feixes também dessas cores; uma égua quase tão grande quanto o macho ao seu lado, a cor do seu pêlo lembrava água marinha, só um pouco mais escura, sua crina e cauda reluziam com a cor de prata que possuíam. Sua marca especial era uma lua cheia no céu noturno com a silhueta de um dragão na lua; uma potrinha branca quase da mesma idade de Aster com crina e cauda rosas e sem marca especial, seu chifre discreto se perdia de vista no meio da crina volumosa; e, sendo carregada pela fêmea adulta, uma bebê de não mais de dois anos, pêlo azul um pouco escuro e crina e cauda azuis mais claras. Todos eram alicórnios.

“Olá visitantes, sejam bem-vindos a Canterlot, eu sou Solaris III, rei de Eqüestria e Regente do Sol e esta é minha família.” Ele falou usando a Voz Real de Canterlot o que surpreendeu o clã e fez com que eles se curvassem numa velocidade maior do que fariam quando soubessem que ele era o rei. “Então, o que desejam?”

“Salve Rei Solaris, eu sou Midnight Roar, um dos líderes e representante do clã Nightkeeper. O nosso clã foi formado pela união de famílias que, ao contrário dos pôneis normais, são ativas durante a noite e dorme durante o dia. Nós nascemos desse jeito e nos orgulhamos disso mas a vida em comunidades normais tornou-se complicada pois os outros pôneis não nos entendem e nos excluem e isso nos levou a nos unirmos. Nós nos tornamos nômades mas hoje decidimos nos fixar e para isso viemos oferecer nossos serviços para o Regente da Lua e dedicarmo-nos à sua proteção.” Midnight Roar explicou sua história enquanto a rainha mostrava-se mais interessada na oferta do que o próprio rei.

“Então, nesse caso, creio que a oferta deveria ser dirigida a mim.” Ela se pronunciou incluindo-se na conversa. “Eu sou Artemis, rainha de Eqüestria e Regente da Lua.” Ela usou a Voz Real de Canterlot num tom um pouco mais baixo que o do rei, apenas para se fazer ouvida por todos e quando falou que era a Regente da Lua, Aster imediatamente ergueu seu rosto para poder vê-la e até o fim das negociações ficou olhando para os membros da família real mas sobre tudo para a rainha parando apenas para ver a luta.

“Minha rainha,” Midnight Roar tornou a falar. “Então nós do clã Nightkeeper fazemos esta oferta à Vossa Majestade: ferreiros, artesãos, guardas, soldados, todos com habilidades excepcionais e todos a serviço do reino sempre que necessário. Nossos guerreiros podem fornecer proteção à Vossa Majestade e à vossa família como uma guarda de elite e seríamos uma excelente adição ao exército real. Tudo o que pedimos em troca é a oportunidade de morar aqui em Canterlot.”

“Guarda de elite, você diz...” falou um pégaso com uma armadura semelhante à dos soldados, mas mais detalhada e com detalhes em branco pelo metal dourado, ele chegava pelo meio dos soldados que estavam enfileirados próximos à escadaria. “Mas eu vejo apenas um grupo de pôneis tão normais quanto quaisquer outros. Como saberemos se o que você diz é verdade?”

“Capitão Daggerwing, o que quer dizer com isso?” Ela perguntou olhando para o pégaso já sabendo a resposta mas querendo ouvir dele.

“Com todo o respeito, Vossa Majestade, não temos como garantir que o que eles dizem seja verdade. E, como eles passaram tanto tempo vivendo só entre eles, como eles mesmos vão saber o quão capazes são?” Daggerwing perguntava tentando pôr dúvida na mente da rainha.

“Neste caso,” Midnight Roar respondeu olhando para Daggerwing, “permita-nos demonstrar nossas habilidades. Meteor, Desert Thunder, venham cá.” Um pégaso e uma pônei terrestre saíram da multidão do clã e ficaram cada um de um lado de Midnight Roar. Daggerwing apontou para dois soldados e eles colocaram-se à frente dos outros.

“Então quer provar seu valor desafiando a Guarda Lunar? Tudo bem.” Daggerwing falou em tom de deboche.

“Guarda Lunar?” Midnight Roar perguntou confuso.

“O exército real é composto de duas divisões: estes aqui são a Guarda Lunar, a outra divisão, a Guarda Solar está sob responsabilidade de outro capitão”

“Muito bem então, mostrem do que são capazes.” Artemis falou do alto da escada, quem a conhecesse melhor perceberia uma empolgação nela por causa da luta que aconteceria em sua honra. Solaris percebeu.

No mesmo instante os dois pôneis dos Nightkeepers sacaram suas espadas e começaram a se degladiar cada um com um dos guardas escolhidos por Daggerwing. Em questão de minutos os guardas estavam derrotados e os Nightkeepers mal haviam se cansado.

“O que achou deles?” Artemis perguntou a seu marido com voz normal.

“Nada mal, acho que seria bom tê-los do nosso lado. Mas a oferta foi feita a você, então a palavra final é sua.” Ele respondeu também em voz normal.

“Midnight Roar, líder dos Nightkeepers, eu, Rainha Artemis de Canterlot e Eqüestria, aceito sua proposta.” De volta à Voz Real.

“Nós, membros do clã Nightkeeper, juramos nossa lealdade, nosso serviço e nossa proteção à Vossa Majestade Rainha Artemis, Regente da Lua e aos membros de sua família se assim se fizer necessário ou for da vossa vontade.” Todo o clã proclamou em coro o juramento.

“Então está decidido! A partir de hoje os guerreiros do clã Nightkeeper farão parte da Guarda Lunar e eu gostaria de pedir para o líder Midnight Roar que providenciasse para que os membros da Guarda recebessem treinamento para que tenham a mesma habilidade mostrada agora a pouco por estes dois guerreiros.” A rainha completou e terminou a frase apontando para Desert Thunder e Meteor.

“Como desejar, minha rainha.” Midnight Roar terminou de se dirigir à rainha curvando-se e então começou a se organizar com os outros membros do clã.


Capítulo 1 - Fim



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Notas finais do capítulo

Finalmente, depois de pensar muito e já ter a história pornta na cabeça, eu coloquei o primeiro capítulo. Daqui pra frente é colocar o pensamento no word, lapidar o que for necessário e manter atualizando. Neste primeiro capítulo eu acho que não dei tanta atenção pro Aster como devia dar para um personagem principal, eu me mantive mais atado à chegada do clã no castelo, mas assim esse capítulo acabou servindo também como um tipo de prólogo, apresendando nosso herói e explicando algumas dúvidas que poderiam surgir se não tivesse sido feito agora.
Pra quem se interessar, eu vou traduzir a história para inglês e postar no fimfiction.
Sem mais, eu espero que todos tenham gostado, postem críticas, sugestões e dúvidas que eu vou tentar responder tudo (é minha 1ª vez com uma fanfic, eu não tenho a mínima idéia de como será o volume) e até a próxima.



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