POV AUTORA

A casa dos DiLaurentis em Poconos estava exatamente como as 4 meninas lembravam. Era uma casa de formato irregular, com paredes vermelhas e janelas persianas brancas, A Luz da varanda estava apagada, mas a lua brilhava tanto que era possível enxergar as cinco cadeiras de balanço brancas que elas se sentavam, lendo revistas e vendo o sol se por no lago.

O carro fez a ultima curva que dava para a garagem e estacionou, saltaram dali e apanharam suas bolsas, o ar estava frio, uma nevoa caia sobre o vale, fina e vaporosa como uma respiração.

Carmem destrancou a porta da casa e as conduziu para dentro, a casa cheirava a cola velha, os moveis estavam empoeirados, mas continuava sendo uma casa bem grande e bem bonita.

– Alguém quer uma bebida? – Perguntou Carmem colocando as chaves na mesa.

– Claro. – Magali respondeu pegando sua sacola com uma garrafa de Vodca, M&Ms, Balas e latinhas de Coca cola.

Monica foi até a cozinha e apanhou cinco copos de cristal.

Denise se esparramou no sofá de couro da casa dos DiLaurentis.

Marina continuava em pé, ainda tentando esquecer a cena que ela havia visto a pouco tempo atrás, mas era impossível, Carmem colocou a mão no seu ombro e envolveu seus braços no dela.

– Não se sinta assim pequena Mari. – Ela disse no ouvido de Marina. – Eu estou aqui com você.

– Obrigada Carmem. – Ela respondeu.

– Bom, agora vamos nos divertir, que tal irmos para a hidromassagem? – Carmem optou.

– Amei a idéia Carm, só que eu não trouxe biquíni. – Denise disse.

– Nem eu. – Monica, Magali e Marina disseram juntas, Carmem sorriu.

– Fiquem tranqüilas, separei biquínis para vocês, vou lá buscar. – Ela disse saindo da sala e subindo as escadas para o andar de cima.

Denise fez uma careta, ela odiava quando Carmem escolhia um biquíni para ela, pois da ultima vez, quando era gordinha, Carmem a deu um biquíni tamanho GG, ela levou aquilo como uma ofensa pelo resto de sua vida.

Quando voltou com 5 biquínis.

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1- Carmem

2- Denise

3- Monica

4- Magali

5- Marina.

– Vão lá se trocar – Carmem disse – Vou lá fora ligar a banheira.

Elas assentiram e foram cada uma ao banheiro,

Denise entrou no banheiro e viu o biquíni “Tamanho 34” Sorriu para si mesma, lisonjeada e espantada, esse havia sido o melhor elogio que alguém poderia lhe ter feito

O álcool definitivamente subira a cabeça de Marina, ela estava examinando seus braços bem torneados, sua cintura fina e seus ombros graciosos.

– Você é linda, ignore o que Franja Cavannaugh fez hoje. – Ela dizia para si mesma rindo com o efeito da bebida.

Ela saiu do banheiro com uma toalha em volta de suas costas, quando colocou seu pé na varanda fria, ela sentiu um arrepio, ajeitou a toalha para esquentá-la mais e ficou de frente para a hidromassagem, nenhuma das meninas se encontravam lá, ela esperou um tempo quando Magali chegou, fez os mesmos passos que ela sentindo o frio que estava fazendo. Foi até o rádio e colocou musicas da Britney Spears, que elas adoravam dançar no sétimo ano.

Denise e Monica chegaram logo depois e começaram a dançar, Magali e Marina se animaram e a acompanharam nessa dança, Magali fazia piruetas e Monica tentava imitar, só que não deu certo e quase chutou um vaso de samambaias mortas, as meninas se contorciam de rir passando os braços ao redor das outras. Elas se apoiaram na lateral da banheira para recuperar o fôlego.

– Não acredito que ficamos sem nos falar por tanto tempo – Balbuciou Magali. – Qual era o nosso problema?

– Nós éramos idiotas, nos afastamos por nada. – Monica disse fazendo um gesto desinibido com as mãos.

– É mesmo. – Marina concordou.

– Estava com saudades de vocês. – Denise disse.

– Não, você tinha a Maria Mello, nem dava importância para a gente. – Magali disse meio bêbada. Denise abaixou a cabeça e Monica a abraçou.

– É verdade, eu nunca devia ter perdido o contato com vocês. – Denise balbuciou.

– Esta tudo bem. – Marina disse. – Estamos unidas novamente e nada pode nos quebrar.

Elas continuaram assim até a música parar de tocar e o ambiente ficar silencioso. O motor da banheira de hidromassagem roncava. Um baque surdo soou em um lugar da casa. Magali olhou para cima franzindo a testa.

– Carmem está demorando muito para se trocar.

Todas se enrolaram na toalha e andaram pela casa a procura da amiga.

– Carm? – Chamou Denise indo para a cozinha sem resposta.

– Carm? – Chamou Marina olhando dentro do banheiro que havia se trocado, a água pingava da torneira e o vento do aquecedor fazia a ponta do rolo do papel higiênico flutuar.

– Carm? – Monica perguntou colocando a cabeça para dentro da sala de visitas que estava vazia.

Monica parou e pensou naquela ligação que Magali havia recebido mais cedo, das suas suspeitas contra Tina e disse:

– Talvez eu não devesse falar isso, mas... – Ela contou de suas suspeitas, sobre o casaco que “C” usava e suas desconfianças, as meninas ouviam tudo atentas.

– Espera, vou ligar para ela. – Magali disse e pegou seu celular. Discou para o celular, mas estava desligado. Discou para a casa e Rolo atendeu. – Rolo? Cadê a Tina?

– Ela saiu cedo de casa e não voltou até agora, ela estava estranha, com uma cara de psicopata. – Ele disse e Magali se arrepiou e ficou em silencio. – Magali? – Chamou Rolo.

– Tchau Rolo – Ela disse e desligou o celular com as mãos tremendo. As meninas olharam para elas curiosas. – Tina saiu cedo e não voltou até agora. – Elas arregalaram os olhos.

– Ela não pode estar aqui! – Denise disse nervosa. – Não tem como!

Monica pegou seu suéter e colocou seu jeans e saiu, as meninas fizeram o mesmo, e foram até a porta do jardim lateral, a velha porta rangeu ao ser aberta. Os olhos de Magali se moviam de um lado para o outro procurando desesperadamente uma sombra que se mexesse, mas não enxergou nada.

Monica estremeceu “Isso não pode estar acontecendo, não de novo! “ E se elas estivessem na varanda se divertindo enquanto Carmem corria perigo? Era como a repetição do sétimo ano.

– CARMEM! – Monica gritou, o nome ecoou pela noite – CARMEM! – Chamou novamente.

– O que foi? – Uma voz respondeu.

Todas se viravam rapidamente. Carmem estava de pé na entrada da cozinha, ainda vestindo seu vestido do baile, olhava para as outras como se fossem loucas.

– Onde você estava? – Marina perguntou assustada.

– Onde vocês estavam? – Carmem repetiu rindo. – Eu fui checar a temperatura da banheira e não consegui encontrar vocês em lugar nenhum, nossa fiquei super assustada.

Monica entrou novamente dentro da casa e suspirou aliviada, quando ouviu um rangido de um galho se quebrando, virou para trás, a procura de um par de olhos.

Mas tudo estava imóvel e quieto. Não havia ninguém.