A Sombra No Parque escrita por Felipe Fabricio


Capítulo 1
O mistério atrás da árvore




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Foi num dia quente de primavera, que tudo aconteceu.

Era fim de tarde, no incrível Parque das Laranjas Azuis, o maior da América Latina. Margarida era o nome dela. Uma menina de 6 anos, baixinha. Seu cabelo voava ao sol, e ela andava com um braço segurando o pai e o outro a mãe. Havia momentos em que se soltava do chão e se sentia voando.

Mas a noite foi chegando, e o sol foi se pondo. Mas Margarida não tinha se dado por satisfeita, e queria algo. Sorvete.

— Por favor, mãe! — Margarida disse — Um de fruta, que é baratinho. Nem precisa ser de marca conhecida, pode ser daquelas meio estranhas, tipo "Sorvete Congela Língua".

— Ah, tá bom! — respondeu o pai, bravo — Eu vou procurar o sorveteiro. Você fica aí, sentada nesses banquinhos. Eu acho que eu vi ele por lá, mas, qualquer coisa, fica com um real, caso ele passe por aqui.

— Daqui a alguns minutos a gente volta — disse a mãe, triste. Talvez fosse porquê estava cansada, e queria ir pra casa. Talvez fosse também porquê não estava muito brava com a filha. Talvez também porquê ela não queria ir procurar o Sorveteiro. Ou simplesmente estava pensando se tinha deixado a torneira da cozinha ligada.

E Margarida ficou sozinha, sentada nos bancos do parque. Ela estava na área lateral Leste do parque, num cantinho com bancos formando um U, com árvores em volta. "Sorvete é bom", ela pensava, "Principalmente sorvete de flocos com cobertura de chocolate e pó de unicórnios. Eu sei que isso existe, não importa o que o papai diga. A Helena disse que é muito bom, e ela é minha melhor amiga, e eu vou acreditar nela."

"Por algum motivo,a mamãe não gosta da Helena." E envolta em pensamentos, ela não percebera pequenos ruídos nas árvores atrás dos bancos. "Quem sabe um dia, quando ela voltar de Marte, ela me manda um pedaço de pó de u..." Até que,bem, seja lá quem estivesse nas árvores, fez algum barulho alto demais e despertou a atenção da menina.

— Oi? — ela gritou — Tem alguém aí?

Não houve respostas. Árvores não falam.

— OI? — ela gritou mais alto, subindo em cima do banco — É FALTA DE EDUCAÇÃO NÃO RESPONDER! TEM ALGUÉM AÍ?

Ela escutou um ruído, como se quem estivesse nas árvores (Ou mesmo as próprias árvores) estivessem tentando falar, mas muito longe.

Então,uma sombra se projetou das árvores - A sombra mais estranha que ela já vira -, assustando completamente Margarida. A sombra era curiosa - Parecia um centauro, mas com o tronco na parte traseira. Ao invés de um cavalo, era uma caixa gigante, e ao invés de cascos e patas, o ser (Ou o que fosse) tinha rodas.

— Q-quem é v-você? — ela disse, tremendo — NÃO CHEGA PERTO DE MIM! Eu estou ar-armada! — e pegou um galho de uma árvore seca. Seja lá o que fosse, tentou responder, mas tropeçando em árvores e folhas era difícil ouvir qualquer coisa.

Margarida tremia descontroladamente. "Cadê meu pai? Eu não devia ter pedido sorvete. Será que é um unicórnio? Mas ele não tem chifre", ela pensava.

O vulto se aproximava. O seu destino era a menina, isso era claro e até ela mesma percebeu. Ela foi tentar recuar, mas provavelmente esqueceu que estava de pé em cima de um banco e caiu de costas no chão.

O vulto se aproximou mais, mais, mais, mais... Parecia decidido a pegar Margarida. Ela tentava se levantar, mas parecia que o desespero lhe fez esquecer como fazia isso. E,por fim, seja lá quem fosse passou pelas árvores, encostou o carrinho de pipoca num banco e perguntou com uma cara torta:

— E aí, menina? Quer comprar pipoca? Tá baratinho, é só um real!

Margarida ainda tinha a moeda no bolso. E viu o pipoqueiro sair dali feliz, enquanto ela tinha sua pipoca na mão, e esperava seu pai voltar com um sorvete lindo e grande, e com pó de unicórnio.


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Notas finais do capítulo

Notas -

— Ainda não foi descoberto cientificamente se o pó de Unicórnio existe. Cientistas já foram pra Marte secretamente tentando achar o místico animal.

— A tal da Helena está sendo procurada pelo FBI pra dar depoimento.

— Nunca foi descoberto que raios o pipoqueiro fazia no meio das árvores.

— O pai e a mãe de Margarida não ficaram felizes ao ver a filha comendo Sorvete e Pipoca, e seu dinheiro indo pro ralo.
— A mãe de Margarida tinha deixado a pia da cozinha ligada. E o ralo entupido. Os bombeiros foram chamados para remediar a situação.



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